Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa


Purikura entre amigas
Grupo de colegas fotografa-se num estúdio purikura de Shibuya.
Interior cabine Purikura
Luzes de flash de uma cabina de Purikura.
Purikura Machine
Painel de uma máquina de Purikura.
Album de recordações
Mini fotografias deixadas por clientes de um estúdio Purikura de Shibuya.
Cliente usa uma máquina de Purikura-Shibuya-Tóquio-Japão
Cliente usa uma máquina de Purikura abrigada numa cabine elegante.
Noite de Tóquio
Transeuntes percorrem uma rua repleta de outdoors iluminados.
Uma Cliente Parda
Clientes aguardam pela sua vez num estúdio de Purikura de Shibuya, Japão.
Magia escondida
Pormenor de um painel de cabine de Purikura.
A Caneta Mágica
Jovem cliente retoque uma fotografia acabada de tirar num estúdio Purikura.
Purikura de saias
Clientes divertem-se nas suas cabines de Purikura.
Sessão Privada
Cliente usa uma máquina de Purikura com a privacidade assegurada por uma cabine garrida.
Preparativos
Cliente maquilha-se antes de entrar para uma casa de Purikura de Shibuya.
Cartaz Exemplo
Um cartaz promocional de Purikura, com jovens modelos fotogénicas.
Partilha Purikura
Duas amigas partilham fotografias purikura de telemóvel para telemóvel.
Criatividade a 2
Casal de namorados ilustra uma imagem de ambos a seu bel-prazer.
Vivid Beauty
Outro cartaz inspirador decora um estúdio de Purikura de Shibuya.
No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.

O casaco de peles, os botins pretos de cano alto acima do joelho e os calções de ganga diminutos são pouco fiéis aos visuais aconselhados no interior do estúdio mas nada parece desmotivar a jovem gyaru.

O recanto da rua movimentada de Shibuya está longe de lhe conceder alguma privacidade mas, enquanto manipula o pincel de rímel à pressa, só o seu reflexo no pequeno espelho e o volume das longas pestanas parecem contar.

Uma mala já etiquetada sugere-nos que a adolescente está prestes a viajar e que quer levar consigo uma recordação narcisista dos últimos tempos em Tóquio.

Cliente em maquilhagem, Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Cliente maquilha-se antes de entrar para uma casa de Purikura de Shibuya.

No interior, a loja confirma-se tão movimentada como colorida. É a terceira vez que lá entramos. Logo na primeira, fomos elucidados de que não podíamos fotografar nem os outros clientes nem com máquinas profissionais.

A proibição obriga-nos a um complicado jogo do gato e do rato com o funcionário de serviço, no labirinto das cabines que supervisiona.

Cortinas decoradas com flores e imagens de amigas com peles imaculadas, grandes olhos quase ocidentais,  cabelos caju ou alourados lustrosos e sorrisos brilhantes fecham os espaços dos aparelhos à imaginação ou capacidade de imitação dos utilizadores.

Muitos não se fazem de rogados e inspiram-se naqueles visuais que os criadores baptizaram em nipónico mas com complementos semi-preciosos em inglês: Pink Eye, Jewel is Saphire, Jewella, entre outros.

Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão

Cliente usa uma máquina de Purikura abrigada numa cabine elegante.

Introduzidos os 500 ou 600 ienes requeridos na ranhura, os clientes correm para a zona fotográfica da cabine, assumem as poses e as expressões mais frescas de que se conseguem lembrar.

Aguardam o fim da contagem Uan, tsū, surii, pōzu (adaptada do inglês – One, two, three, Pose)  enunciada por video-anfitriãs com vozes femininas e juvenis e deixam-se congelar pelos flashes potentes.

Foto de Grupo, Purikura, Japão

Grupo de colegas fotografa-se num estúdio purikura de Shibuya.

Em qualquer cabine de fotografia convencional, a experiência terminaria por aqui mas, a tecnologia japonesa tratou de a enriquecer para depois  rentabilizar.

Percorremos os corredores entre as cabines e, através das cortinas entreabertas, percebemos o entusiasmo dos grupos de amigas e dos casais que, em contra-relógio, decoram as suas imagens com estrelinhas, corações, flores, arco-íris e restante miríade de símbolos e efeitos que as canetas digitais e os menus complexos dos ecrãs lhes permitem combinar.

Casal retoca Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Casal de namorados ilustra uma imagem de ambos a seu bel-prazer.

A Ideia Genial Ignorada

Foi esta a visão que Sasaki Miho teve e que transmitiu à companhia para que trabalhava – a Atlus, criadora de jogos de computador – permitindo-lhe desenvolver, em parceria com a famosa SEGA, os aparelhos de Purikura revolucionários.

Miho inspirou-se no hobby da juventude nipónica de enfeitar as capas dos livros da escola, mochilas, armários, telemóveis e tudo o mais com figurinhas populares nipónicas e lembrou-se que se poderia transpor o hábito para formato electrónico.

Por mais estranho que agora pareça, quando os primeiros modelos das estranhas máquinas surgiram no mercado, em 1995, suscitaram pouco interesse.

Cartaz Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Um cartaz promocional de Purikura, com jovens modelos fotogénicas.

Por Fim, o Fenómeno Nipónico da Fotografia Purikura

Mas, alguns anos de persistência depois, a banda J-Pop (leia-se Japanese pop) SMAP ofereceu fotos suas produzidas em Purikura, ao vivo num programa de televisão e deu o mote.

A ideia não tardou a ser copiada por outros grupos de música e personalidades. E a moda de produzir, trocar e coleccionar estas fotos divertidas depressa se alastrou entre as adolescentes.

Na Primavera de 1998, já existiam cerca de 25.000 cabines por todo o país e muitas imitações. Outros empresários oportunistas foram instalando, na proximidade, casas de fatos cosplay (costume play) cabeleiras e de outros adereços, ideia que, entretanto, alguns estúdios purikura vieram a assimilar.

Popularizou-se, assim, o conceito de um Print Club japonês que os mais jovens converteram primeiro para um gairaigo (transliteração) quase obrigatório, “purinto kurabu” e, logo, abreviaram para Purikura.

Muito Mais que Simples Fotos de Passe

A materialização da Purikura é opcional. Vemos a história repetir-se, nas lojas de Shibuya e em tantas outras espalhadas pelo resto do país.

Fotos purikura, Japão

Mini fotografias deixadas por clientes de um estúdio Purikura de Shibuya.

Saídos das máquinas de “design” – chamemos-lhes assim – os utilizadores decidem se recebem a imagem final em folhas de contacto de papel brilhante ou, através de um sistema semelhante ao Bluetooth, directamente para os ecrãs dos seus telemóveis, tablets e companhia de última geração.

Como pudemos comprovar, primeira escolha exige algum trabalho de tesoura, para separação das tiras ou imagens individuais que podem sair de distintos tamanhos. A última prova-se mais prática e permite cópias e reenvios fáceis e imediatos enquanto MMS ou emails.

Amigas passam fotografias-Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Duas amigas partilham fotografias purikura de telemóvel para telemóvel.

Desde que o fluxo de clientes seja elevado, qualquer uma das máquinas e modalidades é altamente proveitosa.

De acordo, encontramos purikuras por todo o Japão urbano e até em alguns recantos mais rurais, tanto em casas de máquinas de jogos como em estúdios próprios onde a quantidade e a variedade aumenta e a decoração, desde a fachada do estabelecimento à porta de saída, lhes é inteiramente dedicada.

Uma vez que se banalizou a base fotográfica da Purikura foram lançados no mercado desenvolvimentos ambiciosos, com expoente óbvio nas chamadas Videkura, máquinas que permitem a criação e envio de pequenos vídeos através da rede de telemóvel ou da Internet.

Diferentes empresas optaram por atrair públicos-alvo distintos com conceitos que lhes são atractivos. A Love & Berry apostou nos relacionamentos amorosos, as Mushi King e Naruto permitem aos aficionados das artes marciais exibirem os seus movimentos de combate mais impressionantes.

Cabine fotográfica, Purikura, Japão

Luzes de flash de uma cabina de Purikura.

Uma outra, criada pela companhia Ututu, escolheu o nome MYSQ – My Style So Qute e parece condenada ao sucesso ao desafiar os utilizadores a produzir vídeos de diversos estilos com recurso a efeitos especiais e música.

A Inovação Tecnológica e a Expansão Internacional da Purikura

Como é de esperar, nem a invenção original nem estas evoluções se ficam pelo Japão. Descobriu-se há alguns anos que Taipé, capital de Taiwan e imitadora atenta das novidades japonesas, já era a cidade com maior número de máquinas per capita.

Em Ximen – a sua Shibuya – há inclusive um edifício com três andares equipado com dezenas de Purikura de última geração.

Na China continental, o mais normal é existirem modelos antigos, em casas de jogos ou pequenas lojas. Banguecoque e Manila também são clientes regulares enquanto na Austrália – onde a população japonesa, chinesa e coreana não pára de aumentar – e em alguns países ocidentais, as máquinas surgem quase sempre em pequeno número.

Durante uma excursão em que tomamos parte pelo Outback do Red Centre e Território do Norte, as sucessivas brincadeiras com máquinas digitais trazem à conversa o tema purikura.

Yummi, uma das várias passageiras participantes nipónicas, reage de pronto, ao mesmo tempo entusiasmada e envergonhada com o protagonismo que está prestes a assumir: “I have !! Look here, so many !!!”. E saca da carteira e de um PDA para nos exibir a sua extensa colecção.

No Japão, qualquer transeunte até aos quarenta anos é um potencial utilizador das Purikura mas alguns são mais que outros. Os  grupos de colegas teenagers a caminho ou de regresso da escola nos seus uniformes de casaco,  pulôver escuro e saia encurtada com meias pouco abaixo do joelho provaram-se as clientes perfeitas.

Cabines de Purikura, Tóquio, Japão

Clientes divertem-se nas suas cabines de Purikura.

Logo em seguida, vêm as amigas exuberantes um pouco mais velhas que se livraram dessa fase ditatorial da vida e dedicam a maior parte do seu tempo a embelezar-se para apurar a sua identidade.

Para muitas raparigas e mulheres, as purikura funcionam como mais uma extensão dessa busca perfumada de sentido e são elas a principal razão de ser do fenómeno.

Numa tarde de diversão, cada uma pode gastar até 4000 ienes (40€). Chegámos a ver filas longas em frente de algumas máquinas recém-saídas ou mais populares.

Clientes em Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Adolescente de Tóquio aguardam pela sua vez num estúdio de Purikura de Shibuya, Japão.

Mas certos desvios comportamentais em redor do fenómeno vieram desafiar a harmonia instalada da sociedade hipócrita japonesa. O problema tornou-se mais sério quando certos homens passaram a visitar as casas com o objectivo de seduzir e engatar adolescentes.

E agravou-se quando algumas dessas adolescentes começaram a deixar prints seus com números de telefone, oferecendo-se para novas amizades ou enjo kosai, como são chamadas no Japão, as relações financeiramente assistidas.

Cartaz Beauty Vivid-Purikura, Shibuya, Tóquio, Japão

Outro cartaz inspirador decora um estúdio de Purikura de Shibuya.

A reacção ao escândalo surgiu em pouco tempo, com a proibição da entrada de homens nas casas de Purikura se não estivessem acompanhados de amigas ou namoradas e a instalação de cabines para uso único de casais.

Esta restrição era esperada. Estamos a falar de uma nação com costumes espartanos e moral aparentemente imaculada em que a as pessoas quase nunca tocam as outras, ou mostram afecto, em público.

Da Purikura à Videkura

Banalizado o envio das imagens para os telemóveis (de onde podem ser remetidas para outros telemóveis ou dispositivos enquanto MMS ou e-mails), foram lançados recentemente no mercado desenvolvimentos ambiciosos, com expoente óbvio nas chamadas Videkura.

Como o nome deixa entender, estas máquinas permitem a criação de pequenos vídeos e o seu envio através da rede de telemóvel ou da Internet.

Painel de Purikura, Tóquio, Japão

Painel de uma máquina de Purikura.

No reino do imperador, qualquer protótipo revolucionário depressa se converte num lixo tecnológico ou, com alguma sorte, numa peça de museu.

Apesar da modernização permanente a que são sujeitas, as Purikura continuam a merecer o respeito devido por parte das fãs. Afinal, estas cabines prodigiosas há dez anos que fazem parte das suas vidas.

E tornam mais feliz a vida do Japão.

Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Virgil Allen, sobre a plataforma de extracção petrolífera off-shore "Mr. Charlie"
Cidades
Morgan City, Luisiana, E.U.A.

A Cidade Cajun Movida a Petróleo e Camarão

Situada no final do caminho do rio Atchafalaya para o Golfo do México, Morgan City foi prendada com marisco e ouro negro em fartura. Acolhe, inclusive, um festival que os celebra em simultâneo. Apesar de protagonizar a série paranormal “Ghosts of Morgan City”, esta cidade de cultura Cajun é sobretudo terra-a-terra e prolífica.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Africa Princess, Canhambaque, Bijagós, Guiné Bissau,
Em Viagem
Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau

O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.
Lifou, Ilhas Lealdade, Nova Caledónia, Mme Moline popinée
Étnico
Lifou, Ilhas Lealdade

A Maior das Lealdades

Lifou é a ilha do meio das três que formam o arquipélago semi-francófono ao largo da Nova Caledónia. Dentro de algum tempo, os nativos kanak decidirão se querem o seu paraíso independente da longínqua metrópole.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Fim do dia no lago da barragem do rio Teesta, em Gajoldoba, Índia
História
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Graciosa, Açores, Monte da Ajuda
Ilhas
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Horseshoe Bend
Natureza
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Parques Naturais
Moçamedes ao PN Iona, Namibe, Angola

Entrada em Grande na Angola das Dunas

Ainda com Moçâmedes como ponto de partida, viajamos em busca das areias do Namibe e do Parque Nacional Iona. A meteorologia do cacimbo impede a continuação entre o Atlântico e as dunas para o sul deslumbrante da Baía dos Tigres. Será só uma questão de tempo.
Recompensa Kukenam
Património Mundial UNESCO
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Bufalos, ilha do Marajo, Brasil, búfalos da polícia de Soure
Sociedade
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Homens dragam areia do leito do rio Sangha para pirogas plataforma.
Vida Selvagem
Expedição Ducret 1º:  OuéssoPN Lobéké, Rep. Congo; Camarões

A Subida Inaugural do rio Sangha

Durante uma hora, sobrevoamos a vastidão tropical imensa que separa a capital Brazzaville da pequena cidade ribeirinha de Ouésso. Das suas margens, ascendemos o rio Sangha até ao parque nacional camaronês de Lobéké, num cenário ainda com muito de “Coração das Trevas”.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.