Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva


Locomotiva garrida
Locomotiva do Kuranda train em Kuranda.
Derradeiro apito
Chefe de estação anuncia a partida do Kuranda train.
Visitantes Orientais
Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.
Contemplação sobre carris
Passageira aprecia a paisagem da selva tropical do PN Barren Falls, em movimento.
Lynda
Vendedora psicadélica da feira de Kuranda.
Colosso Ferroviário
Composição do Kuranda atravessa um dos viadutos amplos que viabilizaram o percurso entre Cairns e Kuranda.
Reposicionamento
Funcionário da estação de Kuranda ajusta uma placa de sinalização.
Tropical
Passageiro em traje tropical fotografa a composição do Kuranda train acabada de chegar à plataforma de Freshwater.
Varandim
Kuranda train detém-se acima das quedas d'àgua de Barron para que os passageiros apreciem o cenário.
Sinalética
Composição de Kuranda train passa junto a sinalética 10
Sada
Sada, escultor de artefactos e instrumentos aborígenes.
Visitantes Orientais II
Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.
Kuranda train
O Kuranda train avança por um traçado sinuoso ao longo da selva do Parque Nacional Barron Falls.
Kuranda Hippie
Imagem da época hippie de Kuranda.
Sombra Preciosa
Passageiros protegem-se do calor abafado na esplanada do Kuranda Hotel.
Barren Falls
Kuranda train detém-se para que os passageiros admirem as quedas d'àgua mais emblemáticas da região, normalmente mais impressionantes.
Maternidade aussie
Mãe vendedora em Kuranda com o seu filho.
Bem-vindo a Kuranda
Passageiros deixam a estaçao de Kuranda e dirigem-se para o centro da pequena povoaçao.
Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.

A composição aproxima-se da plataforma de Freshwater.

A funcionária tem dificuldade em conter os passageiros curiosos, ávidos de fotografarem a grande locomotiva colorida que se aproxima e demasiado próximos da extremidade proibida da linha.

Estamos nos arredores de Cairns, no norte luxuriante do leste da Austrália. O comboio chega do centro da cidade com algum atraso e o maquinista sabe que tem que recuperar tempo perdido.

Conta com a colaboração do chefe de estação para apressar os procedimentos: “All aboard” grita este do fundo dos pulmões. Volta a inspirar e sopra o apito com igual vigor ferroviário.

Tropical, passageiros, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Passageiro em traje tropical fotografa a composição do Kuranda train acabada de chegar à plataforma de Freshwater.

A Viagem de Cairns pela Selva do PN Barron Falls acima

Já estamos instalados nos assentos vermelhos quando sentimos a carruagem oscilar. O Kuranda Train avança primeiro entre a floresta húmida limítrofe e os areais ervados do Mar de Coral.

Depois, galga as alturas da cordilheira de Macalister e entra na selva cerrada do Parque Nacional Barron Falls onde serpenteia ao longo de desfiladeiros imponentes.

O fluir gracioso das carruagens, arejadas e confortáveis e a imponência dos cenários pouco dizem das agruras na origem daquele caminho-de-ferro. E, no entanto, passou pouco mais de um século desde o esboçar tresloucado do projecto.

Comboio, composição, carruagens, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Composição do Kuranda atravessa um dos viadutos que viabilizaram o percurso entre Cairns e Kuranda.

A Urgência Histórica na Origem do Kuranda Railway

Estávamos em 1881 e o norte de Queensland vivia mais uma de tantas épocas prolongadas de monção. Uma comunidade numerosa de mineiros de estanho nas margens do Wild River, próximo de Herberton, sofria já vários meses de racionamento e de fome.

Isto, porque estrada de terra resgatada ao mato se tinha transformado num longo atoleiro e não permitia a chegada de mantimentos de Port Douglas. Tal provação suscitou uma forte contestação entre os colonos daquela área remota e o intensificar da exigência de um caminho de ferro que os ligasse ao litoral.

Passou o período de aflição, como o calor e as chuvas predominantes. Vindos os meses mais frios e secos da Austrália, os políticos do sul afluíram ao Top End para fazer as suas campanhas eleitorais. Todos prometiam construir a desejada linha.

Em Março de 1882, o Ministro do Trabalho e das Minas decidiu materializar as promessas e encarregou Christie Palmerston, um bushman e pioneiro experiente, de achar a melhor rota entre a costa e o Planalto de Atherton.

Turistas em carruagem, comboio, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Passageiros orientais em predomínio numa das carruagens do Kuranda Train.

A Rivalidade entre Cairns e Port Douglas pelo Terminal Costeiro

Com o apoio estatal garantido, as cidades rivais de Cairns e Port Douglas lutaram pelo direito de acolher o terminal costeiro e de desenvolver a linha. Nesse tempo, Palmerston investigava já as diversas hipóteses para o itinerário e dava sistematicamente com um trilho antes marcado por um tal de inspector Douglas.

No fim do seu percurso, Douglas mandou um telegrama ao secretário colonial que resumia a situação: “… Viagem temível. Nenhuma hipótese de estrada. Vinte dias sem rações e a subsistir quase só de raízes. Dezanove dias de chuva contínua.”

Dois anos depois, os relatórios das investigações de Christie Palmerston estavam submetidos e avaliados. Foi escolhida a rota da garganta do Barron Valley. A população de Port Douglas explodiu de indignação. Ao mesmo tempo, a de Cairns celebrou tanto quanto pôde.

Este seria apenas o início de uma grande epopeia sobre carris.

A Selva cada Vez Mais Densa, em tempos, dos Aborígenes Tjapukai

A bordo, entretemo-nos a percorrer as carruagens e constatamos uma espécie de babel em movimento animada por visitantes dos quatro cantos do mundo mas com predominância de aussies e de asiáticos.

A composição imobiliza-se e é concedido aos passageiros o privilégio de observar as imponentes Barron Falls e outras quedas de água mais insignificantes como as Stoney Creek, a apenas alguns metros do comboio.

Comboio, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

O Kuranda train avança por um traçado sinuoso ao longo da selva do Parque Nacional Barron Falls.

À medida que nos aproximamos do destino final, uma locução multilíngue dá informações curiosas sobre a construção atribulada da linha.

Nada disto faz parte do texto mas, em Março de 2010, o Kuranda Train descarrilou por causa de uma derrocada. Cinco dos 250 passageiros ficaram feridos e a operação foi suspensa para reavaliação de riscos até 7 de Maio, um contratempo insignificante se comparado com os sofridos durante a obra original.

A determinada altura da construção, estavam envolvidos no projecto 1500 homens, na maioria, irlandeses e italianos, distribuídos por aquartelamentos instalados junto a cada túnel – 15 escavados à mão –  e a cada uma das 37 pontes.

Sinaletica, carruagem, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Composição de Kuranda train passa junto a sinalética 10

Com o tempo, germinaram povoações de campanha fornecidas por pequenas mercearias e lojas de roupa, equipamento e dinamite. Kamerunga, no sopé do desfiladeiro, chegou a ter cinco hotéis.

Em Junho de 1891, foi inaugurado o serviço do caminho de ferro aos passageiros. Cairns prosperou enquanto Port Douglas se tornou num retiro habitacional tranquilo. Esta discrepância continua a ser bem notória.

A Resistência Aguerrida dos Aborígenes Tjapukai

Quase uma hora e meia depois, o Kuranda Train faz-se à estação final, Kuranda.

A vila de pouco mais de 1000 pessoas continua a integrar a “nação” indígena Tjapukai e acolhe o Tjapukai Indigenous Dance Theatre. Na prática, são os colonos quem mais a ocupam.

Escultor, Vendedor, aborigene, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Sada, escultor de artefactos e instrumentos aborígenes.

Durante a construção da linha, os aborígenes, insatisfeitos pela invasão e destruição das suas terras, responderam atacando, com lanças, os bois e colonos trespassantes dos seus territórios.

Isto levou a que o líder John Atherton enviasse tropas nativas rivais a perpetrar a vingança, algo que resultou no infame massacre de Speewah.

Como consequência extra, os clãs Tjapukai responsáveis pelos ataques iniciais dos colonos foram segregados e enviados para uma missão de nome Mona-Mona onde não puderam mais caçar, pescar ou sequer movimentar-se com liberdade.

No virar do século, o número daqueles aborígenes tinha diminuído drasticamente. Os poucos que resistiram foram empregues em plantações de café entretanto introduzidas. Mais recentemente, o governo australiano devolveu aos descendentes as terras que eram das suas famílias.

Alguns exploram-nas. Vários fazem comércio de artesanato nos mercados da estação terminal.

Muitos, nunca mais recuperaram dos reveses sofridos. Para estes, a derradeira ironia será ver nos dias que correm, a pintura de Budaadji, a serpente mitológica que criou todos os rios e riachos do seu mundo selvagem a viajar na locomotiva do Kuranda Scenic Railway.

Locomotiva do Kuranda, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Locomotiva do Kuranda train em Kuranda.

A Estação Final do Kuranda Scenic Railway

Nos anos 60 e 70, Kuranda acolheu centenas de australianos em busca de uma vida retirada e mais existencial, uma nova comunidade hippie que se deliciou com aquele porto de abrigo improvável.

Rosie Madden escreve algumas linhas orgulhosas e esotéricas, num mini-fórum sobre a povoação: “fui uma das primeiras chamadas hippies de Kuranda. Vivi numa casa numa árvore que eu e uns mates construímos.

O nosso capataz Kevin levou-me de Brissy (Brisbane) para lá de avioneta e fomos recebidos por residentes amigos numa Combi.

Jesus conheceu-nos, depois teve uma briga com Deus, duas pessoas que me deixaram sem palavras. Isto foi nos anos 70. Desde então, dei dois filhos à família Rusch: Rastah e Reuben.

sombra, esplanada, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Passageiros protegem-se do calor abafado na esplanada do Kuranda Hotel.

Mas eu estava lá quando os mercados abriram pela primeira vez. Até existia um panfleto turístico que dizia “Venha a Kuranda, o centro hippie do Norte de Queensland!” Esses dias foram assim, agora é como é. Mas fico muito contente por ter contribuído para a prosperidade actual da vila”.

Os Dias Agora Turísticos e Prósperos de Kuranda

“Agora é como é” refere-se ao forte influxo de visitantes ozzies e estrangeiros e a total comercialização da vila que, das 9 da manhã até que o último comboio parte, factura em contra-relógio.

Lá encontramos resquícios modernizados da era mais espiritual do lugar, inúmeras pinturas psicadélicas e negócios peculiares. Seduzem-nos leituras de aura, venda de iguarias exóticas como vinho de manga e as inevitáveis peças do folclore aborígene: didgeridoos e bumerangues para mencionar apenas os conhecidos.

Descemos uma pequena escadaria e entramos numa zona sombria do mercado que uma placa anuncia como Bizarre. À laia de guardiã alucinogénia, Lynda gere o seu estaminé de dentro de uma túnica largueirona de todas as cores e, com um pequeno rafeiro lambedor de faces ao colo, impinge peças de roupa e bugigangas de um outro mundo.

Vendedora, Janada, cao, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Vendedora psicadélica da feira de Kuranda.

Voltamos a subir para o sol impiedoso. Nessa secção elevada, conhecemos Sada que mantém uma pequena tenda de artefactos que ele próprio esculpe.

Uma curta conversa revela-nos que aquele aborígene de tronco nu assimilou bem mais da realidade exterior do que esperávamos: “São de Portugal? Bem, como eu adoro o vosso futebol. Mas, para nós, o Eusébio contínua a ser o grande ídolo, digo-vos já.

Numa época em que nós, como a maior parte dos indígenas africanos lutávamos pelos nossos direitos, ele elevou-se e foi idolatrado pelos brancos. Isso foi muito importante!”.

Na proximidade, uma mulher com visual excêntrico segura ao colo o filho abonecado que veste apenas uma t-shirt com padrão de leopardo. Acabamos por dialogar e dá-nos provas do aprofundar da relação entre as partes alinhadas por Sada.

Vendedora, Mae e filho, Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia

Mãe vendedora em Kuranda com o seu filho.

Eu sou do norte de Queensland. O Kwame nasceu cá mas o pai é do Gana. Parece um pequeno aborígenezito, não parece?

Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Atherton Tableland, Austrália

A Milhas do Natal (parte II)

A 25 Dezembro, exploramos o interior elevado, bucólico mas tropical do norte de Queensland. Ignoramos o paradeiro da maioria dos habitantes e estranhamos a absoluta ausência da quadra natalícia.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
À Descoberta de Tassie, Parte 1 - Hobart, Austrália

A Porta dos Fundos da Austrália

Hobart, a capital da Tasmânia e a mais meridional da Austrália foi colonizada por milhares de degredados de Inglaterra. Sem surpresa, a sua população preserva uma forte admiração pelos modos de vida marginais.
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Wycliffe Wells, Austrália

Os Ficheiros Pouco Secretos de Wycliffe Wells

Há décadas que os moradores, peritos de ovnilogia e visitantes testemunham avistamentos em redor de Wycliffe Wells. Aqui, Roswell nunca serviu de exemplo e cada novo fenómeno é comunicado ao mundo.
Michaelmas Cay, Austrália

A Milhas do Natal (parte I)

Na Austrália, vivemos o mais incaracterístico dos 24os de Dezembro. Zarpamos para o Mar de Coral e desembarcamos num ilhéu idílico que partilhamos com gaivinas-de-bico-laranja e outras aves.
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Sydney, Austrália

De Desterro de Criminosos a Cidade Exemplar

A primeira das colónias australianas foi erguida por reclusos desterrados. Hoje, os aussies de Sydney gabam-se de antigos condenados da sua árvore genealógica e orgulham-se da prosperidade cosmopolita da megalópole que habitam.
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Melbourne, Austrália

Uma Austrália "Asienada"

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Perth, Austrália

A Cidade Solitária

A mais 2000km de uma congénere digna desse nome, Perth é considerada a urbe mais remota à face da Terra. Apesar de isolados entre o Índico e o vasto Outback, são poucos os habitantes que se queixam.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália

O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Visitantes nos Jameos del Água
Arquitectura & Design
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Hiroxima, cidade rendida à paz, Japão
Cidades
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Efate, Vanuatu, transbordo para o "Congoola/Lady of the Seas"
Cultura
Efate, Vanuatu

A Ilha que Sobreviveu a “Survivor”

Grande parte de Vanuatu vive num abençoado estado pós-selvagem. Talvez por isso, reality shows em que competem aspirantes a Robinson Crusoes instalaram-se uns atrás dos outros na sua ilha mais acessível e notória. Já algo atordoada pelo fenómeno do turismo convencional, Efate também teve que lhes resistir.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Jingkieng Wahsurah, ponte de raízes da aldeia de Nongblai, Meghalaya, Índia
Étnico
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Alasca, de Homer em Busca de Whittier
História
Homer a Whittier, Alasca

Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Ilhas
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Caminhantes andam sobre raquetes na neve do PN Urho Kekkonen
Inverno Branco
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Cilaos, ilha da Reunião, Casario Piton des Neiges
Natureza
Cilaos, Reunião

Refúgio sob o tecto do Índico

Cilaos surge numa das velhas caldeiras verdejantes da ilha de Reunião. Foi inicialmente habitada por escravos foragidos que acreditavam ficar a salvo naquele fim do mundo. Uma vez tornada acessível, nem a localização remota da cratera impediu o abrigo de uma vila hoje peculiar e adulada.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Torres del Paine, Patagónia Dramática, Chile
Património Mundial UNESCO
PN Torres del Paine, Chile

A Mais Dramática das Patagónias

Em nenhuma outra parte os confins austrais da América do Sul se revelam tão arrebatadores como na cordilheira de Paine. Ali, um castro natural de colossos de granito envolto de lagos e glaciares projecta-se da pampa e submete-se aos caprichos da meteorologia e da luz.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Magníficos Dias Atlânticos
Praias
Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Buda Vairocana, templo Todai ji, Nara, Japão
Religião
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Cabine Saphire, Purikura, Tóquio, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Vida Selvagem
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.