Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia


Nova Zelândia caprichosa
Vista aérea da Bay of Islands com as suas enseadas e recortes ora florestados ora ervados.
Trio Haka
Figurantes maori dos Waitangi Treaty Grounds encenam poses e expressões de haka
Canoa maori a seco
Uma grande canoa maori nos Waitangi Treaty Grounds, celebra a nação nativa.
Vida ovina
Ovelhas felpudas num prado da Bay of Islands
Através da Piercy Island
Barco de tours visto através da Piercy Island, uma passagem arredondada esculpida pela erosão
Mãe e filha
Observação em proximidade
Passageiros de um barco de tours seguem golfinhos, na Bay of Islands
Fila ovina
Rebanho de ovelhas faz fila para ficar à sombra numa ilha da Bay of Islands
Enseadinha
Veleiro ancorado numa das muitas enseadas da Bay of Islands
Um rio aos Esses
Rio serpenteia por um relvado do interior da Bay of Islands
A vista da Proa
Passageiros na proa de um barco de recreio na Bay of Islands
Mastro de Waitangi
Visitantes exploram os Waitangi Treaty Grounds
Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.

Estamos em pleno Verão do hemisfério sul. A meteorologia prenda a Ilha do Norte e a Bay of Islands. Paihia surgiu como um aconchego estival de tal forma acolhedor que nos reteve por quase uma semana.

O mesmo magnetismo que atraía visitantes estrangeiros em catadupa, fora responsável por boa parte das grandes moradias particulares da povoação serem agora pousadas com nomes irreverentes.

Manhã após manhã, esta horda, na sua maioria de adolescentes, deixava os alojamentos e dirigia-se as docas nas imediações. Todos partilhávamos um destino: as águas turquesas e as enseadas convidativas da Bay of Islands, onde cerca de 150 ilhas forradas de prado, aqui e ali de vegetação arbórea salpicam um recorte arredondado no litoral neozelandês.

À Descoberta da Bay of Islands

A bordo do “R. Tucker Thompson” – um enorme veleiro icónico da região de Northland – desfrutamos de um desses tours arejados e solarengos. Admiramos o litoral ervado e rugoso. Banhamo-nos em angras divinais sem vivalma.

rebanho, Bay of Islands, Nova Zelândia

Rebanho de ovelhas faz fila para ficar à sombra numa ilha da Bay of Islands

Desembarcamos numa estância ovelheira pitoresca na extensão de uma calheta encaixada entre outeiros a que o Pacífico azulão chega tão suave que mais parece banhar por favor. Ali, rebanhos de ovelhas desconfiadas percorrem os pastos em fila, em busca da sombra das poucas árvores que os criadores de gado pouparam.

Com o avançar da tarde, mais veleiros ancoram em diferentes enseadas. Sucessivas expedições de canoístas sulcam o mar tranquilo numa comunhão de descoberta e evasão que o desafogo da Bay of Islands prolonga.

Por estes dias, a navegação é pacífica e de recreio. Mas, deslumbra-nos o imaginário das embarcações francesas e britânicas a confrontarem-se pelas duas grandes ilhas do povo maori, há pouco mais de dois séculos.

Veleiro, Bay of Islands, Nova Zelândia

Veleiro ancorado numa das muitas enseadas da Bay of Islands

Russel: um antro de outros tempos

Em pleno século XIX, Russel, a povoação oposta a Paihia, era conhecida pelo “buraco infernal do Pacífico”. Atraía tudo o que eram condenados evadidos da Austrália, baleeiros e marinheiros que se embebedavam até perderem a noção de onde estavam atracados os seus navios e, não tardava, os sentidos.

Quando, em 1835, Charles Darwin por lá passou, terá alegadamente duvidado da aplicabilidade da sua Teoria da Evolução já então em fase embrionária. Ao invés, descreveu o lugar como avesso a qualquer padrão social.

Nos dias que correm, Russel, bem mais que Paihia, tem os edifícios mais antigos da Nova Zelândia. São testemunhos elegantes e bem mantidos da perseverança colonial britânica, da paciência e da argúcia  diplomática com que os britânicos lidaram com o povo maori, até ambos chegarem a um entendimento que, entretanto, urgiu.

O Solo Solene de Waitangi

A menos de 2km para norte de Paihia, Waitangi traduz essa realidade histórica como nenhum outro lugar da Nova Zelândia. Lá nos recebe o Director Executivo Andy Larsen. Andy guia-nos pelos Waitangi Treaty Grounds. Apresenta-nos três jovens maori figurantes do espectáculo exibido quando são vendidos bilhetes suficientes.

Mas, nem os espectadores então tinham aderido, nem os visitantes abundavam naqueles precintos históricos e museológicos da Bay of Islands. Tendo em conta a formosura dos cenários em redor e o lazer que proporcionavam, não seria de espantar.

Um Curioso Haka Juvenil

Em vez do show, o elenco encurtado dedica-nos uma pequena produção fotográfica com direito a poses e expressões assustadoras de haka, sob o telhado da casa waka erguida para celebrar a assinatura do Tratado de Waitangi, em 1840.

Fazem-no junto a uma canoa cerimonial maori de guerra, a maior do mundo, com 35 metros de extensão, lugar para um mínimo de 76 remadores, seis ou doze toneladas (consoante esteja seca ou ensopada) e um nome a condizer: Ngātokimatawhaorua.

Apreciamos os jovens de olhos arregalados, com as suas órbitas quase a explodirem, as sobrancelhas levantadas ao limite e as línguas expostas e caídas, a emularem os visuais monstruosos com que os maori impressionavam as tribos inimigas, incluindo, a partir de meio do século XVII, os invasores europeus das suas terras.

Maori haka, Waitangi Treaty Grounds, Nova Zelândia

Figurantes maori dos Waitangi Treaty Grounds encenam poses e expressões de haka

Nas imediações, recuperada do abandono e decadência quase irrecuperável em que se viu de 1882 a 1933, encontra-se a Treaty House, a antiga residência do governador britânico na Nova Zelândia.

O seu chalé de madeira situa-se em frente à Te Whare Runanga, a Casa de Assembleia Maori, esculpida segundo os preceitos tradicionais do povo nativo mas, criada como expressão de arte única, para o propósito supremo que lhe foi atribuído. Em conjunto, os dois edifícios simbolizam a parceria a que chegaram os maori e a Coroa Britânica.

A apenas alguns metros, destacado à beira-mar no limiar de um vasto relvado, ondulam ainda as três bandeiras que a Nova Zelândia teve ao longo dos seus tempos de nação: lado a lado, num nível inferior, a das Tribos Unidas da Nova Zelândia e a Union Jack do Reino Unido; no zénite, a actual neozelandesa.

Waitangi Treaty Grounds, Bay of Islands, Nova Zelândia

Visitantes exploram os Waitangi Treaty Grounds

Por fim, uma família surge dos fundos do complexo. Chegada à base do mastro presta  homenagem ao monumento, consciente do longo e pungente processo histórico ali simbolizado.

Britânicos vs Franceses vs Maoris: uma intrincada disputa

Por volta de 1830, a desordem e o caos eram a ordem do dia entre os súbditos de Sua Majestade na Nova Zelândia. Os franceses representavam uma concorrência cada vez mais séria às suas pretensões e ameaçavam declarar soberania sobre as ilhas maori, algo que preocupava tanto os britânicos como os nativos.

Por mais humilhante que se tivesse revelado a imposição dos colonizadores britânicos, após um período bélico inicial, a coexistência pareceu inevitável. Havia, sobretudo que combater a intrusão adicional dos franceses.

A coexistência de britânicos e franceses colonizaram não seria caso único. Já tinham colonizado, por exemplo, em condomínio, o arquipélago melanésio de Vanuatu, para desespero dos impotentes indígenas.

De acordo, em 28 de Outubro de 1835, o representante britânico na Nova Zelândia e trinta e quatro chefes maori do norte do território encontraram-se em Waitangi e assinaram a Declaração de Independência da Nova Zelândia.

Quatro anos depois, eram já cinquenta e dois os chefes signatários, unidos sob uma confederação denominada “United Tribes of New Zealand”. O entendimento não se ficaria por aí.

Por volta de 1840, zonas das duas grandes ilhas estavam prestes a ser tomadas pelos francesas. Os colonistas britânicos exerceram forte pressão sobre a Coroa para que oficializasse a Nova Zelândia como colónia britânica. Ao mesmo tempo, os próprios líderes maori reclamaram protecção aos britânicos.

Waitangi: o acordo possível entre Britânicos e Maoris

O Tratado de Waitangi veio, por fim, atender a esse pedido, mas não só. Conferiu aos nativos uma série de outros direitos que, malgrado inevitáveis insatisfações que assolam todas as nações, perduram na Nova Zelândia. Pelo menos no papel, foi reconhecida a posse maori de muitas das suas terras, florestas e outras propriedades. Foram-lhes ainda atribuídos direitos de súbditos britânicos.

Canoa Maori, Waitangi Treaty Grounds, Nova Zelândia

Uma grande canoa maori nos Waitangi Treaty Grounds, celebra a nação nativa.

Andy Larsen tinha-nos deixado por momentos a explorar os edifícios e outros monumentos do complexo. Quando retomamos a conversa, Andy não parece contemplar qualquer analogia com a história colonial portuguesa e espanhola: “Não me levem a mal, mas não são sequer contextos comparáveis” afiança-nos confiante de que a integração colonial dos britânicos na Nova Zelândia fora bastante mais suave e justa que a das antigas potências ibéricas.

Tínhamos noção de que os seus esforços nos Waitangi Treaty Grounds visavam o fortalecimento da consciência nacional neozelandesa. Ainda assim, para demasiados nativos, a equiparação e autodeterminação que os colonistas britânicos prometeram com o Tradado de Waitangi continua por cumprir.

Como acontecia um pouco por toda Aotearoa – o termo com que os nacionalistas maori responderam à “Nova Zelândia” decorrente da Nieuw Zeeland original do descobridor holandês Abel Tasman – muitas das terras da Bay of Islands que nos encantavam, as suas enseadas e outeiros paradisíacos, suscitavam contestação. Sobretudo, por terem passado precocemente para a posse de grandes fazendeiros descendentes de colonos ou até mesmo para o governo da Coroa. Assim se mantêm, ou vá lá que seja, em contextos similares.

Noutra das manhãs em que desfrutámos da Bay of Islands, voamos sobre a costa por que se prolonga a Ilha do Norte até ao limite setentrional neozelandês do cabo Reinga. Durante o voo, constatamos o quanto aquela sucessão de dunas, de praias desertas, de prados, charnecas, de cabos e penínsulas marinhos glorificava o domínio antípoda disputado.

Equívocos Difíceis de Ultrapassar

Diferenças nas versões maori e inglesas do Tratado de Waitangi no que dizia respeito à detenção e cedência de soberania conduziram a desacordos de nível nacional. Os sucessivos governos da Coroa fizeram fé em que o Tratado lhes havia concedido soberania sobre os maori.

Entre os maori,  o conceito de detenção absoluta da terra nunca fez qualquer sentido. Estes, continuam ainda hoje a acreditar que se limitaram a conceder aos britânicos o uso das suas terras.

Inúmeras contendas sobre propriedade levaram às Guerras da Nova Zelândia e a que, ao longo do século XIX, os maori perdessem as terras que controlaram séculos a fio. Essa prova-se, ainda hoje, uma das pedras no sapato da coexistência entre os maori e os neozelandeses de descendência colonial.

Em 1975, as autoridades políticas da nação kiwi caíram finalmente em si.  Foi estabelecido o Tribunal de Waitangi que decidiu muitas das reclamações com compensações concedidas às tribos maori. Mesmo se várias divergências sobre os termos do tratado de Waitangi se mantêm, o tratado é considerado o documento fundador da Nova Zelândia.

Bay of Islands vista do ar, Nova Zelândia

Vista aérea da Bay of Islands com as suas enseadas e recortes ora florestados ora ervados.

A maori. A dos descendentes dos colonos. A dos emigrantes das ilhas do Pacífico que lá chegam repletos de sonhos. A dos visitantes europeus deslumbrados que ponderam para lá se mudar. Para o melhor e o pior, a de todos.

Mais informação sobre Waitangi e a Bay of Islands no site respectivo da UNESCO.

Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa

Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.
Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Atenas, Grécia, Render da Guarda na Praça Sintagma
Cidades
Atenas, Grécia

A Cidade que Perpetua a Metrópolis

Decorridos três milénios e meio, Atenas resiste e prospera. De cidade-estado belicista, tornou-se a capital da vasta nação helénica. Modernizada e sofisticada, preserva, num âmago rochoso, o legado da sua gloriosa Era Clássica.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Cultura
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Em Viagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
A Grande Mesquita de Portto Novo, erguida por afro-brasileiros agudás.
Étnico
Porto Novo, Benim

Um Porto Inseguro da Encruzilhada Afro-Brasileira

Em 1730, os portugueses adicionaram Porto Novo aos seus entrepostos esclavagistas do Golfo da Guiné e lá fizeram aumentar o número de escravos enviados para o Brasil. Após a independência do Brasil de 1822 e sucessivas revoltas, escravos e até mercadores de escravos geraram um movimento de regresso às origens africanas. Hoje, Porto Novo é capital do Benim e uma das cidades beninesas que acolhe a influência destes apodados agudás.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Teleférico de Sanahin, Arménia
História
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Navala, Viti Levu, Fiji
Ilhas
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Baie d'Oro, Île des Pins, Nova Caledonia
Literatura
Île-des-Pins, Nova Caledónia

A Ilha que se Encostou ao Paraíso

Em 1964, Katsura Morimura deliciou o Japão com um romance-turquesa passado em Ouvéa. Mas a vizinha Île-des-Pins apoderou-se do título "A Ilha mais próxima do Paraíso" e extasia os seus visitantes.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Natureza
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Intersecção
Património Mundial UNESCO
Hungduan, Filipinas

Filipinas em Estilo Country

Os GI's partiram com o fim da 2ª Guerra Mundial mas a música do interior dos EUA que ouviam ainda anima a Cordillera de Luzon. É de tricycle e ao seu ritmo que visitamos os terraços de arroz de Hungduan.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Cahuita, Costa Rica, Caribe, praia
Praias
Cahuita, Costa Rica

Um Regresso Adulto a Cahuita

Durante um périplo mochileiro pela Costa Rica, de 2003, deliciamo-nos com o aconchego caribenho de Cahuita. Em 2021, decorridos 18 anos, voltamos. Além de uma esperada, mas comedida modernização e hispanização do pueblo, pouco mais tinha mudado.
Ulugh Beg, Astrónomo, Samarcanda, Uzbequistão, Um matrimónio espacial
Religião
Samarcanda, Usbequistão

O Sultão Astrónomo

Neto de um dos grandes conquistadores da Ásia Central, Ulugh Beg preferiu as ciências. Em 1428, construiu um observatório espacial em Samarcanda. Os seus estudos dos astros levaram-lhe o nome a uma cratera da Lua.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Salvamento de banhista em Boucan Canot, ilha da Reunião
Vida Selvagem
Reunião

O Melodrama Balnear da Reunião

Nem todos os litorais tropicais são retiros prazerosos e revigorantes. Batido por rebentação violenta, minado de correntes traiçoeiras e, pior, palco dos ataques de tubarões mais frequentes à face da Terra, o da ilha da Reunião falha em conceder aos seus banhistas a paz e o deleite que dele anseiam.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.