Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo


Tempo de aurora
Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.
Arquitectura boreal
Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.
Alto das Faias
Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.
Gelo afiado
Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.
Árctico em fogo
Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvara.
Inverno a sós
Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.
Calor árctico
Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas em redor de uma fogueira, conformados pela impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.
O Iglo
Vista do interior de um dos iglôs do hotel Kakslauttanen.
Aurora boreal em Menesjarvi
Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.
Poça no Menesjarvi.
Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.
Casa Santa Klaus
Casa Santa Klaus, Kakslauttanen.
Aurora sobre Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.
São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.

O dia manteve-se gélido como todos os outros, de Novembro a Abril, naquelas latitudes europeias extremas.

Tínhamo-lo passado a explorar a região em redor de Saariselka, com o tempo dividido em distintas caminhadas. Uma delas que terminou com sauna combinada com avantouinti: a prática tão idolatrada na Finlândia de mergulhar e praticar natações de curtíssima duração num pequeno buraco aberto num rio gelado e soterrado de neve.

Pouco depois do ocaso, regressámos a Kakslauttanen. Como era de esperar, mal terminámos de jantar, o cansaço tomou-nos conta dos corpos e das mentes.

Estávamos no hotel mais popular da povoação, famoso sobretudo por proporcionar aos hóspedes estadias pensadas para facilitar a observação de auroras boreais, em grandes cápsulas criadas em vidro reforçado.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Arquitectura boreal

Os iglos de vidro do hotel Kakslauttanen, criados de propósito para facilitar a observação de auroras boreais.

O restaurante do hotel fecha. Sem mais que fazer, entusiasmados com a missão que se seguia mas já algo anestesiados pela fadiga, instalamo-nos no abrigo especial que nos havia calhado.

Descarregamos as imagens do dia, revemos o equipamento fotográfico, retomamos a leitura de alguns artigos e guias sobre o destino frígido que nos tínhamos proposto a descobrir.

Isto, claro está, com pausas sistemáticas para perscrutarmos o firmamento acima em busca de luzes suspeitas. Aguentámos-nos os dois por algum tempo com estas distracções e muita conversa arrastada, cada vez mais forçada.

Até que nos vimos obrigados a instaurar um regime de turnos, já só meio doloroso.

A Espera Desesperante. E o Aparecimento Celebrado das Auroras Boreais

Por volta da meia-noite, esse regime tinha sido deposto pelas forças imbatíveis do sono. Dormíamos os dois sem qualquer consciência da derrota quando um laivo de ansiedade nos despertou e orientou os olhos para cima.

Uma estranha cintilação clareava o céu a um ritmo irregular mas, dali, não nos desvendava qualquer tonalidade incomum. “Isto deve ser alguma luz de discoteca furtiva de Kakskautannem…”  convencemo-nos sem fazermos grande fé na nossa sorte.

Mas a luz não apresentava qualquer padrão de pulsação ou repetição. Analisámo-la por alguns momentos adicionais e rejeitámos essa hipótese. “Não pode ser. Só podem ser elas! Estão a começar, concluímos num êxtase quase histérico.

Vestimos as camadas de roupa que nos faltavam para sobrevivermos ao frio atroz que se fazia sentir no exterior, agarrámos no tripé e no restante equipamento e deixamos o iglô envidraçado.

Lá fora, conseguíamos observar melhor o céu estrelado. Apercebemo-nos num ápice que as auroras boreais se sucediam acima e, num tom de verde-amarelado, se esticavam, encolhiam e contorciam em grande parte da amplitude da abóbada celeste.

Aurora em Kakslauttanen, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal serpenteia acima do casario de Kakslauttanen.

De Saída para os -28º Atrozes da Lapónia Finlandesa

Procurámos um lugar que cobrisse a iluminação ténue da povoação e ficámos a admirá-las e a registá-las fascinados pela dança extraterrestre do evento, sempre curiosos sobre quanto mais se expandiriam e se mudariam de tonalidades.

Só horas depois regressámos ao iglô, com os pés dormentes pela contínua imobilidade e as mãos ainda piores devido à frequência com que as expúnhamos ao ar, ao metal do tripé e de parte das câmaras, todos a quase trinta graus negativos.

Foi a primeira vez que avistámos auroras boreais.

Não seria a última.

Naquela zona do mundo, as luzes do norte – como são também chamadas – podem ser vistas em cerca de 100 noites por ano concentradas entre Setembro e Abril.

Hoje, a maior parte dos nativos não se dá ao trabalho de sair de casa para verificar o céu ou acontece já nem repararem que o fenómeno ocorre mesmo sobre as suas cabeças.

Poça no lago Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Visitantes examinam uma poça no lago gelado de Menesjarvi.

As Interpretações dos Nativos Sami das Auroras Boreais

Em termos históricos, os vários grupos Sami chegaram a distintas explicações, cada uma mais original que as restantes. Alguns acreditavam que eram seres com alma e capacidade de ouvir e compreender os humanos.

Os Sami Skolt achavam que eram almas de pessoas mortas na guerra.

Outros, pensavam que eram gás que subia do mar e dos lagos. Mas a crença mais popular na Lapónia explicava o fenómeno com uma raposa de fogo que corria pelos campos a agitar a sua longa cauda.

Nos velhos tempos, as mulheres não se atreviam a sair sem um chapéu ou um pano na cabeça, receosas de ficar com o cabelo queimado.

Durante os movimentos mais pronunciados das auroras boreais, ninguém devia fazer barulho ou falar. Os Sami também evitavam apontar para o céu com receio de as insultar e de ser por elas castigados.

A maior parte dos seus utilizadores não tem disso consciência mas, foi esta mesma raposa incandescente que o motor de busca Firefox popularizou com o seu logotipo com o canídeo a envolver o planeta azul.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Viagem para Inari, Extremo Norte da Lapónia Finlandesa

O itinerário que havíamos estabelecido evoluía para norte até Inari, nas imediações do limiar boreal da nação suómi. Continuámos, por aí, a nossa busca.

Em Inari, dedicamos o máximo tempo possível à Kings Cup, a grande final das corridas de renas que reúne criadores e jockeys Sami vindos de todo o país para conviverem e competirem sobre o lago Inari completamente gelado.

Num desses dias, ficámos alojados à beira do lago Menesjärvi, numa velha escola abandonada que uma família transformara em pousada.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Inverno a sós

Habitação típica do campo na Lapónia Finlandesa, vermelha e perdia numa floresta nevada.

Ali, demos connosco longe de qualquer povoação e sem muito mais para fazer.

Ao mesmo tempo, o lusco-fusco instalou-se sob um céu quase limpo.

Nova Busca de Auroras Boreais. Sobre a Superfície Gelada do Lago Menesjärvi

Voltámos a sair para cima do lago gelado e a aguardar. Estávamos bem mais desprotegidos que nas cápsulas de Kakslautannem. Para compensar, a espera inicial provou-se muito menor.

A noite ainda não tinha escurecido por completo quando percebemos a primeira dança no céu, de um verde menos vivo que o dos avistamentos de há uns dias.

Aurora boreal, Menesjarvi, Laponia Finlandesa, Finlândia

Aurora boreal sobre a pequena povoação na margem do lago Menesjarvi.

O breu instalou-se. As auroras intensificaram-se por uns bons 40 minutos, por cima do lago e da floresta boreal que o envolvia. De início, corremos a alertar os restantes hóspedes de que tinham começado.

Quando se interromperam, ficámos mais uma vez horas a aguardar que regressassem.

Até que a temperatura desceu de forma insuportável e nos levou a sugerir na sala de jantar, montarmos um esquema de vigia em curtas alternâncias.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Gelo afiado

Longas estalactites comprovam a descida da temperatura na Lapónia Finlandesa.

Percebemos, no entanto, que o grupo internacional se tinha contentado com o que vira após o nosso aviso.

Sozinhos naquela demanda, enregelados e exaustos, retirámo-nos entregues à esperança que a raposa não aparecesse enquanto dormíamos.

Um Ano Depois. Nova Sequela da Saga Auroras Boreais Finlandesas

No ano seguinte regressamos à Lapónia Finlandesa. Voltamos determinados a explorar melhor a sua capital Rovaniemi e a região em redor. Também aproveitámos para nos estrear na prática do Esqui de Fundo, modalidade sagrada por aquelas paragens.

Fizemo-lo em Ounasvaara, na base de um resort de desportos de Inverno que se prolongava por uma encosta daquelas comedidas, como são todas na Finlândia.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, alto das Faias

Faias cobertas de neve numa encosta de Ounasvara, nos arredores de Rovaniemi.

Já nos ocorrera que o crepúsculo deveria ser fabuloso do topo da colina. Subimos a bordo dos saca-rabos que nos passavam pela frente. Mesmo atafulhados e atrapalhados pelas mochilas de fotografia e outras posses mal-guardadas, conquistámo-la sem esforço.

Quando aterramos no cume, o sol dissolve-se numa vasta secção oeste do horizonte. Livre da protecção da encosta, o vento sopra álgido e furibundo.

De tal maneira que parece espalhar aquela mancha alaranjada do ocaso, não só a neve que nos entra pelos olhos e gela as faces enrubescidas.

Um Ocaso Exuberante, como Preâmbulo Celeste do Espectáculo Nocturno

Temos mais sorte do que esperávamos. O hotel Sky Ounasvaara dista apenas alguns passos. Achamos a base semi-soterrada das escadas de acesso e subimos ao terraço panorâmico.

De lá, desvendamos a vastidão branca do centro da Lapónia, já tingida de um rosado avassalador.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo, Árctico em fogo

Sol pôe-se e tinge o céu de laranja, em redor de Ounasvaara.

Faias sobrecarregadas de neve preenchem o declive a perder de vista ou pelo menos até à sua visão difusa se fundir com a do casario de Rovaniemi e arredores, disperso pelo vale contíguo.

Um anoitecer azulado acaba por se impor à sucessão de tons que até então tinha decorado a atmosfera. Recolhemos para junto da lareira do hotel e recuperamos do quase congelamento a que nos havíamos mais uma vez submetido.

Reavido o calor e o ânimo, a cada dez minutos, um de nós volta ao terraço e perscruta o céu em busca das luzes mágicas. Desistimos passadas duas horas quando uma nebulosidade inconveniente cobre o firmamento sem apelo.

Por volta das nove chegamos a um outro hotel, o Arctic. Aguardamos que nos atendam na recepção. Dezenas de japoneses abonam euros avultados pelo privilégio de observar o fenómeno com condições e conforto especiais incluindo poderem recuperar do frio dentro de um tipi, em redor de uma fogueira, com direito a salsichas para assar, café e chá bem quentes.

Um gerente resgata-nos da espera entre os nipónicos. Leva-nos a conhecer o Palácio de Gelo local.

Bebemos vodka no bar, percorremos as várias divisões e renovamos o espanto com a excelência daquelas gigantescas esculturas sazonais.

Terminado o périplo, caminhamos até à beira do lago na proximidade do hotel.

Contemplação de Auroras Boreais no Seio de Admiradores Nipónicos

Desta feita, não temos sequer que esperar.

Ainda faltam alguns metros para a margem quando começamos a ouvir “aaaahs”, “ooohhhs” e “sugois” (cool, em nipónico). Chegamos ao leito gelado. Encontramos um batalhão de japoneses e de outros asiáticos em absoluto êxtase com o espectáculo no firmamento.

Por cima do lago e da floresta contígua, uma aurora boreal ora verde ora amarelada contorce-se e volta a contorcer-se numa fascinante dança magnética.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Aurora boreal em pleno, em Kakslauttanen.

Os japoneses, em particular, ganham, ali e então, o dia e as mini-férias. Com maior abundância de neve, durante o Inverno, em diversas zonas do seu país montanhoso  caso da região hiper-nevosa de Shirakawa Go – são acima de tudo as auroras boreais que os atraem nesta altura do ano à plana Finlândia.

Para lá de apreciarem a sua beleza excêntrica, muitos, viajam do outro lado do mundo imbuídos da crença de que aquelas luzes espaciais lhes concederão uma melhor vida sexual e fertilidade.

Derradeiros Dias sem Sinal da Raposa de Fogo

Para nós, era já o terceiro avistamento. Continuámos a tentar mas os dias seguintes mantiveram-se nublados. Tínhamo-nos inscrito numa pequena excursão que propunha a procura das auroras boreais em redor de um lago e de uma pequena quinta habitada por uma comunidade que vivia, à moda antiga da Lapónia.

Depressa percebemos – como toda a gente no grupo – que com um céu ali quase todo coberto, a probabilidade de as avistarmos roçava o zero.

Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo

Visitantes da Lapónia Finlandesa convivem e comem salsichas, conformados com a impossibilidade de, nessa noite, verem auroras boreais.

Conformados, concentrámo-nos no que de melhor podíamos achar ao nível do solo. Convivemos e devoramos salsichas acabadas de grelhar em redor de uma enorme fogueira que todos íamos alimentando.

A raposa nunca se dignou a aparecer.

Contentámo-nos só com o fogo.

Kemi, Finlândia

Não é Nenhum "Barco do Amor". Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
Ilha Hailuoto, Finlândia

À Pesca do Verdadeiro Peixe Fresco

Abrigados de pressões sociais indesejadas, os ilhéus de Hailuoto sabem sustentar-se. Sob o mar gelado de Bótnia capturam ingredientes preciosos para os restaurantes de Oulu, na Finlândia continental.
Helsínquia, Finlândia

A Fortaleza em Tempos Sueca da Finlândia

Destacada num pequeno arquipélago à entrada de Helsínquia, Suomenlinna foi erguida por desígnios político-militares do reino sueco. Durante mais de um século, a Rússia deteve-a. Desde 1917, que o povo suómi a venera como o bastião histórico da sua espinhosa independência.
Inari, Finlândia

O Parlamento Babel da Nação Sami

A Nação sami integra quatro países, que ingerem nas vidas dos seus povos. No parlamento de Inari, em vários dialectos, os sami governam-se como podem.
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Saariselka, Finlândia

O Delicioso Calor do Árctico

Diz-se que os finlandeses criaram os SMS para não terem que falar. O imaginário dos nórdicos frios perde-se na névoa das suas amadas saunas, verdadeiras sessões de terapia física e social.
Helsínquia, Finlândia

Uma Via Crucis Frígido-Erudita

Chegada a Semana Santa, Helsínquia exibe a sua crença. Apesar do frio de congelar, actores pouco vestidos protagonizam uma re-encenação sofisticada da Via Crucis por ruas repletas de espectadores.
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Hailuoto, Finlândia

Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Porvoo, Finlândia

Uma Finlândia Medieval e Invernal

Uma das povoações anciãs da nação suómi, no início do século XIV, Porvoo era um entreposto ribeirinho atarefado e a sua terceira cidade. Com o tempo, Porvoo perdeu a importância comercial. Em troca, tornou-se um dos redutos históricos venerados da Finlândia.  
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Cidades
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Cultura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Étnico
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Jovens monges budistas sobre um jipe de um mosteiro de Mandalay
História

Mandalay, Myanmar

Mandalay: o Cerne Cultural Birmanês

Mandada erguer, apenas em 1857, por um rei determinado a reinar da sua própria capital, Mandalay sucumbiu às bombas lançadas pelos japoneses na 2ª Guerra Mundial. Após a independência da Grã-Bretanha, a jovem cidade recuperou o seu lugar no sopé da colina homónima e na alma dos bramás.
Barcos fundo de vidro, Kabira Bay, Ishigaki
Ilhas
Ishigaki, Japão

Inusitados Trópicos Nipónicos

Ishigaki é uma das últimas ilhas da alpondra que se estende entre Honshu e Taiwan. Ishigakijima abriga algumas das mais incríveis praias e paisagens litorais destas partes do oceano Pacífico. Os cada vez mais japoneses que as visitam desfrutam-nas de uma forma pouco ou nada balnear.
Casal mascarado para a convenção Kitacon.
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Uma Finlândia Pouco Convencional

As próprias autoridades definem Kemi como ”uma pequena cidade ligeiramente aloucada do norte finlandês”. Quando a visitamos, damos connosco numa Lapónia inconformada com os modos tradicionais da região.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Natureza
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Parques Naturais
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Património Mundial UNESCO
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Montezuma e Malpaís, melhores praias da Costa Rica, Catarata
Praias
Montezuma, Costa Rica

De Volta aos Braços Tropicais de Montezuma

Passaram 18 anos desde que nos deslumbrámos com este que é um dos litorais abençoados da Costa Rica. Há apenas dois meses, reencontrámo-lo. Tão aconchegante como o  tínhamos conhecido.
auto flagelacao, paixao de cristo, filipinas
Religião
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Sociedade
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
Amaragem, Vida à Moda Alasca, Talkeetna
Vida Quotidiana
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Vida Selvagem
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.