Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade


Rádio MP3 a Pilhas
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
Da Saudade para o Mundo
Névoa paira acima da Casa-Museu Almada Negreiros.
De Volta à Saudade
Funcionário da Casa-Museu de Almada Negreiros desce a escadaria do alpendre.
Banana com Fartura
Grande cacho de bananas pendurado no alpendre da Casa Museu Almada Negreiros de Saudade.
Filhos da Saudade
Joaquim Victor, também ele nascido na Saudade, mostra um livro sobre Almada Negreiros.
Placas Comemorativas
Como era a Roça
Joaquim Victor mostra velhas imagens da Roça Saudade.
A Varanda sobre a Selva
O cimo alpendrado da Casa-Museu Almada Negreiros.
Mais Abaixo
Casas perdidas na névoa e na vegetação luxuriante da Saudade.
Som Somitec
Rapaz da zona da Saudade segura um rádio Somitec.
O Cimo da Velha Roça
Alpendre da Casa-Museu cercado da selva limiar do PN Obo.
Vulto Negreiros
Figura representativa de Almada Negreiros, a entrada da sua Casa-Museu de Saudade.
Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.

Já quase a chegarmos aos domínios húmidos e luxuriantes da velha Roça Saudade, distrai-nos uma estranha visão.

Ambos os lados da ladeira empedrada surgiam, ali, como leitos vegetais, feitos de uma espécie de tufos de algodão e de folhas amarelas, outras, mais velhas, de um laranja gasto, todas elas vítimas de um Outono que a equatorial São Tomé desconhece.

Abrimos as portas do Jimny para obtermos uma sensação de tacto. Estamos nessa experiência quando dois santomenses aparecem do fundo da ladeira, a caminharem sobre o dito tapete.

Um deles, o mais novo, vem de galochas, calções vermelhos e polo desportivo azul, um pretenso uniforme da equipa de futebol australiano de Camp David.

Por si só, o quadro já se provava inusitado. Como se não bastasse, o rapaz leva pendurado ao pescoço um rádio leitor de MP3, portátil e peculiar, de marca Somitec, Made in China, nem esperávamos outra coisa.

Detectamos algum surrealismo na cena. Esforçamo-nos por a retratar. O rapaz segura a telefonia com as duas mãos. Concede-nos um prenúncio de sorriso que vai bem com a frondosidade verde do fundo.

Ele e o adulto seguem pelo caminho aveludado. Nós, ficamos mais uns instantes a examiná-lo.

Quando retomamos a viagem, assalta-nos a mente o que resultaria se, em vez de nós, tivesse sido o multifacetado e irrequieto Almada Negreiros a cruzar-se com um quadro daqueles, para mais, na sua terra.

Enquanto o cogitávamos, rendemo-nos à evidência de que, mesmo no curto período em que viveu no coração da ilha, excentricidades equatoriais não lhe terão faltado.

Estava São Tomé em questão.

Poucas ilhas ocultam o exotismo selvagem e de fim do Mundo no meio do Mundo que São Tomé e que Príncipe preservam.

Chegada a Saudade e à Casa-Museu Almada Negreiros

Completamos a rampa. Pouco depois, damos com o espaço da Roça Saudade.

Delimitavam-no três ou quatro canas de bambu.

Opostas a um vulto recortado e negro de Almada destacado num jardim bem cuidado, de frente ou de costas – a posição da figura parecia-nos ambivalente – para o edifício renovado da propriedade.

Passamos para o lado de lá da fachada. Uma escada em L conduz-nos à base de alvenaria secular do edifício, agora recuperada.

Desvendamos o muro que abrigava os degraus, ilustrado com o famoso início “Basta pum Basta!” do Manifesto Anti-Dantas, complementado com as citações de Negreiros:

“As pessoas que mais admiro são aquelas que nunca acabam”. A civilização é um fenómeno colectivo. A cultura é um fenómeno individual.” esta última, de “Cultura e Civilização” que o também poeta inaugurou com “Uma mesa cheia de feijões”.

Joaquim Victor. Filho de Saudade, Mentor da Casa-Museu Almada Negreiros

Do lado de lá do mural, espera-nos nova escadaria, esta, de madeira. E, no cimo, o jovem empreendedor Joaquim Victor, também ele, filho de Saudade.

Foi Joaquim o responsável pela recuperação do lugar de nascimento de Almada Negreiros, mesmo que, de início, não soubesse – como não sabia quase ninguém, em São Tomé e Príncipe – que o artista era natural da Roça Saudade.

Joaquim Victor, pressente, pelas horas que eram e pelo nosso ar desvigorado, que precisávamos de recuperar energias. Senta-nos a uma mesa da esplanada alpendrada, com vista para a selva coberta de névoa que dali se prolonga na direcção do Atlântico.

Joaquim Victor explica-nos que o único documento que descreve a velha Roça Saudade é o livro “Almada Negreiros Africano” da autoria do Padre António Ambrósio, missionário em São Tomé, escritor dedicado a registar os modos e costumes da ilha, e que assim a descreveu:

A casa onde Almada nasceu, na sede da Roça Saudade, estava suspensa sobre uma profunda grota e aberta à nascente por uma varanda corrida ao estilo tropical, para um mar de verdura que, depois da primeira quebra, se espraiava numa ondulação aparentemente suave por vários quilómetros de extensão, em forma de leque rendilhado, até ao mar oceano.”

 À mesa, em vez de feijões, Kim, como é também conhecido, serve-nos um peixe-agulha, acompanhado de batata-doce, beringela e maracujá. Saboreamos o interior de São Tomé num deleite com que concorre a beleza da paisagem na iminência do enigmático Parque Natural Ôbo.

Roça Saudade, o Berço Equatorial de Almada Negreiros

É desconhecido da maior parte dos portugueses e até dos apreciadores de Almada Negreiros que o artista por ali nasceu. E que viveu os primeiros anos da sua vida nestes confins clorofilinos do Equador.

Joaquim Victor elucida-nos, aliás, que, Almada Negreiros começou a ser descoberto, em São Tomé e Príncipe, apenas partir de 2014, devido à sua intervenção na Roça Saudade.

Daí, para cá, tornou-se uma espécie de moda histórica que ele tem feito por fomentar.

Em jeito de testemunho da sua criancice santomense, o muro que envolve a escadaria exibe ainda parte de um dos poemas em que Almada celebrou a infância e o afecto maternal.

Eu vou aprender de cor os degraus da nossa casa. Depois, venho sentar-me ao teu lado…”

Mãe! Passa a tua mão na minha cabeça! Quando passas a tua mão na minha cabeça é tudo tão verdade…

A mãe mencionada, Elvira Sobra de Almada Negreiros, era uma mestiça santomense abastada. O marido, pai de Almada, era António Lobo de Almada Negreiros, natural de Aljustrel, tenente da Cavalaria, jornalista, escritor, ensaísta e maçon. Mais tarde, nomeado administrador do concelho de São Tomé.

A Presença do Padre António Ambrósio na Vida da Família Negreiros

O Padre António Ambrósio que já antes mencionámos, além de uma espécie de cronista de São Tomé, era responsável pelos sacramentos no interior da ilha.

Levou a cabo o baptismo do recém-nascido Almada, na Igreja da Trindade, hoje, capital do distrito de Mé-Zóchi. E narrou-o assim no seu livro “Almada Negreiros Africano”:

«Aos vinte e quatro dias do mez de Junho do anno mil oitocentos e noventa e três, nesta Egreja Parochial da Santíssima Trindade, Concelho de S. Thomé, Diocese de S. Thomé e Príncipe, baptizei solemnemente um indivíduo do sexo masculino, a quem dei o nome de – JOSÉ- e que nasceu nesta freguesia, na Fazenda Saudade, às tres horas da manhã do dia sete do mcz d’ Abril do anno de mil oitocentos e noventa e tres, filho illegítimo de digo legitimo de António Lobo d’ Almada Negreiros, casado, natural de Portugal, proprietário, agricultor e de Dona Elvira Sobral de Almada Negreiros, casada, natural desta freguesia, proprietária, parochianos desta freguesia, moradores na mencionada Fazenda, neto paterno de Pedro d’ Almada Pereira e de Margarida Francisca de Almada Lobo Branco de Negreiros. Foi padrinho José António Freire Sobral, casado, proprietário e agricultor e madrinha Dona Marianna Emília de Souza Sobral, casada, proprietária e agricultora, os quaes todos sei serem os próprios. E para constar lavrei em duplicado este assento que depois de ser lido e conferido perante os padrinhos comigo o assignaram.”

Já o pai António Lobo, também ele autor conceituado, fez questão de dedicar um poema da sua obra “Equatoriaes” ao rebento, à data de 7 de Abril de 1894, com um ano de idade.

Um anno! Um beijo de luz

Na tua fáce, criança!

Suavíssima esperança

Que desabrócha e seduz!

Nunca se acábe a bonança

Que a tua frônte tradúz,

Como um beijo de Jesus

Da Mãe na virginea trança

A Tragédia e o Retorno dos Almada Negreiros à Metropole

Em 1895, apenas dois anos após ter dado à luz José Sobral de Almada Negreiros, Elvira Negreiros faleceu. A morte da esposa feriu a “Suavíssima esperança” de António Lobo e o alento de continuar em São Tomé.

Desamparado, o administrador decidiu regressar à Metrópole.

Viveu, nos primeiros tempos, em Lisboa. Internou José Sobral e o irmão António no Colégio Jesuíta de Campolide. Lá permaneceram ambos até 1910, quando a Implantação da República ditou o fecho do estabelecimento.

O ano de viragem para o século XX, ia contar com o evento incontornável da Exposição Universal de Paris. António Lobo foi nomeado responsável pelo Pavilhão das Colónias com que Portugal se vangloriou.

Não voltou a viver em São Tomé.

José Sobral de Almada Negreiros, o predestinado Almada, cresceu, assim, na Roça Saudade apenas até aos dois anos. Seria de todo impossível encontrar, na propriedade, algum seu legado artístico santomense.

Legado Precioso da Roça Saudade

Como nos sublinha Joaquim Victor, a realidade provou-se distinta no que disse respeito à vivência da família na roça até ao final do século XIX.

“Com o tempo, a casa degradou-se muito. Tornou-se um perigo latente para as crianças que habitavam a Saudade e em volta, que se aventuravam a explorá-la e a brincar nas suas ruínas.”

Os trabalhos de recuperação geridos por Kim tiveram início a partir dos alicerces originais da casa alpendrada. Foram realizados à mão, com muita paciência e com a descoberta recompensadora de centenas de cacos dos tempos dos pais e dos avós de Almada.

Parte deles, provinham de fábricas portuguesas de loiça conceituadas como o foram a Sacavém e a Alcântara.

Joaquim, fez questão de os guardar, com a intenção de, mais tarde, os expor.

Desviamo-nos, por momentos, da Casa Museu Almada Negreiros, com a ideia de espreitarmos a cascata de São Nicolau, dela próxima.

Quando regressamos, dá entrada na ex-Roça Saudade mais um grupo de estudantes, provindos da capital, dos muitos que agora aprendem nas escolas sobre Almada.

E que, orgulhosos do seu berço em São Tomé, viajam ao âmago da ilha para o visitar, em incursões introspectivas à cultura santomense, em explorações semi-ordeiras da civilização equatorial da ilha.

São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Ilhéu das Rolas, São Tomé e Príncipe

Ilhéu das Rolas: São Tomé e Principe a Latitude Zero

Ponto mais austral de São Tomé e Príncipe, o Ilhéu das Rolas é luxuriante e vulcânico. A grande novidade e ponto de interesse desta extensão insular da segunda menor nação africana está na coincidência de a cruzar a Linha do Equador.
São Tomé, São Tomé e Príncipe

Pelo Cocuruto Tropical de São Tomé

Com a capital homónima para trás, rumamos à descoberta da realidade da roça Agostinho Neto. Daí, tomamos a estrada marginal da ilha. Quando o asfalto se rende, por fim, à selva, São Tomé tinha-se confirmado no top das mais deslumbrantes ilhas africanas.
São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

Fundada pelos portugueses, em 1485, São Tomé prosperou séculos a fio, como a cidade porque passavam as mercadorias de entrada e de saída na ilha homónima. A independência do arquipélago confirmou-a a capital atarefada que calcorreamos, sempre a suar.
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Centro de São Tomé, São Tomé e Príncipe

De Roça em Roça, Rumo ao Coração Tropical de São Tomé

No caminho entre Trindade e Santa Clara confrontamo-nos com o passado colonial terrífico de Batepá. À passagem pelas roças Bombaim e Monte Café, a história da ilha parece ter-se diluído no tempo e na atmosfera clorofilina da selva santomense.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Penhascos acima do Valley of Desolation, junto a Graaf Reinet, África do Sul
Cidades
Graaf-Reinet, África do Sul

Uma Lança Bóer na África do Sul

Nos primeiros tempos coloniais, os exploradores e colonos holandeses tinham pavor do Karoo, uma região de grande calor, grande frio, grandes inundações e grandes secas. Até que a Companhia Holandesa das Índias Orientais lá fundou Graaf-Reinet. De então para cá, a quarta cidade mais antiga da nação arco-íris prosperou numa encruzilhada fascinante da sua história.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Tatooine na Terra
Cultura
Matmata, Tataouine:  Tunísia

A Base Terrestre da Guerra das Estrelas

Por razões de segurança, o planeta Tatooine de "O Despertar da Força" foi filmado em Abu Dhabi. Recuamos no calendário cósmico e revisitamos alguns dos lugares tunisinos com mais impacto na saga.  
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
kings canyon, Red centre, coracao, Australia
Em Viagem
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Étnico
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Catedral São Paulo, Vigan, Asia Hispanica, Filipinas
História
Vigan, Filipinas

Vigan, a Mais Hispânica das Ásias

Os colonos espanhóis partiram mas as suas mansões estão intactas e as kalesas circulam. Quando Oliver Stone buscava cenários mexicanos para "Nascido a 4 de Julho" encontrou-os nesta ciudad fernandina
A pequena-grande Senglea II
Ilhas
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Fajãzinha, Ilha das Flores
Natureza
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Mulher atacamenha, Vida nos limites, Deserto Atacama, Chile
Parques Naturais
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, UAZ, estrada de Outono
Património Mundial UNESCO
Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Glamour vs Fé
Religião
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Cabine lotada
Sociedade
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Fazenda de São João, Pantanal, Miranda, Mato Grosso do Sul, ocaso
Vida Selvagem
Fazenda São João, Miranda, Brasil

Pantanal com o Paraguai à Vista

Quando a fazenda Passo do Lontra decidiu expandir o seu ecoturismo, recrutou a outra fazenda da família, a São João. Mais afastada do rio Miranda, esta outra propriedade revela um Pantanal remoto, na iminência do Paraguai. Do país e do rio homónimo.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.