Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África


Um meandro demoníaco
A Hell's Bend do Fish River Canyon vista do Main View Point.
A caminho do Canyon
Carro aproxima-se do desvio da estrada B4 para o Fish River Canyon
Fauna asada
Avestruzes percorrem e vasculham o deserto de Nama Karoo.
A caminho II
Caminhante percorre a orla do Fish River Canyon.
Composição
Carripana e aloe? aljava na Canyon Roadhouse.
Nativa garrida
Uma mulher Nama na vastida?o do deserto de Nama-Karoo.
A ver a vista
Forasteiros apreciam o Fish River Canyon, apo?s o po?r-do-sol.
Ao Sol
Um hirax sobre os rochedos ocre em redor do Gondwana-Lodge.
Nama-Karoo
Uma meseta desgastada em pleno deserto de Nama-Karoo.
Composição II
Aloe? aljava nasce de dentro de uma carcaça de carripana, na Canyon Roadhouse.
Retalhos de Terra
Visitante sobre a orla do Fish River Canyon.
De sol a sol
Sol põe-se sobre o Fish River Canyon e faz destacar um aloé aljava acima da linha de horizonte.
Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.

Depois de milhares de quilómetros percorridos em Damaraland e pela orla interior do longo PN Namib-Naukluft, o trecho pela estrada B4 com partida em Lüderitz revela-se uma trégua na areia escorregadia e poeira avassaladora da Namíbia.

Sobre um asfalto imaculado, chegamos em três tempos a Aus. Passamos Kuibis e Goageb. Segue-se Seeheim. Keetmanshoop e a B1 que nos permitiria continuar para norte ficam à mão de semear. Nunca as chegamos a avistar.

Estrada B4 que conduz às imediações do Fish River Canyon, Namíbia

Carro aproxima-se do desvio da estrada B4 às imedições do Fish River Canyon

Em Seeheim, o destino que perseguíamos força-nos a cortar para sul. Deixamos o asfalto.

Só o voltamos a pisar, dois dias depois, no regresso ao mesmo entroncamento.

De Lüderitz, no frígido litoral Atlântico, Nama-Karoo adentro

Progredimos pela imensidão rugosa do Nama-Karoo Desert, um retalho de Namíbia entre o deserto costeiro do Namibe que deu nome à nação e o interior do Kalahari. Avançamos com mesetas, umas mais preservadas que outras, à vista.

Não tarda, ao longo de excertos que a época seca poupara ao rio Fish, o mais longo da Namíbia, com 650 km contados desde as montanhas Naukluft a norte do país até se entregar ao Orange, na fronteira com a África do Sul.

Arbustos resilientes impõem-se à paisagem árida.

Aqui e ali, aloés-aljava salpicam e enriquecem o ecossistema e o cenário, com a beleza dos seus troncos hirtos e dourados, dos ramos esbranquiçados que se bifurcam e voltam a bifurcar, para cima, para os lados, e assim formam gloriosas copas candeeiro verde-amarelas.

Avestruzes no deserto Nama Karoo, Namíbia

Avestruzes percorrem e vasculham o deserto de Nama Karoo

São as também chamadas quiver trees, as árvores nacionais da Namíbia que os nativos San (bosquímanos) do actual território namibiano e sul-africano usavam para fabricar coldres fundos para as suas flechas.

Nesse mesmo cenário mágico, bandos de avestruzes, manadas de zebras e de olongos deambulam em busca dos pastos e outros alimentos que os sustentam.

Cruzamos uma passagem de nível herdada do tempo em que a abundância de diamantes do Namibe e arredores justificou a construção de um caminho de ferro que os colonos estenderam à remota Holoog.

Gondwana, o Parque Natural. Inspirado no velho Supercontinente

Em Holoog entramos na área protegida do Parque Natural Gondwana. Um domínio de conservação da natureza privado, detido e gerido pelo grupo de lodges Gondwana que, por ali, nos iria acolher. Cortamos para sudoeste e avançamos até Hobas.

A meio caminho, detemo-nos na Canyon Roadhouse, uma estação de serviço e pousada artilhada de calhambeques e velharias de vários tipos, com visuais de relíquias extravagantes do deserto incluindo um aloé-aljava projectado de dentro da dianteira oca de uma carrinha enferrujada, na direcção do céu azulão.

Decoração da Canyon Roadhouse, Namíbia

Carripana e aloé aljava na Canyon Roadhouse

Lá temos que procurar pelo encarregado pela pitoresca bomba de serviço. E que esperar que retorne ao seu posto para voltarmos a atestar o carro de aluguer moderno e sensaborão em que nos fazíamos transportar.

Não tardamos a dar com o Gondwana Canyon Lodge. Instalamo-nos num chalé de pedra elevado sobre um dos amontoados de rochas ocres e envolto de outros desses outeiros mais, tão característicos de boa parte da Namíbia.

Nesse preciso momento, o sol precipitava-se sobre o horizonte.

Nós e uma colónia de híraxes dispersos pelos abundantes calhaus admiramos o seu curto retiro com a admiração e respeito que sempre nos merecerá.

Já jantados, contemplamos a abóboda celeste a transbordar de astros, brilhante a condizer a partir do terraço do lodge, onde nos havíamos instalado para usufruirmos do inesperado e surpreendente WiFi.

Hirax, Gondwana Lodge, Namíbia

Um hirax sobre os rochedos ocre em redor do Gondwana-Lodge.

Dormimos o suficiente para recarregar as energias despendidas com as sucessivas viagens acaloradas.

Despertamos pelas sete.

Uma hora depois, estamos a caminho da orla mais próxima do Fish River Canyon e do seu concorrido miradouro.

O Esplendor Geológico do Fish River Canyon

A luz matinal mantém-se tão suave quanto possível. Só não nos espantamos mais porque, com família a viver na Costa Oeste dos E.U.A., nos havíamos habituado a contemplar o abismo ainda mais amplo do Grand Canyon.

Fosse como fosse, os meandros intrincados talhados pelo rio Fish provam-se grandiosos a condizer.

Mantêm-nos em suspenso por um bom tempo, focados nos contornos da ravina descomunal.

Hell's Bend do Fish River Canyon, Namíbia

A Hell’s Bend do Fish River Canyon vista do Main View Point.

Quando, por fim, nos recompomos, inauguramos uma caminhada pelo cimo da orla que nos leva a pontos de observação complementares: um deles sobre os rápidos do rio, um tal de Tamarisk Bush.

Mais para sul, um adicional sobre a Wild Fig Bend.

Lá em baixo, o Fish fluí com o vigor reduzido típico da época seca, ainda distante da chuva parcimoniosa do Inverno namibiano de Junho a Agosto, quando torrentes repentinas inundam o seu caudal profundo e podem surpreender os caminhantes nas margens.

Em pleno Maio, parte do rio é feito de lagoas separadas mas máximas ainda acima dos 40º colocavam os trekkers em risco.

Ainda assim, desde o início do mês que as autoridades do parque concediam permissões de caminhada aos candidatos determinados a completar os itinerários de quatro e cinco dias entre o Main Viewpoint e os pontos quilométricos (50km ou mais) das Three Sisters, das Barble Pools, de Vasbyt Nek ou da German Soldier Grave.

Visitante no Fish River Canyon, Namíbia

Caminhante percorre a orla do Fish River Canyon

Por aqueles dias, a fornaça mantinha-se bem acesa. Só detectámos uns poucos aventureiros dispostos a descer.

O mesmo que fazem, ano após ano, os atletas ultra-preparados e tresloucados que competem na Ultra Maratona de 100km do Fish River completada em 2018 pelo vencedor sul-africano AJ Calitz em apenas 08h:28m:45s, e em 2012 (quando contava com menos 10km), pelo seu compatriota Ryan Sandes, em 6h57m.

A formação do Fish River Canyon demorou infinitamente mais.

Estima-se que teve lugar há cerca de 500 milhões de anos. Foi causada sobretudo por movimentos tectónicos da crosta terrestre que causaram o abaulamento do vale e pelo deslizamento de velhos glaciares, hoje impensáveis.

Então, o  Fish corria em redor de 300 metros acima do que corre hoje.

Com a deriva do supercontinente Gondwana e a separação da região no que viriam a ser a América do Sul e África, os movimentos tectónicos fizeram o rio afundar.

Passou a erodir a base do desfiladeiro até ao extremo de 549 metros hoje medido.

Sulcos do Fish River Canyon, Namíbia

Visitante sobre a orla do Fish River Canyon.

O Território Profundo e Pungente da grande etnia Nama

Já na nossa era, a tribo itinerante e animista Nama dominou o deserto Nama-Karoo e a área profunda do Fish River Canyon.

Tornou-se tradição entre os seus membros, colocar pedras sobre as Haitsi Aibeb, pilhas já formadas como sepulturas de Haiseb em anteriores passagens.

Haiseb era uma divindade que os Nama acreditavam ter vivido em tempos primitivos em que os animais reinavam e os mortos podiam ser ressuscitados.

Os Nama acreditavam que Haiseb, ela própria, tinha morrido e ressuscitado várias vezes e, no processo, salvado o mundo de um monstro maléfico.

De acordo com a tradição oral, este demónio sentava-se junto do seu esconderijo e atirava pedras a quem se atrevesse a caminhar nas imediações.

Mulher de etnia nama no deserto de Nama-Karoo, Namíbia.

Uma mulher Nama na vastidão do deserto de Nama-Karoo.

Ávidos por garantir caminhadas seguras e boas caçadas, os Nama deixavam à deusa bens apaziguadores: mel diluído, água e até carne de antílope.

Dizem os descendentes que, aquando das oferendas, proferiam no seu dialecto nama (ou Khoekhoe) repleto de cliques “Haiseb, khö tsi da” algo que se poderia traduzir como “Haiseb, sepultamos-te”.

A Crueldade Epidémica da Colonização Germânica

O sossego mitológico dos Nama durou o que durou. Na viragem para o século XX, os germânicos ocuparam a que se viria a tornar a sua vasta Deutsch-Südwestafrica. No auge, a colónia tinha uma população de cerca de 2.600 alemães.

Estes, expandiram as suas fazendas à custa da expulsão e do massacre dos nativos. Perpetuaram essa expansão com as sucessivas vinganças dos raides que os nativos levavam a cabo sobre as suas propriedades, mas não só.

Durante aquelas que ficaram conhecidas como Guerras Herero (nome de outra etnia local), os nativos mataram em volta de 150 colonos alemães. Como resposta, as autoridades germânicas formaram uma tropa de choque que começou por contar com apenas 766 elementos.

Cientes da vulnerabilidade dos invasores, os Herero e os Nama passaram à ofensiva. De início, causaram várias baixas e danos substanciais nas propriedades dos europeus. Até que foram colocadas ao dispor de um tal de Tenente-General Thilo Lothar von Trotha 14.000 tropas adicionais e este controlou a rebelião na Batalha de Waterberg.

Algum tempo antes, Trotha tinha lançado um ultimato aos Herero e aos Nama. Barrou-lhes a cidadania alemã e ameaçou que os mataria caso não deixassem o território. Mas, em 1905, foi morto durante um confronto entre as suas forças e os Nama em pleno Fish River Canyon.

O Fim Abrupto da Germanização

Os alemães perderam a Deutsch-Südwestafrica no decurso da 1ª Guerra Mundial, quando, a mando dos Britânicos, tropas sul-africanas tomaram-na. Pouco depois do triunfo definitivo dos aliados no conflito, a recém-criada Liga das Nações ditou que a colónia ficaria sob administração da anglófona África do Sul.

A sepultura de von Trotha subsiste na margem direita do rio, no extremo sul do Kooigoedhoogte Pass. É um dos pontos incontornáveis das caminhadas e da história do canyon. Mesmo volvido um século sobre a sua rendição e debandada, muitas famílias de colonos pioneiros beneficiaram da anuência dos sul-africanos e ficaram.

No Fish River Canyon, como um pouco por toda a Namíbia, são abundantes os nomes e termos germânicos. Também os cavalos usados e mais tarde abandonados pelas forças expedicionárias alemãs subsistiram. Hoje, os caminhantes mais afortunados cruzam-se com manadas destes equídeos selvagens até mesmo no fundo do canyon, onde o Fish corre e lhes fornece a água de que necessitam.

Um dos meandros mais curvos porque flui o rio tem o nome de Horseshoe Bend. Não pela passagem das manadas, devido à sua forma quase exacta de ferradura.

Pôr-do-sol sobre o Fish River Canyon, Namíbia

Sol põe-se sobre o Fish River Canyon e faz destacar um aloé aljava acima da linha de horizonte

Regressamos ao fim do dia para contemplar a luz a evadir-se da ravina. Como nós, uma séquito de entusiastas pela Natureza e pelos grandiosos cenários africanos colocam-se a postos nos lugares privilegiados da orla.

Aos poucos, o ocaso instala-se. Contra o céu escurecido, molda as silhuetas de grandes aloés-aljava, de eufórbias e de arbustos tamariscos concorrentes.

Um dos muitos camiões overland a passarem pelos lugares imperdíveis da África do Sul e da Namíbia, aproxima-se.

Bem acima da velocidade permitida no parque e despeja um grupo multinacional de passageiros mesmo a tempo de apreciarem a magnificência da paisagem sob o lusco-fusco.

Silhuetas de visitantes do Fish River Canyon, Namíbia

Forasteiros apreciam o Fish River Canyon, após o pôr-do-sol.

A paz vigente é quebrada pelo fascínio que não conseguem conter. Até que o breu se instala e deixa o serpenteante Fish entregue ao seu pré-histórico canyon.

Mais informação sobre o Fish River Canyon na página correspondente da UNESCO.

Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Cape Cross, Namíbia

A Mais Tumultuosa das Colónias Africanas

Diogo Cão desembarcou neste cabo de África em 1486, instalou um padrão e fez meia-volta. O litoral imediato a norte e a sul, foi alemão, sul-africano e, por fim, namibiano. Indiferente às sucessivas transferências de nacionalidade, uma das maiores colónias de focas do mundo manteve ali o seu domínio e anima-o com latidos marinhos ensurdecedores e intermináveis embirrações.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.

Garganta de Taroko, Taiwan

Nas Profundezas de Taiwan

Em 1956, taiwaneses cépticos duvidavam que os 20km iniciais da Central Cross-Island Hwy fossem possíveis. O desfiladeiro de mármore que a desafiou é, hoje, o cenário natural mais notável da Formosa.

Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Sossusvlei, Namíbia

O Namibe Sem Saída de Sossusvlei

Quando flui, o rio efémero Tsauchab serpenteia 150km, desde as montanhas de Naukluft. Chegado a Sossusvlei, perde-se num mar de montanhas de areia que disputam o céu. Os nativos e os colonos chamaram-lhe pântano sem retorno. Quem descobre estas paragens inverosímeis da Namíbia, pensa sempre em voltar.
Twyfelfontein - Ui Aes, Namíbia

À Descoberta da Namíbia Rupestre

Durante a Idade da Pedra, o vale hoje coberto de feno do rio Aba-Huab, concentrava uma fauna diversificada que ali atraía caçadores. Em tempos mais recentes, peripécias da era colonial coloriram esta zona da Namíbia. Não tanto como os mais de 5000 petróglifos que subsistem em Ui Aes / Twyfelfontein.
Walvis Bay, Namíbia

O Litoral Descomunal de Walvis Bay

Da maior cidade costeira da Namíbia ao limiar do deserto do Namibe de Sandwich Harbour, vai um domínio de oceano, dunas, nevoeiro e vida selvagem sem igual. Desde 1790, que a profícua Walvis Bay lhe serve de portal.
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
Spitzkoppe, Damaraland, Namíbia

A Montanha Afiada da Namíbia

Com 1728 metros, o “Matterhorn Namibiano” ergue-se abaixo das dez maiores elevações da Namíbia. Nenhuma delas se compara com a escultura granítica, dramática e emblemática de Spitzkoppe.
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Palmwag, Namíbia

Em Busca de Rinocerontes

Partimos do âmago do oásis gerado pelo rio Uniab, habitat do maior número de rinocerontes negros do sudoeste africano. Nos passos de um pisteiro bosquímano, seguimos um espécime furtivo, deslumbrados por um cenário com o seu quê de marciano.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
cavaleiros do divino, fe no divino espirito santo, Pirenopolis, Brasil
Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
no Palco, Antigua, Guatemala
Cidades
Antigua, Guatemala

Guatemala Hispânica à Moda Antigua

Em 1743, vários sismos arrasaram uma das cidades coloniais pioneiras mais encantadora das Américas. Antigua regenerou-se mas preserva a religiosidade e o dramatismo do seu passado épico-trágico.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Maiko durante espectaculo cultural em Nara, Geisha, Nara, Japao
Cultura
Quioto, Japão

Sobrevivência: A Última Arte Gueixa

Já foram quase 100 mil mas os tempos mudaram e as gueixas estão em vias de extinção. Hoje, as poucas que restam vêem-se forçadas a ceder a modernidade menos subtil e elegante do Japão.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Verão Escarlate
Em Viagem

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Étnico
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Marcha Patriota
História
Taiwan

Formosa mas Não Segura

Os navegadores portugueses não podiam imaginar o imbróglio reservado a Formosa. Passados quase 500 anos, mesmo insegura do seu futuro, Taiwan prospera. Algures entre a independência e a integração na grande China.
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau, do ar
Ilhas
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Caminhantes andam sobre raquetes na neve do PN Urho Kekkonen
Inverno Branco
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Natureza
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Fuga de Seljalandsfoss
Parques Naturais
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
igreja, nossa senhora, virgem, guadalupe, mexico
Património Mundial UNESCO
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Pescador manobra barco junto à Praia de Bonete, Ilhabela, Brasil
Praias
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Cabo Espichel, Santuário da Senhora do Cabo, Sesimbra,
Religião
Lagoa de Albufeira ao Cabo Espichel, Sesimbra, Portugal

Romagem a um Cabo de Culto

Do cimo dos seus 134 metros de altura, o Cabo Espichel revela uma costa atlântica tão dramática como deslumbrante. Com partida na Lagoa de Albufeira a norte, litoral dourado abaixo, aventuramo-nos pelos mais de 600 anos de mistério, misticismo e veneração da sua aparecida Nossa Senhora do Cabo.
Executivos dormem assento metro, sono, dormir, metro, comboio, Toquio, Japao
Sobre Carris
Tóquio, Japão

Os Hipno-Passageiros de Tóquio

O Japão é servido por milhões de executivos massacrados com ritmos de trabalho infernais e escassas férias. Cada minuto de tréguas a caminho do emprego ou de casa lhes serve para o seu inemuri, dormitar em público.
Kogi, PN Tayrona, Guardiães do Mundo, Colômbia
Sociedade
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.