PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro


Normatior
Duas mulheres masai sobem ao cume da colina de Normatior, uma elevação com vista privilegiada sobre Amboseli e o Kilimanjaro.
Moda masai
Mulheres nativas desfilam durante um espectáculo de dança levado a cabo com o Kilimanjaro em fundo.
Colossos
Um elefante pasta na planície verdejante no sopé do monte Kilimanjaro.
Em sincronia
Elefante fêmea e cria um pouco afundados num pântano ervado e cercados de garças oportunistas.
À vez
Vários jipes alinhados observam manadas de elefantes num pântano junto à colina de Normatior
Pequeno confronto
Búfalos juvenis numa luta pouco séria, em plena savana de Amboseli.
Trio masai
Jovens masai nos seus trajes tradicionais vermelhos.
A caminho do Kilimanjaro
Jipe percorre a estrada de terra batida que passa entre o pântano de Enkongo e a colina de Normatior.
À conquista de Normatior
Jovens masai sobem a colina de Normatior, um dos seus pontos de observação da planície de Amboseli e do Monte Kilimanjaro favoritos.
Poder da cura
Sacerdote masai, com o ceptro que o identifica na tribo.
Simbiose africana
Jipe aproxima-se de uma manada de búfalos acompanhada por um bando de garças.
Uma savana dourada
Veículos atravessam o PN Amboseli durante um pôr-do-sol exuberante.
Normatior II
Jovens masai prestes a chegar ao cume da colina de Normatior.
Amboseli às Listas
Manada de zebras pasta com a silhueta do grande monte Kilimanjaro em fundo.
O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.

Já vínhamos algo massacrados das quase quatro horas de viagem pela Mombaça Road, pela C-102 e C-103, com partida madrugadora de Nairobi.

O aviso do condutor John soou com um misto de satisfação e surpresa: “Muito bem, chegámos ao desvio de terra bat

ida para a entrada do parque. As boas notícias são que já falta muito menos, as más são que vamos vibrar. Vamos vibrar e não vai ser pouco!”

Ficou para trás o trânsito errático sobre o asfalto aqui e ali repleto de crateras da via que ligava a capital queniana à segunda cidade do país e ao oceano Índico.

Por fim, deixámos de ultrapassar camiões e velhos autocarros e matutus sobrelotados, mesmo assim com dificuldade já que a empresa que empregava John mantinha limitada a 80km/h a velocidade máxima da sua frota de jipes.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, jipes

Vários jipes alinhados observam manadas de elefantes num pântano junto à colina de Normatior

Fim do Asfalto. A Estrada de Savana para o Parque Nacional Amboseli

Aos poucos, embrenhamo-nos numa savana de erva alta e amarelada.

Sempre a trepidar, avistamos os primeiros bandos saltitantes de impalas, pouco depois, avestruzes perdidas na paisagem sem fim e, logo, pequenas manadas de zebras. O padrão de código de barras daqueles asnos zurradores quebrou a palidez que se apoderara da viagem.

A espaços, perscrutamos o horizonte, entre as acácias e gramíneas afins. Tentamos descortinar a silhueta tão altiva quanto dúbia que se impunha a sul, por entre as nuvens carregadas que persistem como legado da época das chuvas.

Até atingirmos o destino final, em vão.

Entretanto, a estrada atravessa prados ensopados e devorados pelos primeiros de muitos elefantes e búfalos que haveríamos de avistar nos dias seguintes. E outros, aquáticos, repletos de velhas árvores apodrecidas, salpicados de aves pernaltas.

Contornamos mais um destes pauis algo tenebrosos e entramos na área florestada do lodge que nos ia acolher. Esticamos as pernas e tratamos do check in e de nos instalarmos numa das suas cabanas de madeira tribais. Pouco depois, também de jantar.

Entre os dois momentos, John pôs a conversa em dia com colegas guias e condutores, num intercâmbio animado das últimas peripécias dos seus itinerários e gamedrives, das observações e acções mais inauditas dos clientes que se viam obrigados a transportar e a apaparicar.

Mais para o fim da noite, negociamos um despertar consentâneo com os horários da bicharada que vínhamos de tão longe para apreciar. Com os geradores da estalagem desligados, ficámos entregues ao negrume africano.

Adormecemos a apreciar os sons distantes – ou nem tanto como isso – produzidos pelas criaturas em redor.

Aurora no Sopé Nevoento do Monte Kilimanjaro

A nova alvorada pouco tardou.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, elefante e Kilimanjaro

Um elefante pasta na planície verdejante no sopé do monte Kilimanjaro.

Obrigou-nos a um levantar contrariado e esforçado que só a água tépida sobre os corpos e o pequeno-almoço aconchegante atenuaram.

Pouco depois de saudarmos o guarda de serviço, transpusemos o portão do lodge e saímos debaixo das copas altivas que o protegia dos elementos.

Durante a noite, a maioria das nuvens do dia anterior tinham migrado para outras paragens. À medida que pulava para cá do horizonte, o sol esparramava-se nos tons quentes de que tínhamos sentido falta na tarde anterior. Estávamos a uma latitude quase equatorial.

Ainda assim, a 1200 metros de altitude, os seus raios de soslaio pouco disfarçavam o frio que se fazia sentir, para mais húmido, devido à muita água que encharcava a planície.

Demos connosco a esfregar as mãos. O frio inesperado poderá ter sido responsável. Mas é mais provável que o tenhamos feito por puro regozijo.

A Visão deslumbrante do Tecto de África

Para diante, a silhueta antes esquiva tinha-se transformado no cone bem definido do monte Kilimanjaro, com o seu cume altivo de 5896 metros salpicado de neve, acima de um aro de nebulosidade resistente.

“Ora, aí está ele!” confirma-nos John. “E logo na vossa primeira manhã! Sabem que há muita gente que aqui fica uma semana ou mais sem o conseguir ver em condições…?!”

Tínhamos o tecto de África pela frente. Nos tempos que passámos no Parque Nacional Amboseli, serviu-nos como principal referência geográfica e fotográfica.

Seguros da sua presença, prosseguimos em busca da fauna prolífica que vivia no vasto sopé norte da maior montanha isolada à face da Terra.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, zebras

Manada de zebras pasta com a silhueta do grande monte Kilimanjaro em fundo.

Joseph Thomson e os Pés de Vento que deram o nome ao Parque Nacional Amboseli

O europeu pioneiro nesta zona remota de África foi o explorador, geólogo e naturalista escocês Joseph Thomson, apelido que seria atribuído à gazela-de-Thomson, também presente em Amboseli.

Thomson tinha como mote “Quem viaja com suavidade, viaja em segurança; quem viaja em segurança, chega longe.”

Muito provavelmente por isso, em 1833, foi o primeiro protagonista da Partilha de África a conseguir entrar no território masai temido conhecido como Empusel, termo do dialecto local maa que definia as planícies salgadas e poeirentas ali encontradas.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, búfalos

Jipe aproxima-se de uma manada de búfalos acompanhada por um bando de garças.

John pertencia à etnia queniana predominante kikuyu mas estava habituado a contactar os masai e quis concretizar-nos melhor o conceito. “Estão a ver lá ao fundo?” pergunta-nos a apontar para uma série de pés-de-ventos perdidos na vastidão.  “É àquilo que os masai chamam Amboseli.”

Thomson avistou o estranho fenómeno vezes sem conta.

O escocês liderou uma expedição ao serviço da Royal Geographical Society que visava encontrar uma rota entre a costa leste de África e a costa setentrional do lago Victoria que evitasse tanto os ferozes masai como os mercadores alemães que competiam pelo domínio daquela região.

No cômputo geral, a expedição de Thomson teve enorme sucesso e as suas observações biológicas, geológicas e etnográficas foram consideradas um contributo significativo.

As Aventuras e Desventuras de Thomson à Conquista do Monte Kilimanjaro

No entanto, o intrépido escocês teve a sua dose de derrotas e desilusões. Foi demasiado ambicioso quando se propôs a conquistar o cume do Kilimanjaro (montanha branca no dialecto maa) em vinte e quatro horas e falhou.

Durante a jornada de regresso ao litoral africano, no último dia de 1883, um búfalo que tentava abater investiu sobre ele e perfurou-lhe uma coxa. Pelo caminho, ainda contraiu malária e padeceu de disenteria.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, búfalos

Búfalos juvenis numa luta pouco séria, em plena savana de Amboseli.

Em 1885, já de regresso à Grã-Bretanha, publicou “Through Masai Land”.

O livro tornou-se um best seller. Inspirou um jovem escritor também conhecedor de África de nome Henry Rider Haggard a escrever o seu próprio romance. “As Minas do Rei Salomão” – que se viria a tornar mundialmente famoso – enfureceu Thomson.

Fora o escocês o primeiro a descrever de forma credível a existência de montanhas nevadas sobre o equador e como ele próprio aterrorizara os guerreiros Masai ao remover os seus dentes falsos e a afiançar-lhes que era magia.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, feiticeiro masai

Sacerdote masai, com o ceptro que o identifica na tribo.

Qual não foi o espanto de Thomson quando, ao ler a obra de Rider Haggard, deu com a descrição de montanhas africanas nevadas.

E com a personagem de Captain Good a fazer o mesmo a uma tribo kukuana recém-imaginada.

Entre os Elefantes e os Hipopótamos do PN Amboseli

O kikuyo John não estava a par de toda esta comoção histórico-literária.

Conhecia o trajecto que as manadas de elefantes percorriam para chegarem à água e aos pastos. “Eles não ficam aqui de noite. Quando se aproxima o pôr-do-sol, juntam-se nos limites do parque. Depois, com a alvorada, regressam em caravanas para passar o dia.”

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, elefantes

Jipe percorre a estrada de terra batida que passa entre o pântano de Enkongo e a colina de Normatior.

Nenhuma outra região do Quénia permite uma aproximação e contemplação dos paquidermes tão recompensadora como Amboseli.

Ali, a quase ausência de vegetação elevada e densa e a abundância de pistas de terra batida permitiu-nos acompanhá-los e fotografá-los de perto, com o bónus de os podermos enquadrar com o Kilimanjaro como cenário de fundo.

Um dos lugares preferidos dos elefantes e hipopótamos são os pântanos de Olokenya e Enkongo Narok, ambos alimentados pelas águas dispersas do rio Sinet.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, elefantes

Elefante fêmea e cria um pouco afundados num pântano ervado e cercados de garças oportunistas.

Atravessamos o segundo a caminho da colina de observação Normatior. Lá os encontramos.

Enormes adultos com crias recém-nascidas, todos eles semi-afundados no lodo escuro a devorar erva em quantidades industriais, na companhia de dezenas de garças oportunistas.

Prosseguimos para o cimo de Normatior, um dos poucos lugares do PN de Amboseli em que é possível sair do veículo e usar as pernas.

Em redor, prevalece a ameaça latente de ataques dos animais selvagens.

O Convívio com o Povo Masai na Colina Normatior

Conquistamos a colina lado a lado com algumas mulheres Masai que, como é apanágio do seu povo, tudo fazem para que não as fotografemos sem antes pagar.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior

Duas mulheres masai sobem ao cume da colina de Normatior, uma elevação com vista privilegiada sobre Amboseli e o Kilimanjaro.

Já no topo, apreciamos a África surreal em redor, desdobrada dos pântanos e prados no sopé até à savana amarelada sem fim e ao maciço imponente do Kilimanjaro.

Entretanto, aproveitamos a oportunidade e convivemos com alguns jovens masai coloridos e elegantes que ali se tinham deslocado para um espectáculo de dança.

Como seria de esperar, também os fotografámos e com eles nos fotografámos.

Esse privilégio teve o seu preço, claro está.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, Mulheres masai

Mulheres nativas desfilam durante um espectáculo de dança levado a cabo com o Kilimanjaro em fundo.

E, por norma, os masai convertem-no em vacas, quantas mais melhor, ou não fossem as vacas a expressão de riqueza que este povo guerreiro e altivo continua a considerar sagrada e suprema.

Não tarda, começaria a escurecer. John deu o sinal e regressámos sem pressas ao lodge.

Chegámos sobre o lusco-fusco. O guia estava cansado da condução que vinha a acumular e recolheu aos seu quarto.

Nós, continuávamos com energia. Transmitimos-lhe que queríamos ficar à entrada do lodge a fotografar o Kilimanjaro durante o anoitecer. “Uhmm, sozinhos não vão ficar de certeza! respondeu-nos de imediato.

Vamos ver como resolvemos isso…”

E o Maratonista e Segurança Masai Philippe

Em três tempos, apareceu-nos com o guarda da entrada do lodge que se prontificou a nos fazer companhia o tempo que fosse necessário. “Na verdade, só vos agradeço, confessou-nos Philippe. Tenho que passar os meus turnos todos enfiado naquela cabine.

É um prazer vir cá para fora e ficar à conversa convosco. Enquanto isso, trato de que não vos aconteça nada. Ainda ontem andava um leopardo a sondar mesmo aqui à frente.”

Phillipe era masai. “Além de trabalhar no lodge, sou corredor. Já participei em várias maratonas. Agora estou lesionado e com grande ansiedade de voltar a treinar.

“Onde treino?” respondeu-nos satisfeito pelo interesse. “Costumo treinar aqui mesmo nestas estradas e trilhos em redor. A nós masais, os leões não nos costumam atacar. Eles temem-nos.”

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, silhuetas masai

Jovens masai sobem a colina de Normatior, um dos seus pontos de observação da planície de Amboseli e do Monte Kilimanjaro favoritos.

Antes que o frio e a fome nos vencessem, ainda continuámos uns bons quarenta minutos a falar da tribo corredora rival kalenjin, aquela que mais corredores de sucesso dá ao Quénia e cujo nome a cadeia Decathlon deu a uma das suas linhas de equipamento desportivo.

Já com o ocaso a sobrepor-se ao horizonte, falamos do predomínio queniano no atletismo de meio-fundo mundial e de tantos outros assuntos.

Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, pôr do sol

Veículos atravessam o PN Amboseli durante um pôr-do-sol exuberante.

Até que o firmamento se instalou em pleno sobre a savana e sobre o Kilimanjaro e a fome e o frio nos obrigaram a recolher ao interior da estalagem.

PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Big Freedia e bouncer, Fried Chicken Festival, New Orleans
Cerimónias e Festividades
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Big Freedia: em Modo Bounce

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Cidade do Cabo, África do Sul, Nelson Mandela
Cidades
Cidade do Cabo, África do Sul

Ao Fim e ao Cabo

A dobragem do Cabo das Tormentas, liderada por Bartolomeu Dias, transformou esse quase extremo sul de África numa escala incontornável. E, com o tempo, na Cidade do Cabo, um dos pontos de encontro civilizacionais e urbes monumentais à face da Terra.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Ilha do Norte, Nova Zelândia, Maori, Tempo de surf
Cultura
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Em Viagem
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Músicos de etnia karanga jnunto às ruínas de Grande Zimbabwe, Zimbabwe
Étnico
Grande ZimbabuéZimbabué

Grande Zimbabwe, Pequena Dança Bira

Nativos de etnia Karanga da aldeia KwaNemamwa exibem as danças tradicionais Bira aos visitantes privilegiados das ruínas do Grande Zimbabwe. o lugar mais emblemático do Zimbabwe, aquele que, decretada a independência da Rodésia colonial, inspirou o nome da nova e problemática nação.  
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

tarsio, bohol, filipinas, do outro mundo
História
Bohol, Filipinas

Umas Filipinas do Outro Mundo

O arquipélago filipino estende-se por 300.000 km² de oceano Pacífico. Parte do sub-arquipélago Visayas, Bohol abriga pequenos primatas com aspecto alienígena e as colinas extraterrenas de Chocolate Hills.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Ilhas
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Verificação da correspondência
Inverno Branco
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Monteverde, Costa Rica, quakers, Reserva Biológica Bosque Nuboso, caminhantes
Natureza
Monteverde, Costa Rica

O Refúgio Ecológico que os Quakers Legaram ao Mundo

Desiludidos com a propensão militar dos E.U.A., um grupo de 44 Quakers migrou para a Costa Rica, nação que havia abolido o exército. Agricultores, criadores de gado, tornaram-se conservacionistas. Viabilizaram um dos redutos naturais mais reverenciados da América Central.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Praia de El Cofete do cimo de El Islote, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha
Parques Naturais
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Património Mundial UNESCO
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Personagens
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Praias
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Via Conflituosa
Religião
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
O projeccionista
Vida Quotidiana
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Parque Nacional Everglades, Florida, Estados Unidos, voo sobre os canais dos Everglades
Vida Selvagem
Parque Nacional Everglades, Flórida, E.U.A.

O Grande Rio Ervado da Flórida

Quem sobrevoa o sul do 27º estado espanta-se com a vastidão verde, lisa e ensopada que contrasta com os tons oceânicos em redor. Este ecossistema de pântano-pradaria único nos EUA abriga uma fauna prolífica dominada por 200 mil dos 1.25 milhões de jacarés da Flórida.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.