Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique


Fotografia macro-acrobática
Dois visitantes tentam fotografar os caranguejinhos endémicos dos Jameos del Água.
Selfie da praxe
Visitantes da Fundación César Manrique com o vulcão Tahíche em fundo.
El Jameo
Obra símbolo dos Jameos del Água, inspirada nos pequenos caranguejos endémicos destas grutas.
Caminho insólito
Panorâmica da Fundación César Manrique, no limiar da lava libertada pelo vulcão Tahíche.
Magma Decor
Sala subterrânea da Fundación César Manrique.
Deslumbre a dois
Visitantes exploram um dos trilhos do Jardin del Cactus.
Vulcano-Piscina
A Piscina tropical dos Jameos del Água.
Túnel de luz
Jogo de luz mágico no interior dos Jameos del Água.
Uma Fundação Centenária
Edifício da Fundación César Manrique, com o vulcão Tahíche fundo.
Vapores de magma
Funcionário do PN Timanfaya leva a cabo uma experiência vulcânica em frente ao restaurante El Diablo, com arquitectura de César Manrique.
Ascensão em loop
Visitantes sobem a escadaria de acesso ao restaurante do Museo del Campesino.
Passeios em duo
Panorâmica do Museo del Campesino, no âmago da ilha de Lanzarote.
Floresta de cactus
Uma das secções mais exuberantes do Jardin del Cactus, uma das obras de César Manrique.
Jardin-casa-Saramago-e-pilar-Lanzarote-Canarias-Espanha
Mãe e filha visitantes da casa de Saramago e Pilar em Lanzarote, percorrem o jardim.
Sobre o abismo
Fotografia no limiar norte de Lanzarote, com a silhueta da ilha Graciosa em fundo. Um lugar da ilha adorado por Manrique e onde ergueu o seu Mirador del Rio.
Multidão nas profundezas
Grupo de visitantes no interior da Cueva de los Verdes, iluminado por Jesús Soto, um amigo de Manrique.
Cores ao vento
Um engenho de vento da autoria de César Manrique, à entrada da sua fundação.
Parede Rica
Recanto criativo da Fundação César Manrique, adornado com elementos visuais da ilha.
Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.

Não há como falhar, é tão simples como isso.

Quem, como nós, procura os lugares imperdíveis de Lanzarote, acaba por os listar a todos num itinerário de descoberta da ilha: o Jardin de Cactus, em Guatiza, os Jameos del Água, o Mirador del Rio sobre a ilha de La Graciosa, a Casa-Museo del Campesino e o Monumento Al Campesino, o Restaurante El Diablo das Montanhas del Fuego, o Museu LagOmar.

Sem esquecer a Casa-Museo e a Fundação César Manrique. Todos estes, entre outros menos populares. Nem por isso a ignorar.

Jardin del Cactus, Lanzarote, Canárias, Espanha

Visitantes exploram um dos trilhos do Jardin del Cactus.

Nos dias que passamos em Lanzarote visitamos, claro está, aquele que foi o refúgio de José Saramago da hipocrisia e intolerância beata de demasiados dignitários e instituições portuguesas para com a sua pessoa e a sua obra.

Dois Autores Geniais para Sempre na História de Lanzarote

A presença de Saramago em Lanzarote de 1992 a 2010 (ano da sua morte) centrou a atenção dos media na vida exilada do escritor, sobretudo no período que se seguiu à atribuição do Prémio Nobel da Literatura, em 1998.

Hoje, o legado de Saramago está eternizado à escala universal em cada página dos livros que escreveu. Após a sua morte, em termos tangíveis, imobiliários, vá lá que seja, Lanzarote, preservou pouco mais a casa de Saramago e Pilar, com a biblioteca de ambos, o escritório do escritor e restantes espaços comuns, incluindo uma varanda que dá para um jardim verdejante, com vista sobre o Atlântico.

Este património não chega a concorrer com o deixado por César Manrique, de tal forma abundante e diversificado que, a determinada altura, nos dá a sensação de se confundir com a ilha.

Visitantes no jardim da casa de Saramago e Pilar em Lanzarote, Canárias

Mãe e filha visitantes da casa de Saramago e Pilar em Lanzarote, percorrem o jardim.

Nos dias supostamente primaveris que passamos em Lanzarote, os dias amanhecem nublados e frescos. Só já bem para o fim da manhã consegue o sol afastar o manto de nuvens denso que se forma durante a noite para logo fazer resplandecer os cenários.

As Formas e as Cores Lanzarotenhas de César Manrique

Sob as nuvens, Lanzarote parece-nos uma ilha a preto e branco com laivos de verde. Mal o grande astro irrompe por entre a nebulosidade, esse tricolorido ganha uma dimensão e complexidade de tons e formas antes difíceis de prever. Muitas das formas humanizadas de Lanzarote – de entre as excêntricas, pelo menos – são os contornos, jeitos e trejeitos da mente insatisfeita de César Manrique.

Os primeiros de que damos conta, encontramo-los nas imediações de San Bartolomé, no coração da ilha. Seguimos a estrada Tinajo quando vislumbramos uma espécie de totem modernista bem destacado acima do asfalto e dos campos em redor.

A escultura “Fecundidad”, de 1968, serve-nos de farol. Guia-nos até ao Museo del Campesino circundante. Gerações após gerações, os nativos de Lanzarote viram-se servos de uma vida rural extenuante, local ou emigrada, em Lanzarote ainda mais ingrata devido à dificuldade em cultivar e obter produção de um solo vulcânico áspero.

Com o monumento e o museu, Manrique granjeou aos descendentes uma obra que dignifica e celebra a era dos seus pais, avós e bisavós. Lá encontramos um conglomerado de pequenos edifícios alvos com janelos e varandins verdes que contrastam com a negrura vulcânica em redor.

Museo del Campesino, Lanzarote,

Panorâmica do Museo del Campesino, no âmago da ilha de Lanzarote.

César Manrique dotou-os de algumas das expressões incontornáveis da cultura campesina de Lanzarote: os vinhedos sobre a lava, protegidos por muros de pedra basáltica, à imagem dos da ilha do Pico. Instalações com os instrumentos mais usados na lavra da terra e na pecuária. Pequenas oficinas de tecelagem e cerâmica, exemplos pitorescos da arte que as gentes de Lanzarote aperfeiçoaram com os séculos e lojas que vendem exemplares em forma de recuerdos.

Madrid, Nova Iorque. De Lanzarote a… Lanzarote.

Manrique viveu o que pôde em Lanzarote. Na sua adolescência, mudou-se para Tenerife. Lá estudou arquitectura sem ter completado a licenciatura. Entre 1936 e 1939, alistou-se como voluntário numa unidade de artilharia do exército que servia Franco. Em 1945, mudou-se para Madrid.

Na capital espanhola, recebeu uma bolsa para frequentar a Escola de Belas-Artes de San Fernando. Nesta escola, formou-se como professor de arte e de pintura. Manrique viveu e expôs as suas obras de arte não-figurativa em Madrid durante os 19 anos que se seguiram.

Nesse tempo, foi associado ao movimento “informalista” que então ganhava relevo em Espanha, visto como um empenhado abstracionista, obcecado pelas propriedades e especificidades da matéria.

Em particular, com as da diversificada matéria vulcânica de que era e é feita Lanzarote. Em 1964, Manrique mudou-se para Nova Iorque. De chegada à Big Apple, voltou a ver o mundo com outros olhos.

Sala da Fundación César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Sala subterrânea da Fundación César Manrique.

César Manrique, o Autor e Artista Multifacetado

Em contacto permanente com o Expressionismo abstracto norte-americano, com a pop e a kinetic art que despontavam, Manrique enriqueceu o seu próprio estilo, aventurou-se de corpo e alma em diversas disciplinas.

De tal maneira que, nos dias que correm, ninguém se atreve a catalogá-lo como escultor, pintor ou arquitecto. Nem sequer como pertencendo mais a uma destas modalidades da arte.

Em Nova Iorque, viu ser-lhe atribuída uma bolsa Rockefeller que lhe permitiu alugar um estúdio e viver na cidade. Conheceu e lidou com outros artistas e personalidades de renome, entre os quais Andy Warhol.

O seu crescente estatuto e o das obras que criou já na cidade granjeou-lhe três exibições a solo na conceituada galeria Catherine Viviano. E um crescente desafogo financeiro.

A Beleza Crua e Insuperável de Lanzarote

Na sua mente, Nova Iorque era, no entanto, Nova Iorque. Por mais fascínio cosmopolita e artístico que a megalópole norte-americana lhe despertasse, nenhum lugar chegava aos calcanhares da sua Lanzarote.

Manrique chegou a proferir “Para mim, (Lanzarote) era o lugar mais bonito na Terra e eu percebi que se as pessoas o pudessem ver pelos meus olhos, pensariam a mesma coisa.” Mais que uma declaração, estas suas palavras não tardaram a soar a missão. A aventura novaiorquina durou dois anos.

Em 1966, Manrique regressou e entregou-se de alma e coração à sua ilha. Por esta altura, o turismo começava a tomar conta das povoações mais sedutoras de Espanha e, em particular, das Canárias.

Com os seus cenários resultantes de um vulcanismo excêntrico, Lanzarote, tinha o destino traçado por um exército de investidores construtores civis que proliferavam sem controle na Espanha de Franco: ser inundado de hotéis e resorts de cimento que acolheriam milhares de forasteiros e incentivariam novas construções afins.

De uma forma precoce, Manrique lutou pela sua consciência ecológica da paisagem, pela preservação da sua ilha e das Canárias. Malgrado o inexorável crescimento local do turismo, pelo menos em Lanzarote, vários dos seus pedidos às autoridades e à população continuam a ser atendidos.

São raros os outdoors publicitários e as vedações a infestar a beira das estradas, os prédios altos provam-se inexistentes e os moradores cativados pela filosofia de Manrique acrescentam tons pastel harmoniosos às paredes tradicionalmente brancas das casas. Em vez dos outdoors publicitários, muitas rotundas foram embelezadas com intrigantes engenhos movidos a vento.

Engenho de vento, Fundação César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Um engenho de vento da autoria de César Manrique, à entrada da sua fundação.

Fundação César Manrique: o projecto gradual e fulcral que Manrique nunca viu terminado

É um destes moinhos esdrúxulos mas hipnotizantes que nos recebe e fixa o olhar quando chegamos à entrada da Fundação César Manrique, uma verdadeira base experimental e galeria de arte expandida a partir da casa que habitava em Tahíche.

Isto, ainda antes de se ter mudado para a sua amada Haría, um vilarejo repleto de palmeiras, verdejante a condizer, situado no norte da ilha.

Na Fundação de Manrique, desvendamos, semi-incrédulos, aquilo em que se transformou o lar desafogado em que se instalou após o seu regresso de Nova Iorque, um lote com 30002 disposto em boa parte, sobre a lava de uma erupção do século XVIII do vulcão de Tahíche.

Visitantes numa secção da Fundação César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Visitantes da Fundación César Manrique com o vulcão Tahíche em fundo.

À medida que progredimos pelo espaço branco-cinza lava, salpicado de cardones espinhosos e um sortido improvável obras de arte: os estúdios dos artistas a ocuparem os antigos quartos do andar superior.

A cave disposta a agrupar cinco câmaras de lava amplas legadas pela solidificação do magma, cada qual decorada no seu próprio estilo inusitado, uma delas a dar para um jardim que faz fronteira com a própria maré de lava, embelezado de uma piscina, uma área de churrascos e até uma pista de dança.

Obras de Manrique mas Não Só

De volta ao âmbito que lá nos levou, a Fundação acolhe ainda uma galeria que expõe várias das obras da autoria de Manrique outras por ele obtidas ao longo da sua vida, entre as quais, esboços originais de Pablo Picasso e de Joan Miró.

A partir de 1982, a Fundação foi expandida por Manrique e um grupo de amigos. Só viria a ser aberta ao público dez anos mais tarde, após o acidente de viação ocorrido nas imediações da fundação que lhe abreviaria a vida.

A fundação César Manrique revelou-se um projecto gradual. Até porque Manrique e os seus a desenvolveram em simultâneo com intervenções paralelas que moldaram para sempre a ilha de Lanzarote e contribuíram para que conquistasse a classificação protectora de Reserva da Biosfera, a segunda a ser atribuída pela UNESCO às Canárias em 1993, dez anos após a classificação de La Palma.

Recanto da Fundação César Manrique, Lanzarote, Canárias, Espanha

Recanto criativo da Fundação César Manrique, adornado com elementos visuais da ilha.

Um Périplo Fascinante por Outras das Intervenções de Manrique

Como o próprio Manrique definiu “Eu tento ser a mão livre que molda a geologia.” E, de facto, a sua mente e mãos moldaram para sempre Lanzarote e outras ilhas das Canárias.

Depois da curta passagem pelo restaurante “El Diablo” do PN Timanfaya e das aventuras sensoriais do Museu del Campesino e da Fundação, progredimos para norte.

Experiência térmica em frente ao restaurante El Diablo, PN Timafaya, Lanzarote, Canárias, Espanha

Funcionário do PN Timanfaya leva a cabo uma experiência vulcânica em frente ao restaurante El Diablo, com arquitectura de César Manrique.

Damos entrada nos Jameos de Água e na Cueva de los Verdes, ambos situados num túnel vasto produzido por erupções do vulcão Corona, em pleno Monumento Natural del Malpaís de la Corona.

O primeiro, surge à beira do oceano Atlântico, o último, mais para o interior, dotado de uma sala de concertos que, com meras cadeiras e um palco aproveita a magnificência e a acústica especial da câmara.

Lá nos deslumbramos com a decoração, o paisagismo e os jogos de luz emprestados por Manrique e pelo seu aliado Jesús Soto.

Ao entrarmos nas profundezas dos Jameos, a elegância colorida e luxuriante da câmara adaptada a sala de refeições insinua-se como um prenúncio do insólito subterrâneo que se segue.

Descemos a escadaria para a beira de um lago azulado. Alguns visitantes chegados antes de nós acocoram-se minutos a fio.

Visitantes nos Jameos del Água, Lanzarote, Canárias, Espanha

Visitantes tentam fotografar os caranguejinhos endémicos dos Jameos del Água.

Demoramos mas percebemos que se esforçam para fotografar os caranguejinhos albinos e cegos (munidopsis polyorpha) endémicos da gruta, num fundo pintado de vermelho pela luz artificial ali dissimulada e que contrasta com o azul petróleo da lagoa.

Cruzamos para o lado de lá. Da margem oposta, como por magia, vemos a escadaria vermelha espelhar-se e duplicar-se na água. De volta à superfície, ficamos de boca a aberta a contemplar a espécie de praia tropical-vulcânica e afundada com que Manrique continua a prendar os visitantes.

Jameos del Água, Lanzarote, Canárias, Espanha

Jogo de luz mágico no interior dos Jameos del Água.

Dos Jameos del Água ao Mirador del Rio

Mais alguns quilómetros para norte, passamos pela sua casa de Haría, situada em pleno palmeiral e onde estão preservados mobília e pertences bem como o novo estúdio em que trabalhou até à morte.

Chegados ao limiar norte e abismal de Lanzarote, sob uns alísios furibundos, deixamo-nos deslumbrar pela miragem real da pequena ilha vizinha de La Graciosa e do arquipélago Chinijo. Esta sempre foi uma das vistas que mais admiração gerou em Manrique.

Sem espanto, Manrique lá ergueu o Mirador del Rio, um edifício que se confunde com a Natureza fronteiriça e, através das formas e da luz, a torna mais rica e acolhedora.

César Manrique também proferiu alto e em bom tom que “Lanzarote era como uma obra de arte sem moldura e por montar e que a pendurava e segurava para que todos pudessem admirar”.

Casal no limiar norte de Lanzarote, Canárias, Espanha

Fotografia no limiar norte de Lanzarote, com a silhueta da ilha Graciosa em fundo. Um lugar da ilha adorado por Manrique e onde ergueu o seu Mirador del Rio.

Poderíamos ter passado outra semana a explorar e louvar o império artístico-naturalista que legou à sua ilha.

PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Santa Cruz de La Palma, Canárias

A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

Começou como mera Villa del Apurón. Chegado o séc. XVI, a povoação não só tinha ultrapassado as suas dificuldades como era já a terceira cidade portuária da Europa. Herdeira dessa abençoada prosperidade, Santa Cruz de La Palma tornou-se uma das capitais mais elegantes das Canárias.
Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

É apenas a terceira maior ilha do arquipélago. Impressionou tanto os navegadores e colonos europeus que estes se habituaram a tratá-la como a suprema.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Verificação da correspondência
Cerimónias e Festividades
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Cidades
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Cultura
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
mural de extraterrestre, Wycliffe Wells, Australia
Em Viagem
Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Étnico
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Twyfelfontein, Ui Aes, Twyfelfontein, Adventure Camp
História
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
barco colorido, ilhas gili, indonesia
Ilhas
Ilhas Gili, Indonésia

Gili: as Ilhas da Indonésia que o Mundo Trata por “Ilhas”

São tão humildes que ficaram conhecidas pelo termo bahasa que significa apenas ilhas. Apesar de discretas, as Gili tornaram-se o refúgio predilecto dos viajantes que passam por Lombok ou Bali.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Inverno Branco
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Manhã cedo no Lago
Natureza

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Parques Naturais

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
, México, cidade da prata e do Ouro, lares sobre túneis
Património Mundial UNESCO
Guanajuato, México

A Cidade que Brilha de Todas as Cores

Durante o século XVIII, foi a cidade que mais prata produziu no mundo e uma das mais opulentas do México e da Espanha colonial. Várias das suas minas continuam activas mas a riqueza de Guanuajuato que impressiona está na excentricidade multicolor da sua história e património secular.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Praias
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Glamour vs Fé
Religião
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
Nesbyen a Flam, Noruega

Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Vida Selvagem
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.