Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima


Recompensa Kukenam
Participantes de uma expedição recuperam do cansaço no rio Kukenam.
No Caminho Certo
Sombra de caminhantes no trilho que conduz à base do Monte Roraima.
Gran Sabana
Vastidão primitiva da Gran Sabana, cenário de filmes como "Jurassic Park".
Trilho árduo
Marco Alexis sobe uma ladeira no caminho para o Monte Roraima.
El Fosso
Homem examina e fotografa El Fosso, uma cratera criada pela erosão na superfície do Monte Roraima.
Cascata El Pozo
Riacho gerado pelas chuvas frequentes flui para o interior da cratera El Pozo.
Sobre a Tripla Fronteira
Guia guianês Marco examina a vastidão rochosa do Monte Roraima do cimo do marco que assinala a tripla fronteira da Venezuela, Brasil e Guiana.
Pântano ervado
Uma das raras superfícies cobertas de vegetação do Monte Roraima.
Apreensão Meteorológica
Guia Marco examina o manto de nuvens a instalar-se entre os tepuys Roraima e Kukenam.
Vista abrupta
Carregadores olham para o penhasco vertical que os separa do cimo do Monte Roraima.
Apreensão Meteorológica II
Guia Marco examina o manto de nuvens a instalar-se entre os tepuys Roraima e Kukenam.
Predadora vegetal
Planta carnívora na superfície do Monte Roraima.
Faxina ao ar livre
Auxiliar de guia prepara-se para lavar loiça num rio com vista para o tepuy Kukenam.
A meio da ascensão
Participante de uma expedição examina os penhascos verticais do Monte Roraima.
El Fosso II
Vista de um fosso enorme escavado pela erosão na superfície do tepuy.
Em fila
Grupo caminha ao longo de uma saliência rochosa.
Descanso merecido
Guia repousa em plena rampa final para o cimo do Monte Roraima.
Vegetação pré-histórica
Enormes plantas endémicas projectadas do solo superficial do Monte Roraima.
Colinas ervadas
Cenário verdejante próximo do acampamento base, no sopé do Monte Roraima.
Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.

A caminhada ainda não tinha começado quando surgem as primeiras queixas.

Deixamos Santa Elena de Uairén – a cidade mais próxima da fronteira entre a Venezuela e o Brasil – num 4×4 que o condutor fez questão de levar aos limites.

Se na estrada asfaltada e larga saíamos das curvas praticamente a derrapar, depois do desvio para o trilho de terra que levava a Paraitepui, o desafio passou a ser proteger o corpo dos saltos que o jipe dava sobre os buracos e desníveis.

Günther, o alemão do grupo, já tinha acordado algo indisposto, segundo suspeitava graças a alguma empanada demasiado frita do dia anterior. Não aguentou. Algo contrariado, o condutor lá parou e pudemos todos recuperar do cataclismo motorizado.

Dez minutos depois, estávamos de novo em condições de prosseguir. Faltavam 15 quilómetros para chegarmos ao ponto de partida do itinerário.

A pequena escola de Paraitepui surge numa encosta. Daí para a frente, sucedem-se dezenas de cabanas típicas da região. Os habitantes não mostraram qualquer reacção à invasão dos forasteiros.

Malgrado o chamariz dos dólares, euros e bolívares aqui deixados pelos visitantes, a aldeia faz o possível para proteger o que resta da sua identidade cultural. Fotografar os seus membros, interior de habitações ou outros domínios privados é algo que só uma compensação financeira à altura da desfeita pode conseguir.

De acordo, seguimos sem paragens até uma espécie de quartel-general improvisado para acolher os grupos e tratar dos últimos preparativos. Faltava quantificar o que havia para transportar. E apurar quantos carregadores seriam necessários.

Foi algo de que se encarregou, Marco Alexis, o guia nativo.

Marco estava habituado a acumular funções e a encarregar-se dos mantimentos e utensílios essenciais.

Como tal, decidimos em conjunto contar apenas com um homem adicional. Ouvimos algumas suas derradeiras indicações. Por fim, colocámos as mochilas às costas.

Desde a chegada a Paraitepui que víamos, à distância, o objectivo da expedição.

Chegara a hora de o perseguir.

Não fossem os jéjenes que infestam esta zona do norte da Venezuela, demoníacos mosquitos imunes aos repelentes convencionais e os quilómetros iniciais do percurso, sempre a descer, teriam sido um passeio.

No Caminho Certo

Depois de atravessarmos um primeiro curso de água, aos mosquitos juntaram-se duas ou três subidas que exigiram esforço máximo. Até ao cume, nenhuma etapa nos pareceu tão desgastante como a primeira.

Sentíamos um cansaço a que Marco Alexis e o tio Manuel, habituados a repetir a jornada de ida e volta, já eram imunes mas que o primeiro sabia ser extremo para a maior parte dos viajantes que se metem nestas aventuras.

De acordo, o guia determinou a primeira paragem para descanso.

Após servir guloseimas achocolatadas que repuseram, de imediato, as energias, transmitiu algumas informações suplementares.

Colinas ervadas

Os Tepuis da Savana Venezuelana e os Indígenas que nunca foram Pemón

Tudo se passava no estado venezuelano de Bolívar.

Mais precisamente numa região remota que entra pelos territórios brasileiro e guianês, denominada Gran Sabana.

Das centenas de tepuis (mesetas rochosas) existentes na Gran Sabana, tínhamos como destino o cimo do mais elevado (2723m), o Monte Roraima. Um “irmão”, de nome Kukenan, apenas 123 metros mais baixo, afirmava-se logo ao lado.

Entre eles, há uma espécie de desfiladeiro orientado de norte para sul. Dali, as nuvens oriundas do Atlântico espreitavam e, de tempos a tempos, invadiam a paisagem.

Os penhascos verticais que separam os topos do Monte Roraima do solo ultrapassam os 500 metros de altura. Estabelecem uma fronteira que foi, durante muitos milénios, inexpugnável.

Em termos de extensão, nem o Roraima nem o Kukenan se podem comparar aos maiores tepuis existentes à face da Terra. Um destes, o Auyantepui é conhecido por ser do seu topo que mergulha a queda de água mais alta do Mundo, o Salto Angel, com 989 metros.

Ora, o Auyantepui abrange uma área de 700km². São quase vinte vezes os 34km² ocupados pelo Monte Roraima.

Cerca de doze quilómetros depois de Paraitepui, chegamos ao primeiro acampamento intermédio, junto ao rio Tok.

Faxina ao ar livre

Marco Alexis e um outro tio, também ele de apelido Alexis – uma espécie de guru do Monte Roraima preparam um jantar que o grupo devorou num ápice.

Logo, juntaram-se ao grupo, reforçaram a boa disposição geral e ofereceram uns goles de rum que nos anestesiaram do cansaço acumulado.

Alexis descarta alguma timidez inicial. Faz impor a sua sabedoria da savana. Desbobina uma série de contos e informações fascinantes.

Destas, chamou-nos a atenção o descontentamento dos indígenas perante o termo “Pemón”, universalmente aceite pelos estrangeiros para os denominar.

Segundo fez questão de nos explicar, “Pemón” significa, num dialecto local, “os humanos”. foi a expressão utilizada pelos índios no primeiro encontro com europeus, para responder a uma questão do género “Quem são vocês?”.

Alexis voltou a realçar que não existe nem nunca existiu um grupo de índios Pemón. Mesmo contra a sua vontade, basta uma breve pesquisa na Internet para constatar como a palavra é usada de forma viral em qualquer texto sobre esta região da América do Sul.

A Caminho da Segunda Base e do Sopé do Tepui Monte Roraima

Apesar de alguma chuva e da trovoada rimbombante, nessa primeira noite, conseguimos dormir e recuperamos do forte desgaste muscular.

Às seis e pouco da manhã estávamos prontos para percorrer os mais dez quilómetros até à segunda base, já situada no sopé do Monte Roraima.

Ainda era cedo quando chegámos à margem do rio Kukenan. Àquela latitude quase equatorial, o sol já nos queimava a pele sem cerimónia. Consciente da dificuldade crescente da caminhada,

Marco dá-nos autorização para um mergulho. “Mesmo com tanta fotografia, são um grupo rápido!”, elogiou-nos. “Merecem a recompensa!”

Recompensa Kukenam

Em pleno rio Kukenam, constatamos que a vista longínqua dos “manos” tepuis se tinha transformado numa imagem bem dotada de formas e cores.

Daí para a diante, o caminho foi cumprido sempre a subir e debaixo de um sol cada vez mais cruel. Por essa altura, já ninguém se lamentava.

Conversa puxa conversa, atingimos o acampamento base.

À Descoberta do Cimo Extraterrestre do Monte Roraima

As tardes e noites ali passadas tiveram como tema incontornável de debate a localização da rampa para o topo. Malgrado a proximidade relativa, continuávamos a achar difícil acreditar que, no dia seguinte, chegaríamos ao cimo do tepui

Tudo o que sobressaia da rocha vertical era uma estreita saliência coberta de arbustos em que o equilíbrio parecia impossível.

Os mais ansiosos começaram então a imaginar momentos de pura vertigem, de suspensão entre a parede e o abismo e a centenas de metros de altura.

A meio da ascensão

Com a melhor das oportunidades, os guias não tardaram a presentear o grupo com novo jantar altamente calórico e mais alguns tragos do bom rum caribenho.

O último assalto fez-se entre a vegetação selvagem que cobria a encosta mesmo até ao paredão de rocha.

Cumprimo-lo por um trilho em que se alternavam troços quase verticais que exigiam locomoção “quadrúpede” com outros, mais suaves, que se venciam com facilidade de pé.

Vista abruptaDe quando em quando, surgiam mais pequenos riachos e quedas d’água que sugeriam descanso e reabastecimento. Em duas ou três ocasiões, também passamos por zonas livres de mato que nos permitiram contemplar a vastidão da Gran Sabana.

Após um trecho final traiçoeiro que nos obrigou a caminhar apoiados no penhasco, com cuidado redobrado para evitarmos o resvalamento de pedras, conquistamos o topo.

Descanso merecido

Tiradas as fotos da praxe, impôs-se que achássemos o lugar em que iríamos passar a noite.

Com esse objectivo em mente, Marco inaugurou uma bem mais exigente liderança na superfície do Monte Tepui.

Mesmo antes avisados, foi com surpresa que nos deparámos com a crueza do “Hotel”, uma simples reentrância numa falésia com espaço suficiente para as tendas e que assegurava relativa protecção contra a chuva e o vento.

Ali nos instalámos sem caprichos.

E dormimos.

Vegetação pré-histórica

Marco desperta-nos sobre o nascer do sol.

Tinha já preparado um novo pequeno-almoço bem venezuelano de arepas, huevos revueltos e café. A refeição durou pouco. A vontade de explorar sobrepunha-se a tudo. Como tal, quinze minutos depois, entregamo-nos ao cenário surreal.

O percurso revelou-se, uma vez mais, complexo.

As fracturas na rocha sucediam-se, profundas. Alternavam com grandes cristas intransponíveis, longas superfícies com padrões de fragmentação, cursos de água, vales alagados e outras formações problemáticas.

Paramos pela primeira vez em El Foso, um enorme buraco circular para onde corria um riacho que mesmo antes de se juntar a lençóis subterrâneos, se transformava em lagoa.

El Fosso

Em seguida, alcançámos o Vale dos Cristais, como o nome indica, uma área coberta de cristal bruto em que se destacavam algumas esculturas naturais impressionantes.

Prosseguimos para norte. Contornamos, os vastos “Labirintos”.

Ali, a negrura impressionante do Roraima torna-se mais densa. Parece não ter fim, um efeito gerado pela sucessão de milhares de blocos irregulares de rocha, intercalados com fendas suficientemente amplas para permitir a passagem.

Como Marco nos confessou, aquele era um reduto misterioso e algo perigoso em que nem os próprios guias se sentiam à vontade.

Pântano ervado

A explicação, substanciada pelos exemplos das várias pessoas desaparecidas para sempre nos topos do Roraima e do “irmão” Kukenam, frustrou qualquer exigência ou iniciativa rebelde.

Manteve-nos na direcção do principal objectivo da expedição.

A Tripla Fronteira Disputada do Cimo do Monte Roraima

O lugar em que o Monte Roraima atinge a sua altitude máxima (2.800 m) assinala também a convergência das linhas que separam os territórios da Venezuela, Brasil e Guiana.

Esta fronteira é denominada pelos venezuelanos de BV 0 (Brazil-Venezuela: zero).

Está identificada, no terreno, por um marco geodésico que deveria ter assinalados, em cada uma das suas faces, o país correspondente.

Sobre a Tripla Fronteira

Mas a Venezuela reclama, há muito, uma parte significativa do território da Guiana.

Por esse motivo, a placa que sinaliza o lado guianense é arrancada vezes sem conta pelos visitantes e guias venezuelanos do Monte Roraima.

A Tripla Fronteira coincidia com o ponto mais setentrional do tepui a que estava previsto chegarmos.

Marco não cedeu à pretensão que partilhávamos de continuar em direcção à Proa de onde poderíamos observar a vastidão da savana brasileira e da selva guianense.

O guia aproveitou, inclusive, para dramatizar a sua resposta negativa: “amigos, prefiro dispensar o vosso pânico quando nos virmos perdidos, às escuras, enregelados, sem tendas nem sacos-cama, nesta vastidão agreste”.

Ele, melhor que ninguém, conhecia a realidade. Ao nosso ritmo fotográfico displicente, já seria difícil voltar ao “Hotel” antes do anoitecer, quanto mais metermo-nos em novos desafios.

Em fila

Muito devido ao desaparecimento de nativos e descobridores forasteiros, o Roraima cedo se envolveu num profundo misticismo, alimentado e divulgado pelas tribos da região cujos relatos enigmáticos vieram a despertar a curiosidade de mais e mais exploradores.

Mesmo confirmada a sua inexistência, os dinossauros e outras criaturas pré-históricas, assim como personagens míticas são um tema recorrente das velhas lendas e estórias improvisadas pelos nativos de etnia Arekuna, Taurepan e Camaracoto.

Predadora vegetal

Desde o meio do século XVIII que essas narrativas fascinavam aventureiros do velho mundo.

É mais que provável que a ascensão pioneira ao topo do Monte Roraima tenha sido feita pelos indígenas, antes da chegada das expedições europeias.

Os primeiros registos escritos das tentativas de conquista do topo datam do início do século XIX e comprovam diversas desistências.

Apreensão Meteorológica II

Foi apenas em 1838 que o cientista inglês Sir Robert Schomburgk achou forma de subir.

Desde então, a lista de visitantes nunca mais cessou de aumentar. A ironia das ironias está em que, apesar de ter escrito e publicado o livro mais famoso sobre o Monte Roraima: “O Mundo Perdido”, Sir Arthur Conan Doyle nunca foi um deles.

Conan Doyle limitou-se a assimilar os relatos dos indígenas e dos primeiros exploradores. Elaborou, assim, uma ficção romantizada protagonizada por um cientista aventureiro e meio louco, o Professor Challenger, que chega a confrontar-se com dinossauros.

O tema d’ “O Mundo Perdido” foi várias vezes adaptado ao cinema e televisão mas a mais famosa das versões cinematográficas é a saga Parque Jurássico, filmada, em parte, nas planícies repletas de palmeiras da Gran Sabana.

Gran Sabana

A Origem Geológica do Monte Roraima

Como todos os tepuis da região, o Monte Roraima fazia parte da formação Roraima, um gigantesco maciço rochoso com mais de 3.6 biliões de anos gerado pela compressão de várias camadas de areia e sílica provocada por grandes oscilações térmicas.

Esta formação começou a fragmentar-se no fim do Período Jurássico (há cerca de 150 milhões de anos) quando a América do Sul se separou do continente africano.

Nessa era, forças provindas do interior da Terra, causaram fortes movimentações tectónicas que criaram as primeiras fissuras e fracturas na sua superfície.

Ao longo de milhões de anos, novas derivações das placas e uma forte erosão, fizeram com que a maior parte da rocha original fosse arrastada para o mar.

Hoje, do gigantesco bloco inicial, resistem apenas algumas pequenas ilhas no tempo, os actuais tepuis da Venezuela, Guiana e Brasil.

PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
PN Henri Pittier, Venezuela

PN Henri Pittier: entre o Mar das Caraíbas e a Cordilheira da Costa

Em 1917, o botânico Henri Pittier afeiçoou-se à selva das montanhas marítimas da Venezuela. Os visitantes do parque nacional que este suíço ali criou são, hoje, mais do que alguma vez desejou
Mérida, Venezuela

Mérida a Los Nevados: nos Confins Andinos da Venezuela

Nos anos 40 e 50, a Venezuela atraiu 400 mil portugueses mas só metade ficou em Caracas. Em Mérida, encontramos lugares mais semelhantes às origens e a geladaria excêntrica dum portista imigrado.

Gran Sabana, Venezuela

Um Verdadeiro Parque Jurássico

Apenas a solitária estrada EN-10 se aventura pelo extremo sul selvagem da Venezuela. A partir dela, desvendamos cenários de outro mundo, como o da savana repleta de dinossauros da saga de Spielberg.

PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Mérida, Venezuela

A Renovação Vertiginosa do Teleférico mais Alto do Mundo

Em execução a partir de 2010, a reconstrução do teleférico de Mérida foi levada a cabo na Sierra Nevada por operários intrépidos que sofreram na pele a grandeza da obra.
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Ilha Margarita ao PN Mochima, Venezuela

Ilha Margarita ao Parque Nacional Mochima: um Caribe bem Caribenho

A exploração do litoral venezuelano justifica uma festa náutica de arromba. Mas, estas paragens também nos revelam a vida em florestas de cactos e águas tão verdes como a selva tropical de Mochima.
Santa Marta e PN Tayrona, Colômbia

O Paraíso de que Partiu Simón Bolívar

Às portas do PN Tayrona, Santa Marta é a cidade hispânica habitada em contínuo mais antiga da Colômbia.  Nela, Simón Bolívar, começou a tornar-se a única figura do continente quase tão reverenciada como Jesus Cristo e a Virgem Maria.
Pueblos del Sur, Venezuela

Por uns Trás-os-Montes da Venezuela em Fiesta

Em 1619, as autoridades de Mérida ditaram a povoação do território em redor. Da encomenda, resultaram 19 aldeias remotas que encontramos entregues a comemorações com caretos e pauliteiros locais.
Cartagena de Índias, Colômbia

A Cidade Apetecida

Muitos tesouros passaram por Cartagena antes da entrega à Coroa espanhola - mais que os piratas que os tentaram saquear. Hoje, as muralhas protegem uma cidade majestosa sempre pronta a "rumbear".
Huang Shan, China

Huang Shan: as Montanhas Amarelas dos Picos Flutuantes

Os picos graníticos das montanhas amarelas e flutuantes de Huang Shan, de que brotam pinheiros acrobatas, surgem em ilustrações artísticas da China sem conta. O cenário real, além de remoto, permanece mais de 200 dias escondido acima das nuvens.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Cerimónias e Festividades
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Cidades
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Cultura
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Em Viagem
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Insólito Balnear
Étnico

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

Horseshoe Bend
História
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Em espera, Mauna Kea vulcão no espaço, Big Island, Havai
Ilhas
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
viagem austrália ocidental, Surfspotting
Natureza
Perth a Albany, Austrália

Pelos Confins do Faroeste Australiano

Poucos povos veneram a evasão como os aussies. Com o Verão meridional em pleno e o fim-de-semana à porta, os habitantes de Perth refugiam-se da rotina urbana no recanto sudoeste da nação. Pela nossa parte, sem compromissos, exploramos a infindável Austrália Ocidental até ao seu limite sul.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
lago ala juumajarvi, parque nacional oulanka, finlandia
Parques Naturais
Kuusamo ao PN Oulanka, Finlândia

Sob o Encanto Gélido do Árctico

Estamos a 66º Norte e às portas da Lapónia. Por estes lados, a paisagem branca é de todos e de ninguém como as árvores cobertas de neve, o frio atroz e a noite sem fim.
Peregrinos no cimo, Monte Sinai, Egipto
Património Mundial UNESCO
Monte Sinai, Egipto

Força nas Pernas e Fé em Deus

Moisés recebeu os Dez Mandamentos no cume do Monte Sinai e revelou-os ao povo de Israel. Hoje, centenas de peregrinos vencem, todas as noites, os 4000 degraus daquela dolorosa mas mística ascensão.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Personagens
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Avião em aterragem, Maho beach, Sint Maarten
Praias
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Páscoa Seurassari, Helsínquia, Finlândia, Marita Nordman
Religião
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Erika Mae
Sociedade
Filipinas

Os Donos da Estrada Filipina

Com o fim da 2ª Guerra Mundial, os filipinos transformaram milhares de jipes norte-americanos abandonados e criaram o sistema de transporte nacional. Hoje, os exuberantes jeepneys estão para as curvas.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Vida Selvagem
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.