Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão


Panorâmica do Registão
Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara
Atalho Coberto
Pedestres percorrem uma arcada do Registão.
Cores da Antiga Rep. Soviética do Uzbequistão
Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão
Chor Minor
Os minaretes do Chor Minor
Artesanato em Estanho I
Artesão trabalha uma folha de estanho.
Artesanato em Estanho II
Artesão trabalha uma folha de estanho.
Ao Pormenor
Mulher analisa joias
Diálogo Desnivelado
Fiéis conversam junto a uma fachada do Registão.
Arquitectura Ogival
Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.
Ocaso em Bukhara
Sol põe-se a ocidente de Bukhara.
Coreografia Velada
Dançarinas com as cabeças cobertas por véus.
Rota Lada
Ladas passam em frente de uma fachada do Registão.
Dançarinas
Dançarinas uzbeques em trajes tradicionais
A Fortaleza Ark
Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.
Muçulmano Uzbeque
Fiel muçulmano, com visual Uzbeque.
Cartada
Homens convivem a jogar as cartas
Lojas Atapetadas
Tapetes expostos em lojas de Bukhara.
Missão Cumprida
Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.
Xadrês Uzbeque
Homens de Bukhara defrontam-se ao xadrêz
Oração Recôndita
Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani
Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.

Desde as nove da manhã que cruzamos a aridez de Kyzyl Kum, no primeiro terço do percurso, com o Turquemenistão iminente, a sul.

A via uzbeque que sulca o deserto pouco passa de um projecto de estrada. Só quase às cinco da tarde cumprimos os 450km que separam Khiva de Bukhara, duas das grandes urbes históricas da Ásia Central.

No tempo que levamos a dar entrada no hotel e nos refazermos do castigo rodoviário, o sol começa a assentar e a dourar a cidade, já de si, amarelada da pedra calcária milenar que a sustém.

Sol põe-se a ocidente de Bukhara.

Sol põe-se a ocidente de Bukhara.

Em Busca do Registão de Bukhara

Estamos a umas centenas de passos do Registão, o antigo cerne pulsante da cidade, praça pública, lugar do mercado e até das execuções de criminosos.

Em sua busca, por uma rua pavimentada de ladrilhos cinzentos, cumprimentamos dois jovens adversários.

Miúdos confrontam-se numa partida de gamão

Miúdos confrontam-se numa partida de gamão

Confrontam-se em sucessivas partidas de gamão, numa caixa-tabuleiro aberta.

Mal sentados, os miúdos jogam sobre um conjunto de tapetes tradicionais, escarlates e negros, com padrões geométricos comparáveis a tantos outros que não tardamos a detectar.

Damos com uma fachada lateral da grande praça. Logo, com a sua frente.

Preenchem a fachada da madraça Mir-i-Arab doze arcos ladrilhados, em ogiva, que remetem para uma ogiva integral que serve de pórtico central.

Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.

Pormenor de um pórtico do Registão de Bukhara.

Trabalhado e colorido ao mais ínfimo pormenor, também este pórtico contem nichos ogivais, um padrão geométrico privilegiado e prevalecente na arquitectura islâmica da Ásia Central.

O crepúsculo rapta o amarelo-torrado dominante e o azul-turquesa das cúpulas da madraça e da mesquita Kalyan oposta.

Silhuetas num pórtico do Registão de Bukhara.

Silhuetas num pórtico do Registão de Bukhara.

Aos poucos, o domínio das silhuetas cede a um outro, tão ou menos efémero.

Uma luz artificial de um amarelo dramático que emana do interior dos pórticos ofusca o azul-celeste em declínio. Aos poucos, vai revelando as estrelas e planetas estudados por Ulugh Beg, a partir do seu observatório de Samarcanda.

Luzes artificiais dão novas cores ao Registão de Bukhara.

Luzes artificiais dão novas cores ao Registão de Bukhara.

O Minarete Kalyan, as Mesquitas e Madraças do Registão

Faz destacar, como foguetão de outro tempo, a estrutura sobranceira e mais antiga do Registão.

O minarete Kalyan data do século XII.

É vários séculos prévio aos restantes edifícios. Com quase 50 metros de altura, destaca-se bem acima do restante complexo.

Vê-se de grandes distâncias na planura desértica em redor, como um farol administrativo e religioso que os súbditos e os fiéis se habituaram a louvar. E, por motivos justificados, a temer.

Durante um largo período, as autoridades régias te-lo-ão usado como meio de execução. Limitavam-se a atirar, do cimo, os condenados pelos crimes mais graves.

Minarete de Kalyan, antes conhecido como Torre da Morte.

Minarete de Kalyan, antes conhecido como Torre da Morte.

Por ser demasiado alto para potenciar o chamamento para as orações dos muezzins, o minarete Kalyan manteve funções duplas de observação e cumprimento de pena capital.

Chegou a ser conhecido como a Torre da Morte.

Concede-nos o último vislumbre do Registão antes de recolhermos, para jantar, numa loja de tecidos e tapetes tradicionais, versátil o suficiente, para servir refeições.

Tapetes expostos em lojas de Bukhara.

Tapetes expostos em lojas de Bukhara.

Lá recuperamos energias a saborearmos pratos uzbeques. Lá aprendemos que os tecidos bordados à mão, por norma, como toalhas de mesa ou colchas de cama, se denominam Susanne.

Como sempre nesse périplo pelo Uzbequistão, temos a companhia de Ravshan, o condutor, e de Nilufar, uma jovem guia. Nilufar explica-nos isso e muito mais.

Já há quase uma semana a acompanhar-nos, também desabafa que ela e a sua família são dali, de Bukhara. Sente falta de os ver.

Só que os pais vivem a mais de 40km. “Tenho pena, mas não vou conseguir.” remata assim a frustração, pouco antes de encerrarmos o repasto e recolhermos ao abrigo do hotel.

Os minaretes do Chor Minor

Os minaretes do Chor Minor

Novo Dia em Bukhara. À Descoberta da Cidade Milenar

Na manhã seguinte, Nilufar dá início à sua volta explanatória de Bukhara. Do minarete supremo da cidade, avançamos até à quadra de torres de Chor Minor, um edifício de traça de mesquita única, em Bukhara.

Foi erguido já no início do século XIX como parte duma antiga madraça, entretanto destruída.

Das suas quatro torres, três serviram para armazenamento de mantimentos. A restante, continha uma escada que conduzia ao piso superior.

Em 1995, devido à acção de um lençol subterrâneo, uma delas desabou e, por causa do desequilíbrio estrutural gerado, o próprio Chor Minor entrou em risco de colapso.

O dano foi reparado. Ainda assim, o estranho edifício, mandado erguer por um morador da cidade de origem turcomena, com funções de liturgia e de abrigo, permanecia encerrado.

Pintor retoca pintura do monumento Chor Minor.

Pintor retoca pintura do monumento Chor Minor.

Limitamo-nos a apreciá-lo do pátio que se estende em frente, onde, à sombra de uma árvore baixa, um artista dava derradeiros retoques num quadro que fazia do monumento e do seu reduto bem mais verdejante que como a realidade o pintava.

O Mausoléu Ismail Samani e Mesquita de Bolo Khauz

Por indicação de Nilufar, dali, progredimos para um dos mausoléus reverenciados e pioneiros de toda a Ásia Central, o de Ismail Samani.

Como o nome deixa antever, foi mandado edificar por Ismail, no século X, como lugar de sepulcro dos reis Samanidas que o sucederam.

No interior abafado, uma família ora, sentada a um canto.

Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani

Fiéis oram a um canto do mausoléu de Ismail Samani

Nilufar sussurra-nos o que tem a explicar. Após o que passamos para a mesquita Bolo-Khauz.

Depressa a percebemos distinta das demais, bem demarcada pelas colunas de madeira que sustêm a pala no topo da sua fachada e pelo lago (khauz) arredondado na frente.

À entrada, artesãos trabalham em artesanato de estanho, compenetrados na minúcia das linhas dos monumentos de Bukhara que sulcam nas placas de metal.

Artesão trabalha uma folha de estanho.

Artesão trabalha uma folha de estanho.

Uns poucos fiéis rezam na sala de preces da mesquita, sob um novo jogo de grandes ogivas e ogivas menores que delimitam e decoram aquilo a que nos atreveríamos a chamar um peculiar altar islâmico.

Um Comércio Excêntrico de Joias e Relíquias Soviéticas

O dia já ia longo. O calor voltava a apertar. Obrigamo-nos a uma longa pausa para almoço. O restaurante fica junto a um complexo comercial.

Lá testemunhamos uma inesperada azáfama, sobretudo, de venda de jóias com pedras preciosas.

Uma mulher aprecia-as, dispostas sobre mostradores de veludo, com recurso a pequenas lupas reveladoras.

Duas potenciais compradoras em trajes nada islâmicos, conversam com um dono de negócio.

Atrás deste trio, insinua-se um estranho póster, com uma imagem do ritual hajj de Meca, sob o nome, em alfabeto cirílico, da sua joalharia.

Vendedor de joias conversa com duas mulheres.

Vendedor de joias conversa com duas mulheres.

Continuamos a por ali dar com preciosidades.

Um outro comerciante exibe toda uma panóplia de relíquias da era soviética do actual Uzbequistão, medalhas, pósteres de generais e líderes políticos.

Fotografia numa loja repleta de relíquias soviéticas.

Fotografia numa loja repleta de relíquias soviéticas.

Mesmo se menor a sua imagem que outras, lá se destaca a de Vladimir Lenine, um dos mentores ideólogos e políticos da formação da U.R.S.S.

Convicto de que nos aliciaria a comprar, o vendedor desfralda uma bandeira vermelha, com uma faixa azul central e uma foice e martelo acima.

Vistoso como se provava, o estandarte só traduzia 67 anos da incrível antiguidade de Bukhara.

Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão

Vendedor exibe bandeira antiga da República Socialista Soviética do Uzbequistão

As Sucessivas Metamorfoses de Bukhara

Bukhara evoluiu como cidade, estima-se que desde há mais de dois milénios.

A partir do século II a.C., integrou um dos principais itinerários da Rota da Seda que contribuíram para levar o Budismo ao oásis em que se situava.

A expansão do Budismo e, em menor escala, do Zoroastrismo, entre, pelo menos, o século I a.C. e o VII d.C. foi abruptamente interrompida pela invasão árabe do ano 709 d.C e pela promoção da cidade a capital dos canatos de influência Pérsia Samanida, Caracânida e Corásmio.

Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara

Vista panorâmica do centro histórico de Bukhara

Interrompeu, por sua vez, esta nova direcção árabe, em 1220, a invasão Mongol de Ghengis Khan a que se seguiu a incorporação no império turco-mongol timurida, até 1405.

Por fim, Bukhara e o oásis em redor integraram um trio de canatos (reinos) uzbeques que a administraram de forma prolífica e a dotaram de boa parte dos monumentos religiosos que lá subsistem, incluindo os minaretes que definem o seu horizonte tão peculiar.

Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.

Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.

Em 1870, o Império Russo em forte expansão submeteu estes canatos.

Chegamos a 1917 e à Revolução Russa.

Bukhara e a Actual Fusão entre o Islamismo e a Herança Soviética

Assentes na recém-emergida etnicidade Uzbeque, os antigos canatos ajustaram-se à República Socialista Soviética do Uzbequistão de que o vendedor nos exibia a bandeira.

E que os Bolcheviques e sucessores soviéticos inundaram de marxismo-comunismo, de ateísmo e tantos outros dogmas e elementos culturais e políticos incompatíveis com o Islamismo.

Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.

Mulher passa em frente à fortaleza Ark de Bukhara.

Contornamos a milenar Ark, uma fortaleza completada no século V d.C., usada como um subdomínio régio de Bukhara pelos vários monarcas que controlaram a região, até à incorporação na Rússia e na U.R.S.S.

Nesse cirandar, quatro homens carregam mobiliário sobre o tejadilho de um Lada Vaz-2101.

Sobre umaverdadeira caixa motorizada, apenas um de milhares de exemplares que provam o quanto – trinta e três anos após a ruptura da U.R.S.S. e a Independência do Uzbequistão – perdura, em Bukhara, a mecânica e a herança soviética.

Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.

Homens de Bukhara logo após terem carregado mobília sobre um velho Lada.

Um segundo vendedor de relíquias coloca um chapéu de pala de um qualquer oficial do Exército Vermelho para ali destacado.

Para nos reter, emula um discurso militar em russo.

Vendedor de relíquias soviéticas com um chapéu militar

Vendedor de relíquias soviéticas com um chapéu militar

Ao caminharmos sob uma grande arcada do Registão, próxima do minarete de Kalyan, um muezzin faz ecoar novo chamamento para a oração.

Como Ir

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Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Usbequistão

Viagem Pelo Pseudo-Alcatrão do Usbequistão

Os séculos passaram. As velhas e degradadas estradas soviéticas sulcam os desertos e oásis antes atravessados pelas caravanas da Rota da Seda. Sujeitos ao seu jugo durante uma semana, vivemos cada paragem e incursão nos lugares e cenários usbeques como recompensas rodoviárias históricas.
Table Mountain, África do Sul

À Mesa do Adamastor

Dos tempos primordiais das Descobertas à actualidade, a Montanha da Mesa sempre se destacou acima da imensidão sul-africana e dos oceanos em redor. Os séculos passaram e a Cidade do Cabo expandiu-se a seus pés. Tanto os capetonians como os forasteiros de visita se habituaram a contemplar, a ascender e a venerar esta meseta imponente e mítica.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Ketchikan, Alasca

Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
El Tatio, Chile

Géiseres El Tatio - Entre o Gelo e o Calor do Atacama

Envolto de vulcões supremos, o campo geotermal de El Tatio, no Deserto de Atacama surge como uma miragem dantesca de enxofre e vapor a uns gélidos 4200 m de altitude. Os seus géiseres e fumarolas atraem hordas de viajantes.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Competição do Alaskan Lumberjack Show, Ketchikan, Alasca, EUA
Arquitectura & Design
Ketchikan, Alasca

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Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
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Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Comida
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Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
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No Cenário Quase Ideal de Bollywood

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Uma nação e milhares de famílias foram divididas pelo armistício na Guerra da Coreia. Hoje, enquanto turistas curiosos visitam a DMZ, várias das fugas dos oprimidos norte-coreanos terminam em tragédia
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Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
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Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.