PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote


Vegetação Resilientes
Arbustos desenvolvem-se apesar da aridez do solo do PN Timanfaya.
Caldera del Corazoncillo
Uma de muitas dezenas de crateras e caldeiras que salpicam o sudoeste de Lanzarote do PN Timanfaya.
Echadero de los Camellos
Dromedários prontos para carregar visitantes no Echadero de los Camellos do PN Timanfaya.
Combustão Imediata
Arbusto entra em combustão em poucos segundos, devido à temperatura elevada abaixo do solo do Islote de Hilário.
O Pouso Preferido
Par de corvos domina o cimo da Montaña Rajada.
El Diablo e o ciclista
Ciclista faz uma pausa na volta à vista de "El Diablo" o símbolo do PN Timanfaya criado por César Manrique.
El Diablo
O símbolo "El Diablo" do PN Timanfaya, criado pelo artista de Lanzarote, César Manrique.
Meandros entre Lava
Meandros da estrada do PN Timanfaya, entre dois paredões de lava.
Fatah e os seus Dromedários
O marroquino Fatah, cuidador e condutor dos dromedários que transportam os visitantes do PN Timanfaya.
Géiser Provocado
Trabalhador do PN Timanfaya despeja um balde de água num tubo que liga ao subsólo e gera de imediato um géiser.
Lava Encordoada
Um sector de lava encordoada destaca-se da vastidão coberta de lava do PN Timanfaya.
Manto de la Virgen
Um dos vários hornitos do parque, chamado Manto de la Virgen pelos habitantes da zona.
A grande recta de Lava
Uma longa recta ondulada pela base de lava liga o casario de Yaiza e Uga à entrada do PN Timanfaya.
Grill do Restaurante El Diablo
Cozinheiro do restaurante El Diablo grelha comida sobre uma chaminé natural do Islote el Hilário.
Dromedários da Rotunda de Los Camellos
Estátuas de dromedários erguidas numa rotunda nas imediações de Yaiza, em homenagem a estes animais que há muito ajudam os habitantes de Lanzarote.
Vinhedos lávicos
Muros redondos delimitam áreas de plantação agora no interior do PN Timanfaya.
O Mar de Lavas
Um leito deixado pelo fluir da lava sulca a planície rugosa e repleta de crateras do Mar de Lavas.
Edifício Centro Islote de Hilário
O edifício concebido por César Manrique e que mal se consegue distinguir do Islote de Hilário.
O Mar de la Tranquilidad
As ondas geológicas do Mar de la Tranquilidad, alaranjado pela concentração de bagacina.
Velhas Crateras
Crateras colapsadas do Mar de Lavas.
Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.

Tínhamos aterrado pela primeira vez em Lanzarote, dois dias antes. Não seria a última.

Quando nos aproximamos de Uga, a visão inesperada de uma colónia de dromedários destacada da rotunda que antecede a povoação surpreende-nos.

Percorremos toda a orla sul do casario branco da aldeia. Após o que nos vemos entre o de Uga e o da vizinha Yaiza.

Uma vez mais, ficamos à porta do pueblo. O rumo certo ditou-nos uma mudança drástica de direcção.

Daí, em diante, com as montanhas amareladas pelas costas, apontados ao norte de Lanzarote, entramos num vasto domínio de terra áspera e negra.

A recta por que nele nos embrenhamos ondula e sacode-nos consoante os caprichos do molde lávico em que assenta.

Uns poucos quilómetros depois, a crueza do panorama dantesco apoderava-se de tal maneira das nossas mentes que nelas já não cabia o espanto recente causado pelos camelos de pedra.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, rotunda de los Camellos

Estátuas de dromedários erguidas numa rotunda nas imediações de Yaiza, em homenagem a estes animais que há muito ajudam os habitantes de Lanzarote.

A História Secular dos Dromedários, os Tractores de Lanzarote

Os dromedários chegaram às Canárias com as primeiras incursões dos conquistadores e colonos do arquipélago ao continente africano, durante o século XV.

Confrontados com a falta de outros animais de tracção, os colonos importaram estes camelídeos, sobretudo do litoral oeste da velha Berbéria, hoje marroquino.

Diz-se que, com frequência, os animais eram rebocados em vez de trazidos a bordo. As embarcações em que era suposto serem transportados revelavam-se demasiado instáveis para suportarem o peso de dezenas de espécimes em constante movimento.

Tivessem sido camelos, dromedários ou ambos, os espécimes vivos que, às tantas, vislumbramos estacionados à esquerda da estrada desempenham, hoje, uma nova função: carregar os visitantes do PN Timanfaya sobre as suas bossas, numa curta volta entre as montanhas e crateras de fogo que dotam os mais de 50km2 do sudoeste da ilha.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Echadero de los Camellos

Dromedários prontos para carregar visitantes no Echadero de los Camellos do PN Timanfaya.

Encostamos junto ao echadero de los camellos. Asseguradas algumas fotos, ficamos à conversa com Fatah, o também condutor dos animais, dromedários diga-se de passagem. “Olhem, comecei por vir para cá trabalhar uns tempos e acabei por me mudar de vez de Marrocos.

O trabalho aqui era garantido. Mais tarde, pude trazer a família. Agora temos uma vida privilegiada.” conta-nos enquanto ajusta as correntes descaídas de um dromedário sonolento.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Fatah e os seus dromedários

O marroquino Fatah, cuidador e condutor dos dromedários que transportam os visitantes do PN Timanfaya.

Rumo ao Âmago Vulcânico do PN Timanfaya

Logo, retomamos o trajecto para a entrada do PN Timanfaya. Durante uns quilómetros adicionais, dunas e vertentes inclinadas de montes obstruem-nos a vista à esquerda da via.

Do outro lado, por contraste, a imensidão corrosiva de lava fazia resplandecer o avermelhado da primeira caldeira que distinguimos naquela enxurrada vulcânica, a Caldera del Coranzoncillo.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Caldera del Corazoncillo

Uma de muitas dezenas de crateras e caldeiras que salpicam o sudoeste de Lanzarote do PN Timanfaya.

Prosseguimos, até darmos de caras com El Diablo, a estátua-símbolo que César Manrique, o artista omnipresente em Lanzarote, criou como identidade do parque.

Nessa viagem inaugural a Lanzarote, submetemo-nos ao programa seguido pela grande maioria dos visitantes do PN Timanfaya.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, El Diablo

O símbolo “El Diablo” do PN Timanfaya, criado pelo artista de Lanzarote, César Manrique.

Avançamos até ao Islote de Hilário, já antes conhecido por Tinecheide (montanha do Inferno), o termo usado pelos nativos majos de Lanzarote, os mesmos autores de timanfaya (montanhas de fogo).

O Refúgio e Base Operacional do Islote de Hilário

Ditou a localização do Islote de Hilário que servisse de centro operacional do parque nacional, de seu parque de estacionamento, restaurante, loja de recordações e ponto de partida para as voltas regulares de autocarro por entre as ditas montanhas de fogo.

Pois, apesar de maravilhados com a exuberância geológica de Timanfaya, terminamos a volta como todo e qualquer fotógrafo se sentiria: frustrados.

Mesmo se a gentileza e compreensão do condutor nos permitiu umas fotos extra-programa, sempre que nos abria a porta do autocarro em lugares especiais.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, vinhedos sobre lava

Muros redondos delimitam áreas de plantação agora no interior do PN Timanfaya.

Um ano e pouco depois, regressamos a Lanzarote e ao PN Timanfaya. Desta feita, preparados.

Conseguimos pré-autorizar um trajecto de carro monitorizado por um fiscal do parque. Conduz-nos Eva Acero, uma guia galega radicada em Lanzarote.

Com Eva ao volante, pudemos deter o carro onde desejámos e fotografámos de janelas abertas, num itinerário mais abrangente que o do autocarro e que contemplou uma paragem no Miradouro da Montaña Rajada (350m).

Montaña Rajada e o Panorama Extraterrestre do Mar de Lavas.

Ali, mesmo alertados pela nossa aparição, dois corvos recusam-se a descolar do pouso de lava de que nos vigiam. Chegamos ao muro de pedra que separa o alto do miradouro da falésia rochosa logo abaixo e de uma das extensões vulcânicas quase inverosímeis do PN Timanfaya.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, duo de Corvos

Par de corvos domina o cimo da Montaña Rajada.

Tal como os corvos se tinham habituado a contemplar, desvendamos a planície rugosa do Mar de Lavas, esventrada por um sulco sinuoso aberto pelo fluir da lava em busca do Atlântico.

Alinhadas com este sulco, destacavam-se as crateras da Montaña Encantada, a de Pedro Perico e de Halcones. Mais para sul, víamos ainda a Maria Hernández.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Vista da montaña rajada, mar-de-lavas

Um leito deixado pelo fluir da lava sulca a planície rugosa e repleta de crateras do Mar de Lavas.

Este conjunto de crateras colapsadas sobre si formava um panorama que o fundo oceânico azulava de dramatismo. De tal maneira extraterrestre que nos ajudou a compreender o porquê de a NASA ter usado imagens de Timanfaya durante os treinos dos astronautas da Apollo 17, a 6ª e derradeira missão tripulada a alunar, em Dezembro de 1972.

Subjugamo-nos à autoridade do parque. Regressamos ao sopé da Montaña Rajada e ao trecho do Camiño Pista Rural Ruta de Los Volcanes habitualmente percorrido pelo autocarro.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, estradinha do parque

Meandros da estrada do PN Timanfaya, entre dois paredões de lava.

Em Circuito Entre as Montanhas de Fogo de Timanfaya

Serpenteamos a sul do conjunto das Montañas del Fuego, a certo ponto sobranceiro, com vista para a estrada que nos conduziu à entrada do parque e para a Caldera del Corazoncillo, agora, com uma boa metade do seu interior exposto.

Devagar, devagarinho apreciamos as formas gentis e os tons requentados das escórias e da bagacina alaranjada do El Valle de la Tranquilidad.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Mar de la Tranquilidad

As ondas geológicas do Mar de la Tranquilidad, alaranjado pela concentração de bagacina.

Detêm-nos hornitos, pequenos fornos de que se destaca o Manto negro e algo fantasmagórico de La Virgen. E as entradas misteriosas para distintos túneis de lava, tratados em Lanzarote por jameos.

Prestamos ainda atenção a uma outra das centenas de plantas que encontraram forma de se desenvolver no ecossistema de lava, que ajudaram a justificar a criação do parque e contribuem para o estatuto UNESCO de Lanzarote de Reserva da Biosfera.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, arbustos

Arbustos desenvolvem-se apesar da aridez do solo do PN Timanfaya.

Por fim, bastante tempo após o previsto, já sobre a hora de almoço, o fiscal do parque consegue que regressemos à base logística do Islote de Hilário.

O Refúgio Gastronómico do Restaurante “El Diablo”

Ficamos entregues a Eva Acero e ao acolhimento do restaurante “El Diablo”, o coração gastronómico do PN Timanfaya, também ele concebido por César Manrique e pelo seu colaborador de longa data Jesús Soto.

Reparamos em vários pormenores da arquitectura e da decoração do estabelecimento, característicos da criatividade de Manrique, filho de Lanzarote para quem o respeito ambiental e pela Natureza única da ilha sempre conduziu o seu trabalho: o edifício que integrava o restaurante que, ao longe, mal se distinguia da plataforma de rocha em que assenta.

Os candeeiros em forma de frigideira. A grelha instalada sobre uma chaminé vulcânica que traz à superfície o calor geotérmico libertado pelo magma e, assim, permite cozinhar as especialidades da casa.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Grill do Restaurante El Diablo

Cozinheiro do restaurante El Diablo grelha comida sobre uma chaminé natural do Islote el Hilário.

E, claro está, o entorno de janela panorâmica de 360º que, nos permitia e aos restantes convivas devorarem os cenários enquanto saboreavam a refeição.

Comemos especialidades canárias. Seguidas de sobremesas fiéis ao fio vulcânico que nos orientava, uma delas um “volcán” de chocolate com recheio de Peta Zetas que nos explode na boca.

O Calor Geotérmico Logo Abaixo do Islote del Hilário

De regresso ao exterior, um ano e tal depois, voltamos a assistir ao mini-espectáculo ali repetido até à exaustão por funcionários do parque.

Um geiser provocado após despejarem água por uma abertura mesmo à frente da janela do restaurante. E a entrada em combustão de um arbusto colocado num buraco murado, a uns poucos metros do “géiser”.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, géiser provocado

Trabalhador do PN Timanfaya despeja um balde de água num tubo que liga ao subsólo e gera de imediato um géiser.

O fogo quase instantâneo só espanta os espectadores até que são informados das temperaturas registadas um pouco abaixo, 610ºC a meros 13 metros de profundidade.

Numa outra medição, a temperatura incrível de 277ºC a apenas 10cm abaixo do solo.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, combustão no Islote del Hilário

Arbusto entra em combustão em poucos segundos, devido à temperatura elevada abaixo do solo do Islote de Hilário.

Esta fornalha subterrânea impressiona, até porque subsiste em períodos de inactividade vulcânica. Mas, se comparada com o longo inferno na génese dos cenários do PN Timanfaya, não passa de um nada térmico.

1730 – 36 e o Cataclismo Vulcânico que Gerou o Domínio Extraterrestre do PN Timanfaya

Recuemos a Setembro de 1730. Lanzarote contava com três séculos de colonização europeia e uma população distribuída por diversas povoações.

Nessa altura, a resistência dos indígenas majos tinha sido há muito reprimida e a vida autónoma dos nativos quase erradicada. A principal preocupação dos colonos mantinha-se os ataques dos piratas berberes e dos corsários ao serviço da coroa britânica, caso de Sir Walter Raleigh.

Assim foi até que, como narrou o padre Lorenzo Curbelo, “no dia 1 de Setembro de 1730, entre as nove e as dez da noite, a terra se abriu em Timanfaya, a duas léguas de Yaiza…e uma enorme montanha se elevou do seio da terra.”

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote

Crateras colapsadas do Mar de Lavas.

Daí em diante e por seis anos, as erupções sucederam-se em distintas crateras do sudoeste da ilha, no que se confirmou um cataclismo vulcânico ímpar.

Calcula-se que cerca de dois mil milhões de metros cúbicos de lava e cinza tenham sido lançadas sobre o que antes eram terra arável e povoações, parte de torrentes que entraram pelo Atlântico e fizeram que Lanzarote se estendesse para sul e sudoeste.

Não se registaram vítimas humanas mas boa parte do gado pereceu vítima dos gases tóxicos. Com o tempo, quase metade dos habitantes da ilha viram-se forçados a partir. Lanzarote tornou-se mais inóspita do que já era.

A ilha recuperou. Já não as povoações soterradas, pelo menos o seu número de habitantes, nas últimas décadas, graças à intensificação do turismo em função da sua paisagem vulcânica e humanizada recém-formada.

PN Timanfaya, Montanhas de Fogo, Lanzarote, Lava Encordoada, estrada entre Yaiza e a entrada do Parque

Uma longa recta ondulada pela base de lava liga o casario de Yaiza e Uga à entrada do PN Timanfaya.

Ao fim do dia, de saída do parque, no regresso ao alojamento na costa leste, passamos por alguns dos mais recentes moradores.

Passada a entrada de Yaiza, antes de chegarmos à rotunda de los Camellos,

Fatah conduzia uma longa caravana dos seus dromedários, a caminho da granja em que passavam as noites enegrecidas pelo solo de lava de Lanzarote.

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Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Aula de surf, Waikiki, Oahu, Havai
Praias
Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

Décadas após o ataque a Pearl Harbor e da capitulação na 2ª Guerra Mundial, os japoneses voltaram ao Havai armados com milhões de dólares. Waikiki, o seu alvo predilecto, faz questão de se render.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Religião
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
A Toy Train story
Sobre Carris
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Walter Peak, Queenstown, Nova Zelandia
Sociedade
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Glaciar Meares
Vida Selvagem
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.