Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação


Encontro de irmãos
Composições do Flam Railway encontram-se em sentidos contrários.
Rio deGelo
Curso de água alimentado pelo degelo flui ao longo do PN Hallingskarvet.
Panorama a bordo
Passageiros do Flam Railway convivem numa das carruagens.
Onde o Inverno resiste
Cenário nevado do PN Hallingskarvet, num domínio planáltico que antecede Myrdal.
Verde-espelho
Paisagem espelhada num dos muitos lagos entre Nesbyen e Myrdal.
Myrdal – Ti Flam/Rallarvegen
Placa identifica a estação de Myrdal e a sua altitude: 866.8 metros.
Malvin Midje ao seu dispôr
Malvin Midje, funcionário do Flam Railway.
A Poderosa Kjosfossen
Kjosfossen, a queda d'água mais íntima do Flam Railway.
Dança de huldra
Dançarina encarna o papel de uma huldra, à beira da queda d'água Kjosfossen. Uma huldra é uma criatura da mitologia norueguesa que atrai os homens à floresta.
Noruega dos pequeninos
Passageiros orientais admiram as casas miniatura de Myrdal.
Fiorde adentro
Composição do Flam Railway entra num dos vários túneis do caminho de ferro.
Véu de Noiva Norueguesa
Queda d'água flui do cimo de uma ravina verdejante, uma das visões comuns do do Flam Railway.
Flam à Vista
Panorâmica da zona velha de Flam, a anteceder a estação final de Flam.
Dança de huldra
Figurante de uma huldra dança sobre a floresta ensopada junto à queda d'água Kjosfossen.
Encontro de tugas
Sara Wong e Marco C. Pereira com João Carvalho, o "despachado" funcionário português do Flam Railway que põe os passageiros a mexer.
Entroncamento ferroviário-marinho de Flam
Linha do Flam Railway encontra a doca em que atracam os cruzeiros que sobem o Sognefjord.
Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.

É só em Nesbyen, já mais despertos sobre a plataforma da estação local do Flam Railway, que a jornada nos suscita as primeiras emoções.

Estamos em Junho. Choveu todo o percurso desde a capital. Tal como ansiávamos que sucedesse, mais para meio da manhã, as nuvens deram de si e permitiram um embarque seco e ordeiro tendo em conta que, nesta secção inicial da viagem, num comboio convencional, moderno e sem janelas que abrissem, os passageiros iam seguir com assentos marcados.

Mesmo assim, a entrada é disputada ao centímetro. No fim, vencem os sempre determinados e imbatíveis chineses.

Instalamo-nos o mais confortáveis possível mas, inquietos, saímos para uma ou outra foto à pressa e voltamos aos lugares sempre a controlar o momento da partida. Decorridos dez minutos, a composição põe-se em marcha connosco dentro, sem sobressaltos.

O Cenário Surpreendente que antecede o do Flam Railway

Íamos convencidos de que o trajecto que antecede o mais notório Flam Railway se revelaria banal. Não foi assim. Viajámos quase sempre ao longo do caudal serpenteante do rio Hallingdalselva e de lagos vizinhos encaixados em vales verdejantes, pejados de lares campestres.

PN Hallingskarvet, Noruega

Cenário nevado do PN Hallingskarvet, num domínio planáltico que antecede Myrdal.

Mais para a frente, entramos nas terras altas do PN Hallingskarvet, bem acima dos 1000 metros de altitude. Tudo muda de figura. Mesmo em Junho, este planalto esculpido por sucessivas idades do gelo continuava no seu Inverno à parte. O verde passa a surgir apenas a espaços e, a determinada altura, cede de vez a uma panorama acastanhado e branco dos retalhos de neve que resistem às intenções do estio.

Cascatas alimentadas pelo degelo desses nevados e de glaciares soberanos fluem penhascos abaixo e alimentam vários rios, riachos e lagos: o Tungevatnet, o Hestebotnvatnet, o Finsevatnet e outros – que por ali fluem. Os mais sérios são velozes e repletos de rápidos, uns correm na região de Buskerud, outros, na fronteiriça de Hordaland.

Numa e noutra, como cogumelos humanos, grandes cabanas-abrigo de madeira escura ornam o planalto. Enchem-nos o imaginário de deliciosos retiros divididos entre a beira-rio e a beira-lareira.

Não tarda, deixamos o domínio de Hallingskarvet. Prosseguimos para noroeste e para baixo dos mil metros. Aos 866, após mais de duas horas de ziguezagues, a composição dá entrada em Myrdal, um povoado disposto em redor da estação ferroviária homónima, ali presente como entroncamento da linha de Bergen e da de Flam.

Placa da estação do Flam Railway de Myrdal, Noruega.

Placa identifica a estação de Myrdal e a sua altitude: 866.8 metros.

João Carvalho na Liderança do Transbordo de Myrdal

É suposto tomarmos a última. Desembarcamos todos para uma plataforma central desafogada. Confrontados com duas linhas, algo distantes do pequeno edifício central, os passageiros rendem-se a uma desorientação momentânea.

Uns, deslocam-se para um lado, outros para o oposto, em busca do melhor lugar para se situarem na disputa dos assentos do comboio que se seguia, esse sim, conhecido por percorrer dos cenários mais impressionantes da Noruega e do mundo.

O desnorte pouco dura. Às tantas, um dos funcionários da estação, identificado com um colete verde-fluorescente, aparece e alto mas num tom paternal grita: “Follow me my children, follow me!”. Assim convoca e dispõe todos os passageiros em sua roda de forma a ouvirem o briefing que tinha para comunicar.

Ficamos a saber de onde surgiria a composição do Flam Railway, em que sentido seguiria e onde nos deveríamos posicionar face à composição iminente. Formam-se novas filas, com a comoção esperada. Uma passageira chinesa mais excitada com a evasão e a competição atropela uma outra norte-americana, já com alguma idade. Suscita um incidente de relações internacionais que a boa disposição dos demais depressa ajuda a sanar.

Entretanto, a composição do Flam Railway encosta na plataforma, liderada por uma locomotiva eléctrica cinzenta que puxa várias carruagens bem mais antigas que aquelas em que havíamos chegado a Myrdal.

Por Fim, a Bordo do Reputado Flam Railway

Este segundo e derradeiro comboio fazia já os primeiros dos seus 20 km de trajecto quando o funcionário que nos tinha orientado a todos na estação de partida nos aborda: “Esperem lá, vocês são portugueses, certo?”, questiona-nos imbuído de uma forte suspeita de nos ter ouvido a falar português.

Sara Wong, Marco C. Pereira & João Carvalho, Flam Railway, Noruega

Sara Wong e Marco C. Pereira com João Carvalho, o “despachado” funcionário português do Flam Railway que põe os passageiros a mexer.

Confirmamo-lo. Damos sequência a uma inesperada conversa de compatriotas. João Carvalho diz-nos que é da Margem Sul, onde também temos família. Cumpria a mais recente de várias épocas de Verão a trabalhar no Flam Railway.

Elogiamos-lhe o à vontade e a eficiência com que conduzia os passageiros e perguntamos se os funcionários noruegueses também os tratam daquela tarefa. “Bom tratar… tratam mas não o fazem assim como eu.” diz-nos para confirmar aquilo de que, de qualquer maneira, já não tínhamos grandes dúvidas: o à vontade mediterrânico do João era único e precioso.

Vasculhamos a mente. Ficamos com a impressão de já o ter visto em destaque num documentário francês ou alemão sobre aquele caminho-de-ferro. “É bem possível, confirma-nos o João. Já vieram aí filmar tantas vezes!” Trocamos contactos. João, regressa aos seus afazeres, carruagens fora.

Flam Railway: um Caminho-de-ferro Providencial Conquistado aos Fiordes

Nós, entregamo-nos às janelas que tínhamos conquistado. Dedicamo-nos a contemplar e a registar as paisagens de ambos os lados da linha, uma ramificação da Bergen Line, finalizada em 1941, após 20 anos de construção, no vale de Flamsdalen com o fim de abrir um acesso crucial ao Sognefjord, conhecido como o Rei dos Fiordes e o mais amplo e profundo da Noruega.

A Flam Line tem 20km, 10 túneis e uma ponte. Serpenteia 863 metros abaixo até aos 59m de elevação de Flam. Com um gradiente de 5,5%, é uma das linhas com maior declive à face da Terra. De acordo, as várias carruagens estão equipadas com distintos travões capazes de deter toda a composição.

Queda d'água, Flam Railway, Noruega

Queda d’água flui do cimo de uma ravina verdejante, uma das visões comuns do do Flam Railway.

Nesse trajecto, as janelas das carruagens prendam-nos com vistas incríveis: alguns picos e penhascos nevados mas, sobretudo, ravinas e desfiladeiros profundos e verdejantes com os fundos decorados por casinhas de madeira vermelhas, algumas, amarelas. Caem quedas d’água do cimo dessas ravinas, bem mais longas e caprichosas que as do PN Hallingskarvet.

O Encontro Mitológico com a queda d’água Kjosfossen

Uma delas, a Kjosfossen, precipita-se 90 metros, entre o cimo dissimulado do grande lago Reinungavatnet e o caudal do rio Flamselvi que acompanharíamos até à derradeira estação.

Cai tão volumosa, furiosa e próxima do comboio que parece inundá-lo a qualquer momento. Em vez, passa por baixo da plataforma ali instalada para a composição se deter e conceder aos passageiros uma contemplação despachada e muito borrifada. Da queda d’água. Mas não só.

Kjosfossen, Flam Railway Line, Noruega

Kjosfossen, a queda d’água mais íntima do Flam Railway.

Sem aviso, do cimo das ruínas de uma casa antiga, surge uma mulher loura misteriosa que traja um vestido vermelho. Dança. Move-se e continua a dançar em redor da casa e, logo, pela floresta ensopada contígua, ao som de uma música folk norueguesa.

Tendo o Flam Railway sido, a determinada altura, dedicado aos forasteiros turistas, pago com preços condizentes foi complementado com um acto de estudantes da Escola de Ballet Norueguesa. Lá encarnam, há já muito, a Huldra, uma criatura (mas também toda uma raça ou espécie) espiritual e esquiva da mitologia da Noruega.

Estabelece a mitologia escandinava que estas criaturas atraem os homens à floresta para os seduzir. E que são especialmente benévolas para com os carvoeiros, que se habituaram a contemplar quando estes repousam e enquanto as suas brasas incandescentes arrefecem.

Dança de huldra

Dançarina encarna o papel de uma huldra à beira da queda d’água Kjosfossen, Uma huldra é uma criatura da mitologia norueguesa que atrai os homens à floresta.

Rallarvegen e a Descida para Breikvam

Soa novo aviso a reclamar o reembarque. A composição retoma a descida. Uns poucos quilómetros para diante, quase a meio do percurso, ficamos de frente para outro cenário impressionante: Rallarvegen. O trecho de uma estrada estreita e de terra batida, ziguezagueia vinte uma vezes da base de uma nova queda d’água até ao seu cimo.

Na origem, esta estrada foi ali construída para facilitar os trabalhos hercúleos do Flam Railway, conduzidos pelos ralar (engenheiros de navegação). Finaliza uma via com mais de 120 km que, segundo apuramos mais tarde, vem das alturas de Hol, no condado de Buskerud.

Hoje, usam-na sobretudo os adeptos de BTT. Todos os anos, no curto período em que não está gelada – entre Julho e Setembro – percorrem-na mais de 20.000 ciclistas ansiosos por renovar a adrenalina.

Passamos por sucessivas povoações ribeirinhas, instaladas de forma harmoniosa numa ou noutra margem do rio Flamselvi. Parecem-nos frágeis as suas casas de madeira, insignificantes, naquele cenário feito de paredões de rocha cobertos em parte de árvores que vencem a gravidade.

As povoações são abençoadas por pequenas igrejas luteranas. Têm casas do povo com bandeiras da Noruega altivas. Dali até Flam, pouco divergem do padrão normativo vermelho-branco-amarelo.

Por altura de Breikvam, a linha do Flam Railway divide-se em dois, por forma a que as composições a viajar em sentidos opostos não tenham que parar. Vamos de cabeça quase de fora e assistimos a um desses encontros em que os dois comboios parecem espelhos um do outro.

Old Flam, Flam Railway, Noruega

Panorâmica da zona velha de Flam, a anteceder a estação final de Flam.

Flam. E o Sognefjord à Vista

Não tarda, o gradiente da linha suaviza-se e o vale do Flamselvi abre-se. Conseguimos vislumbrar a Flam antiga, também ela com a esperada disposição e organização norueguesa e uma igrejazinha de madeira escura diminuta a poucos metros do leito do rio.

O comboio vence mais um meandro. Do lado de lá, já sobre a foz do Flamselvi, entramos na Flam moderna, a justificada pela cada vez mais atarefada confluência do Flam Railway e do cais de Flam, no limiar do majestoso Sognefjord.

Funcionário do Flam Railway, Flam, Noruega

Malvin Midje, funcionário do Flam Railway.

A composição desacelera dos menos de 40 km/h a que seguia e detém-se. Os passageiros recuperam a sua bagagem. Aos poucos, descem para a última das estações.

Logo ali, a uns meros metros, esperam-nos merecidas estadias nos hotéis da vila, ou embarques nos navios que percorrem o Sognefjord.

Linha do Flam Railway chega a Flam, Noruega

Linha do Flam Railway encontra a doca em que atracam os cruzeiros que sobem o Sognefjord.

Por volta das três e meia da tarde, subimos a bordo de um dos Fjord Cruises entre Flam e Bergen, rumo à ainda longínqua segunda maior cidade da Noruega. Nessa tarde, no entanto, só navegámos até Balestrand, onde tivemos o privilégio de pernoitar. Balestrand e Bergen, ficam para próximos capítulos.

 

Mais Informações e reservas do comboio Flam Railway e de Tours “Sognefjord in a Nutshell” em www.fjordtours.com.

Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Cortejo garrido
Cidades
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Jingkieng Wahsurah, ponte de raízes da aldeia de Nongblai, Meghalaya, Índia
Cultura
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 5º- Ngawal-BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Pequeno navegador
Étnico
Honiara e Gizo, Ilhas Salomão

O Templo Profanado das Ilhas Salomão

Um navegador espanhol baptizou-as, ansioso por riquezas como as do rei bíblico. Assoladas pela 2ª Guerra Mundial, por conflitos e catástrofes naturais, as Ilhas Salomão estão longe da prosperidade.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Dominica, Soufriére e Scotts Head, fundo da ilha
História
Soufriére e Scotts Head, Dominica

A Vida que Pende da Ilha Caribenha da Natureza

Tem a fama da ilha mais selvagem das Caraíbas e, chegados ao seu fundo, continuamos a confirmá-lo. De Soufriére ao limiar habitado sul de Scotts Head, a Dominica mantém-se extrema e difícil de domar.
Montserrat ilha, Plymouth, vulcão Soufriere, casario soterrado
Ilhas
Plymouth, Montserrat

Das Cinzas às Cinzas

Erguida no sopé do monte Soufrière Hills, sobre depósitos magmáticos, a cidade solitária da ilha caribenha de Montserrat cresceu condenada. Como temido, em 1995, o também vulcão entrou num longo período eruptivo. Plymouth, é a única capital de um território político que permanece soterrada e abandonada.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Mte. Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Macaco-uivador, PN Tortuguero, Costa Rica
Natureza
PN Tortuguero, Costa Rica

Tortuguero: da Selva Inundada ao Mar das Caraíbas

Após dois dias de impasse devido a chuva torrencial, saímos à descoberta do Parque Nacional Tortuguero. Canal após canal, deslumbramo-nos com a riqueza natural e exuberância deste ecossistema flúviomarinho da Costa Rica.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Parques Naturais
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
agua grande plataforma, cataratas iguacu, brasil, argentina
Património Mundial UNESCO
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania
Religião
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Máquinas Bebidas, Japão
Sociedade
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Vida Selvagem
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.
PT EN ES FR DE IT