Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro


Ao ritmo de Goiás
Morador percorre um recanto típico da cidade sobre um burro.
A Cavalo de um Burro
Morador monta um burro ao longo do rio Vermelho.
Magela do acordeão
Magela, o acordeonista do grupo Trio Raio de Sol.
Casario a dourar
Crepúsculo toma conta do casario secular da povoação.
Capoeira nocturna
Duas crianças treinam capoeira numa rua da cidade dourada pela luz.
Goiás vista da Serra Dourada
Perspectiva de Goiás a partir de uma elevação da Serra Dourada.
Praça Luxuriante
Praça verdejante da cidade, com a igreja de Paula à esquerda.
Exuberância do ocaso
Sol põe-se e dá cor extra ao cenário colonial e tropical de Goiás Velho.
Rua Longa e Secular
Uma longa rua formada pelo casario erguido para alojar os mineiros que procuraram ouro em redor da cidade.
Caminhada Dourada
Mãe e dois filhos caminham sobre o calçadão muito irregular de Goiás.
Ivani Vidigal
Ivani Vidigal, uma vendedora de doces na sua pequena banca de Goiás.
Dorneles advocacia
A advogada Cyntia Arroio e o seu filho num escritório da cidade
O Forum
Frontão do edifício do Forum de Goiás.
Fusco do KGB
Pormenor de um dos muitos Volkswagens Fuscos de Goiás.
Igreja da Boa Morte
A Igreja da Boa Morte, também o Museu de Arte Sacra da cidade.
A Grande Catedral
A Catedral, bem acima do casario secular da Vila Boa.
Em Promo
Lilian e Cristiane, empregadas numa loja colorida de tecidos e roupa, instalada numa casa colonial de Goiás Velho.
Sebastião e o Chacal
O tetraneto do fundador de Goiás Velho Bartolomeu Silva e o seu cachorro.
Rasto de Modernidade
Carro a baixa velocidade deixa um rasto de luz ao longo de uma rua também iluminada por candeeiros antigos
Unhas bonitas
Moradora da Vila Boa pinta as unhas à porta do seu lar.
Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.

É no topo do morro da igrejinha de Areias que Goiás está, desta vez, em festa.

Os cânticos intensos dos fiéis propagam-se pelo vale circundante. Pairam sobre a mancha uniforme de telha portuguesa que os anos embelezaram.

A honra da celebração vai para Bárbara, a santa protectora dos raios, dos trovões e também dos artilheiros. À laia de provocação, o fogueteiro de serviço solta canas para o céu como se disso dependesse a sua vida.

Os estrondos fazem ricochete nos morros vizinhos de São Francisco, Canta Galo e das Lages.

E, a maior distância, na imponente Serra Dourada. Espantam alguns tucanos que esvoaçam para a segurança do cerrado.

Incontornável e contundente, o anúncio alerta os crentes atrasados que correm, ofegantes, Rua Passo da Pátria e escadinhas da igreja acima.  Não é de bom tom perder a bênção da cruz e a procissão há muito que chegou à derradeira paragem.

O mesmo que aconteceu a Goiás Velho como é também chamada, de quando em quando, a povoação.

Casario crepuscular, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Crepúsculo toma conta do casario secular da povoação, como visto da Igreja de Santa Bárbara

Goiás Velho: do Arraial de Sant’Anna a Capital Estadual

Esta cidade goiana de vinte e seis mil habitantes teve origem em 1732, no coração do cerrado brasileiro.

Situada sobre os 15º de latitude, sempre fez calor todo o ano em Goiás.

No Inverno – de Maio a Setembro – não chove, o ar é límpido e o céu permanece azulão, polvilhado de pequenas nuvens brancas. “’Tá fazendo um frio de noite!” queixam-se os moradores todos os dias de Julho e Agosto, apesar de a temperatura quase nunca baixar dos 15 graus.

Unhas, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Moradora da Vila Boa pinta as unhas à porta do seu lar.

O Verão, que dura os restantes meses, acolhe a época das chuvas, quando está quase sempre nublado e chove com frequência e intensidade, às vezes, surpreendentes.

Cerca de cinquenta anos depois do seu sucesso em Minas Gerais, os bandeirantes que se aventuraram para o interior do Brasil em busca de metais preciosos e escravos, acharam ouro na região de Goiás.

Achado não será o melhor termo. Fazendo fé no que ficou para a história, ter-se-á tratado mais de um acto de ilusionismo.

Em 1682, uma bandeira liderada pelo velho Paulista Bartolomeu Bueno da Silva chegou ao território dos índios Goyaz.  Para seu gáudio, os indígenas usavam artefactos de ouro.

Pouco vocacionado para a diplomacia mas perito em crueldade e trapaça, o anhanguera (velho diabo) – como a nação Goiá o haveria entretanto de alcunhar tratou de intimidar os nativos. Incendiou alguma cachaça sobre um prato.

Consciente de que os goiá pensavam ser água, ameaçou-os de que faria o mesmo com todos os rios das redondezas se os índios não lhe revelassem as suas minas de ouro. Três anos mais tarde, apesar de dado como morto, o velho diabo regressou triunfante a São Paulo.

Com ele, viajavam os sobreviventes, ouro e índios escravos de Goiás.

Em 1722, o seu filho homónimo, que sobrevivera à primeira investida, organizou nova bandeira e lançou o arraial de Sant’Anna.

Rua longa, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Uma longa rua formada pelo casario erguido para alojar os mineiros que procuraram ouro em redor da cidade.

Este arraial marcou, em 1732, o estabelecimento da vila com o mesmo nome, rebaptizada como Vila Boa de Goiaz numa homenagem sarcástica aos habitantes nativos da região, extintos pelos invasores ainda antes do ouro, que só durou até ao fim do século XVIII.

Todas as cidades têm uma história. Goiás parece ser a sua.

Até o epíteto “velho” ajuda a ilustrar o fenómeno. Isto, apesar de parte da população o achar mais depreciativo que necessário (para a distinguir do estado homónimo de que faz parte.

Pouco ou nada mudou desde que se tornou na capital da recém-criada Capitania de Goiás e atingiu o apogeu.

Para a preservação da sua arquitectura peculiar foi decisiva a transferência da capital do estado para Goiânia, em 1937, uma despromoção que a deixou perdida no tempo.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Morador percorre um recanto típico da cidade sobre um burro.

O Casario Colonial que é Património Mundial

Como descreve a UNESCO, que concedeu a Goiás o título de património mundial, em Dezembro de 2001, “ … o seu desenho urbano é um exemplo notável do desenvolvimento orgânico de uma cidade mineira, adaptada às condições da área (…) de uma cidade europeia admiravelmente adaptada às condicionantes climáticas, geográficas e culturais do centro da América do Sul”.

De qualquer um dos seus pontos panorâmicos, com destaque para o campanário da igreja do Rosário ou do morro da igreja de Areias se observam tais atributos.

O casario que sobressai do verde da vegetação tropical é uniforme. Erguidas em adobe, taipa e pau-a-pique, as casas são quase todas térreas. As que fogem à regra têm, no máximo, dois pisos.

São ainda pintadas de branco com excepção para as portas, janelas e molduras cujas cores dependem da disposição dos donos.

Já as ruas, estreitas, invariavelmente cobertas por uma calçada irregular feita de enormes pedras cinzentas, causam entorses frequentes.

Aos poucos, arruinam também os carros dos condutores mais destemidos.

Caminhada Dourada, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Mãe e dois filhos caminham sobre o calçadão muito irregular de Goiás.

Alguns edifícios públicos destoam em dimensão, com destaque para o Palácio Conde dos Arcos, o hospital e o Quartel do Vinte, de onde partiram soldados do Vigésimo Batalhão de Infantaria para a Guerra  do Paraguai.

A espaços, surgem ainda casarões imponentes com brasões senhoriais.

O Museu de Arte Sacra da Boa Morte e a Figura de Veiga Valle

Abençoam-na sete igrejas barrocas, com destaque para a da Boa Morte erguida em 1779 e lugar do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, ali instalado desde 1961. O museu expõe inúmeras obras de José Joaquim da Veiga Valle, um prestigiado escultor goiano.

No interior, duas senhoras de idade respeitável limpam e inventariam estatuetas e outras esculturas de arte sacra com alma e coração. Tinham que fazer para toda a tarde. Nessa, e eventualmente algumas das que se seguiam.

Boa parte das obras de que tratavam eram da autoria de outro dos artistas conceituados do estado de Goiás, José Joaquim da Veiga Valle. Veiga Valle, como ficou conhecido, nasceu, em 1806, na cidade vizinha e de alguma maneira rival, de Arraial da Meia Ponte, hoje a famosa Pirenópolis.

Em Meia Ponte, desempenhou um papel protagonista no governo e na administração da cidade. Foi vereador, juiz, militar. Mais tarde, Veiga Valle integrou a associação de fiéis católicos da Irmandade do Santíssimo Sacramento.

Participou em sucessivas tarefas de douração dos altares da igreja matriz da cidade. Terá sido nessas ocasiões que ganhou maior intimidade com os recheios das igrejas e sentiu a inspiração autodidacta de os criar.

À medida que aperfeiçoava a sua arte, as suas esculturas em madeira de cedro conquistaram admiradores e clientes fiéis. E lugar garantido nas naves de Meia Ponte.

Algum tempo depois, Veiga Valle mudou-se para a Vila Boa de Goiás. Também as igrejas de Goiás Velho acolheram as suas obras.

Igreja da Boa Morte, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

A Igreja da Boa Morte, também o Museu de Arte Sacra da cidade.

Seria de esperar que Veiga Valle as tivesse criado em estilo neoclássico mas, ao invés, manteve os óbvios trejeitos do barroco.

Os estudiosos de arte sacra imputam-no ao facto de, quer Meia Ponte quer Goiás, estarem a milhares de quilómetros das grandes cidades coloniais brasileiras.

E, como tal, à margem das correntes recém-chegadas da Metrópole.

Receios Fundados com os Roubos de Arte Sacra

Quando entramos no Museu de Arte Sacra da Boa Morte, ambos armados de máquinas fotográficas, as duas senhoras de serviço deixam transparecer um pânico imediato. “Mas vocês querem essas fotos para quê?

A gente cá em Goiás não gosta disso não. Vocês sabem que já teve vários assaltos a igrejas e fizeram desaparecer alguma arte que era mais que sagrada! Aí, se vocês fotografam e divulgam, vamos ter ainda mais problemas.”

Compreendemos a sua aflição. Não era sequer a primeira vez que nos deparávamos com preocupações do género. Com calma, reiteramos que éramos portugueses e prometíamos que, a serem usadas, as imagens só sairiam em Portugal e apenas em papel, não as disseminaríamos na internet.

Foi o suficiente para as senhoras se tranquilizarem e nos concederem algumas fotos exemplificativas e uma divulgação de que, mesmo que muitos dos habitantes resistam a admitir, a cidade carece.

Não é só na arquitectura e património histórico que está o passado de Goiás Velho.

Sem os postais, ímans, bonecos e restantes brindes que infestam outras cidades coloniais badaladas do Brasil, uma miríade pequenos negócios genuínos,  lucram com moderação nos pisos térreos das casas seculares.

Identificamo-los pelos nomes e logotipos pintados nas paredes,

São lojas de tecidos, roupa e de artefactos religiosos, farmácias antiquadas e um ou outro estabelecimento mais moderno que fornece os recém-chegados telefones celulares, ou aluga o último sucesso imperdível de Holywood.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Lilian e Cristiane, empregadas numa loja colorida de tecidos e roupa, instalada numa casa colonial de Goiás Velho.

Ao mesmo tempo, percorrem Goiás empresários remediados como o engraxador ou o vendedor do bilhete da lotaria.

Seja qual for a actividade, com o fim da tarde, os negócios fecham portas e caixas.

Os moradores regressam aos domicílios. Reúnem-se à entrada das igrejas, a aguardar o início da missa ou, nas esquinas, à conversa.

O Passado de Goiás, Por todo o lado

Contornamos uma peladinha aguerrida a ter lugar no relvado da Praça Brasil Caiado. Junto ao seu enorme Chafariz de Cauda, deparamo-nos com um adolescente que brinca com um cachorro.

Entre festas ao “Chacal”, conversa puxa conversa, Sebastião acaba por nos informar: “Eu sou tetraneto do Bartolomeu Bueno (filho), o fundador da Vila Boa. Vivi toda a vida aqui e a minha família também. Nunca saímos de cá.”

Sebastião e Chacal, Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

O tetraneto do fundador de Goiás Velho Bartolomeu Silva e o seu cachorro.

Mais abaixo, é Zé Pires – com, no mínimo, o triplo da idade de Sebastião – que nos aborda: “Tão fazendo matéria é? Essa cidade ‘tá cheia de estórias mesmo! (…)

Tem muita gente que ainda tenta a sua sorte com o ouro, por esse cerrado fora.

Às vezes aparece até aí no Rio Vermelho, só que é quase sempre só um niquinho sem valor! Não dá p’ra levar p’rá Fundição”.

E ata o seu cavalo a uma árvore para melhor puxar pela memória.

A História Bem Viva de Goiás

Quando não são os testemunhos materiais, a própria população remete para a era mineira de Goiás.

Sebastião é descendente dos Paulistas; Zé Pires, provavelmente dos Emboadas, os imigrantes que vieram de Portugal atraídos pelo ouro de Minas Gerais e se deslocaram para o centro do Brasil.

São ambos brancos. Mas a maior parte dos habitantes da cidade é negra ou mulata, com sangue dos escravos africanos recrutados para trabalhar na mineração.

Vive e convive nas mesmas casas humildes construídas pelos seus antepassados com a ilusão da riqueza, uma ilusão que, em tantos casos, o fim precipitado do ouro e os preços altíssimos dos produtos trazidos de longe, transformou em pesadelo.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Morador percorre um recanto típico da cidade sobre um burro.

Para muitos vilaboenses, a situação ainda não melhorou, como o Brasil, em geral.

A imigração do estado de Goiás para Portugal – onde tantos têm ascendentes familiares que desconhecem – e outros destinos europeus e do mundo acentua-se. Goiás contribui com os seus números.

E a história reverte-se.

Outros habitantes da Vila Boa lá se vão safando com as artes em que se destacam.

Em frente à Rádio FM Vilaboa, ensaia, compenetrado, o Trio Raio de Sol.

Compõem-no por Elsimar no violão, António Robertinho na viola e Magela no acordeão. Lá dentro, no pequeno estúdio, actua já o trio Nascente, de José Rito, Renan e Juan Mineiro.

A vida faz-se destas oportunidades.

Mesmo que a rádio não pague a actuação, quem sabe se a promoção não os leva a algum festival de sertanejo.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Magela, o acordeonista do grupo Trio Raio de Sol.

Goiás Velho: Sem Pressas nem Complexos

Goiás está longe de ser turística. É verdade que durante a Semana Santa e, principalmente a Procissão do Fogaréu – única no Brasil – a cidade fica à pinha para assistir à reencenação da perseguição dos farricocos a Cristo.

E o mesmo acontece com a chegada do FICA–Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, uma das maiores mostras temáticas do mundo.

Além destas ocasiões e celebrações, só a passagem de ano atrai um número significativo de visitantes, provenientes das cidades vizinhas, Brasília, Goiânia, Anápolis, Pirenópolis.

Ao contrário das “irmãs” de Minas Gerais, Tiradentes, Diamantina e Ouro Preto que são intensivamente promovidas e recebem milhares de visitantes brasileiros e estrangeiros interessados, Goiás continua a pagar o preço da interioridade. Permanece na sombra do seu título de Património Mundial.

Enquanto não se faz justiça, a cidade trata da herança que recebeu.

E desfruta da sua vida genuína e sedativa.

Assim que o sol se põe, os velhos lampiões de luz dourada acendem-se numa sequência desconexa.

Goiás passa para o seu modo nocturno. Rende-se a uma paz só quebrada pelos foguetes ou, caso seja tempo de comemoração, pelos cânticos.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Duas crianças treinam capoeira numa rua da cidade dourada pela luz.

No dia seguinte, os vilaboenses despertam com o alvorecer para o ritmo tranquilo de trabalho que o clima do Planalto Central ajuda a marcar.

Goiás Velho, Legado da Febre do ouro, Brasil

Sol põe-se e dá cor extra ao cenário colonial e tropical de Goiás Velho.

Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirenéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Colónia do Sacramento, Uruguai

Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Cerimónias e Festividades
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Cidades
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Cultura
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Étnico
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Maori haka, Waitangi Treaty Grounds, Nova Zelândia
História
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Banco improvisado
Ilhas
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Nuvem lenticular, Mount Cook, Nova Zelândia
Natureza
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
ilha de Alcatraz, Califórnia, Estados Unidos
Parques Naturais
Alcatraz, São Francisco, E.U.A.

De Volta ao Rochedo

Quarenta anos passados sobre o fim da sua pena, a ex-prisão de Alcatraz recebe mais visitas que nunca. Alguns minutos da sua reclusão explicam porque o imaginário do The Rock arrepiava os piores criminosos.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, Teoria da Relatividade, Vigia
Património Mundial UNESCO
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Personagens
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Praias
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Mini-snorkeling
Sociedade
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Vida Selvagem
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.