Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas


Fiorde em S
Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.
Nichos de Rocha
Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.
Jorro
Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.
Tribuna de Honra
Passageiros de um ferry admiram a paisagem do Milford Sound.
Ponte sobre Chasma
Caminhantes cruzam uma ponte sobre o The Chasm, em pleno Fiordland National Park.
Ferry Kiwi
Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.
Tunel à Vista
Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.
Fetos neozelandeses
Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.
Caminho para a Montanha
Pico nevado destaca-se acima da Te Anau - Milford Sound Highway.
Stirling Falls
Passageiro de um ferry admira a cascata de Stirling Falls.
Os Cumes dos Fiordes
Panorama do cimo dos Sounds como visto durante um voo panorâmico.
Um Certo Atrevimento
Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d'água do Milford Sound.
Trilhos de musgo
Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau - Milford Sound Highway.
Rio Apressado
Riacho percorre um vale do Fiordland National Park.
Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.

Seja qual for o itinerário, a descoberta dos sounds neozelandeses tem início obrigatório em Te Anau, onde os caminhantes se abastecem das provisões e do equipamento de última instância, tantas vezes necessário por não chegarem preparados para a caprichosa meteorologia local. 

As autoridades kiwi locais chamaram-lhe Te Anau Milford Highway.

À medida que percorremos a ilha do Sul, fomo-nos habituando ao minimalismo ecológico destas vias básicas. E basta-nos meia-hora de caminho para confirmarmos como a sua humildade contrastava com a imponência do cenário envolvente.

Começamos por serpentear, subir e descer através de colinas deixadas para trás pela morena glaciar que escavou o Lago Te Anau, quase até aos 500 metros de profundidade.

Para diante, embrenhamo-nos numa floresta escura e densa de faias que alterna com planícies de aluvião e prados gentis amarelados pelo frio que aperta e que vemos materializado em tons de branco no topo das montanhas que fecham o Eglinton Valley e nos cumes altivos do Pyramid Peak e do Ngatimamoe Peak.

Com mais frequência do que esperávamos, estacionamos o carro e saímos para caminhadas promissoras, como a dos Mirror Lakes em que, sobre um passadiço, admiramos os reflexos mais-que-perfeitos das montanhas em redor.

Por volta do Km77, encontramos a zona conhecida pelos nativos como O Tapara, Cascade Creek para os colonos.

Ali se situa o lugar em que os destacamentos maori se encontravam e descansavam a caminho de Anita Bay, onde prospectavam a pedra a que chamavam pounamu (nefrite) e que, apesar de hoje tida como semi-preciosa,  consideravam a mais valiosa e sagrada.

A Divisão Lítica de The Divide

Sete quilómetros e muitas quedas de água alimentadas pelo descongelar da neve depois, alcançamos o paredão de rocha de The Divide, a passagem de nascente para poente mais baixa dos Alpes do Sul. The Divide marca uma separação geológica mas também climatérica.

Estrada entre Te Anau e Milford Sound, Fiordland National Parkl, Nova Zelândia

Trecho da estrada que liga Te Anau à entrada do Milford Sound.

Sem que o esperássemos, começa a cair um nevão espesso, de câmara lenta que nos resgata a visibilidade e obriga a uma condução atrapalhada.

Se há lugares à face da Terra em que chove e – nos meses mais frios – neva muito, Fiordland é um deles.  Certas zonas têm uma precipitação média anual de quase 7metros, distribuída por cerca de 180 dias.

Nalguns desses dias podem cair 250 mm de chuva ou neve ou ainda de neve e chuva, uma combinação dinâmica que, propulsionada pelo vento forte, desnorteia e coloca em aflição até os caminhantes mais experientes, à mercê das alturas traiçoeiras dos 480 km de trilhos da região.

Rio, Fiordland National Park, Nova Zelandia

Rio percorre um vale do Fiordland National Park.

Mesmo dentro do abrigo da viatura, sentimos  desconforto psicológico e impotência perante aquela paisagem rude e a inclemência dos elementos que a esculpiram. A tempestade não se prolonga. Passada meia-hora, o cenário fica entregue a uma bonança recompensadora que lhe devolve a nitidez da antiguidade crua.

Um Panorama Pouco ou Nada Mudado pelos Milénios

Em termos visuais, mas não só, Fiordland continua a fazer parte da era pré-histórica. Muitos dos seus animais e plantas são endémicos e pouco evoluíram desde então: o takahe, uma espécie de ganso que se pensava extinto há 50 anos, o kakapo, o papagaio mais pesado do mundo, a kea, um aparentado atrevido (e o único papagaio alpino) que achamos encharcado num miradouro e, sabe-se lá porquê, que faz questão de nos morder o calçado.

Em termos geológicos, a paisagem de Fiordland foi recortada por uma intensa erosão glaciar e pela actividade tectónica que afectou as ilhas da Nova Zelândia durante a sua longa deriva pós-Gondwana pelo Oceano Pacífico.

Enquanto, o movimento das placas continua a levantar os penhascos e as montanhas à ordem de 1.3 cm ao ano, o clima diluviano encarrega-se dos retoques decorativos finais, com clara aposta nos tons mais vivos de verde.

À medida que mais e mais quilómetros inóspitos passam, os cenários confirmam-se preenchidos por um sortido caótico de arbustos que dão passagem a riachos determinados. São ainda cobertos de tapetes de musgo e fetos resplandecentes, por troncos verdes ou castanhos, uns hirtos, outros caídos e apodrecidos mas sempre repletos de líquenes. 

Floresta, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Floresta coberta de musgo à beira da Te Anau – Milford Sound Highway.

Passagem por The Chasm e a Visão Majestosa do Milford Sound

Detectamos esta composição em pleno, a apenas a 10km de Milford Sound e do Mar da Tasmânia, em redor de The Chasm onde o rio Cleddau se despenha entre calhaus gigantescos polidos e desaparece para o fundo de um abismo apertado, tudo apreciado sobre uma ponte de madeira com vista para o Monte Tutoko, o pico mais elevado de Fiordland.

The Chasm, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Cascata flui com abundância acima do the Chasm, no Fiordland National Park.

O primeiro avistamento do Milford Sound deslumbra-nos a dobrar. De um momento para o outro, os rios rebeldes dão lugar a um braço de mar longo e meândrico do Mar da Tasmânia. Das margens do seu leito azul-escuro projectam-se enormes penhascos rochosos quase verticais forrados de um verde florestal verticalizado.

Embarcamos num dos navios que dá a conhecer esta última fronteira kiwi e, a coberto do vento gélido, aproximamo-nos do domínio supremo do Mitre Peak (1692m).

Te Anau a Milford Sound highway, Fiordland National Park,Nova Zelândia

Pico nevado destaca-se acima da Te Anau – Milford Sound Highway.

Quedas d’Água da Chuva, Quedas d’Água do Gelo

As quedas de água formam fios brancos que se destacam e sucedem em dimensões e volumes regulados pelo degelo das terras continentais e pela pluviosidade.

Algumas são permanentes. É o caso das Stirling Falls, com um caudal farto e dançante que nos proporciona e aos restantes passageiros sobre o convés um duche rejuvenescedor.

Ferry, Stirling Falls, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Ferry aproxima-se o máximo das Stirling Falls, uma de várias quedas d’água do Milford Sound.

A embarcação segue o seu rumo em águas tranquilas. Até que o fiorde se abre, revela a imensidão do Mar da Tasmânia e se submete ao incomodo da forte ondulação. Exploramos um pequeno trecho das vertentes marítimas deste sound, avistamos colónias de focas e alguns pinguins.

Leões-marinhos, Milford Sound, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Leões-marinhos no extremo marinho do Milford Sound.

Entretanto, o barco inverte a marcha e regressa à protecção da embocadura para felicidade dos passageiros mais vulneráveis que já começavam a enjoar.

A História Colonial dos Evasivos Sounds

Os marinheiros ao serviço dos primeiros descobridores a passar ao largo, entre os quais o holandês Abel Tasman – que deu o nome ao mar envolvente – dificilmente padeciam desse mal. Por estranho que pareça, admiraram as mesmas vistas mas falharam ou ignoraram as entradas estreitas que escondiam canais navegáveis e davam acesso avançado ao interior.

Em 1773, um desses marinheiros mais famoso, de nome James Cook, regressava de uma jornada épica pelo Oceano Antárctico à procura do grande continente do sul quando  detectou uma reentrância substancial nas montanhas.

Mais cauteloso que curioso, optou por não a explorar com receio que o vento acelerado pela garganta apertada impedisse o retorno da embarcação a mar aberto. Inspirado por essa desconfiança, baptizou-a com o nome que o fiorde vizinho de Milford continua a ostentar: Doubtful (duvidoso ou suspeito).

Desfiladeiro, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Desfiladeiro recortado do Milford Sound, a poucos km do Mar da Tasmânia.

Cook haveria de ancorar o Resolution mais a sul, no Pickersgill Harbour, um refúgio natural de outro enorme fiorde, o Dusky Sound.

A dificuldade em colonizar estas terras selvagens e inóspitas manteve-se com o passar dos séculos, de tal maneira que Fiordland é a região da Nova Zelândia com menos população: apenas 2000 dos seus 4,1 milhões de habitantes vivem aqui.

Em compensação, quando começaram a chegar aos quatro cantos do planeta descrições da pureza e beleza destes cenários, novos exploradores passaram a afluir.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Donald Sutherland: o Pioneiro que se Tornou Anfitrião

Tudo começou quando Donald Sutherland, um soldado, aventureiro, caçador de focas, prospector de ouro e sabe-se lá mais o quê, declarou ao avistar o Milford Sound: «Se alguma vez lançar a âncora, será aqui.»

Doze anos depois, em 1878, a sua mulher, Elisabeth, aproveitou o estabelecimento do primeiro caminho entre Te Anau e Milford e abriu uma pousada para acolher os asphalters, a gente da cidade que chegava para apreciar a grandiosidade dos cenários.

Milford Track. O Milford Sound Descoberto a Pé

Todos os anos, 400 mil viajantes de todo o mundo acorrem à região, determinados em desbravá-la, custe o que custar. Uns pagam apenas com dinheiro e são transportados a tempo inteiro por terra, mar e ar. Outros pagam também com o corpo. Caminham e escalam até à exaustão.

A construção de estradas limitou-se, em Fiordland, ao absolutamente necessário ou talvez nem isso, tendo em conta que só existe uma. Já os trilhos de tramping – a actividade ao ar livre preferida dos neozelandeses – esquadrinham a região sem cerimónia ou pudor, num total de quase 500 quilómetros que serpenteiam do nível do mar aos cumes mais elevados.

Um destes trilhos, o Milford Track, tornou-se de tal forma conhecido que as autoridades do Parque Nacional Fiordland tiveram de «racionar» o número anual de autorizações concedidas, para evitar excesso de tráfego nos meses mais quentes.

Com 54 quilómetros de extensão, que demoram cerca de quatro dias a completar, e um percurso que conduz à entrada do Milford Sound através de florestas e vales encharcados, o Milford Track surge rotulado como «fácil».

Feto, Fiordland National Park, Nova Zelândia

Feto viçoso nas imediações de the Chasm, no Fiordland National Park.

Outros, tão ou mais longos, sobem e descem montanhas com encostas de tal forma íngremes que requerem conhecimentos técnicos de escalada.

Segundo a mitologia maori, os fiordes não foram esculpidos pelos rios de gelo que, em tempos, preenchiam todos os vales, mas por um deus de machado em riste, Tu-te-raki-whanoa, que talhou fatias na costa, já então castigada por enormes ondas, para a tornar habitável.

O projecto urbanístico falhou redondamente mas os maoris aproveitaram para descobrir a região, para pescar, caçar e recolher um tipo de jade a que chamavam tangiwai.

Certos grupos tribais derrotados em conflitos internos chegaram, no entanto, a instalar-se temporariamente, vivendo, em reclusão, entre as focas e pinguins – que os colonos europeus depois quase extinguiram – até regressarem ao interior.

Popa de ferry, Milford Sound, Fiordland, Nova Zelândia

Bandeira náutica da Nova Zelândia ondula na popa de um ferry que percorre o Milford Sound.

Já nessa altura sofriam com as moscas de areia que infestam esta zona da Nova Zelândia, responsáveis pelas únicas críticas negativas que alguém se atreve a fazer à região.

Especialistas em gerar mitologia, os maori criaram a lenda de que foram introduzidas pela deusa das Trevas, Hine-nui-te-po, para evitar que os humanos se tornassem inactivos perante a beleza ofuscante da paisagem. Desta vez, os planos divinos não falharam. A única forma de não lhes oferendar algum sangue é parar o menos possível.

Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Cidades
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Igreja Ortodoxa de Bolshoi Zayatski, ilhas Solovetsky, Rússia
Cultura
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Alasca, de Homer em Busca de Whittier
Em Viagem
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos
Étnico
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Estante Sagrada
História
Tsfat (Safed), Israel

Quando a Cabala é Vítima de Si Mesma

Nos anos 50, Tsfat congregava a vida artística da jovem nação israelita e recuperava a sua mística secular. Mas convertidos famosos como Madonna vieram perturbar a mais elementar discrição cabalista.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Ilhas
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Windward Side, Saba, Caraíbas Holandesas, Holanda
Natureza
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Camiguin, Filipinas, manguezal de Katungan.
Parques Naturais
Camiguin, Filipinas

Uma Ilha de Fogo Rendida à Água

Com mais de vinte cones acima dos 100 metros, a abrupta e luxuriante, Camiguin tem a maior concentração de vulcões que qualquer outra das 7641 ilhas filipinas ou do planeta. Mas, nos últimos tempos, nem o facto de um destes vulcões estar activo tem perturbado a paz da sua vida rural, piscatória e, para gáudio dos forasteiros, fortemente balnear.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Património Mundial UNESCO
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Praias
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
Glamour vs Fé
Religião
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Casamentos em Jaffa, Israel,
Sociedade
Jaffa, Israel

Onde Assenta a Telavive Sempre em Festa

Telavive é famosa pela noite mais intensa do Médio Oriente. Mas, se os seus jovens se divertem até à exaustão nas discotecas à beira Mediterrâneo, é cada vez mais na vizinha Old Jaffa que dão o nó.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.