El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo


Árvore Garoé
A árvore milagrosa garoé, fonte de água histórica de El Hierro.
Mergulho de Lava
Amigos banham-se na praia vulcânica de Tacoron, no sul de El Hierro.
Zimbro ou Sabina
Um zimbro retorcido pela força dos ventos alísios que fustigam as ilhas Canárias.
Esplanada do Poente
Clientes na esplanada do restaurante-bar do Mirador de La Peña, criado por César Manrique.
Cores de Orchilla
Arbustos desérticos na vertente que antecede a cratera de Orchilla.
Ar Livre de El Golfo
Clientes desfrutam da vista incrível de El Golfo, numa varanda do Mirador de La Peña.
Burro Herreño
Burro confinado por um muro secular de El Hierro.
Cacto sobre Lava
Um cacto desponta da lava do Geoparque que ocupa boa parte do sul vulcânico de El Hierro.
Poente de Orchilla
Ocaso para lá do farol de Orchilla e da ponta com o mesmo nome.
Hoya de Fireba
Visitantes admiram a cratera de Hoya de Fireba.
Crepúsculo de Orchilla
Falésias de um dos extremos do Valle de El Golfo.
Lava de Corda
Lava Encordoada enriquece o Geoparque do Sul de El HIerro.
Ermida de La Peña
O amarelo resplandecente da ermida de La Pena, sobre o Valle del Golfo
Tacoron a Dois
Casal diverte-se sobre prancha na praia vulcânica de Tacoronon, sul de El Hierro.
Escultura do Tempo
Recorte Geológico do cimo do Valle del Golfo.
Mirador de La Peña
A arquitectura característica de César Manrique, no Mirador de la Peña, acima do Valle del Golfo.
O Sul Europeu Definitivo
La restinga, a povoação mais a sul de El Hierro e mais a sul da Europa.
Mirador de La Peña II
Pormenor arquitectónico do Mirador de La Peña.
El Valle del Golfo
Vista descomunal sobre o Valle del Golfo, com o Atlântico em fundo.
Hoya de Fireba
A cratera de Hoya de Fireba, uma de centenas da ilha de El Hierro.
Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.

Numa ilha como El Hierro, nem o Atlântico nem os vulcões e a lava se somem por muito tempo.

Viramos as costas à capital da Vila de Valverde. Afastamo-nos por uma estrada meio campestre meio silvestre, com piso da mistura de areia e cinza disseminada um pouco por toda a parte.

Andrea Armas, anfitriã em Hierro, faz o reparo: “querem apostar? Vamo-nos cruzar com a minha colega. É a hora de ela sair e ela vai para casa por este caminho.” De facto, umas centenas de metros à frente, a previsão confirma-se. Andrea saúda a colega e retém-na num curto diálogo de ocasião.

De facto, não fosse a promoção recente de La Graciosa a oitava ilha Canária, El Hierro seria a mais diminuta do arquipélago. E, no entanto, nunca poderia ter albergado e satisfeito as duas civilizações que, se estima que a partir de 1405, nela se confrontaram.

Andrea conduz-nos ao Centro de Interpretação da Árvore Garoé.

No interior, elucida-nos quanto à importância daquela árvore frondosa, das encostas em redor e do momento em que os europeus chegaram ao litoral de El Hierro.

Árvore Garoé, El Hierro, Canárias, Espanha

A árvore milagrosa garoé, fonte de água histórica de El Hierro.

A Árvore Milagrosa Garoé e a Inevitável Ocupação dos Conquistadores Europeus

Desde pelo menos a primeira metade do século XIV que castelhanos, aragoneses, galegos, catalães, portugueses e outros procuravam desbravar o arquipélago e reclamar as riquezas que lá pudessem encontrar.

Em 1405, conquistadas Lanzarote e Fuerteventura aos indígenas Majos (Maxos), o normando Jean de Bethencourt virou-se para El Hierro.

Ao desembarcar, não encontrou resistência. É provável que os nativos bimbaches de El Hierro já receassem as incursões dos navegadores barbudos chegados em grandes barcos.

De acordo, quando os avistaram a aproximar-se da costa, ter-se-ão refugiado no único lugar da ilha em que poderiam sobreviver: o alto da árvore de Garoé e covas em redor da vertente, um conjunto a que o franciscano andaluz Juan de Abréu Galindo apelidou de Tigulahe mas que, hoje, em El Hierro ninguém parece conhecer por tal nome.

À época, aquela era a única fonte de água permanente e fiável, alimentada pela névoa húmida que os ventos Alísios ali conduzem, retida por covas alagadas, pela folhagem e por uma rede densa de raízes que se entrelaçam entre essas covas.

Durante algum tempo, a fonte de água do Garoé – que significa rio ou lago em dialecto bérber – permitiu aos Bimbaches – também eles de origem bérber – evitarem o contacto com os homens de Bethencourt e esperarem que a secura no resto da ilha os obrigasse a debandar.

Esse retiro foi possível durante algum tempo. Quando os colonos regressaram com reforços, os Bimbaches deixaram de se conseguir esconder. À parte de se entregarem ao seu destino enquanto escravos, ainda se viram forçados a partilhar a sua preciosa água com os invasores.

A lenda local mais famosa acrescenta à história um jorro de romance.

A Lenda de Paixão e Traição de Agarfa e Tincos

Andrea conta-nos que, segundo a lenda, os europeus deram com o esconderijo dos Bimbaches porque, algures no enredo, Agarfa, uma jovem nativa, se terá apaixonado por Tincos, um soldado andaluz.

A traidora Agarfa revelou, assim, o esconderijo dos seus. Provocou a captura de Armiche, o mencey (rei) dos Bimbaches e viabilizou a ocupação de El Hierro pela Coroa Espanhola. Se mais melodrama faltasse, acabou por morrer às mãos do conquistador amado.

Inauguramos uma curta viagem para o lado noroeste da ilha, ainda de costas para a Villa de Valverde que os colonos mais tarde fundaram, a menor capital das Canárias e a única arredada da beira-mar.

Iglésia de La Concepcion, El Hierro, Canárias, Espanha

A Iglesia de la Concepción abencoa há muito Valverde a capital de El Hierro.

El Hierro sempre foi uma das ilhas mais remotas e desprotegidas. Numa altura em que os ataques dos piratas berberes se sucediam – e atormentavam também as ilhas de Porto Santo e da Madeira – retirar a villa em elevação terá deixado os povoadores normandos e castelhanos algo mais descansados. Isto, enquanto os piratas e outros inimigos se mantiveram a principal preocupação dos colonos, claro está. Nem sempre assim foi.

Regressamos ao asfalto. Cruzamos o cenário rural do interior da ilha e os Barrancos de La Pasada e de Los Muertos, este, já em pleno Camiño de La Pena.

Voltamos a deter-nos junto à Ermida amarela da Virgen de La Peña, encarnação canária da Virgem Maria, patrona de Fuerteventura.

Dali parte o Camiño de Jinama, uma das vias usadas durante séculos pelos habitantes de El Hierro, um trilho mais que de cabras, sobretudo em dias ventosos e de intempérie, traiçoeiro e mortal.

O Deslumbre Inolvidável do Valle de El Golfo

Aproximamo-nos do muro que fechava a estrada em frente à ermida. Sem que o esperássemos, no vislumbre que se seguiu, El Hierro concedeu-nos um assombro que reteremos para sempre na memória

Para diante, para baixo, uma vertente massiva estendia-se, oblíqua, do cimo da ilha até se entregar ao Atlântico numa fajã  de lava recortada.

El Golfo, El Hierro, Canárias, Espanha

Vista descomunal sobre o Valle del Golfo, com o Atlântico em fundo.

Com o sol quase poente, a espreitar por detrás de um manto de nuvens, sobrevoados por francelhos de olho em tudo, na companhia de cabras indiferentes, o cenário deslumbrou-nos. E não fazíamos sequer ideia do evento arrebatador que o tinha originado.

O Vulcanismo mais Jovem e Mais Activo das Ilhas Canárias

Estima-se que El Hierro tenha emergido do Atlântico há cerca de 1.2 milhões de anos. É, assim, uma das ilhas mais jovens e mais vulcânicas das Canárias. O seu vulcanismo intenso está bem expresso nas suas 500 crateras abertas e em redor de outras 300 cobertas por fluxos de lava moldou e continua a moldar a ilha.

Quando se elevou do mar, crê-se que resultado de três grandes erupções, El Hierro foi coroada por um cone elevado acima dos 2000 metros, 500 metros acima do zénite actual.

O que sobra desse cone, hoje, o vulcão principal da ilha, denomina-se Tanganasoga, termo com óbvia génese bimbache.

Nos milhões de anos decorridos, várias derrocadas se sucederam. A última, de há 15 mil anos, deu origem a uma avalanche com um volume entre 150 a 180km3 e ao panorama do Valle de El Golfo que nos mantinha incrédulos.

Terraço do Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha

Clientes desfrutam da vista incrível de El Golfo, numa varanda do Mirador de La Peña.

Nos anos 80, com recurso a elementos arquitectónicos e culturais de El Hierro, e em jeito de homenagem à sumptuosidade geológica da vista, o artista multifacetado Cesar Manrique dotou uma secção da orla de Risco de Tibataje de um elegante Mirador de La Peña.

Além de mirante, esse monumento é ainda um café-restaurante-esplanada em que tivemos o privilégio de jantar.

No entretanto, o sol afundou-se no oceano. O acendimento das luzes eléctricas reforçou a linha de casario e o padrão de inverneras (estufas) de bananas que assentavam na lava sólida abaixo.

Jinama e o seu Camiño. Um Modo de Vida Vertiginoso

As povoações de El Golfo e o Camiño de Jinama que lá conduz das terras altas do norte da ilha surgiram em função das “mudadas”.

Esta expressão traduz uma transumância que se realizava duas vezes ao ano: uma no Inverno, de maneira a que os animais aproveitassem os pastos. Outra, em pleno Verão, de acordo com as vindimas.

El Hierro, Canárias, Espanha

Burro confinado por um muro secular de El Hierro.

O Camiño de Jinama era, assim, subido e descido vezes sem conta, a pé, de burro e em condução de outros animais essenciais à vida rural.

A sua preponderância durou até, pelo menos, 1950, quando a actual estrada HI-5 foi inaugurada, a ligar as várias povoações entretanto lá estabelecidas, Frontera, Sabinosa, Llanillos, Merese, Toscas, Tigaday, Belgaras.

Linha de casario em El Golfo, El Hierro, Canárias, Espanha

Casario de Frontera e diversas outras povoações dispostas ao longo da estrada que cruza o vale de El Golfo.

O lusco-fusco desvaneceu-se. Deixou El Golfo sinalizado pelo sarapintado das suas luzinhas. Pouco depois, recolhemos ao abrigo que tínhamos na ilha, também por elas iluminado.

Acolhemos a manhã seguinte como uma continuação do encanto insular em que El Hierro nos mantinha. Passamos pelo miradouro de La Llania. Dali, acima de uma floresta frondosa de laurisilva, apreciamos El Golfo de uma perspectiva mais centralizada da sua semi-caldeira.

O Domínio Vulcânico que os Herrenhos Continuam a Desafiar

Logo, espreitamos Hoya de Fireba, outra cratera. Por insólito que pareça, de então em diante, o grau vulcânico de El Hierro, só veio a aumentar.

El Hierro, Canárias, Espanha

Visitantes admiram a cratera de Hoya de Fireba.

Andrea conduz-nos abaixo da ponta sul da ilha, em busca das instalações do Geoparque da ilha, assim decretado pela UNESCO por méritos geológicos que quase não mereciam discussão.

A determinada altura, vemo-nos cercados por um mar de lava solidificada, numa tal profusão de crateras e chaminés que nos parecia impossível apontar quais as responsáveis pela enxurrada massiva que se estendia até aos fundos meridionais de El Hierro.

Lava encordoada, El Hierro, Canárias, Espanha

Lava Encordoada enriquece o Geoparque do Sul de El HIerro.

Refugiamo-nos do calor de forno no interior refrigerado do centro. Lá assistimos a excertos vídeo do último susto porque, mesmo feitos de Hierro, muitos habitantes da ilha passaram.

2011-2012 e a Actividade Vulcânica que Ameaçou Expulsar os Nativos

Em Outubro de 2011, ao jeito do que aconteceu em 1957-58 com o vulcão faialense dos Capelinhos, uma erupção submarina a cerca de 2km para sul de La Restinga, ganhou dimensão e ímpeto, às tantas, com jactos de água que chegavam a 10 a 15 metros de altura.

Os 600 habitantes da povoação foram evacuados.

Enquanto isso, as emissões de dióxido de carbono do vulcão Tanganasoga e os tremores de terra aumentaram. As autoridades recearam uma nova derrocada da vertente de El Golfo e até novas erupções de uma chaminé emergente nessa zona da ilha.

Também dali se viram evacuadas famílias. as autoridades prepararam-se para o pior. E para evacuarem todos os habitantes de El Hierro.

Após uma oscilação na actividade, por fim, em Março de 2012, mesmo contra a opinião de diversos vulcanologistas, as autoridades declararam a erupção extinta.

De então para cá, registaram-se alguns focos de actividade mas nada que gerasse o pânico de 2011. El Hierro retomou a sua vida.

La Restinga: um Limiar Meridional Acalorado da Europa

Das instalações do Geoparque, descemos até La Restinga, em tempos, uma povoação piscatória com o estatuto emblemático de extremo sul da Europa mas a que a transparência do mar e os ecossistemas submarinos atraíram hordas de mergulhadores ansiosos por explorarem o Atlântico vulcânico ao largo.

La Restinga, El Hierro, Canárias, Espanha

La restinga, a povoação mais a sul de El Hierro e mais a sul da Europa.

Faltava-nos o tempo.

Almoçados num dos restaurantes locais, passamos pela praia de Tacoron, uma enseada natural recortada na imensidão de lava do Sul de El Hierro. Aí, mergulhamos para umas braçadas de descontração, que nos refrescaram do braseiro que nos continuava a envolver.

El Hierro, Canárias, Espanha

Amigos banham-se na praia vulcânica de Tacoron, no sul de El Hierro.

Ziguezagueamos de volta à estrada HI-410 que dali partia rumo ao extremo oeste da ilha. Em El Julan, confirmamos que, abaixo e em redor, tínhamos apenas e só lava sólida.

Passamos pelo santuário de Nª Srª de Los Reyes. Dessa igreja inverosímil, avançamos até El Sabinar onde louvamos as sabinas notórias de El Hierro, zimbros que os Alísios poderosos ajudaram a retorcer numa profusão de incríveis ondas vegetais.

El Hierro, Canárias, Espanha

Um zimbro retorcido pela força dos ventos alísios que fustigam as ilhas Canárias.

Punta de Orchilla e o seu Farol no Velho Fim do Mundo

O sol voltava a insinuar-se ao horizonte. Com os minutos contados para chegarmos à Punta de Orchilla a tempo do seu sumiço, apressamo-nos tanto quanto a estrada vertiginosa nos permitia, conscientes da eminência do velho ponto Meridiano, vigente em El Hierro durante mais de 200 anos.

Transferido em 1884 para Greenwich, por este, em vez do de Orchilla, ter as coordenadas correctas.

Antecipamo-nos o suficiente do ocaso para caminharmos em redor e apreciarmos o remanso do farol homónimo, considerado o mais remoto de Espanha.

Logo, instalamo-nos junto a uma cruz destacada do limiar elevado da punta, em homenagem das almas que cruzaram o Atlântico. Na iminência de outra cruz menor que eterniza Carmelo Heredia Olmos, o primeiro faroleiro a acender o farol de Orchilla, em 1933.

Orchilla, El Hierro, Canárias, Espanha

Silhueta junto à sepultura de Carmelo Heredia Olmos, o primeiro faroleiro do farol de Orchilla.

O ocaso transforma a cruz e a torre de Orchilla em silhuetas. Quando o escuro se instala, a luz esverdeada do farol fica a sinalizar a orla civilizacional de El Hierro no Atlântico e no Mundo.

Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
La Palma, CanáriasEspanha

O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.
Chã das Caldeiras, Ilha do Fogo Cabo Verde

Um Clã "Francês" à Mercê do Fogo

Em 1870, um conde nascido em Grenoble a caminho de um exílio brasileiro, fez escala em Cabo Verde onde as beldades nativas o prenderam à ilha do Fogo. Dois dos seus filhos instalaram-se em plena cratera do vulcão e lá continuaram a criar descendência. Nem a destruição causada pelas recentes erupções demove os prolíficos Montrond do “condado” que fundaram na Chã das Caldeiras.    
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Ilha do Sal, Cabo Verde

O Sal da Ilha do Sal

Na iminência do século XIX, Sal mantinha-se carente de água potável e praticamente inabitada. Até que a extracção e exportação do sal lá abundante incentivou uma progressiva povoação. Hoje, o sal e as salinas dão outro sabor à ilha mais visitada de Cabo Verde.
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Santo Antão, Cabo Verde

Pela Estrada da Corda Toda

Santo Antão é a mais ocidental das ilhas de Cabo Verde. Lá se situa um limiar Atlântico e rugoso de África, um domínio insular majestoso que começamos por desvendar de uma ponta à outra da sua deslumbrante Estrada da Corda.
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.

Valência a Xàtiva, Espanha

Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Matarraña a Alcanar, Espanha

Uma Espanha Medieval

De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

La Graciosa, Ilhas Canárias

A Mais Graciosa das Ilhas Canárias

Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
PN Timanfaya, Lanzarote, Canárias

PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
La Palma, Canárias

A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

O velho e majestoso bairro Vegueta de Las Palmas destaca-se na longa e complexa hispanização das Canárias. Findo um longo período de expedições senhoriais, lá teve início a derradeira conquista da Gran Canária e das restantes ilhas do arquipélago, sob comando dos monarcas de Castela e Aragão.
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Moradoras conversam numa das entradas da grande mesquita de Zomba
Cidades
Zomba, Malawi

A Capital Colonial, Inaugural do Malawi

Os britânicos desenvolveram Zomba como capital dos seus territórios às margens do Lago Niassa. De 1964 a 1974, o Malawi independente estendeu-lhe o protagonismo. Com a despromoção para Lilongwe do ano seguinte, Zomba tornou-se uma cidade com arquitectura colonial prodigiosa e cenários deslumbrantes no sopé do planalto epónimo.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Sombra de sucesso
Cultura
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
jet lag evitar voo, jetlag, turbulência
Em Viagem
Jet Lag (Parte 1)

Evite a Turbulência do Pós Voo

Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
Étnico
São Nicolau, Cabo Verde

Fotografia dess Nha Terra São Nicolau

A voz da saudosa Cesária Verde cristalizou o sentimento dos cabo-verdianos que se viram forçados a deixar a sua ilha. Quem visita São Nicolau ou, vá lá que seja, admira imagens que a bem ilustrem, percebe porque os seus lhe chamam, para sempre e com orgulho, nha terra.
Portfólio, Got2Globe, melhores imagens, fotografia, imagens, Cleopatra, Dioscorides, Delos, Grécia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

O Terreno e o Celestial

Barco navega ao largo do litoral ocidental de Spinalonga
História

Spinalonga, Creta, Grécia

Uma Ilha Fortaleza Rendida a Colónia de Leprosos

Desde sempre disputada, ocupada por cristãos e sarracenos, venezianos, otomanos e, mais tarde, cretenses e gregos, entre 1903 e 1957, a árida Spinalonga acolheu um lazareto. Quando lá desembarcamos, estava desabitada, graças ao dramatismo do seu passado, era um dos lugares mais visitados da Grécia.

Champagne Beach, Espiritu Santo, Vanuatu
Ilhas
Espiritu Santo, Vanuatu

Divina Melanésia

Pedro Fernandes de Queirós pensava ter descoberto a Terra Australis. A colónia que propôs nunca se chegou a concretizar. Hoje, Espiritu Santo, a maior ilha de Vanuatu, é uma espécie de Éden.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Ilha de São Miguel, Acores Deslumbrantes por Natureza
Natureza
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Cataratas Victória, Zâmbia, Zimbabué, Zambeze
Parques Naturais
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
Sombra vs Luz
Património Mundial UNESCO
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Praias
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Maksim, povo Sami, Inari, Finlandia-2
Religião
Inari, Finlândia

Os Guardiães da Europa Boreal

Há muito discriminado pelos colonos escandinavos, finlandeses e russos, o povo Sami recupera a sua autonomia e orgulha-se da sua nacionalidade.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Gatis de Tóquio, Japão, clientes e gato sphynx
Sociedade
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Vida Selvagem
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.