Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá


Vastidão da Zambézia
Vista do relevo da Zambézia, duma encosta dos Montes Namuli
Cinema Gurué
Trânsito em volta do velho cinema Gurué
Linha de Motoboys
Motoboys a postos, no centro de Gurué
Peregrinos
Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué
Apanha do chá
Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4
Chazeira de Moçambique
Uma das unidades de produção de chá activas de Gurué
A Equipa do IPIS
A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes
Em plena apanha
Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4
Caminho do chá
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
O Centro de Gurué
A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema
O Chá Apanhado
Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4
Chá aos Cestos
Cestos de chá recém-apanhado.
Monte Murresse
Monte Murresse como visto de Gurué
Chá & Montes Namuli
Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué
Caminho do Chá II
Jovens mulheres percorrem um caminho que sulca uma plantação de chá
Socalcos na Encosta
Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué
Conversa na Loja
Moradoras de Gurué à conversa
Vastidão da Zambézia II
Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli
Família do restaurante-bar Arina
Sr.Valente, Dª Lídia e filha, no bar-restaurante da família
Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.

O seu a seu dono.

Temos a obrigação de sublinhar que o estímulo inicial para buscarmos o lugar tema deste artigo, como do que se seguirá, foram umas poucas cenas de magia e mistério a preto-e-branco do filme de Miguel Gomes “Tabu”.

Sentados numa das salas do velho cinema “King”, deslumbramo-nos com cenários montanhosos que, pela trama, se situavam numa das ex-colónias portuguesas de África.

Identificamo-los. Nos anos seguintes, planeamos duas viagens a Moçambique. Na primeira, com excepção para uma incursão à Gorongosa, percorremos a costa, de Maputo à ilha Ibo  com passagem por Inhambane e pelo Tofo.

Na segunda, já sem termos como resistir, usamos o comboio para ir da Beira até Tete e ao lado de lá do país. De Tete, cruzamos o Malawi numas horas, até chegarmos à cidade fronteiriça de Milange. Em Milange, ficamos com Gurué ao alcance.

Se percorrido de seguida e sem percalços, o trajecto entre Milange e Gurué faz-se em seis horas. Estávamos, no entanto, à mercê dos chapas moçambicanos.

Entre as esperas até que os proprietários conseguissem lotação esgotada e os tempos arrastados dos percursos Milange – Mocuba e Mocuba – Gurué, acumularam-se onze horas de viagem, no derradeiro trecho, por uma estrada esburacada até mais não.

Onze Horas Depois, a Chegada Nocturna

Sobre as dez da noite, por fim, o sôr Voador – assim conhecido cremos que por voar sobre os buracos sem que os pneus lhe rebentassem – deixa-nos à porta da Pensão Gurué. Tínhamos feito uma reserva telefónica prévia. Quando entramos, percebemos que a Pensão Gurué estava quase ao abandono, tomada por insectos rastejantes.

Deixamos as malas. Saímos para o único lugar em que o segurança da pensão nos disse que ainda poderíamos jantar. Damos com o restaurante-bar “Arina” em modo festivo, com música alta e convivas a celebrar o fim da semana de trabalho.

Ao balcão, o sr. Valério saúda-nos e dá-nos esperança: ” a minha mulher já fechou a cozinha. Vou ver se ela vos faz qualquer coisa.” A Dª Lídia anui. Foi a primeira de todas as refeições a sério que tivemos, em Gurué.

O sr. Valério fala-nos de uma pousada logo ao lado. Quando a espreitamos, parece-nos uma solução mochileira bem mais condigna e confortável. Findo o jantar, mudamo-nos para lá. Por fim, temos a recompensa de um sono tranquilo e duradouro.

Despertamos para um sol tropical radiante. Subimos a escadaria da pousada, em modo de reconhecimento diurno. Caminhamos na direcção da rotunda que faz do cerne da povoação.

O velho cinema Gurué que encerra a praça a leste cheira a pipocas.

Trânsito em volta do velho cinema Gurué

Trânsito em volta do velho cinema Gurué

Subimos um piso.

A Deambulação Inaugural pela Cidade

Do quase cimo do edifício, admiramos a rotunda e a artéria principal de Gurué, também estrada nacional N103, que vemos percorrida por um trânsito sortido e barulhento.

À imagem do cinema e da pensão, quase todos os edifícios deixados pelos portugueses estão gastos.

Outros, supostos restaurantes e pousadas, revelam um desleixo condizente com a ausência generalizada de estrangeiros a turistar agravada pela recente pandemia. Nos dias que passámos em Gurué, éramos os únicos.

Negócios de vários tipos preenchem os lados da via. Uns poucos mini-mercados e lojas geridas por famílias paquistanesas e chinesas.

Mais afastada da rotunda, a via transforma-se num verdadeiro mercado africano, animado por lojinhas e por bancas de beira da estrada.

A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema

A rua principal de Gurué, vista do 1º Piso do cinema

Regressamos ao âmago da povoação. Temos a missão de recarregar os dados de Internet. Fazêmo-lo numa agência Movitel tão quente e abafada que também nos serve de sauna.

Cruzamos o Jardim Municipal. No extremo oposto, chama-nos a atenção uma capela de arquitectura aventurosa.

Parece atrair uma nuvem que a evaporação intensa fazia expandir.

A Visão Inaugural de um Monte Namuli e o Dia-a-Dia de Gurué

De lá, sem o esperarmos, temos o primeiro vislumbre de um dos montes Namuli, o Murresse, com o seu cume arredondado destacado e coberto de um estranho verde musgoso.

Poderia ser aquele o Monte Tabu do “Tabu” de Miguel Gomes.­­

Monte Murresse como visto de Gurué

Monte Murresse, visto de Gurué

Do nada, uma congregação de peregrinos deixa a capela.

Uma crente, de sua graça Celestina, dá-nos as boas-vindas.

Pergunta-nos se somos católicos, se a eles nos queremos juntar. Escusamo-nos com o plano de deambularmos pela cidade.

Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué

Grupo de peregrinos deixam a capela de Gurué

Volta a passar por ali a N103.

Ao longo do Hospital Rural de Gurué, a via aloja uma extensão do mercado dedicada às frutas e vegetais.

Motoboys alinhados, mas concorrentes, controlam-na de olho nos potenciais clientes.

Motoboys a postos, no centro de Gurué

Motoboys a postos, no centro de Gurué

Nas imediações, convivemos com a equipa de futebol feminino do Instituto Politécnico (Ipis), recém-equipada de amarelo e que se prepara para um confronto com as Artes, a disputar ali em redor.

A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes

A equipa feminina do IPIS, a momentos de partir para um desafio contra as Artes

Malgrado alguma decadência visual dos seus edifícios e da arquitectura colonial, Gurué acolhe sérios trunfos evolutivos.

Além do IPIS, coexistem os polos da Universidade Católica de Moçambique e o Instituto Dom Bosco, incumbidos de formar as próximas gerações moçambicanas, de entre os quase 300.000 habitantes do distrito e os que se mudam de terras nem sempre próximas da Zambézia.

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Vista do relevo da Zambézia, visto duma encosta dos Montes Namuli

Num Moçambique ainda refém da ideologista marxista e da sua corrupção pós-marxista, as oportunidades escasseiam.

Da Fundação a um Domínio Produtivo do Chá

Serão mais que as que os portugueses lhes tinham previstas, num regime colonial em que o trabalho dos negros pouco ou nada era remunerado, em que a formação, a liderança e a prosperidade estavam reservadas aos brancos.

Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4

Cestos de chá e os trabalhadores que os apanharam numa estação da UP4

Foram os portugueses que fundaram a Gurué não tribal, durante o século XIX. Certas teorias defendem que a baptizaram com a adaptação do dialecto local lomué (macua ocidental) para javali ou, então, de ikurué, traduzível como poderoso.

Uma outra, bem díspar, é a evocada pela escritora moçambicana Paulina Chiziane. Inspirou, aliás, a sua obra “o Alegre Canto da Perdiz”.

Paulina Chiziane relembra que, na mitologia do povo lomué, os Montes Namuli – que são considerados o Éden Africano e o berço da humanidade – nasceram do ovo de uma perdiz.  Já Gurué, a cidade, terá recebido a inspiração mitológica para o seu nome do canto da perdiz, que canta “curué, curué, curué” ou “gurué, gurué, gurué”.

Ora o chá chegou à cidade, pouco depois da sua fundação colonial.

Na senda do que os rivais britânicos já faziam a oeste do maciço de Malange (actual Malawi) e que, desde 1914, a Empresa Agrícola de Lugela e a Sociedade de Chá Oriental transpunham para o distrito de Milange, as autoridades ofereceram terras no sopé dos Montes Namuli.

Estimularam portugueses endinheirados a lá gerarem as grandes plantações moçambicanas de chá.

Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué

Vista aérea das plantações de chá acima da UP4 de Gurué

A partir de 1930, a Companhia da Zambézia, a SDZ Chá, a Chá Moçambique, a Chá Gurué e as Plantações Manuel Saraiva Junqueiro, todas possuíam sedes em Gurué. Enriqueciam com a produção e comercialização de chás que conquistaram prestígio internacional.

Foram os casos do Licungo, do Gurúè, do Sto António e do Monte Branco Junqueiro, exportados para o Reino Unido, os Estados Unidos e o Canadá.

Na década de 40, os barões portugueses do chá serviam a presença, em Gurué, de mais de trezentos familiares, amigos, colegas e assalariados.

O chá dava trabalho a milhares de nativos de Gurué, de Lugela e de Ile.

Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4

Apanhadores de chá trabalham numa plantação junto à UP4

Suscitava lucros que financiaram novos lares, infra-estruturas e outros investimentos agrícolas. Não tarda, até mesmo de uns poucos luxos, caso do cinema, erguido em 1950.

Por forma a resolver a interioridade da povoação, os Transportes Aéreos da Zambézia asseguraram voos para Nampula e Quelimane, a capital da província.

Em 1960, a Zambézia, com óbvia concentração em Gurué, detinha uma das mais amplas áreas de chá do Hemisfério Sul e produzia em redor de 20 mil toneladas anuais.

O chá, a par do caju e do algodão, tornou-se uma das principais exportações moçambicanas.

Cestos de chá recém-apanhado.

Cestos de chá recém-apanhado.

O Re-baptismo Colonial como Vila Junqueiro

Um dos impulsionadores deste crescimento foi Manuel Saraiva Junqueiro, proprietário da SDZ, Sociedade de Desenvolvimento da Zambézia e, assim ditou o destino no final da década de 50, vítima mortal de um acidente de aviação.

Em sua homenagem, em Outubro 1959, as autoridades rebaptizaram Gurué de Vila Junqueiro. Este nome só foi usado no papel. Entre as gentes, prevaleceu, como prevalece, Gurué.

Malgrado as guerras e a independência moçambicana, a história e a génese lusa estão longe de apagar. Prosseguimos EN103 abaixo. Passamos pelo Paço Episcopal da Diocese de Gurué.

Pouco depois, damos com duas estações de serviço.

A segunda é uma GALP.

Registada como de Manuel Ferreira & Filhos, uma das famílias portuguesas que se manteve em Gurué. Sem surpresa, frequentam a sua loja de conveniência uns poucos portugueses com funções na cidade e na Zambézia. Também lá nos abastecemos de víveres e improvisamos quase-refeições.

Fazemo-lo, por exemplo, antes da incursão inaugural às plantações de chá circundantes. A primeira de várias que contaremos no complemento deste artigo.

 

COMO IR

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Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ilha de Moçambique, Moçambique  

A Ilha de Ali Musa Bin Bique. Perdão, de Moçambique

Com a chegada de Vasco da Gama ao extremo sudeste de África, os portugueses tomaram uma ilha antes governada por um emir árabe a quem acabaram por adulterar o nome. O emir perdeu o território e o cargo. Moçambique - o nome moldado - perdura na ilha resplandecente em que tudo começou e também baptizou a nação que a colonização lusa acabou por formar.
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Pemba, Moçambique

De Porto Amélia ao Porto de Abrigo de Moçambique

Em Julho de 2017, visitámos Pemba. Dois meses depois, deu-se o primeiro ataque a Mocímboa da Praia. Nem então nos atrevemos a imaginar que a capital tropical e solarenga de Cabo Delgado se tornaria a salvação de milhares de moçambicanos em fuga de um jihadismo aterrorizador.
Ilha de Goa, Ilha de Moçambique, Moçambique

A Ilha que Ilumina a de Moçambique

A pequena ilha de Goa sustenta um farol já secular à entrada da Baía de Mossuril. A sua torre listada sinaliza a primeira escala de um périplo de dhow deslumbrante em redor da velha Ilha de Moçambique.

Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Tofo, Moçambique

Entre o Tofo e o Tofinho por um Litoral em Crescendo

Os 22km entre a cidade de Inhambane e a costa revelam-nos uma imensidão de manguezais e coqueirais, aqui e ali, salpicados de cubatas. A chegada ao Tofo, um cordão de dunas acima de um oceano Índico sedutor e uma povoação humilde em que o modo de vida local há muito se ajusta para acolher vagas de forasteiros deslumbrados.
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Inhambane, Moçambique

A Capital Vigente de uma Terra de Boa Gente

Ficou para a história que um acolhimento generoso assim fez Vasco da Gama elogiar a região. De 1731 em diante, os portugueses desenvolveram Inhambane, até 1975, ano em que a legaram aos moçambicanos. A cidade mantém-se o cerne urbano e histórico de uma das províncias mais reverenciadas de Moçambique.
Gurué, Moçambique, Parte 2

Em Gurué, entre Encostas de Chá

Após um reconhecimento inicial de Gurué, chega a hora do chá em redor. Em dias sucessivos, partimos do centro da cidade à descoberta das plantações nos sopés e vertentes dos montes Namuli. Menos vastas que até à independência de Moçambique e à debandada dos portugueses, adornam alguns dos cenários mais grandiosos da Zambézia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil
Cidades
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
fogon de Lola, comida rica, Costa Rica, Guapiles
Comida
Fogón de Lola, Costa Rica

O Sabor a Costa Rica de El Fogón de Lola

Como o nome deixa perceber, o Fogón de Lola de Guapiles serve pratos confeccionados ao fogão e ao forno, segundo tradição familiar costarricense. Em particular, a família da Tia Lola.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cultura
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Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
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Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Étnico
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

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A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
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A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
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A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

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Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Uma espécie de portal
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A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Vida Selvagem
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.