Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos


Dança dos cabelos
Mulheres de Huang Luo exibem os longos cabelos num espectáculo que exibem na sua aldeia.
A aldeia vizinha
A aldeia de Pingan, uma das mais fotogénicas dos terraços de arroz de Longsheng.
Matriarca
Uma das mulheres de Huang Luo, com o longo cabelo enrolado em jeito de turbante.
Arroz em fartura
Secção dos vastos terraços de arroz de Longsheng, na província chinesa de Guangxi.
China, China, China
Bandeira chinesa esvoaça acima do telhado de um mirante sobre Longsheng.
Sino-Tempero
Malagueta cortada em pedaços muito pequenos, para depois ser usada nos pratos tradicionais da região.
Em pleno show
Outro momento do espectáculo das mulheres com longos cabelos de Huang Luo.
Trio cabelão
Trio de mulheres em trajes tradicionais e com os seus longos cabelos arranjados sobre a cabeça.
Bébé mas pouco Chorão
Criança em plena choradeira à janela de uma casa tradicional de madeira de Ping' an.
Terracinhos
Recanto dos vastos terraços de arroz de Longsheng, na província de Guang xi.
Coreografia
Mulheres cantam a partir de janelas elevadas na sala em que exibem o seu espectáculo.
Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.

Passamos quase cinco horas no pequeno autocarro em que nos tínhamos metido na estação de Yangshuo. Apesar de aquele ser um dos pontos de passagem incontornáveis do circuito chinês de mochileiros, só dois outros estrangeiros seguiam a bordo, rumo a Longsheng, a Huang Luo e ao cabelos mais longos do mundo.

Em boa parte do tempo, dormitaram nos lugares de trás só por eles ocupados.

Nós, acompanhámos os trejeitos do percurso: as escarpas de calcário durante algum tempo após a partida. Os arredores do típico caos urbano de Guilin, cidade do centro-sul, pequena, à escala chinesa, com os seus quase 5 milhões de habitantes.

Uma auto-estrada que dela nos afasta em direcção às montanhas e, logo, uma via secundária bem mais sinuosa que trepa para norte de uma primeira vertente e a percorre para leste.

A Chegada Inusitada a Longsheng

Mais de trezentos quilómetros depois, o motorista faz-nos sinal a nós e à outra dupla de forasteiros. Em redor, só víamos mais e mais vertentes, convertidas em terraços de arroz verdejantes. Nem uma única povoação digna de registo. O motorista esboçou um apontar para fora do autocarro e para baixo.

Ficámos sem perceber se se limitava a correr connosco para despachar o frete ou se nos indicava algum lugarejo escondido na cota da encosta inferior ao asfalto. Fosse como fosse, descemos. Atravessámos a via e espreitámos.

A aldeia de Pingan em Longsheng, China

A aldeia de Pingan, uma das mais fotogénicas dos terraços de arroz de Longsheng.

À esquerda, disperso numa zona afundada da vertente, entre terraços e cedros, dispunha-se um casario tradicional de telhados pardos, entre o cinzento e o castanho, as estruturas abaixo, com dois ou três andares e varandas, tudo erguido em madeira escura e bambu. Lanternas chinesas emprestam-lhes algum vermelho festivo e auguram aos moradores vidas felizes e negócios prósperos.

Ping’ an, uma aldeia com mais de seiscentos anos, situa-se em plena crista principal dos terraços de arroz de Longsheng, nome que se deve traduzir como “da Coluna Vertebral do Dragão.” Está, portanto, não só nas imediações da estrada de acesso como sobre as costas do grande sáurio.

Terraços de Arroz de Longsheng, Guangxi, China

Secção dos vastos terraços de arroz de Longsheng, na província chinesa de Guangxi.

E, tal como aconteceu nas principais cidades turísticas ocidentais, os moradores de várias povoações de Longsheng mas sobretudo de Ping’ an apressaram-se a adaptar os seus domicílios ou a construir adicionais para lucrar com os visitantes. Abundam agora, em Ping’ an, as pequenas pousadas e quartos para alugar, a maior parte, listados nos intermediários online do costume.

A Vista Socalcada da Coluna Vertebral do Dragão

Não nos dirigimos logo para lá. Uma bandeira chinesa, tão escarlate e auspiciosa como as lanternas, esvoaça sobre um velho telhado terroso.

Bandeira chinesa em Longsheng, China

Bandeira chinesa esvoaça acima do telhado de um mirante sobre Longsheng.

Intrigados quanto ao que ali haveria, leves por termos trazido de Yangshuo apenas o essencial para um ou dois dias, metemo-nos por um trilho íngreme que não tarda a alargar.

Passados dez minutos, o trilho desvenda-nos um terraço. E o terraço, uma incrível panorâmica sobre a vastidão verde-amarelada e listada a toda a volta.

Apenas Ping’ an, Huang Luo e um ou outro lugarejo quebravam a homogeneidade deste sinuoso padrão agrícola. Como só o turismo havia corrompido o modo de vida ancestral dos chineses de etnias e culturas Dong, Zhuang, Yao e Miao destas paragens. E estes são só os grupos primordiais.

Em termos oficiais, as autoridades identificam treze grupos indígenas distintos na região. Um em particular, interessava-nos bem mais que os outros.

Se é verdade que os forasteiros começaram a, ali, afluir pela beleza dos terraços de arroz e pelo prazer das longas caminhadas, a determinada altura, uma excentricidade cultural das mulheres Yao, em particular, passou a atrair tantos ou mais visitantes.

Mulheres de Huang Luo, China

Trio de mulheres em trajes tradicionais e com os seus longos cabelos arranjados sobre a cabeça

De acordo com várias fontes da imprensa chinesa, mesmo que os terraços de arroz de Longsheng contem com pouco mais de meio milénio, a tribo Yao terá em redor de dois mil anos.

Ora, algures neste tempo, as mulheres Yao consolidaram uma crença comunal de que o cabelo era a sua posse mais sagrada e valorizada, uma espécie de amuleto de queratina que supostamente lhes garante longevidade, riqueza e boa sorte.

Os Cabelos Sagrados das Mulheres Yao

De acordo com a mesma crença, o cabelo de uma mulher Yao é cortado duas vezes na sua vida: aos cem dias, e aos dezoito anos, na última das ocasiões, como ritual de maturidade. O cabelo cortado é enrolado e mantido a preceito. Mais tarde, é oferecido ao futuro marido como presente.

Após o casamento e o parto, este cabelo é usado em jeito de extensão enrolada do actual. Marca o estatuto e a diferenciação entre uma mulher casada e uma solteira.

Até há algum tempo, com excepção para o marido e os filhos, ninguém podia ver o cabelo solto de uma mulher. Dizem-nos, na aldeia, que se um homem visse o cabelo de uma mulher solteira, teria que passar três anos na família dessa mulher enquanto genro. No mínimo algo inconveniente, essa regra foi abandonada no final dos anos 80. Não terá sido a única tradição sacrificada.

A tribo Yao já era então formada por em redor de seiscentas pessoas agrupadas pelas quase oitenta famílias de hoje. Em Longsheng, formam apenas um pequeno clã dos 2.6 milhões de Yao disseminados por várias províncias chinesas.

Outros descendentes de Yao existem também no Laos, na Tailândia, Vietname e, em pequenos números, pós-emigrados para o Canada, França e os E.U.A.

Os Yao da região de Longsheng tornaram-se, ali mesmo, sedentários e rurais. Durante largo tempo, foram considerados pobres para os padrões destas partes relativamente férteis da China.

Os Maiores Cabelos do Mundo

Quando os turistas chegaram para contemplar a beleza dos terraços de arroz, descobriram que as mulheres Yao tinham, aconchegados sobre a cabeça, cabelos muito maiores que as das restantes tribos, os maiores cabelos do mundo.

Esticadas, a maior parte das cabeleiras da tribo mede entre os 170 e os 200 cm. Ora, isto faz com que, no geral, Huang Luo seja a aldeia com os cabelos mais longos à face da Terra.

Mulheres num espectáculo de Huang Luo, Guangxi, China

Outro momento do espectáculo das mulheres com longos cabelos de Huang Luo.https://en.wikipedia.org/wiki/Xie_Qiuping

Em termos individuais, o mais comprido alguma vez registado entre os Yao mediu pouco mais de dois metros, mesmo assim, incomparável com o record pessoal de outra chinesa. Em 2004, Xie Qiuping, tinha um cabelo com 5.6 metros.

As mulheres Yao começaram a pedir dinheiro para que os turistas as fotografassem. Primeiro, só pelas fotos. Mais tarde, passaram a vender-lhes artesanato, postais e outras mercadorias.

Com o decorrer dos anos e o influxo de forasteiros, de secretos, os seus cabelos tornaram-se um espectáculo. Mesmo conscientes da sua pesada carga comercial aproveitámos e assistimos.

Um Concorrido Espectáculo Capilar

Durante a exibição, as mulheres trajadas de negro e vermelho, fazem rodopiar os cabelos. Deixam-nos cair e penteiam-nos.

Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China

Mulheres de Huang Luo exibem os longos cabelos num espectáculo que exibem na sua aldeia.

Juntam-nos e formam coreografias com movimentos graciosos em que manipulam ainda as cabeleiras umas das outras. Por fim, enrolam-nas no turbante capilar com que, por hábito, as vemos no dia-a-dia.

Mas também participam homens na exibição. De início, apenas locais, logo, são convidados turistas. A ambos, as mulheres aplicam um outro dos seus ritos Yao peculiares.

Durante uma determinada dança, para provarem a sua simplicidade e interesse pelo outro beliscam-lhes os rabos. Nem todos os estrangeiros estariam avisados. Nenhum reclamou.

Após o espectáculo, apesar de os visitantes não falarem dialectos chineses e as nativas pouco ou nada saberem de inglês ou outras línguas, há um momento de convívio.

Com os ingressos já pagos, os espectadores têm direito a fotografias gratuitas mas só com os cabelos das senhoras presos.

Em troca, logo após, as mulheres Yao impingem-lhes trajes bordados tradicionais, malas, mochilas, cobertores e tantas outras das suas mercancias.

Um outro tema fascina sobretudo as visitantes estrangeiras de Huang Luo: o que fazem as mulheres Yao para que os seus cabelos tão longos se mantenham saudáveis e lustrosos e, sem espécimes brancos até tão avançada idade, nalguns casos, até aos 80 anos ?

O segredo está no cenário extraordinário em redor, está no que há milénios as alimenta e que há milénios aproveitam para nutrir o cabelo: o arroz.

Nem champôs nem amaciadores. Arroz apenas

Desde há uma eternidade que a água fermentada após a lavagem do arroz foi usada no Oriente tanto pelas mulheres do campo como por imperatrizes para conseguirem cabelos exemplares. Com tanto arroz em redor, para as mulheres Yao, manter essa crença e costume não foi um capricho, foi praticamente uma falta de alternativas.

Matriarca de Huang Luo, Guangxi, China

Uma das mulheres de Huang Luo, com o longo cabelo enrolado em jeito de turbante.

Isoladas das cidades pelas montanhas e vales e pela mera distância, a penetração de champôs e até de sabões modernos terá sido um fenómeno bem tardio do século XX. Em simultâneo, se água de arroz lhes garantia cabelos imaculados com o vigor adicional de uma tradição, porquê deixar de usar o arroz?

Nos dias que correm, as mulheres juntam-se no rio que atravessa aldeia e, com frequência, lavam os cabelos de forma comunal. Misturam arroz glutinoso com a água e enxaguam suavemente as cabeleiras até as sentirem bem gelatinosas. De tempos a tempos, complementam esta lavagem com “tratamentos” especiais com água de arroz fermentada.

Um estudo realizado nos 80, no Japão – onde o cabelo das mulheres será semelhante – chegou à conclusão que “a água de arroz diminui a fricção na superfície capilar e melhora a elasticidade”.

Até os Especialistas em Cabelo Louvam Huang Luo

Margaret Trey, uma especialista em saúde, beleza e bem-estar do jornal “The Epoch Times” sublinha que “ligeiramente amarga, a água de arroz é rica em antioxidantes, minerais, vitamina E e uma outra substância que só a fermentação do arroz produz.

Esta combinação faz mais do que trazer brilho aos cabelos. Torna-os mais suaves, fortes e, no geral, saudáveis.

Acredite ou não, Huang Luo aparece desde há algum tempo em várias páginas e blogs especializados em conselhos de beleza com imagens da aldeia, das mulheres e, claro está, dos seus cabelos prodigiosos.

Se melhor informadas sobre o mundo da publicidade, os cabelos das mulheres Yao poderiam render-lhes bem mais que as entradas dos turistas nos espectáculos diários, as vendas do seu artesanato e os postais.

A questão está em que as grandes marcas de beleza querem continuar a vender os seus champôs, amaciadores e silicones, não arriscar que as mulheres ocidentais os comecem a substituir por uma qualquer água de arroz de fazer em casa.

Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Bingling Si, China

O Desfiladeiro dos Mil Budas

Durante mais de um milénio e, pelo menos sete dinastias, devotos chineses exaltaram a sua crença religiosa com o legado de esculturas num estreito remoto do rio Amarelo. Quem desembarca no Desfiladeiro dos Mil Budas, pode não achar todas as esculturas mas encontra um santuário budista deslumbrante.
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Dali, China

Flash Mob à Moda Chinesa

A hora está marcada e o lugar é conhecido. Quando a música começa a tocar, uma multidão segue a coreografia de forma harmoniosa até que o tempo se esgota e todos regressam às suas vidas.
Viti Levu, Fiji

Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Pequim, China

O Coração do Grande Dragão

É o centro histórico incoerente da ideologia maoista-comunista e quase todos os chineses aspiram a visitá-la mas a Praça Tianamen será sempre recordada como um epitáfio macabro das aspirações da nação
Badaling, China

A Invasão Chinesa da Muralha da China

Com a chegada dos dias quentes, hordas de visitantes Han apoderam-se da Muralha da China, a maior estrutura criada pelo homem. Recuam à era das dinastias imperiais e celebram o protagonismo recém-conquistado pela nação.
Tóquio, Japão

Fotografia Tipo-Passe à Japonesa

No fim da década de 80, duas multinacionais nipónicas já viam as fotocabines convencionais como peças de museu. Transformaram-nas em máquinas revolucionárias e o Japão rendeu-se ao fenómeno Purikura.
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
hipopotamos, parque nacional chobe, botswana
Safari
PN Chobe, Botswana

Chobe: um rio na Fronteira da Vida com a Morte

O Chobe marca a divisão entre o Botswana e três dos países vizinhos, a Zâmbia, o Zimbabwé e a Namíbia. Mas o seu leito caprichoso tem uma função bem mais crucial que esta delimitação política.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Treasures, Las Vegas, Nevada, Cidade do Pecado e Perdao
Arquitectura & Design
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Mdina, Malta, Cidade Silenciosa, arquitectura
Cidades
Mdina, Malta

A Cidade Silenciosa e Notável de Malta

Mdina foi capital de Malta até 1530. Mesmo depois de os Cavaleiros Hospitalários a terem despromovido, foi atacada e fortificou-se a condizer. Hoje, é a costeira e sobranceira Valletta que conduz os destinos da ilha. A Mdina coube a tranquilidade da sua monumentalidade.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Manatee Creek, Florida, Estados Unidos da América
Em Viagem
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Parque Nacional Cahuita, Costa Rica, Caribe, Punta Cahuita vista aérea
Étnico
Cahuita, Costa Rica

Uma Costa Rica de Rastas

Em viagem pela América Central, exploramos um litoral da Costa Rica tão afro quanto das Caraíbas. Em Cahuita, a Pura Vida inspira-se numa fé excêntrica em Jah e numa devoção alucinante pela cannabis.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

no Palco, Antigua, Guatemala
História
Antigua, Guatemala

Guatemala Hispânica à Moda Antigua

Em 1743, vários sismos arrasaram uma das cidades coloniais pioneiras mais encantadora das Américas. Antigua regenerou-se mas preserva a religiosidade e o dramatismo do seu passado épico-trágico.
Tambores e tatoos
Ilhas
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Cena de rua, Guadalupe, Caribe, Efeito Borboleta, Antilhas Francesas
Natureza
Guadalupe, Antilhas Francesas

Guadalupe: Um Caribe Delicioso, em Contra-Efeito Borboleta

Guadalupe tem a forma de uma mariposa. Basta uma volta por esta Antilha para perceber porque a população se rege pelo mote Pas Ni Problem e levanta o mínimo de ondas, apesar das muitas contrariedades.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Thingvelir, Origens Democracia Islândia, Oxará
Parques Naturais
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Património Mundial UNESCO
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Lançamento de rede, ilha de Ouvéa-Ilhas Lealdade, Nova Caledónia
Praias
Ouvéa, Nova Caledónia

Entre a Lealdade e a Liberdade

A Nova Caledónia sempre questionou a integração na longínqua França. Na ilha de Ouvéa, arquipélago das Lealdade, encontramos uma história de resistência mas também nativos que preferem a cidadania e os privilégios francófonos.
Chiang Khong a Luang prabang, Laos, Pelo Mekong Abaixo
Religião
Chiang Khong - Luang Prabang, Laos

Barco Lento, Rio Mekong Abaixo

A beleza do Laos e o custo mais baixo são boa razões para navegar entre Chiang Khong e Luang Prabang. Mas esta longa descida do rio Mekong pode ser tão desgastante quanto pitoresca.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Ilha Sentosa, Singapura, Família em praia artificial de Sentosa
Sociedade
Sentosa, Singapura

A Evasão e a Diversão de Singapura

Foi uma fortaleza em que os japoneses assassinaram prisioneiros aliados e acolheu tropas que perseguiram sabotadores indonésios. Hoje, a ilha de Sentosa combate a monotonia que se apoderava do país.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Wadjemup, Rottnest Island, Quokkas
Vida Selvagem
Wadjemup, Rottnest Island, Austrália

Entre Quokkas e outros Espíritos Aborígenes

No século XVII, um capitão holandês apelidou esta ilha envolta de um oceano Índico turquesa, de “Rottnest, um ninho de ratos”. Os quokkas que o iludiram sempre foram, todavia, marsupiais, considerados sagrados pelos aborígenes Whadjuk Noongar da Austrália Ocidental. Como a ilha edénica em que os colonos britânicos os martirizaram.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.