Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas


Amarelo a dobrar
Barco a motor navega num meandro montanhoso do rio Amarelo, prestes a chegar à doca de Bingling Si.
Budas para todos os gostos
Alguns dos muitos budas escavados no Desfiladeiro dos Mil Budas.
A caminho
Barqueiro chinês contempla o cenário ressequido em redor do rio Amarelo.
O peso da idade
Buda Maitreya sentado. Com 27 metros de altura, 1200 anos de idade e a sofrer trabalhos de manutenção.
Fé nas alturas
Pequeno santuário budista dependurado da face rochosa do Desfiladeiro dos Mil Budas.
Fé engavetada
Esculturas de budas dotadas de portinholas que as protegem da erosão.
Vegetação excepção
Árvores emprestam ao cenário um verde providencial.
Caminho único
Passadiço conduz os visitantes ao longo do longo Desfiladeiro dos 1000 Budas, junto as suas muitas esculturas.
Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.

É com certo alívio que deixamos a capital da província chinesa de Gansu rumo a Bingling Si e ao seu Desfiladeiro dos Mil Budas.

Mesmo se nos fascinavam os visuais e modos incaracterísticos daquela estranha urbe que o governo de Pequim moldou moderna e industrial e a delicada coexistência das etnias predominantes Han, Hui e Zhan (tibetana), começava a perturbar-nos a confusão nebulosa e poeirenta em que, sem saber muito bem como, nos tínhamos metido.

Lanzhou evoluiu para o grande centro petroquímico do noroeste chinês. E para uma das cidades mais poluídas à face da Terra. A fumarada e o ruído produzidos pelo primeiro autocarro em que nos metemos, os dos segundo e os da carrinha que completou o aturado percurso pareceram-nos, assim, coisa de somenos.

De Lanzhou às Margens do Rio Amarelo

Ali, à partida, a visão do vasto Amarelo provou-se aquém do que esperávamos para o rio fulcral e civilizacional em questão, o terceiro mais longo da Ásia com quase 5500 km que atravessam nove províncias chinesas.

Mantínhamos na mente a imagem de patinadores no gelo a deslizarem, graciosos, sobre o seu caudal solidificado por meses de Inverno atroz. Por altura do embarque, o estio chegara havia muito à China. O quase sul de Gansu fervilhava. O próprio Amarelo fluía, a grande velocidade, pelo circuito excêntrico de meandros que o conduziam ao mar homónimo.

Indiferente à escala macro do seu local de trabalho, quando nos detecta a chegar, o dono da lancha só nos quer ver a bordo, a percorrer o trecho do rio, apesar do nome, esverdeado, que lhe garantia o sustento.

Barqueiro chinês no rio Amarelo, Gansu, China

Barqueiro chinês contempla o cenário ressequido em redor do rio Amarelo.

Uma família chinesa aproxima-se e indaga-o. Percebemos que tinham os mesmos intentos que nós. Acabamos por dividir a embarcação e os 400 ienes que o dono tudo fizera para multiplicar.

O homem franzino, de face tostada pelo sol, instala-nos a todos, liga o motor e zarpa. Por algum tempo, navegamos ao largo de uma margem rasa, ressequida e que pouco ou nada nos despertou a atenção.

Não tarda, entramos numa volta pronunciada do rio cercada por uma cordilheira de picos rochosos afiados.

O meandro fazia o Amarelo travar. Aquela sua quase piscina reflectia os penhascos na íntegra e dobrava-lhes a monumentalidade. A lancha em que seguíamos, como uma outra rival, atravessou a reprodução impressa na água a grande velocidade.

Barco no rio Amarelo, Gansu, China

Barco a motor navega num meandro montanhoso do rio Amarelo, prestes a chegar à doca de Bingling Si.

A Ancoragem nos Domínios Escondidos de Bingling Si

Desfeito o esse, deparámo-nos com uma grande escadaria que ligava o nível do caudal a um quase meio dos penhascos. Setenta quilómetros e quatro horas e meia após a partida madrugadora de Lanzhou. Atracamos, por fim, nos domínios misteriosos de Bingling Si.

Um pórtico moderno coroado por pequenos pagodes serve de bilheteira e de entrada para o santuário. Cumprido o pagamento, esgotadas as formalidades, avançamos para a boca do Desfiladeiro dos Mil Budas. Metemo-nos por passadiços, escadarias e plataformas de madeira instalados contra as suas paredes.

Bingling Si, Gansu, China

Passadiço conduz os visitantes ao longo do longo Desfiladeiro dos 1000 Budas, junto as suas muitas esculturas.

É nessas mesmas faces que encontramos as primeiras das muitas esculturas de Buda que tornaram o lugar especial. Algumas surgem enquadradas em nichos escavados na rocha. Centram-se em representações individuais, ou multiplicadas por dois ou por três Siddartha Gautama, iluminados por halos.

Outras – várias coloridas –  agrupam maior número de personagens em convívio e determinadas situações. Surgem numeradas e dotadas de janelas rendilhadas, escancaradas durante a hora de visita do público, encerradas logo após o entardecer para garantir a preservação das obras.

Um Desfiladeiro da Forte Corrente Budista Asiática

Em termos estilísticos e geográficos, o templo de Bingling Si surgiu na sequência das Grutas Budistas de Mogao que tínhamos explorado, em Dunhuang, no extremo noroeste de Gansu, apenas uns dias antes.

Surgiu como uma lógica sequência histórica e como um ponto intermédio entre os malogrados Budas “afegãos” de Bamiyan que os Taliban decretaram ídolos e, por ordem do seu Mullah Mohammed Omar, dinamitaram, em 2001, e as grutas budistas da China Central.

Por altura da dinastia Tang (618-907 d.C.), Dunhuang, tinha-se tornado um dos mais importantes entrepostos da Rota da Seda.

Santuário Budista, Bingling Si, Gansu, China

Pequeno santuário budista dependurado da face rochosa do Desfiladeiro dos Mil Budas

À conta dos monges budistas que lá se haviam instalado, sob patrocínio de clericais e mercadores, das famílias regentes da região, de militares seus súbditos e até dos imperadores da China, Mogao recebeu mais e mais pinturas que adornavam as maiores galerias.

Acolheu ainda as estátuas massivas de Buda que lá resistem, duas das muitas mais que a Imperatriz Tang Wu Zetian mandou erguer por todo o território. Dunhuang assumiu, assim, também, o papel de principal centro religioso e de peregrinação do Budismo.

Um Trabalho Monástico Trazido pela Rota da Seda

A primeira das esculturas de Bingling Si terá sido trabalhada em redor de 420 d.C. Na extensão do que se passara com Mogao, foram os monges e sacerdotes budistas chegados da Ásia Central pela Rota da Seda que inauguraram a decoração religiosa do Desfiladeiro dos Mil Budas.

Esculpiram figuras com corpos, faces, poses e trajes indianos. Lançado o precedente naquele novo cenário, sucessivas grutas foram aproveitadas ou abertas, cada qual dotada com as suas imagens de Buda. O estilo das novas obras evoluiu para reflectir a arte e a realidade característica das dinastias e épocas.

Budas para todos os Gostos

Ao longo dos duzentos metros e distinto níveis do canhão, apreciamos dezenas e dezenas de versões criativas e distintas do sábio asceta nascido em Lumbini, no actual Nepal, a umas poucas horas por estrada de onde escrevemos este texto.

Cada uma delas revela-se de tal forma única que teve direito às suas próprias personagens. Sakyamuni, Kwan-yin, Amitayus Buda, Maitreya Buda e vários outros Budas. Encaramos as suas posturas elegantes, os pormenores pitorescos do seu vestuário e até da bijuteria.

Esculturas de Budas, Bingling Si, Gansu, China

Alguns dos muitos budas escavados no Desfiladeiro dos Mil Budas.

Admiramos os distintos ambientes retratados pelos frescos que os rodeiam, palmeiras. Não falta um Buda deitado. Nas imediações, a gruta 169 abriga o Buda Dali (poderoso), dono de uma face redonda e solene que parece tudo supervisionar do cimo das suas pernas cruzadas.

Ladeiam-no dois assistentes Bodhisattvas, reconhecíveis pelos seus cabelos entrelaçados e braços despidos que acenam. Tanto o Buda Dali como os Bodhisattvas preservam cores bem intensas que reforçam a vividez das suas personagens.

Fotografar Não Está Previsto Mas…

Em tempos, a fotografia foi permitida em Bingling Si. Mas, como aconteceu nas grutas de Mogao, as autoridades chinesas proibiram-na com o principal propósito de evitar a proliferação internacional de obras comerciais que se comprometeram a monopolizar.

Esta castração irrita-nos a nós e à maioria dos visitantes, que chegam, como seria de esperar, munidos de máquinas fotográficas e smartphones de última geração. O Desfiladeiro dos Mil Budas é, no entanto, extenso e os guardas sucumbem ao aborrecimento dos turnos.

Quase todos os visitantes aproveitam a sua displicência e fazem os registos que era suposto o preço do bilhete contemplar. Fiéis à componente fotográfica da nossa exploração, para o bem supremo do leitor e do viajante que nos acompanha, seguimos-lhes o exemplos, sem consequências. Os Budas nunca se opõem. Dá-nos ideia que os vigilantes optam por ignorar.

A Resistência ao Anti-Budismo dos Imperadores Tang

Por altura do termo da Dinastia Tang, o Budismo, os seus templos, mosteiros e outros locais de culto eram de tal forma influentes que ofuscavam o Taoismo e o Confucionismo há muito predominantes na China. Em 845 d.C., O imperador e seu séquito decidem combater a ameaça ao seu poder que a nova religião representava.

Mandaram destruir milhares de templos e mosteiros budistas. Mesmo assim, nas eras dinásticas seguintes, a obra prosseguiu em Bingling Si. Muitas mais grutas e santuários foram erguidos, com destaque para a dinastia Mongol Yuan (1271-1368) em que os budistas tibetanos dotaram a secção mais baixa do Desfiladeiro dos Mil Budas de dezenas de novas grutas.

Crê-se que o próprio nome Bingling é uma transliteração do nome tibetano do lugar: “mil Budas”. Com o passar dos séculos, sismos, a simples erosão e  pilhagens danificaram ou fizeram desaparecer muitas das grutas ou, pelo menos, o seu conteúdo. A destruição, voluntária mas provavelmente necessária, verificou-se até mesmo nos nossos tempos.

O Fluir Caprichoso do Amarelo

A China e o seu rio Amarelo sempre viveram uma relação agridoce. Por um lado, o rio esteve na base do sucesso civilizacional da nação e continua a irrigar as vidas e o sucesso de centenas de milhões de chineses.

Riacho no Desfiladeiro dos Mil Budas, Bingling Si, Gansu, China

Árvores emprestam ao cenário um verde providencial.

Por outro lado, as inundações provocadas pelo aumento súbito do seu caudal hiperbólico causaram demasiadas catástrofes e perdas de vidas. Consciente deste revés, ávido por aumentar a produção chinesa de electricidade, Pequim impôs a construção de diversas barragens ao longo do caudal.

Em 1969, foi inaugurada a de Liujiaxia que deu origem ao maior corpo de água da província de Gansu, o reservatório de Liujiaxia e à maior estação hidroeléctrica chinesa. Inúmeras famílias viram-se forçadas a mudar-se para outras paragens.

E em redor de duzentas das grutas ou monumentos budistas ficaram debaixo da água. Os Budas não são, assim, mil, como enuncia o nome Tibetano. Segundo uma das últimas contagens, perduram, agora, 183 nichos, 694 esculturas de pedra, 82 esculturas de argila e cerca de 900 m2 de murais bem conservados. A sua preservação deixa-nos, aliás, frustrados.

Buda Maitreya: após 1200 anos, uma operação inadiável

Na sequência da exploração da rede de passadiços e escadarias, depressa percebemos que a estrela budista de Bingling Si, um Buda Maitreya sentado com 27 metros de altura e 1200 anos de idade sofria uma intervenção e estava envolto de andaimes.

Buda Maitreya em reparos, Bingling Si, Gansu, China

Buda Maitreya sentado. Com 27 metros de altura, 1200 anos de idade e a sofrer trabalhos de manutenção.

Segundo investigamos, foi por pouco que escapou à submersão e, ao longo dos tempos, aos agentes naturais e aos fanatismos religiosos surreais que ditaram o colapso das estátuas “irmãs” de Bamiyan. Conformamo-nos com aquele mal menor e completamos a nossa missão fotográfica o melhor possível.

A tarde de Verão estava para durar mas o complexo fecharia dentro em pouco. Não havia onde pernoitar nas imediações pelo que nos faltava completar todo o caminho de volta. Só regressámos a Lanzhou às dez da noite. Recompensava-nos a memória, por certo, duradoura de Bingling Si. Mil Budas, provavelmente menos, tinham abençoado aquela esforçada peregrinação.

Mais informações turísticas sobre a China em TravelChina.gov.

Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Lhasa, Tibete

A Sino-Demolição do Tecto do Mundo

Qualquer debate sobre soberania é acessório e uma perda de tempo. Quem quiser deslumbrar-se com a pureza, a afabilidade e o exotismo da cultura tibetana deve visitar o território o quanto antes. A ganância civilizacional Han que move a China não tardará a soterrar o milenar Tibete.
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Badaling, China

A Invasão Chinesa da Muralha da China

Com a chegada dos dias quentes, hordas de visitantes Han apoderam-se da Muralha da China, a maior estrutura criada pelo homem. Recuam à era das dinastias imperiais e celebram o protagonismo recém-conquistado pela nação.
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Lhasa a Gyantse, Tibete

Gyantse, pelas Alturas do Tibete

O objectivo final é o Everest Base Camp tibetano. Neste primeiro trajecto, a partir de Lhasa, passamos pelo lago sagrado de Yamdrok (4.441m) e pelo glaciar do desfiladeiro de Karo (5.020 m). Em Gyantse, rendemo-nos ao esplendor budista-tibetano da velha cidadela.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
lagoas e fumarolas, vulcoes, PN tongariro, nova zelandia
Aventura
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Via Conflituosa
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Pelas Ruas Beliciosas da Via Dolorosa

Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
Acolhedora Vegas
Cidades
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Silhuetas Islâmicas
Cultura

Istambul, Turquia

Onde o Oriente encontra o Ocidente, a Turquia Procura um Rumo

Metrópole emblemática e grandiosa, Istambul vive numa encruzilhada. Como a Turquia em geral, dividida entre a laicidade e o islamismo, a tradição e a modernidade, continua sem saber que caminho seguir

Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Em Viagem
Lago Inlé, Myanmar

Uma Agradável Paragem Forçada

No segundo dos furos que temos durante um passeio em redor do lago Inlé, esperamos que nos tragam a bicicleta com o pneu remendado. Na loja de estrada que nos acolhe e ajuda, o dia-a-dia não pára.
Elalab, vista aérea, Guiné Bissau
Étnico
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Uxmal, Iucatão, capital Maia, a Pirâmide do Adivinho
História
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
ilha de Alcatraz, Califórnia, Estados Unidos
Ilhas
Alcatraz, São Francisco, E.U.A.

De Volta ao Rochedo

Quarenta anos passados sobre o fim da sua pena, a ex-prisão de Alcatraz recebe mais visitas que nunca. Alguns minutos da sua reclusão explicam porque o imaginário do The Rock arrepiava os piores criminosos.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Natureza
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Teleférico de Mérida, Renovação, Venezuela, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Parques Naturais
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Património Mundial UNESCO
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
A República Dominicana Balnear de Barahona, Balneário Los Patos
Praias
Barahona, República Dominicana

A República Dominicana Balnear de Barahona

Sábado após Sábado, o recanto sudoeste da República Dominicana entra em modo de descompressão. Aos poucos, as suas praias e lagoas sedutoras acolhem uma maré de gente eufórica que se entrega a um peculiar rumbear anfíbio.
Casario de Gangtok, Sikkim, Índia
Religião
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Vida Selvagem
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.