Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão


Panorâmica do Registão
Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara
Atalho Coberto
Pedestres percorrem uma arcada do Registão.
Cores da Antiga Rep. Soviética do Uzbequistão
Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão
Chor Minor
Os minaretes do Chor Minor
Artesanato em Estanho I
Artesão trabalha uma folha de estanho.
Artesanato em Estanho II
Artesão trabalha uma folha de estanho.
Ao Pormenor
Mulher analisa joias
Diálogo Desnivelado
Fiéis conversam junto a uma fachada do Registão.
Arquitectura Ogival
Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.
Ocaso em Bukhara
Sol põe-se a ocidente de Bukhara.
Coreografia Velada
Dançarinas com as cabeças cobertas por véus.
Rota Lada
Ladas passam em frente de uma fachada do Registão.
Dançarinas
Dançarinas uzbeques em trajes tradicionais
A Fortaleza Ark
Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.
Muçulmano Uzbeque
Fiel muçulmano, com visual Uzbeque.
Cartada
Homens convivem a jogar as cartas
Lojas Atapetadas
Tapetes expostos em lojas de Bukhara.
Missão Cumprida
Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.
Xadrês Uzbeque
Homens de Bukhara defrontam-se ao xadrêz
Oração Recôndita
Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani
Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.

Desde as nove da manhã que cruzamos a aridez de Kyzyl Kum, no primeiro terço do percurso, com o Turquemenistão iminente, a sul.

A via uzbeque que sulca o deserto pouco passa de um projecto de estrada. Só quase às cinco da tarde cumprimos os 450km que separam Khiva de Bukhara, duas das grandes urbes históricas da Ásia Central.

No tempo que levamos a dar entrada no hotel e nos refazermos do castigo rodoviário, o sol começa a assentar e a dourar a cidade, já de si, amarelada da pedra calcária milenar que a sustém.

Sol põe-se a ocidente de Bukhara.

Sol põe-se a ocidente de Bukhara.

Em Busca do Registão de Bukhara

Estamos a umas centenas de passos do Registão, o antigo cerne pulsante da cidade, praça pública, lugar do mercado e até das execuções de criminosos.

Em sua busca, por uma rua pavimentada de ladrilhos cinzentos, cumprimentamos dois jovens adversários.

Miúdos confrontam-se numa partida de gamão

Miúdos confrontam-se numa partida de gamão

Confrontam-se em sucessivas partidas de gamão, numa caixa-tabuleiro aberta.

Mal sentados, os miúdos jogam sobre um conjunto de tapetes tradicionais, escarlates e negros, com padrões geométricos comparáveis a tantos outros que não tardamos a detectar.

Damos com uma fachada lateral da grande praça. Logo, com a sua frente.

Preenchem a fachada da madraça Mir-i-Arab doze arcos ladrilhados, em ogiva, que remetem para uma ogiva integral que serve de pórtico central.

Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.

Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.

Trabalhado e colorido ao mais ínfimo pormenor, também este pórtico contem nichos ogivais, um padrão geométrico privilegiado e prevalecente na arquitectura islâmica da Ásia Central.

O crepúsculo rapta o amarelo-torrado dominante e o azul-turquesa das cúpulas da madraça e da mesquita Kalyan oposta.

Silhuetas num pórtico do Registão de Bukhara.

Silhuetas num pórtico do Registão de Bukhara.

Aos poucos, o domínio das silhuetas cede a um outro, tão ou menos efémero.

Uma luz artificial de um amarelo dramático que emana do interior dos pórticos ofusca o azul-celeste em declínio. Aos poucos, vai revelando as estrelas e planetas estudados por Ulugh Beg, a partir do seu observatório de Samarcanda.

Luzes artificiais dão novas cores ao Registão de Bukhara.

Luzes artificiais dão novas cores ao Registão de Bukhara.

O Minarete Kalyan, as Mesquitas e Madraças do Registão

Faz destacar, como foguetão de outro tempo, a estrutura sobranceira e mais antiga do Registão.

O minarete Kalyan data do século XII.

É vários séculos prévio aos restantes edifícios. Com quase 50 metros de altura, destaca-se bem acima do restante complexo.

Vê-se de grandes distâncias na planura desértica em redor, como um farol administrativo e religioso que os súbditos e os fiéis se habituaram a louvar. E, por motivos justificados, a temer.

Durante um largo período, as autoridades régias te-lo-ão usado como meio de execução. Limitavam-se a atirar, do cimo, os condenados pelos crimes mais graves.

Minarete de Kalyan, antes conhecido como Torre da Morte.

Minarete de Kalyan, antes conhecido como Torre da Morte.

Por ser demasiado alto para potenciar o chamamento para as orações dos muezzins, o minarete Kalyan manteve funções duplas de observação e cumprimento de pena capital.

Chegou a ser conhecido como a Torre da Morte.

Concede-nos o último vislumbre do Registão antes de recolhermos, para jantar, numa loja de tecidos e tapetes tradicionais, versátil o suficiente, para servir refeições.

Tapetes expostos em lojas de Bukhara.

Tapetes expostos em lojas de Bukhara.

Lá recuperamos energias a saborearmos pratos uzbeques. Lá aprendemos que os tecidos bordados à mão, por norma, como toalhas de mesa ou colchas de cama, se denominam Susanne.

Como sempre nesse périplo pelo Uzbequistão, temos a companhia de Ravshan, o condutor, e de Nilufar, uma jovem guia. Nilufar explica-nos isso e muito mais.

Já há quase uma semana a acompanhar-nos, também desabafa que ela e a sua família são dali, de Bukhara. Sente falta de os ver.

Só que os pais vivem a mais de 40km. “Tenho pena, mas não vou conseguir.” remata assim a frustração, pouco antes de encerrarmos o repasto e recolhermos ao abrigo do hotel.

Os minaretes do Chor Minor

Os minaretes do Chor Minor

Novo Dia em Bukhara. À Descoberta da Cidade Milenar

Na manhã seguinte, Nilufar dá início à sua volta explanatória de Bukhara. Do minarete supremo da cidade, avançamos até à quadra de torres de Chor Minor, um edifício de traça de mesquita única, em Bukhara.

Foi erguido já no início do século XIX como parte duma antiga madraça, entretanto destruída.

Das suas quatro torres, três serviram para armazenamento de mantimentos. A restante, continha uma escada que conduzia ao piso superior.

Em 1995, devido à acção de um lençol subterrâneo, uma delas desabou e, por causa do desequilíbrio estrutural gerado, o próprio Chor Minor entrou em risco de colapso.

O dano foi reparado. Ainda assim, o estranho edifício, mandado erguer por um morador da cidade de origem turcomena, com funções de liturgia e de abrigo, permanecia encerrado.

Pintor retoca pintura do monumento Chor Minor.

Pintor retoca pintura do monumento Chor Minor.

Limitamo-nos a apreciá-lo do pátio que se estende em frente, onde, à sombra de uma árvore baixa, um artista dava derradeiros retoques num quadro que fazia do monumento e do seu reduto bem mais verdejante que como a realidade o pintava.

O Mausoléu Ismail Samani e Mesquita de Bolo Khauz

Por indicação de Nilufar, dali, progredimos para um dos mausoléus reverenciados e pioneiros de toda a Ásia Central, o de Ismail Samani.

Como o nome deixa antever, foi mandado edificar por Ismail, no século X, como lugar de sepulcro dos reis Samanidas que o sucederam.

No interior abafado, uma família ora, sentada a um canto.

Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani

Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani

Nilufar sussurra-nos o que tem a explicar. Após o que passamos para a mesquita Bolo-Khauz.

Depressa a percebemos distinta das demais, bem demarcada pelas colunas de madeira que sustêm a pala no topo da sua fachada e pelo lago (khauz) arredondado na frente.

À entrada, artesãos trabalham em artesanato de estanho, compenetrados na minúcia das linhas dos monumentos de Bukhara que sulcam nas placas de metal.

Artesão trabalha uma folha de estanho.

Artesão trabalha uma folha de estanho.

Uns poucos fiéis rezam na sala de preces da mesquita, sob um novo jogo de grandes ogivas e ogivas menores que delimitam e decoram aquilo a que nos atreveríamos a chamar um peculiar altar islâmico.

Um Comércio Excêntrico de Joias e Relíquias Soviéticas

O dia já ia longo. O calor voltava a apertar. Obrigamo-nos a uma longa pausa para almoço. O restaurante fica junto a um complexo comercial.

Lá testemunhamos uma inesperada azáfama, sobretudo, de venda de jóias com pedras preciosas.

Uma mulher aprecia-as, dispostas sobre mostradores de veludo, com recurso a pequenas lupas reveladoras.

Duas potenciais compradoras em trajes nada islâmicos, conversam com um dono de negócio.

Atrás deste trio, insinua-se um estranho póster, com uma imagem do ritual hajj de Meca, sob o nome, em alfabeto cirílico, da sua joalharia.

Vendedor de joias conversa com duas mulheres.

Vendedor de joias conversa com duas mulheres.

Continuamos a por ali dar com preciosidades.

Um outro comerciante exibe toda uma panóplia de relíquias da era soviética do actual Uzbequistão, medalhas, pósteres de generais e líderes políticos.

Fotografia numa loja repleta de relíquias soviéticas.

Fotografia numa loja repleta de relíquias soviéticas.

Mesmo se menor a sua imagem que outras, lá se destaca a de Vladimir Lenine, um dos mentores ideólogos e políticos da formação da U.R.S.S.

Convicto de que nos aliciaria a comprar, o vendedor desfralda uma bandeira vermelha, com uma faixa azul central e uma foice e martelo acima.

Vistoso como se provava, o estandarte só traduzia 67 anos da incrível antiguidade de Bukhara.

Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão

Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão

As Sucessivas Metamorfoses de Bukhara

Bukhara evoluiu como cidade, estima-se que desde há mais de dois milénios.

A partir do século II a.C., integrou um dos principais itinerários da Rota da Seda que contribuíram para levar o Budismo ao oásis em que se situava.

A expansão do Budismo e, em menor escala, do Zoroastrismo, entre, pelo menos, o século I a.C. e o VII d.C. foi abruptamente interrompida pela invasão árabe do ano 709 d.C e pela promoção da cidade a capital dos canatos de influência Pérsia Samanida, Caracânida e Corásmio.

Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara

Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara

Interrompeu, por sua vez, esta nova direcção árabe, em 1220, a invasão Mongol de Ghengis Khan a que se seguiu a incorporação no império turco-mongol timurida, até 1405.

Por fim, Bukhara e o oásis em redor integraram um trio de canatos (reinos) uzbeques que a administraram de forma prolífica e a dotaram de boa parte dos monumentos religiosos que lá subsistem, incluindo os minaretes que definem o seu horizonte tão peculiar.

Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.

Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.

Em 1870, o Império Russo em forte expansão submeteu estes canatos.

Chegamos a 1917 e à Revolução Russa.

Bukhara e a Actual Fusão entre o Islamismo e a Herança Soviética

Assentes na recém-emergida etnicidade Uzbeque, os antigos canatos ajustaram-se à República Socialista Soviética do Uzbequistão de que o vendedor nos exibia a bandeira.

E que os Bolcheviques e sucessores soviéticos inundaram de marxismo-comunismo, de ateísmo e tantos outros dogmas e elementos culturais e políticos incompatíveis com o Islamismo.

Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.

Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.

Contornamos a milenar Ark, uma fortaleza completada no século V d.C., usada como um subdomínio régio de Bukhara pelos vários monarcas que controlaram a região, até à incorporação na Rússia e na U.R.S.S.

Nesse cirandar, quatro homens carregam mobiliário sobre o tejadilho de um Lada Vaz-2101.

Sobre umaverdadeira caixa motorizada, apenas um de milhares de exemplares que provam o quanto – trinta e três anos após a ruptura da U.R.S.S. e a Independência do Uzbequistão – perdura, em Bukhara, a mecânica e a herança soviética.

Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.

Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.

Um segundo vendedor de relíquias coloca um chapéu de pala de um qualquer oficial do Exército Vermelho para ali destacado.

Para nos reter, emula um discurso militar em russo.

Vendedor de relíquias soviéticas com um chapéu militar

Vendedor de relíquias soviéticas com um chapéu militar

Ao caminharmos sob uma grande arcada do Registão, próxima do minarete de Kalyan, um muezzin faz ecoar novo chamamento para a oração.

Como Ir

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Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio - Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Morione romano em tricycle, festival moriones, Marinduque, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
Moradoras conversam numa das entradas da grande mesquita de Zomba
Cidades
Zomba, Malawi

A Capital Colonial, Inaugural do Malawi

Os britânicos desenvolveram Zomba como capital dos seus territórios às margens do Lago Niassa. De 1964 a 1974, o Malawi independente estendeu-lhe o protagonismo. Com a despromoção para Lilongwe do ano seguinte, Zomba tornou-se uma cidade com arquitectura colonial prodigiosa e cenários deslumbrantes no sopé do planalto epónimo.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Em Viagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Promessa?
Étnico
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
História
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé
Ilhas
Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte

Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.
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Inverno Branco
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Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
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Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
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De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
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Outono
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
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La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Kente Festival Agotime, Gana, ouro
Sociedade
Kumasi a Kpetoe, Gana

Uma Viagem-Celebração da Moda Tradicional Ganesa

Após algum tempo na grande capital ganesa ashanti cruzamos o país até junto à fronteira com o Togo. Os motivos para esta longa travessia foram os do kente, um tecido de tal maneira reverenciado no Gana que diversos chefes tribais lhe dedicam todos os anos um faustoso festival.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.