Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem


A rua de Cora
Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.
Silhueta e poema
Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.
A Cozinha dos Doces
Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.
Memórias de Goiás
Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.
Capoeira Iluminada
Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.
Cora e Jorge Amado
Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.
A Secretária de Cora
Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.
Percurso nos Séculos
Rua colonial de Goiás Velho, com as casas que os mineiros foram construindo à medida que ganhavam dinheiro com mineração do ouro.
Notas da Vida
Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.
Quarto de Cora
Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.
Imagem da juventude
Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.
Uma Caminhada de Fachada
Transeunte desde uma das várias rua de todas as cores que atravessam Goiás Velho.
Fotografia & Muleta
Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.
Quimera do Ouro
Palmeiras buriti criam silhuetas contra o sol que se põe a oeste da velha Goiás.
Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro

Deixamos para trás um ensaio de dança regional goiana, em busca do lar-museu da escritora Cora Coralina.

Descemos o calçadão irregular em direcção à Praça do Rosário. Um varredor empoeirado, algo fantasmagórico, caminha com uma vassoura de palha ao ombro indeciso sobre onde mais varrer e acossado pela passagem demasiado frequente dos fuscas coloridos que parecem patrulhar a velha cidade colonial.

Damos com montras improvisadas em janelas do casario. Entramos num dos estabelecimentos para espreitar a mercadoria. A empregada rechonchuda abandona a moldura em que apreciava a acção na rua.

Dá-nos umas boas-vindas efusivas. Logo, guia-nos ao longo da profusão de fruta cristalizada, adocicada e em bagaço, entre empadões dourados e outras especialidades do cerrado circundante, confeccionadas com dedicação nos fogões decanos dela e de amigas dela.

Durante muitos anos, Aninha da Ponte da Lapa, assim era conhecida Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas – destacou-se do lote destas confeiteiras virtuosas.

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Os grandes tachos e panelas usados por Cora Coralina para a confecção de doces que a sustentou durante algum tempo em Goiás Velho.

Goiás Velho. O Lar Doce Lar de Cora Coralina

Aos 67 anos, viúva e com quatro filhos do casal, retornou à casa da sua família de solteira, uma das mais antigas de Goiás, assente na margem do rio Vermelho desde o século XVIII.

Voltou a suscitar intrigas e cochichos mas passou a ser apreciada pelas mentes mais abertas da cidade também pela excelência dos doces que confeccionava e vendia.

Damos com o seu domicílio verde-branco encantador no fim da rua Dom Cândido, na iminência da ponte de madeira que cruza o caudal abaixo. Examinamos a inscrição sobre uma placa de acrílico que cita a antiga moradora “… Gente que passa indiferente, olha de longe, na dobra das esquinas, as traves que despencam. Que vale para eles o sobrado? …

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Morador de Goiás Velho repousa num banco em frente à casa-museu de Cora Coralina.

Sentimos a observação bater ao lado mas, intrigados, entramos na agora casa-museu com o propósito de melhor conhecermos a sua eterna dona.

Passado o espaço da recepção, o interior parece ter-se mantido tal qual o deixou Ana da Ponte. Um retrato em postura de leitura surge colocado atrás de uma cadeira. A cadeira suporta uma muleta sugere inclusive a sua presença na sala simples, a tender para o espartano.

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Uma fotografia de Cora Coralina já idosa, sentada na sua cadeira da casa de Goiás Velho.

Na cozinha, enormes panelas de cobre dispostos de forma organizada comprovam o tempo dedicado por Ana da Ponte à culinária.

Já no quarto exíguo decorado apenas com vestidos leves e simples, uma máquina de escrever (Ana, aprendeu a dactilografar aos 70 anos) e vários manuscritos comprovam a sua paixão quase religiosa pela leitura, pela criação de prosa e poesia.

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Cora Coralina aprendeu a dactilografar aos 70 anos.

O Passado Pouco Académico mas Muito Literário de Cora Coralina

Apesar da sua curta escolaridade – frequentou apenas quatro anos, todos com a Mestra-escola Silvina Xavier de Brito – Ana Lins começou a escrever os primeiros textos com 14 anos.

Pouco depois assumiu o pseudónimo que manteve até ao fim da vida: Cora Coralina.

Publicava os seus escritos nos jornais e revistas da Villa Boa de Goyaz e de outras cidades deste estado e também do Rio de Janeiro. Em 1907, ela e três amigas dirigiam já “A Rosa” um jornal literário que contava regularmente com trabalhos seus.

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Manuscrito de Cora Coralina exibido na casa-museu de Goiás Velho.

Por essa altura, Ana Lins passou a frequentar as tertúlias do “Clube Literário Goiano” com sede num dos salões do sobrado de Dona Virgínia da Luz Vieira. O lugar haveria de lhe inspirar o poema “Velho Sobrado”.

Descendente de uma família com tradição, a jovem escritora empregava a sua expressão fácil e impulsiva para defender as classes desfavorecidas da sociedade em que crescera.

Tanto com a sua prosa como em poesia, defendeu o valor das lavadeiras, mulheres da rua entre outros.

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Fotografia antiga de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas.

Em “Becos de Goiás” denuncia a atitude repressiva da polícia e dos homens da cidade face às prostitutas e chegou a acusar directamente responsáveis da cidade pelo abuso desmedido do seu poder.

Em “Coisas de Goiás” considera e promove Maria Grampinho a símbolo das mulheres classificadas entre as “pessoas de bem” como doidas.

Ana Lins – ou, podemos usar também o seu pseudónimo – Cora Coralina – preocupava-se e, de certa maneira, identificava-se com a marginalidade daquelas personagens.

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Fotografia de Cora Coralina visitada pelo escritor baiano Jorge Amado.

Cora Coralina: à Margem da Sua Família. À Margem da Sociedade de Goiás Velho

À frente do tempo em que vivia, sempre se sentiu mal-amada pela mãe e pelas irmãs. Não tardaria a ser ostracizada por parte da sociedade vilaboense e a a sentir na pele o desconforto da sua opressão.

Tudo se precipitou quando tinha 20 anos e se envolveu com o advogado Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas, um homem previamente casado, com filhos em São Paulo, o novo Chefe de Polícia de Goiás.

Após vários encontros nas tertúlias literárias e outros, mais íntimos, Ana Lins engravidou. A sua mãe tentou impedir o romance. Proibiu-a de se encontrar com Cantídio.

Inconformada como sempre, Ana Lins pediu a ajuda de Maria Grampinho que facilitou a fuga do casal para o estado de São Paulo.

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Parede decorada da casa de Goiás Velho de Cora Coralina.

Viveram nos municípios de Avaré; e Jabotical durante 45 anos. Nesse período, tiveram seis filhos. Dois deles morreram pouco depois do nascimento.

Pouco depois de se mudar para São Paulo o casal foi apanhado pela revolução paulista. Viu-se obrigado a passar algumas semanas fechado num hotel.

A determinação de participar nos destinos políticos estavam nos genes de Ana Lins.

Oito anos mais tarde, alistou-se como enfermeira, a forma mais honesta e prática que encontrou de participar na Revolução Constitucionalista de 1932, despoletada durante a primeira presidência de Getúlio Vargas.

A Difícil Viuvez de Cora Coralina e o Regresso à Goiás Velho

Dois anos depois, o seu marido Cantídio Vargas faleceu. Ana Lins teve que recorrer a uma série de iniciativas comerciais para sobreviver: vendeu livros de porta em porta, abriu uma pensão e uma casa de retalhos.

Como conta a neta Ana Maria Tahan “Já em Andradina, inaugurou a Casa Borboleta que vendia um pouco de tudo para mulheres. “ Por essa altura, subia em palanques para apelar ao foto na UDN (União Democrática Nacional), um movimento político com origem e alma académica.

Em 1956, com os filhos criados, decidiu regressar a Goiás, também porque precisava de recuperar a posse legal da casa da ponte, de que um sobrinho estaria prestes a apoderar-se por usucapião.

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Quarto de Cora Coralina com vários dos seus vestidos e artefactos religiosos.

Quando o conseguiu, Ana Lins habitou-a com a companhia de “Seu Vicente” um nordestino analfabeto mas dócil, dedicado e faz-tudo que, assim narra também a neta, “se embebedava até com guaraná”.

Foi só quando se aproximava dos noventa anos que o Brasil a descobriu como a escritora desafiadora dos preconceitos da vida do interior que encantou Carlos Drummond de Andrade e Jorge Amado.

No interior da casa da ponte encontramos a imagem do escritor baiano de visita a Cora Coralina. E a citação de uma das cartas que Drummond de Andrade lhe havia enviado: “(…) Admiro e amo você como alguém que vive em estado de graça com a poesia. Seu livro [Poemas dos Becos de Goiás e outras histórias mais] um encanto, seu lirismo tem a força e a delicadeza das coisas naturais (..).

Cora Coralina faleceu em 1985. Em pouco tempo, a autora e a sua casa tornaram-se fortes referências culturais goianas e brasileiras.

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Rua Dom Cândido, a via histórica de Goiás que conduz a casa em que viveu Cora Coralina.

Para a visitar, cruzam a ponte da Lapa incontáveis excursões de estudantes irrequietos e visitantes individuais.

Alguns viajam de tão longe como São Paulo, o Rio de Janeiro.

Ou, como nós, do outro lado do Atlântico.

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Crianças praticam capoeira à luz de um dos lampiões antigos de Goiás Velho.

Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Fogueira ilumina e aquece a noite, junto ao Reilly's Rock Hilltop Lodge,
Safari
Santuário de Vida Selvagem Mlilwane, eSwatini

O Fogo que Reavivou a Vida Selvagem de eSwatini

A meio do século passado, a caça excessiva extinguia boa parte da fauna do reino da Suazilândia. Ted Reilly, filho do colono pioneiro proprietário de Mlilwane entrou em acção. Em 1961, lá criou a primeira área protegida dos Big Game Parks que mais tarde fundou. Também conservou o termo suazi para os pequenos fogos que os relâmpagos há muito geram.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Igreja colonial de São Francisco de Assis, Taos, Novo Mexico, E.U.A
Arquitectura & Design
Taos, E.U.A.

A América do Norte Ancestral de Taos

De viagem pelo Novo México, deslumbramo-nos com as duas versões de Taos, a da aldeola indígena de adobe do Taos Pueblo, uma das povoações dos E.U.A. habitadas há mais tempo e em contínuo. E a da Taos cidade que os conquistadores espanhóis legaram ao México, o México cedeu aos Estados Unidos e que uma comunidade criativa de descendentes de nativos e artistas migrados aprimoram e continuam a louvar.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Aventura
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
A Crucificação em Helsínquia
Cerimónias e Festividades
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Casario de Ushuaia, ultima das cidades, Terra do Fogo, Argentina
Cidades
Ushuaia, Argentina

A Última das Cidades Austrais

A capital da Terra do Fogo marca o limiar austral da civilização. De Ushuaia partem inúmeras incursões ao continente gelado. Nenhuma destas aventuras de toca e foge se compara à da vida na cidade final.
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Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
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Cultura
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
Em Viagem
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Étnico
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe
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O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
História
Lençois da Bahia, Brasil

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Fuerteventura – Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
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Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Parques Naturais
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Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Cortejo garrido
Património Mundial UNESCO
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Verificação da correspondência
Personagens
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Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
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Praias
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Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Templo Kongobuji
Religião
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A Meio Caminho do Nirvana

Segundo algumas doutrinas do budismo, são necessárias várias vidas para atingir a iluminação. O ramo shingon defende que se consegue numa só. A partir do Monte Koya, pode ser ainda mais fácil.
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Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
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Sociedade
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
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Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
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Vida Selvagem
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.