Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação


Encontro de irmãos
Composições do Flam Railway encontram-se em sentidos contrários.
Rio deGelo
Curso de água alimentado pelo degelo flui ao longo do PN Hallingskarvet.
Panorama a bordo
Passageiros do Flam Railway convivem numa das carruagens.
Onde o Inverno resiste
Cenário nevado do PN Hallingskarvet, num domínio planáltico que antecede Myrdal.
Verde-espelho
Paisagem espelhada num dos muitos lagos entre Nesbyen e Myrdal.
Myrdal – Ti Flam/Rallarvegen
Placa identifica a estação de Myrdal e a sua altitude: 866.8 metros.
Malvin Midje ao seu dispôr
Malvin Midje, funcionário do Flam Railway.
A Poderosa Kjosfossen
Kjosfossen, a queda d'água mais íntima do Flam Railway.
Dança de huldra
Dançarina encarna o papel de uma huldra, à beira da queda d'água Kjosfossen. Uma huldra é uma criatura da mitologia norueguesa que atrai os homens à floresta.
Noruega dos pequeninos
Passageiros orientais admiram as casas miniatura de Myrdal.
Fiorde adentro
Composição do Flam Railway entra num dos vários túneis do caminho de ferro.
Véu de Noiva Norueguesa
Queda d'água flui do cimo de uma ravina verdejante, uma das visões comuns do do Flam Railway.
Flam à Vista
Panorâmica da zona velha de Flam, a anteceder a estação final de Flam.
Dança de huldra
Figurante de uma huldra dança sobre a floresta ensopada junto à queda d'água Kjosfossen.
Encontro de tugas
Sara Wong e Marco C. Pereira com João Carvalho, o "despachado" funcionário português do Flam Railway que põe os passageiros a mexer.
Entroncamento ferroviário-marinho de Flam
Linha do Flam Railway encontra a doca em que atracam os cruzeiros que sobem o Sognefjord.
Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.

É só em Nesbyen, já mais despertos sobre a plataforma da estação local do Flam Railway, que a jornada nos suscita as primeiras emoções.

Estamos em Junho. Choveu todo o percurso desde a capital. Tal como ansiávamos que sucedesse, mais para meio da manhã, as nuvens deram de si e permitiram um embarque seco e ordeiro tendo em conta que, nesta secção inicial da viagem, num comboio convencional, moderno e sem janelas que abrissem, os passageiros iam seguir com assentos marcados.

Mesmo assim, a entrada é disputada ao centímetro. No fim, vencem os sempre determinados e imbatíveis chineses.

Instalamo-nos o mais confortáveis possível mas, inquietos, saímos para uma ou outra foto à pressa e voltamos aos lugares sempre a controlar o momento da partida. Decorridos dez minutos, a composição põe-se em marcha connosco dentro, sem sobressaltos.

O Cenário Surpreendente que antecede o do Flam Railway

Íamos convencidos de que o trajecto que antecede o mais notório Flam Railway se revelaria banal. Não foi assim. Viajámos quase sempre ao longo do caudal serpenteante do rio Hallingdalselva e de lagos vizinhos encaixados em vales verdejantes, pejados de lares campestres.

PN Hallingskarvet, Noruega

Cenário nevado do PN Hallingskarvet, num domínio planáltico que antecede Myrdal.

Mais para a frente, entramos nas terras altas do PN Hallingskarvet, bem acima dos 1000 metros de altitude. Tudo muda de figura. Mesmo em Junho, este planalto esculpido por sucessivas idades do gelo continuava no seu Inverno à parte. O verde passa a surgir apenas a espaços e, a determinada altura, cede de vez a uma panorama acastanhado e branco dos retalhos de neve que resistem às intenções do estio.

Cascatas alimentadas pelo degelo desses nevados e de glaciares soberanos fluem penhascos abaixo e alimentam vários rios, riachos e lagos: o Tungevatnet, o Hestebotnvatnet, o Finsevatnet e outros – que por ali fluem. Os mais sérios são velozes e repletos de rápidos, uns correm na região de Buskerud, outros, na fronteiriça de Hordaland.

Numa e noutra, como cogumelos humanos, grandes cabanas-abrigo de madeira escura ornam o planalto. Enchem-nos o imaginário de deliciosos retiros divididos entre a beira-rio e a beira-lareira.

Não tarda, deixamos o domínio de Hallingskarvet. Prosseguimos para noroeste e para baixo dos mil metros. Aos 866, após mais de duas horas de ziguezagues, a composição dá entrada em Myrdal, um povoado disposto em redor da estação ferroviária homónima, ali presente como entroncamento da linha de Bergen e da de Flam.

Placa da estação do Flam Railway de Myrdal, Noruega.

Placa identifica a estação de Myrdal e a sua altitude: 866.8 metros.

João Carvalho na Liderança do Transbordo de Myrdal

É suposto tomarmos a última. Desembarcamos todos para uma plataforma central desafogada. Confrontados com duas linhas, algo distantes do pequeno edifício central, os passageiros rendem-se a uma desorientação momentânea.

Uns, deslocam-se para um lado, outros para o oposto, em busca do melhor lugar para se situarem na disputa dos assentos do comboio que se seguia, esse sim, conhecido por percorrer dos cenários mais impressionantes da Noruega e do mundo.

O desnorte pouco dura. Às tantas, um dos funcionários da estação, identificado com um colete verde-fluorescente, aparece e alto mas num tom paternal grita: “Follow me my children, follow me!”. Assim convoca e dispõe todos os passageiros em sua roda de forma a ouvirem o briefing que tinha para comunicar.

Ficamos a saber de onde surgiria a composição do Flam Railway, em que sentido seguiria e onde nos deveríamos posicionar face à composição iminente. Formam-se novas filas, com a comoção esperada. Uma passageira chinesa mais excitada com a evasão e a competição atropela uma outra norte-americana, já com alguma idade. Suscita um incidente de relações internacionais que a boa disposição dos demais depressa ajuda a sanar.

Entretanto, a composição do Flam Railway encosta na plataforma, liderada por uma locomotiva eléctrica cinzenta que puxa várias carruagens bem mais antigas que aquelas em que havíamos chegado a Myrdal.

Por Fim, a Bordo do Reputado Flam Railway

Este segundo e derradeiro comboio fazia já os primeiros dos seus 20 km de trajecto quando o funcionário que nos tinha orientado a todos na estação de partida nos aborda: “Esperem lá, vocês são portugueses, certo?”, questiona-nos imbuído de uma forte suspeita de nos ter ouvido a falar português.

Sara Wong, Marco C. Pereira & João Carvalho, Flam Railway, Noruega

Sara Wong e Marco C. Pereira com João Carvalho, o “despachado” funcionário português do Flam Railway que põe os passageiros a mexer.

Confirmamo-lo. Damos sequência a uma inesperada conversa de compatriotas. João Carvalho diz-nos que é da Margem Sul, onde também temos família. Cumpria a mais recente de várias épocas de Verão a trabalhar no Flam Railway.

Elogiamos-lhe o à vontade e a eficiência com que conduzia os passageiros e perguntamos se os funcionários noruegueses também os tratam daquela tarefa. “Bom tratar… tratam mas não o fazem assim como eu.” diz-nos para confirmar aquilo de que, de qualquer maneira, já não tínhamos grandes dúvidas: o à vontade mediterrânico do João era único e precioso.

Vasculhamos a mente. Ficamos com a impressão de já o ter visto em destaque num documentário francês ou alemão sobre aquele caminho-de-ferro. “É bem possível, confirma-nos o João. Já vieram aí filmar tantas vezes!” Trocamos contactos. João, regressa aos seus afazeres, carruagens fora.

Flam Railway: um Caminho-de-ferro Providencial Conquistado aos Fiordes

Nós, entregamo-nos às janelas que tínhamos conquistado. Dedicamo-nos a contemplar e a registar as paisagens de ambos os lados da linha, uma ramificação da Bergen Line, finalizada em 1941, após 20 anos de construção, no vale de Flamsdalen com o fim de abrir um acesso crucial ao Sognefjord, conhecido como o Rei dos Fiordes e o mais amplo e profundo da Noruega.

A Flam Line tem 20km, 10 túneis e uma ponte. Serpenteia 863 metros abaixo até aos 59m de elevação de Flam. Com um gradiente de 5,5%, é uma das linhas com maior declive à face da Terra. De acordo, as várias carruagens estão equipadas com distintos travões capazes de deter toda a composição.

Queda d'água, Flam Railway, Noruega

Queda d’água flui do cimo de uma ravina verdejante, uma das visões comuns do do Flam Railway.

Nesse trajecto, as janelas das carruagens prendam-nos com vistas incríveis: alguns picos e penhascos nevados mas, sobretudo, ravinas e desfiladeiros profundos e verdejantes com os fundos decorados por casinhas de madeira vermelhas, algumas, amarelas. Caem quedas d’água do cimo dessas ravinas, bem mais longas e caprichosas que as do PN Hallingskarvet.

O Encontro Mitológico com a queda d’água Kjosfossen

Uma delas, a Kjosfossen, precipita-se 90 metros, entre o cimo dissimulado do grande lago Reinungavatnet e o caudal do rio Flamselvi que acompanharíamos até à derradeira estação.

Cai tão volumosa, furiosa e próxima do comboio que parece inundá-lo a qualquer momento. Em vez, passa por baixo da plataforma ali instalada para a composição se deter e conceder aos passageiros uma contemplação despachada e muito borrifada. Da queda d’água. Mas não só.

Kjosfossen, Flam Railway Line, Noruega

Kjosfossen, a queda d’água mais íntima do Flam Railway.

Sem aviso, do cimo das ruínas de uma casa antiga, surge uma mulher loura misteriosa que traja um vestido vermelho. Dança. Move-se e continua a dançar em redor da casa e, logo, pela floresta ensopada contígua, ao som de uma música folk norueguesa.

Tendo o Flam Railway sido, a determinada altura, dedicado aos forasteiros turistas, pago com preços condizentes foi complementado com um acto de estudantes da Escola de Ballet Norueguesa. Lá encarnam, há já muito, a Huldra, uma criatura (mas também toda uma raça ou espécie) espiritual e esquiva da mitologia da Noruega.

Estabelece a mitologia escandinava que estas criaturas atraem os homens à floresta para os seduzir. E que são especialmente benévolas para com os carvoeiros, que se habituaram a contemplar quando estes repousam e enquanto as suas brasas incandescentes arrefecem.

Dança de huldra

Dançarina encarna o papel de uma huldra à beira da queda d’água Kjosfossen, Uma huldra é uma criatura da mitologia norueguesa que atrai os homens à floresta.

Rallarvegen e a Descida para Breikvam

Soa novo aviso a reclamar o reembarque. A composição retoma a descida. Uns poucos quilómetros para diante, quase a meio do percurso, ficamos de frente para outro cenário impressionante: Rallarvegen. O trecho de uma estrada estreita e de terra batida, ziguezagueia vinte uma vezes da base de uma nova queda d’água até ao seu cimo.

Na origem, esta estrada foi ali construída para facilitar os trabalhos hercúleos do Flam Railway, conduzidos pelos ralar (engenheiros de navegação). Finaliza uma via com mais de 120 km que, segundo apuramos mais tarde, vem das alturas de Hol, no condado de Buskerud.

Hoje, usam-na sobretudo os adeptos de BTT. Todos os anos, no curto período em que não está gelada – entre Julho e Setembro – percorrem-na mais de 20.000 ciclistas ansiosos por renovar a adrenalina.

Passamos por sucessivas povoações ribeirinhas, instaladas de forma harmoniosa numa ou noutra margem do rio Flamselvi. Parecem-nos frágeis as suas casas de madeira, insignificantes, naquele cenário feito de paredões de rocha cobertos em parte de árvores que vencem a gravidade.

As povoações são abençoadas por pequenas igrejas luteranas. Têm casas do povo com bandeiras da Noruega altivas. Dali até Flam, pouco divergem do padrão normativo vermelho-branco-amarelo.

Por altura de Breikvam, a linha do Flam Railway divide-se em dois, por forma a que as composições a viajar em sentidos opostos não tenham que parar. Vamos de cabeça quase de fora e assistimos a um desses encontros em que os dois comboios parecem espelhos um do outro.

Old Flam, Flam Railway, Noruega

Panorâmica da zona velha de Flam, a anteceder a estação final de Flam.

Flam. E o Sognefjord à Vista

Não tarda, o gradiente da linha suaviza-se e o vale do Flamselvi abre-se. Conseguimos vislumbrar a Flam antiga, também ela com a esperada disposição e organização norueguesa e uma igrejazinha de madeira escura diminuta a poucos metros do leito do rio.

O comboio vence mais um meandro. Do lado de lá, já sobre a foz do Flamselvi, entramos na Flam moderna, a justificada pela cada vez mais atarefada confluência do Flam Railway e do cais de Flam, no limiar do majestoso Sognefjord.

Funcionário do Flam Railway, Flam, Noruega

Malvin Midje, funcionário do Flam Railway.

A composição desacelera dos menos de 40 km/h a que seguia e detém-se. Os passageiros recuperam a sua bagagem. Aos poucos, descem para a última das estações.

Logo ali, a uns meros metros, esperam-nos merecidas estadias nos hotéis da vila, ou embarques nos navios que percorrem o Sognefjord.

Linha do Flam Railway chega a Flam, Noruega

Linha do Flam Railway encontra a doca em que atracam os cruzeiros que sobem o Sognefjord.

Por volta das três e meia da tarde, subimos a bordo de um dos Fjord Cruises entre Flam e Bergen, rumo à ainda longínqua segunda maior cidade da Noruega. Nessa tarde, no entanto, só navegámos até Balestrand, onde tivemos o privilégio de pernoitar. Balestrand e Bergen, ficam para próximos capítulos.

 

Mais Informações e reservas do comboio Flam Railway e de Tours “Sognefjord in a Nutshell” em www.fjordtours.com.

Oslo, Noruega

Uma Capital (sobre) Capitalizada

Um dos problemas da Noruega tem sido decidir como investir os milhares milhões de euros do seu fundo soberano recordista. Mas nem os recursos desmedidos salvam Oslo das suas incoerências sociais.
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
Stavanger, Noruega

A Cidade Motora da Noruega

A abundância de petróleo e gás natural ao largo e a sediação das empresas encarregues de os explorarem promoveram Stavanger de capital da conserva a capital energética norueguesa. Nem assim esta cidade se conformou. Com um legado histórico prolífico, às portas de um fiorde majestoso, há muito que a cosmopolita Stavanger impele a Terra do Sol da Meia-Noite.
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Balestrand, Noruega

Balestrand: uma Vida Entre Fiordes

São comuns as povoações nas encostas dos desfiladeiros da Noruega. Balestrand está à entrada de três. Os seus cenários destacam-se de tal forma dos demais que atraíram pintores famosos e continuam a seduzir viajantes intrigados.
Preikestolen - Rocha do Púlpito, Noruega

Peregrinação ao Púlpito de Rocha da Noruega

Não faltam cenários grandiosos à Noruega dos fiordes sem fim. Em pleno fiorde de Lyse, o cimo destacado, alisado e quase quadrado de uma falésia com mais de 600 metros forma um inesperado púlpito rochoso. Subir às suas alturas, espreitar os precipícios e apreciar os panoramas em redor tem muito de revelação.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Pela sombra
Arquitectura & Design
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
mao tse tung, coracao dragao, praca tianamen, Pequim, China
Cidades
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao
Cultura
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Pequena súbdita
Étnico

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Verão Escarlate
História

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Ilhas
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
A Gran Sabana
Natureza

Gran Sabana, Venezuela

Um Verdadeiro Parque Jurássico

Apenas a solitária estrada EN-10 se aventura pelo extremo sul selvagem da Venezuela. A partir dela, desvendamos cenários de outro mundo, como o da savana repleta de dinossauros da saga de Spielberg.

Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Parques Naturais
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Património Mundial UNESCO
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Mangal entre Ibo e ilha Quirimba-Moçambique
Praias
Ilha do Ibo a Ilha QuirimbaMoçambique

Ibo a Quirimba ao Sabor da Maré

Há séculos que os nativos viajam mangal adentro e afora entre a ilha do Ibo e a de Quirimba, no tempo que lhes concede a ida-e-volta avassaladora do oceano Índico. À descoberta da região, intrigados pela excentricidade do percurso, seguimos-lhe os passos anfíbios.
Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia
Religião
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Sociedade
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
PN Tortuguero, Costa Rica, barco público
Vida Selvagem
PN Tortuguero, Costa Rica

A Costa Rica e Alagada de Tortuguero

O Mar das Caraíbas e as bacias de diversos rios banham o nordeste da nação tica, uma das zonas mais chuvosas e rica em fauna e flora da América Central. Assim baptizado por as tartarugas verdes nidificarem nos seus areais negros, Tortuguero estende-se, daí para o interior, por 312 km2 de deslumbrante selva aquática.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.