Nea Kameni, Santorini, Grécia

O Cerne Vulcânico de Santorini


Luzes Celestiais
Cruzeiro "Celestyal Crystal" ancorado ao largo de Nea Kameni.
Caminhada solitária
Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.
Bom tempo no Canal
Cruzeiro ancorado entre Nea Kameni e Santorini e o sopé de Thira, a capital de Santorini.
Entrada em Curva
Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.
Mergulho pouco ortodoxo
Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.
Por um canal de lava
Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.
Lava vs Casas
Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.
Visitante fotografa bandeira grega-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.
Pequenez
Visitante de Nea Kameni fotografa o casario no cimo da caldeira de Santorini.
Visitantes correm trilho acima-Nea Kameni-Santorini-Grécia
Jovens amigos correm pelo trilho de gravilha de Nea Kameni acima.
Tinham decorrido cerca de três milénios desde a erupção minóica que desintegrou a maior ilha-vulcão do Egeu. Os habitantes do cimo das falésias observaram terra emergir no centro da caldeira inundada. Nascia Nea Kameni, o coração fumegante de Santorini.

Despertamos pouco depois da aurora. Saímos para a varanda do camarote em que seguíamos curiosos quanto a onde nos tinha levado o “Celestyal Crystal” nessa noite.

Por muito que nos custasse a compreender, acima do inevitável Egeu azul-helénico víamos apenas parte de uma vertente de lava áspera e vetusta, negra na base, castanha-amarelada em certos retalhos cimeiros.

Cruzeiro Celestyal Crystal, Santorini, Grécia

Cruzeiro “Celestyal Crystal” ancorado ao largo de Nea Kameni.

A vista destoava da doca ou porto cercado de casario alvo em que nos tínhamos habituado a amarar. Intrigados, atravessamos para o bordo oposto do barco.

Do convés superior, à distância, vislumbramos por fim esse casario alvo. Partilhava o cimo de uma falésia imponente, num equilíbrio comunal que, mais que precário, nos parecia tresloucado.

Mesmo algo ensonados, acabamos por apurar o que por certo seria já óbvio para os passageiros madrugadores: o “Celestyal Crystal” tinha ancorado em plena caldeira de Thira. Salvo movimentações de última hora, a exploração de Santorini que se seguia irradiaria do seu quase meio geométrico e inóspito para as orlas habitadas. E, no entanto, seria por aquele mesmo núcleo de lava que a iríamos começar.

Transbordo da Visão à Realidade de Nea Kameni

Meia-hora depois, com o pequeno-almoço despachado, estávamos a postos para a nova missão. A excentricidade geomorfológica de Thira – é este o nome grego de Santorini – não tardou a fazer-se sentir. Vimo-nos forçados a um curto transbordo do “Celestyal Crystal”  para Skala, o porto antigo de Thira, situado na base da capital da ilha.

Ali, embarcamos num kaiki – barco  tradicional de Santorini – designado para a expedição. Instantes depois, zarpamos com o rumo oposto ao que nos tinha ali levado, na direcção do fulcro da grande caldeira.

Contornarmos o “Celestyal Crystal”. Navegamos, durante um bom tempo, sem percebermos onde o acervo de lava por detrás nos permitiria desembarcar. Até que, a determinada altura, a proximidade nos revela um recorte na lava e um ancoradouro improvisado, dotado de uma escadaria que dava para um trilho ascendente, cercado por pequenas árvores recém-plantadas para retirar ao lugar alguma da sua lito-lugubridade.

Passamos do convés do kaiki para esse trilho e, de acordo, para o domínio vulcânico de Nea Kameni.

Lava e Casario, Santorini, Grécia

Casario de lava do limiar de Oia, contrasta com o negrume da lava de Nea Kameni.

Os guias da expedição desdobram-se em explicações e advertências, umas dedicadas à conservação da ilha, outras, à segurança dos visitantes.

Um Neo-Legado do Vulcanismo Milenar de Thira

Confrontamo-nos com a excentricidade única do cenário, tanto o do negrume circundante, formado pelos incontáveis fragmentos pretos, como o das falésias que restavam da gigantesca e milenar cratera do vulcão Thira, o colosso que se desfez sobre o Mar Egeu aquando da mais cataclísmica das suas erupções, a minóica, estimada entre 1642 e 1540 a.C..

Esta erupção devastou não só a povoação de Akrotiri situada no cimo da antiga cratera, como vários outros povoados minóicos, incluindo os de Creta (a 150km para sul) de onde se tinha desenvolvido e expandido a civilização homónima.

Sucessivos estudos arqueológicos e históricos comprovaram que, no que dizia respeito a surpresa e a vítimas, Akrotiri pouco teve que ver com a cidade de Pompeia, arrasada pelo Vesúvio.

A inexistência de corpos nas ruínas soterradas de Akrotiri comprovou que os seus habitantes tiveram tempo de observar o desenvolvimento da actividade vulcânica de Thira. E que se puderam refugiar numa das ilhas minóicas vizinhas, eventualmente na ilha-mãe Creta.

Ascensão ao Cume Sulfuroso de Nea Kameni

De regresso à actualidade de Thera, o guia que nos conduzia por Nea Kameni interrompe o seu discurso para perscrutar o horizonte a leste. Constata que vários outros kakis provindos de Skala navegavam na nossa direcção. Certo de que transportavam uma torrente de gente, fecha a dissertação e inaugura a caminhada Nea Kameni acima.

Caminhada, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante ascende o trilho de gravilha de Nea Kameni.

Percorremos o trilho principal da ilha, sobre uma superfície de brita resvaladiça e algo poeirenta. Num primeiro trecho, apenas e só entre o entulho vulcânico escuro. Após um ou dois meandros, já ladeados de um prado raso que brotava da lava num inesperado esplendor dourado.

Quanto mais subíamos, mais vivo e exuberante se revelava esse prado que, no entretanto, veio a ceder a um condomínio conveniente com uma colónia de margaridas silvestres, de um amarelo tão garrido que se destacava do dourado.

Não foram só as plantas a salvar-nos da ditadura do inóspito em que nos vimos à chegada. Passo após passo, a ladeira colocou-nos acima das cristas de lava, num plano em que nos devolveu o azulão do Egeu, as arribas sobejantes de Thera e as povoações que as coroavam: Oia, a norte. A capital Thira, mais próxima, para leste.  E, a sul, Akrotiri.

Aqui e ali, o prado cedia a novos enormes amontoados de lava que nos faziam insignificantes. Um rápido desvio revela-nos uma bandeira grega a esvoaçar no alto de uma dessas pilhas de rocha e, mais abaixo, a enseada-porto de Nea Kameni, agora já repleta de kakis atracados lado-a-lado.

Bandeira grega, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Visitante de Nea Kameni fotografa uma bandeira grega que ondula acima da lava.

A Cratera Dourada e Fumegante da Ilha

Regressamos ao trilho-rampa vertebral. Umas dezenas de passos depois, damos com o ponto mais alto da ilha e, nas imediações, com o seu âmago vulcânico, uma cratera algo disforme, em boa parte forrada pelo prado dourado por que havíamos passado na ascensão, manchada por enxofre amarelado fumegante e pestilenta a condizer.

Num campo apenas visual, a Nea Kameni activa parecia restringir-se àquela furna multicolor aninhada junto ao zénite da ilha.

E, no entanto, para chegar à actual dimensão e à altitude de 127 metros, Neo Kameni sofreu um longevo e intenso vulcanismo.

A Emergência Assustadora de 1570

Os habitantes de Kasteli Skaros – outra povoação no alto das falésias mais resistentes de Thira – deram pela primeira vez conta da sua existência em 1570, durante uma de tantas erupções pós-minóicas do vulcão principal Thira.

Para seu espanto, uma massa de terra começou a emergir a nordeste da ilha de Palea Kameni e a pouca distância da então capital. Nesse preâmbulo, chamaram-lhe Mikri (pequena) Kameni. A recém-chegada só seria “mikri” por algum tempo. Decorreram mais 150 anos.

Em 1707, Thira teve uma nova erupção, bem mais avassaladora que a anterior. Segundo ficou registado, os habitantes viram duas ilhas distintas aparecerem, uma branca, outra negra. Nuns poucos meses, o processo vulcânico uniu as duas. Transformou Mikri Kameni numa já bem volumosa recém-chegada: Nea Kameni.

Entre 1866 e 1870, deram-se várias novas erupções, algumas ainda maiores que as anteriores, à imagem da Minóica, com as suas colunas de fumo e cinza visíveis em Creta e que causaram a submersão de meia centena de casas e de duas capelas, uma Ortodoxa, outra católica.

A novidade esteve em que a erupção original de 1866 gerou um sub-vulcão activo sobre Nea Kameni, em redor da tal cratera sulfurosa e pestilenta em que terminámos a ascensão ao cimo da ilha. As autoridades baptizaram-no de Georgios, em homenagem ao rei grego de então George I.

Nessa mesma erupção de 1866, surgiram os ilhéus de Afroesa e de Reka. Também eles se uniram, pouco depois, à cada vez mais aglutinadora Nea Kameni.

O vulcanismo de 1866 gerou réplicas ao longo de quatro anos, algumas delas poderosas. À medida que o leito da caldeira afundada de Thira libertava mais e mais magma, a área de Nea Kameni triplicou. Certas áreas em redor emergiram ou submergiram.

Uma Nova Abordagem ao Vulcanismo de Sempre de Thira

Por essa altura, na Grécia, a curiosidade pelos fenómenos vulcânicos tinha-se acentuado. O estado grego enviou um comité para observar as alterações de Santorini. Incluía um fotógrafo que fez as primeiras imagens fotográficas de uma erupção.

Este interesse e a divulgação que suscitou, despertou a atenção do vulcanólogo Ferdinand Foucault que, como vários outros cientistas ou meros curiosos endinheirados, não resistiu a visitar e estudar Santorini.

Entre os últimos, contava-se Júlio Verne. O autor francês ficou de tal maneira impressionado pela comoção vulcânica de Santorini que a incluiu na sua obra de ficção “As Vinte Mil Léguas Submarinas”, em que descreve como o Capitão Nemo e a sua tripulação fizeram o submarino Nautilus emergir na água quente em redor de Thira.

E ficaram boquiabertos a assistir à erupção do novo vulcão Georgios de Nea Kameni, hoje, consensualmente considerado o coração vulcânico de Santorini.

Auscultávamo-lo, fotografávamo-lo e cheirávamo-lo há quase quinze minutos. Chegara a hora de voltarmos às artérias pedestres da ilha.

De onde nos havíamos posicionado, víamos dezenas de outros visitantes cirandarem para cá e para lá, acima do tapete d’ouro sobranceiro, alguns, agrupados num miradouro conveniente que lhes permitia observar para oeste da caldeira.

O Desvendar da Irmã mais Velha Palea Kameni

Quando chegamos a esse ponto, percebemos o motivo da sua concentração. Por diante, abria-se perante os olhos de todos os forasteiros todo um novo mundo de Thira.

Kaki, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Barco tradicional kaki percorre o canal entre Palea Kameni e Nea Kameni.

A irmã mais velha Palea Kameni insinuava-se a uns poucos metros da orla de Nea, separada por um canal estreito que apreciámos percorrido por um curioso surtido embarcações: pequenos veleiros, grandes catamarãs e os inevitáveis kakis.

Vindo do mar Egeu longínquo, que não veríamos caso a caldeira original de Santorini estivesse completa, aproximava-se um dos ferries que ligam as ilhas gregas. Navegava a tal velocidade que os seus motores deixavam uma marca longa, curva e branca no azul-marinho para sudoeste.

Ferry, Santorini, Grécia

Ferry proveniente de outra ilha entra na caldeira inundada de Santorini.

Pouco antes de essa embarcação atracar no porto novo de ferries, aos pés de Pyrgos, iniciamos o regresso ao ancoradouro e ao kaki em que tínhamos chegado a Nea.

Navegação da Praxe às Águas Quentes de Nea Kameni

O homem do leme fá-lo contornar a ilha contra os ponteiros do relógio. Antes de entrarmos no canal entre Nea e Palea, desvia para uma enseada rochosa similar ao ancoradouro do lado oposto.

A tripulação indica aos passageiros onde está a atracção por que tanto ansiavam. Um a um, estes saltam do convés para a água ali esverdeada e esbracejavam na direcção de um braço de mar formado pela lava.

Banhista em salto, Nea Kameni, Santorini, Grécia

Banhista salta de um barco tradicional kaki para o mar da caldeira de Santorini.

Seguimos-lhes as braçadas e o exemplo. Quando lá chegamos, as queixas não tardam. Por razões que só a geotermia local conhecia, a água quente ali tão famosa, pouco passava de morna. A temperatura mal tépida, desiludia a comitiva internacional que tanto ouvira falar daquelas termas excêntricas.

Por maior que fosse o logro, a popularidade de Santorini nunca concederia uma continuidade anfíbia das reclamações.

De um momento para o outro, dois outros kakis surgiram à entrada da enseada. Conhecedores da competição por cada recanto de Nea e dos procedimentos, a tripulação bracejou aos nadadores a exigir o seu resgate.

Voltamos a subir a bordo. Enquanto o kaki continuava a contornar a ilha na senda do porto Skala, secamo-nos sob o sol escaldante do estio Mediterrânico.

Em todo aquele fim de volta, Neo Kameni voltou a provar-se apenas e só o monte de lava escuro e rude que nos tinha assustado ao despertar.

Vários dos vulcanólogos que a estudam afiançam que estará para breve uma sua nova assolação. Resta saber de que intensidade e o quanto afectará a cada vez mais na moda, superpovoada e excessivamente visitada Santorini.

 

OS CELESTYAL CRUISES OPERAM CRUZEIROS NO MAR EGEU E MAR MEDITERRÂNEO DE MARÇO A NOVEMBRO, POR A PARTIR DE 539€.  RESERVAS EM www.celestyalcruises.com e pelo telefone.: +30 2164009600.

Iraklio, CretaGrécia

De Minos a Menos

Chegamos a Iraklio e, no que diz respeito a grandes cidades, a Grécia fica-se por ali. Já quanto à história e à mitologia, a capital de Creta ramifica sem fim. Minos, filho de Europa, lá teve tanto o seu palácio como o labirinto em que encerrou o minotauro. Passaram por Iraklio os árabes, os bizantinos, os venezianos e os otomanos. Os gregos que a habitam falham em lhe dar o devido valor.
Míconos, Grécia

A Ilha Grega em Que o Mundo Celebra o Verão

Durante o século XX, Míconos chegou a ser apenas uma ilha pobre mas, por volta de 1960, ventos cicládicos de mudança transformaram-na. Primeiro, no principal abrigo gay do Mediterrâneo. Logo, na feira de vaidades apinhada, cosmopolita e boémia que encontramos quando a visitamos.
Fira, Santorini, Grécia

Fira: Entre as Alturas e as Profundezas da Atlântida

Por volta de 1500 a.C. uma erupção devastadora fez afundar no Mar Egeu boa parte do vulcão-ilha Fira e levou ao colapso a civilização minóica, apontada vezes sem conta como a Atlântida. Seja qual for o passado, 3500 anos volvidos, Thira, a cidade homónima, tem tanto de real como de mítico.
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
PN Bromo Tengger Semeru, Indonésia

O Mar Vulcânico de Java

A gigantesca caldeira de Tengger eleva-se a 2000m no âmago de uma vastidão arenosa do leste de Java. Dela se projectam o monte supremo desta ilha indonésia, o Semeru, e vários outros vulcões. Da fertilidade e clemência deste cenário tão sublime quanto dantesco prospera uma das poucas comunidades hindus que resistiram ao predomínio muçulmano em redor.
Lombok, Indonésia

Lombok. O Mar de Bali Merece uma Sonda Assim

Há muito encobertos pela fama da ilha vizinha, os cenários exóticos de Lombok continuam por revelar, sob a protecção sagrada do guardião Gunung Rinjani, o segundo maior vulcão da Indonésia.
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.

Lago Cocibolca, Nicarágua

Mar, Doce Mar

Os indígenas nicaraos tratavam o maior lago da América Central por Cocibolca. Na ilha vulcânica de Ometepe, percebemos porque o termo que os espanhóis converteram para Mar Dulce fazia todo o sentido.

La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Big Island, Havai

Grande Ilha do Havai: À Procura de Rios de Lava

São cinco os vulcões que fazem da ilha grande Havai aumentar de dia para dia. O Kilauea, o mais activo à face da Terra, liberta lava em permanência. Apesar disso, vivemos uma espécie de epopeia para a vislumbrar.
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Chania a Elafonisi, Creta, Grécia

Ida à Praia à Moda de Creta

À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
Chania, Creta, Grécia

Chania: pelo Poente da História de Creta

Chania foi minóica, romana, bizantina, árabe, veneziana e otomana. Chegou à actual nação helénica como a cidade mais sedutora de Creta.
Balos a Seitan Limani, Creta, Grécia

O Olimpo Balnear de Chania

Não é só Chania, a pólis secular, repleta de história mediterrânica, no extremo nordeste de Creta que deslumbra. Refrescam-na e aos seus moradores e visitantes, Balos, Stavros e Seitan, três dos mais exuberantes litorais da Grécia.

Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.

Spinalonga, Creta, Grécia

Uma Ilha Fortaleza Rendida a Colónia de Leprosos

Desde sempre disputada, ocupada por cristãos e sarracenos, venezianos, otomanos e, mais tarde, cretenses e gregos, entre 1903 e 1957, a árida Spinalonga acolheu um lazareto. Quando lá desembarcamos, estava desabitada, graças ao dramatismo do seu passado, era um dos lugares mais visitados da Grécia.

Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Cerimónias e Festividades
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Catedral de Santa Ana, Vegueta, Las Palmas, Gran Canária
Cidades
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
ilha Streymoy, Ilhas Faroe, Tjornuvik, Gigante e Bruxa
Em Viagem
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Cowboys basotho, Malealea, Lesoto
Étnico
Malealea, Lesoto

A Vida no Reino Africano dos Céus

O Lesoto é o único estado independente situado na íntegra acima dos mil metros. Também é um dos países no fundo do ranking mundial de desenvolvimento humano. O seu povo altivo resiste à modernidade e a todas as adversidades no cimo da Terra grandioso mas inóspito que lhe calhou.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

hué, cidade comunista, Vietname Imperial, Comunismo Imperial
História
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Santo Antão, Cabo Verde, Porto Novo a Ribeira Grande, Morro do Tubarão
Ilhas
Santo Antão, Cabo Verde

Porto Novo a Ribeira Grande pelo Caminho do Mar

Desembarcados e instalados em Porto Novo de Santo Antão, depressa constatamos duas rotas para chegar à segunda maior povoação da ilha. Já rendidos ao sobe-e-desce monumental da Estrada da Corda, deslumbramo-nos com o dramatismo vulcânico e atlântico da alternativa costeira.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Ilha do Pico, a oeste da montanha, Açores, lajes do Pico
Natureza
Ilha do Pico, Açores

A Ilha a Leste da Montanha do Pico

Por norma, quem chega ao Pico desembarca no seu lado ocidental, com o vulcão (2351m) a barrar a visão sobre o lado oposto. Para trás do Pico montanha, há todo um longo e deslumbrante “oriente” da ilha que leva o seu tempo a desvendar.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Passadiço principal da Mumbo Island, Lago Malawi
Parques Naturais
Mumbo Island, Malawi

Um Lago Malawi Só para Nós

Dista meros 10km ou 40 minutos num barco tradicional do litoral sempre concorrido de Cape MacLear. Com apenas 1km de diâmetro, a ilha Mumbo proporciona-nos um retiro ecológico memorável no imenso Lago Malawi.
Ruínas, Port Arthur, Tasmania, Australia
Património Mundial UNESCO
À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Camponesa, Majuli, Assam, India
Religião
Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.