Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago


A Glorieta de Saramago
Monumento à vida de José Saramago numa rotunda junto à sua casa de Lanzarote.
A Foto de Sebastião Salgado
Foto de Saramago e Pilar feita pelo fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado.
Visitantes no Quintal
Visitantes cruzam o quintal da Casa de Saramago e Pilar.
Estatueta em Leitura
Mini-escultura de José Saramago em modo de leitura.
Cratera do El Cuervo
Trilho na cratera do vulcão preferido de José Saramago.
Saramago sobre Lava
Foto de José Saramago de braços abertos à ilha de Lanzarote.
Pintura sobre Livros
Saramago em pintura, sobre livros da sua grande biblioteca da Casa.
A Caminho do El Cuervo
Casal percorre um trilho na direcção do vulcão El Cuervo.
Arbusto Alegre
Planta resistente no âmago do vulcão El Cuervo.
Em Revista
Saramago em destaque num artigo de uma revista.
A Montaña Blanca
Um néon de um kartódromo contrasta com o negrume da Montanha Blanca.
Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.

A aproximação a Tías, o lugar que acolheu José Saramago, Pilar del Río e a sua Casa, começa por nos revelar o monumento de glorieta erguido em homenagem ao escritor.

Sobre a brita lávica da rotunda, com vista para o Atlântico e ladeada de palmeiras, desponta uma oliveira de aço do mesmo tom ocre do solo.

Com cinco metros de altura, a árvore da paz foi criada por Ester Fernández Viña com base no J e no S iniciais do escritor. Assenta numa das várias citações com que Saramago louvou o seu acolhimento canário: “Lanzarote no es mi tierra, pero es tierra mia.

Quem desembarca pela primeira vez na grande ilha do arquipélago mais próxima de Portugal sente-se tentado a pensar que a marciana Lanzarote, com a sua superfície ocre pejada de crateras, caldeiras e fumarolas, dificilmente poderia dar conforto a algum terráqueo.

A realidade e o casario alvo revelado pela aproximação do aeroporto, depressa aniquilam tal impressão. Há muito que Lanzarote abriga mais de cem mil habitantes.

A quem chega com tempo de lhe sentir a alma insular, prova-se deslumbrante. A comprová-lo, o número anual de visitantes e de estrangeiros que para lá se mudam, há muito que aumenta.

Um canário nascido e criado em Lanzarote alcançou um reconhecimento mundial comparável ao de Saramago. Referimo-nos a César Manrique, artista multifacetado que mantém obras suas disseminadas um pouco por toda a ilha e noutras Canárias.

Manrique mereceu, aliás, o baptismo do aeroporto internacional de Lanzarote. Aquele em que Saramago, como nós, sentimos, pela primeira vez, o bafo africano da ilha, no nosso caso, o afago sufocante da calima provinda do Saara  que tantas vezes a envolve.

A Casa repleta de Livros de José Saramago e Pilar del Río

Damos por encerrada a sessão de fotografias da Glorieta de Saramago. Instantes depois, chegamos à A Casa que José Saramago e Pilar del Río ergueram em Tías.

A funcionária na bilheteira pergunta-nos a nacionalidade. Quando respondemos, questiona-nos qual o livro de Saramago de que mais tínhamos gostado.

Respondemos “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” porque era a realidade pura e dura, pela audácia temática e criatividade na sua génese, não por o ter condenado ao banimento e polémica que o motivaram a deixar Portugal ou por ter contribuído de forma decisiva para a conquista do Nobel da Literatura de 1998.

A funcionária indaga-nos ainda se alguns livros de Saramago eram obrigatórios na formação escolar. Confessamos-lhe que não estávamos a par. Prosseguimos para o interior.

A Biblioteca Criteriosa de Casa de Saramago

Sem surpresa, mais que um lar e que um museu, A Casa revela-se uma enorme biblioteca, repleta dos títulos que o casal leu e que inspiraram a escrita inusitada e talentosa de Saramago. Saramago, calculamos que com a ajuda interventiva de Pilar, organizou os livros.

Por temas. E segundo os países dos autores. No caso dos títulos escritos por mulheres, numa secção à parte, dispostos por ordem alfabética. Saramago e/ou Pilar lá tiveram as suas razões.

Cirandamos também pelas divisões domiciliárias de A Casa, o escritório também ele montado contra uma estante em que uma foto de Pilar, sorridente, desafia a ditadura dos livros, munido de uma secretária em que repousava um já bem desactualizado PC.

Prosseguimos para a sala, dotada de grandes sofás de pele, onde o casal recebia família e amigos, vários deles, autores conceituados. E de uma TV a que, assim estimamos, Saramago recorria para se pôr a par das novidades, da realidade do burgo português.

O Quintal com Vista para o Atlântico, de Saramago e Pilar

Passamos para o quintal, um espaço com vista para o oceano e solo ainda mais encarniçado que o da Glorieta do monumento. Pouco depois de terem escolhido o lugar em que ergueriam A Casa, Saramago e Pilar dedicaram-se a plantar árvores e plantas, algumas, com simbolismos importantes para ambos.

Oliveiras como as que proliferavam na sua terra ribatejana natal, Azinhaga, Golegã, na companhia de palmeiras e pinheiros canários, uma fusão vegetal análoga à vivencial que o escritor estava prestes a inaugurar.

Plantaram ainda marmeleiros, celebrações frutadas do realizador Victor Erice e do pintor António López.

Num plano mais baixo, verdejantes a dobrar sobre a terra ferrosa, distintos tipos de cactos, entre os quais, um esférico cacto barril dourado, bola d’ouro, também conhecido por assento de sogra.

A Censura e Desprezo do Governo de Cavaco Silva que levou à Mudança para Lanzarote

Recuemos a 1991.

Na senda de uma contestação e tentativa de desvalorização sistemática das obras críticas do Cristianismo de Saramago, o governo conservador de Cavaco Silva, na pessoa do sub-secretário de Estado Adjunto da Cultura, Sousa Lara, vetou “O Evangelho segundo Jesus Cristo” da candidatura ao Prémio Literário Europeu (PLE).

Comunista convicto, denunciador acérrimo das incongruências da fé cristã e da censura em todas as suas expressões, Saramago sentiu-se descriminado.

Envergonhado dos governantes que Portugal havia eleito, decidiu, com Pilar del Río, salvaguardar-se da ira e da frustração, em Lanzarote.

Na ilha dos muitos vulcões, Saramago depressa se sentiu lanzarotenho. O escritor tornou-se um admirador incondicional de César Manrique, a quem reconhecia o amor com que deixou a alta roda artística mundial e, em vez, se dedicou a embelezar e a humanizar a Lanzarote em que nascera.

A Paixão de Saramago por Lanzarote e a Admiração pelo Filho da Ilha César Manrique

Por norma, os périplos em que Saramago e Pilar guiavam os seus visitantes – Baptista Bastos, Eduardo Galeano, Susan Sontag, José Luis Sanpedro, entre outros – começavam em Tahíche, onde se situava a fundação de Manrique.

Recanto da Fundação César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Recanto criativo da Fundação César Manrique, adornado com elementos visuais da ilha.

Diz-se, até, que Saramago e Manrique tinham combinado, ao telefone, um encontro, para uns tempos depois.

Impediu-o, em 25 de Setembro de 1992, a morte trágica de César Manrique, vítima de um acidente rodoviário ocorrido nessa mesma povoação. Manrique poderia (ou não) ter sido o compincha perfeito de Saramago.

Como foi, do casal, a Natureza crua e dura de Lanzarote, os cenários vulcânicos excêntricos em que adoravam caminhar, que Saramago sentia serem “um princípio e fim do mundo”.

A Relação Íntima com a Natureza Vulcânica de Lanzarote

Entre o oeste da ilha e a capital Arrecife, passamos várias vezes, ao fim do dia, por um néon encaixado entre palmeiras que pregava um inesperado “Go Kart”.

Atrás desse néon, de pico afiado, erguia-se, a 600 metros de altitude, uma das montanhas que Saramago e Pilar mais louvavam. Saramago via-a, dia após dia, a partir da casa de ambos.

Tinha já 70 anos, quando conquistou o cimo do seu cone.

Numa das entradas do seu blogue de 2009, confessou que “se tivesse as pernas de então, deixaria naquele momento o que escrevia no ponto em que está para a subir outra vez e contemplar a ilha, toda ela…”

Escreveu ainda que nunca teve intenção de subir à vizinha montaña Tesa (504m) mas que, quando chegou ao seu sopé, não lhe resistiu.

O Volcán del Cuervo era outra obra-prima geológica de Lanzarote que Saramago e Pilar del Río adoravam explorar.

Durante a caminhada que cumprimos ao seu encontro, além da mesma reverência do casal para com o vulcão, damos com o lugar em que Sebastião Salgado os fotografou.

No interior da cratera colapsada, com ambos a caminharem de mãos dadas, a progredirem num esforço solidário contra uma ventania furiosa.

As Sucessivas Obras Criadas por Saramago em Lanzarote até à Morte de 2010

Saramago viveu dezassete anos na Casa de Tías e em Lanzarote.

Nesse tempo, escreveu “O Conto da Ilha Desconhecida”, “A Caverna”, “Ensaio sobre a Lucidez”, “O Homem Duplicado” entre várias outras obras.

O retiro de Lanzarote concedeu a Saramago uma ligação íntima com a Natureza mais sensorial que alguma vez tinha experimentado.

E a clareza de espírito que o levou a criar “Ensaio sobre a Cegueira”, uma das suas obras mais populares, nem que seja devido à adaptação ao cinema que mereceu.

Ensaio sobre a Cegueira” evolui como denúncia de uma cegueira epidémica cegueira do simples não ver, mas também da incapacidade da espécie humana de detectar, de assumir as incoerências e injustiças que Saramago se esforçou por evidenciar, os mesmos contrassensos que o enrodilharam em controvérsia.

Sobretudo o seu inveterado ateísmo e Comunismo anti-cristão.

Mas também a sua apologia latente em “A Jangada de Pedra” de que Portugal só teria a ganhar se integrasse a Espanha.

Em Outubro de 2009, durante uma conversa com Tolentino de Mendonça, um teólogo católico, ao contrário de outros, aberto ao diálogo e à dissidência religiosa, Saramago aproveitou para remeter os ouvintes para a era mais negra e aniquiladora da Igreja Católica: “A mim, o que me vale, meu caro Tolentino, é que já não há fogueiras em São Domingos.”

Dezassete anos depois de se ter mudado para Lanzarote, Saramago mantinha-se fiel ao seu autodecretado exílio.

A 18 de Junho de 2010, decorrido menos de um ano da conversa com Tolentino de Mendonça, aos 87 anos de idade, José Saramago faleceu, na companhia da esposa, na casa de ambos de Tías, na ilha canária e espanhola dos vulcões, do magma e do seu finca-pé solidificado.

São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

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PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

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Lanzarote, Ilhas Canárias

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Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
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Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
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Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

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A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.

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Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
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Cidades
Samarcanda, Uzbequistão

Um Legado Monumental da Rota da Seda

Em Samarcanda, o algodão é agora o bem mais transaccionado e os Ladas e Chevrolets substituíram os camelos. Hoje, em vez de caravanas, Marco Polo iria encontrar os piores condutores do Uzbequistão.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
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Cultura
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
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Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
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Étnico
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Península Iucatão, Cidade Mérida, México, Cabildo
História
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Moai, Rano Raraku, Ilha Pascoa, Rapa Nui, Chile
Ilhas
Rapa Nui - Ilha da Páscoa, Chile

Sob o Olhar dos Moais

Rapa Nui foi descoberta pelos europeus no dia de Páscoa de 1722. Mas, se o nome cristão ilha da Páscoa faz todo o sentido, a civilização que a colonizou de moais observadores permanece envolta em mistério.
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Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
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Natureza
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
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Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
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Parques Naturais
Virgin Gorda, Ilhas Virgens Britânicas

Os “Caribanhos” Divinais de Virgin Gorda

À descoberta das Ilhas Virgens, desembarcamos numa beira-mar tropical e sedutora salpicada de enormes rochedos graníticos. Os The Baths parecem saídos das Seicheles mas são um dos cenários marinhos mais exuberantes das Caraíbas.
Cansaço em tons de verde
Património Mundial UNESCO
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Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Conversa ao pôr-do-sol
Praias
Boracay, Filipinas

A Praia Filipina de Todos os Sonhos

Foi revelada por mochileiros ocidentais e pela equipa de filmagem de “Assim Nascem os Heróis”. Seguiram-se centenas de resorts e milhares de veraneantes orientais mais alvos que o areal de giz.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Religião
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Trem do Serra do Mar, Paraná, vista arejada
Sobre Carris
Curitiba a Morretes, Paraná, Brasil

Paraná Abaixo, a Bordo do Trem Serra do Mar

Durante mais de dois séculos, só uma estrada sinuosa e estreita ligava Curitiba ao litoral. Até que, em 1885, uma empresa francesa inaugurou um caminho-de-ferro com 110 km. Percorremo-lo, até Morretes, a estação, hoje, final para passageiros. A 40km do término original e costeiro de Paranaguá.
Parada e Pompa
Sociedade
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Vida Selvagem
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.