Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo


Recanto Piscatório
Recanto humanizado da praia grande de Porto Santo.
Piscinas Atlânticas
As Piscinas naturais de Porto de Salemas.
Ouro e Esmeralda
Banhistas frequentam a praia dourada-esmeralda do Penedo.
Ponta da Calheta vs Ilhéu da Cal
O Boqueirão de Baixo e o ilhéu da Cal como vistos da Ponta da Calheta.
Tubos de Órgão
Os tubos de órgão, formação geológica excêntrica, na base do Pico de Ana Ferreira.
Contra Gigantes
Moinhos do Porto Santo, nas imediações do Miradouro da Portela.
Morenos
Enseada apertada e profunda da Ilha de Porto Santo.
Equilíbrio natural
Carolina Freitas em equilibrismo na Gruta do Pico Ana Ferreira.
Praia Não Vigiada
Recanto balnear inusitados da Praia das Salemas.
Silhuetas Férreas
Silhuetas do ilhéu de Ferro e mais além.
Barrilhas
Barrilhas exuberantes, dão mais cor e mais vida ao Porto Santo.
King Kong
Porto das Salemas com o rochedo King Kong em fundo.
Linhas de Porto Santo
Vista da ilha de Porto Santo, a partir do miradouro da Calheta.
A Praia de Pedra do Zimbralinho
Formas geológicas produzidas pelo vulcanismo, na enseada do Zimbralinho.
Nos passos de alguém
Passos marcam um rumo na praia grande da ilha de Porto Santo.
Ascensão
Carolina Freitas sobe ao Pico de Ana Ferreira.
Porto das Salemas
Maré vazia no Porto das Salemas, com o rochedo King Kong na distância.
Vinhedo Porto Santo
Vinhedos separados por sebes de canas.
Fim da Caminhada
Um visitante da Ponta da Canaveira, com vista para o Ilhéu de Ferro.
Tarde dourada
Passos dourados na praia grande da ilha de Porto Santo.
Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.

Chegados ao miradouro da Ponta da Calheta, o estreito no limiar da praia sem fim do Porto Santo torna o mar menos profundo.

Pinta o Boqueirão de Baixo de um azul-turquesa resplandecente que contrasta com a negrura e crueza geológica do Ilhéu da Cal por diante.

Hoje, o visual dourado e translúcido que fez da grande praia o principal atributo financeiro da ilha pouco ou nada deixa saber das agruras que sucessivas gerações de portosantenses passaram em função do maior dos seus ilhéus.

Desde os tempos remotos da colonização da ilha que a secura inóspita de Porto Santo – a partir de 1940, por exemplo, passaram-se doze anos sem pluviosidade – inviabilizou cultivos e prados que permitissem a criação de animais de maior porte.

Toda e qualquer matéria-prima lá encontrada tinha valor redobrado. Foi o caso do calcário, a fonte de cal que acabou por inspirar o baptismo do também chamado Ilhéu de Baixo.

Ilhéu da Cal, Porto Salemas, Ilha Porto Santo, Portugal

O Boqueirão de Baixo e o ilhéu da Cal como vistos da Ponta da Calheta.

O Ilhéu de Baixo e a Era Portosantense da Cal

Durante o século XX, alguns empresários viram na diversidade mineral do sub-arquipélago de Porto Santo uma riqueza que permitiu atenuar as carências agrícolas e pecuárias das ilhas. Foram instaladas pedreiras de calcário no ainda chamado Ilhéu de Baixo.

Extraído a grande custo, de minas e galerias, o calcário era transportado de barco para a ilha-mãe e, lá, transformado em cal destinado às edificações que aumentavam no Porto Santo, ainda mais na ilha da Madeira, que os portosantenses se habituaram a fornecer em troca de vegetais, frutas e outros mantimentos que tinham dificuldade em obter.

O calcário era cozinhado em grandes fornos com feitio de cone invertido. Chegaram a ser dezassete. E libertavam um aroma intenso que, às tantas, os nativos da ilha reconheciam fosse onde fosse.

Mesmo se a cozedura do calcário se fazia a temperaturas elevadíssimas, nenhuma fase da produção da cal se revelava tão arriscada como a da extração. Registaram-se vários acidentes nas minas e pedreiras. Num único desabamento de rochas, pereceram dezasseis homens.

Nas últimas décadas, o turismo começou a compensar as carências de Porto Santo. Alguns destes fornos foram preservados como património histórico incontornável da ilha.

Atraem os forasteiros mais curiosos a quem o reduto do grande areal dourado, só por si, não faz umas boas férias.

Praia da Ilha de Porto Santo, Portugal

Passos marcam um rumo na praia grande da ilha de Porto Santo.

Périplo pelo Porto Santo Dourado. E Pelo Dramático Legado pelo Vulcanismo

Sobretudo a quem chega de um período passado na vizinha ilha da Madeira, ou de países sem litoral ou com litoral todo ele rochoso, a grande praia de Porto Santo surge como uma espécie de miragem real, como um sonho de deleite balnear com 9km de que custa despertar.

Carolina Freitas, a guia nativa incumbida de nos mostrar a sua ilha conhece bem o modo All Inclusive All Praia e Preguiça em que demasiados visitantes passam os dias. Habituada a repetir as caminhadas e explorações mais recompensadoras da ilha, mantém um vigor físico impressionante que, numa fase de inactividade própria do confinamento a que obrigou a pandemia Covid 19, nos obrigou a esforços redobrados.

“Mesmo sendo Domingo, isto mal nunca me pode fazer” afiança-nos Carolina na sua imperturbável boa-disposição.

“Há um tempo que não posso ir ao ginásio mas estas caminhadas são tão boas ou melhores” acrescenta, enquanto galga as centenas de degraus naturais do Pico de Ana Ferreira, como se a sua ascensão se tratasse de um qualquer passeio alegre.

Pico de Ana Ferreira, Ilha de Porto Santo, Portugal

Carolina Freitas sobe ao Pico de Ana Ferreira.

À Conquista do Pico de Ana Ferreira

O Pico de Ana Ferreira é uma das elevações contidas de Porto Santo, ilha formada há em redor de 14 milhões de anos. Prova-se excepcional pela sua configuração geológica, não tanto pelos 283 metros que constituem o zénite do ocidente da ilha.

Ditaram caprichos tensionais do arrefecimento do magma que moldou o Porto Santo que este monte se fizesse de colunas prismáticas quase perfeitas, orientadas sob diversos sentidos. Umas, surgem deitadas. Outras oblíquas. Outras ainda, com predomínio na base, verticais, ou apenas ligeiramente tombadas em jeito de Tubos de Órgão, como foram apelidadas.

Tubos de Órgão, Ilha de Porto Santo, Portugal

Os tubos de órgão, formação geológica excêntrica, na base do Pico de Ana Ferreira.

Carolina vence os degraus de mugearite, um a um, dois a dois, entre arbustos e cactos, ainda e sempre a um ritmo de corredora de trilhos profissional. Mantermo-nos no encalço da cicerone esfalfa-nos.

Recuperamos a sua companhia, deixamos o coração recuperar da tortura a que o submetíamos. Em seguida, inteiramo-nos do contexto histórico peculiar por detrás do nome do monte.

Afiança um sector mais linguarudo da história que, malgrado o cognome de “O Príncipe Perfeito”, o Rei de Portugal e dos Algarves D. João II teve uma filha bastarda. Pressionada pela corte para não complicar a vida ao pai e ao reino, Ana Ferreira mudou-se para a ilha do Porto Santo. Mais que lá se instalar, dizem os portosantenses, que a senhora tornou a ilha um seu feudo.

Ora, logo a partir dos primeiros anos da sua povoação, Porto Santo foi alvejada pelos piratas berberes. Quando se via ameaçado, o povo escondia-se no Pico do Castelo, no extremo nordeste da ilha. E, diz-se ainda que, mesmo bastarda e degredada, Ana Ferreira não se misturava com a populaça.

Em vez, refugiava-se no monte que Carolina nos tinha feito conquistar, quem sabe se na gruta que, entretanto, nos revela e em que fica

Gruta Pico Ana Ferreira, Ilha Porto Santo, Portugal

Carolina Freitas em equilibrismo na Gruta do Pico Ana Ferreira.

mos um bom tempo a admirar o panorama emoldurado em forma elíptica da ilha, entregues a experiências acrobáticas-fotográficas.

A Descoberta Inaugural da ilha de Porto Santo

Divirjamos da conquista para a descoberta. Há que deixar tão claro quanto Carolina nos deixou a nós que o Porto Santo foi a primeira das ilhas ainda hoje portuguesas que os navegadores lusos encontraram.

Mesmo se, à imagem da Madeira, já aparecia em mapas desde, pelo menos 1339, Porto Santo foi achado, em 1418, por acidente durante uma expedição comandada por João Gonçalves Zarco, em que participaram ainda Tristão Vaz Teixeira e Bartolomeu Perestrelo.

O Infante Dom Henrique tinha instruído os navegadores a serviço da coroa a encontrarem novos territórios a ocidente de África. Enquanto orientavam o regresso pela Volta do Mar, uma tempestade fez os navios desviar-se da rota habitual.

Sem que nada o deixasse prever, a tempestade empurrou os barcos para uma enseada abrigada. A fortuna dupla de encontrarem o abrigo e um território que, ao contrário das Canárias, os rivais de Castela não tinham ainda reclamado, suscitou o baptismo religioso de Porto Santo.

Enseada da Ilha de Porto Santo

Enseada apertada e profunda da Ilha de Porto Santo.

Regressemos à nossa própria descoberta da ilha. No tempo que lhe dedicámos, deslumbramo-nos com incontáveis enseadas que o vulcanismo parece ter ditado inacessíveis, pelo menos por terra, uma das que mais nos impressiona, no fundo da falésia dos Morenos.

Outras, em redor do Furado do Norte e da Ponta da Canaveira, com vista para o Ilhéu de Ferro, aproximável por um trilho exíguo no cimo de penhascos vertiginosos que, do nada, Carolina investiga numa correria.

Ilhéu do Ferro, Ilha de Porto Santo, Portugal

Silhuetas do ilhéu de Ferro e mais além.

Espreitamos a enseada do Zimbralinho, essa, acessível, dona e senhora de um visual cru e escuro com muito de islandês. Mudamo-nos ainda para o noroeste da ilha onde descemos para a beira-mar rochosa e intrincada do Porto das Salemas.

Chegamos com a maré vazia, como é aconselhável.

Porto das Salemas, ilha do Porto Santo

Maré vazia no Porto das Salemas, com o rochedo King Kong na distância.

Uma tabuleta bem hirta, espetada entre grandes seixos e ao lado de um exemplar único de espreguiçadeira amarela, deixa bem vincado que se trata de uma Praia Não Vigiada.

Àquela hora tardia, não só ninguém a vigia como, além de nós, ninguém a frequentava.

Praia das Salemas, ilha de Porto Santo, Portugal

Recanto balnear inusitados da Praia das Salemas.

Deslumbrados pela sua excentricidade rochosa, cirandamos de poça em poça, estudamos salemas, lapas e búzios.

E contemplamos o rochedo longínquo do King Kong, há muito conformado com a solidão marinha a que se viu votado.

Piscinas naturais de Porto Salemas, Ilha Porto Santo, Portugal

As Piscinas naturais de Porto de Salemas.

Vila Baleira e a Presença Incontornável de Cristóvão Colombo

Regressamos às imediações de Vila Baleira, apesar de acolher menos de 6.000 habitantes, a capital da ilha de Porto Santo.

Passeamos pela praia. Desviamos para as suas dunas d’ouro. Do cimo de uma delas, localizamos os vinhedos de caracol espraiados sobre o solo arenoso, entre sebes de muros de crochet, caniços e arbustos.

Admiramos a beleza daqueles vinhedos quase de brincar mas que, todos os anos, renovam o vinho peculiar de Porto Santo, apurado nos seis séculos do povoamento sempre desafiante da ilha.

Das dunas e seus vinhedos, embrenhamo-nos nas ruelas de Vila Baleira. Numa delas, esbarramos com a casa em que Cristóvão Colombo, desde cedo, bem relacionado com a corte e com nobres portugueses, se dignou a viver na cidade.

Ditaram certas circunstâncias que, na sequência da descoberta da ilha, Bartolomeu Perestrelo fosse indigitado o primeiro Capitão-Donatário de Porto Santo, em 1445.

Como determinaram outras que, em 1479, três anos após se ter instalado em Lisboa, o navegador genovês viesse a casar em Vila Baleira com Filipa Moniz Perestrelo, filha de Bartolomeu Perestrelo e neta de Filippo Pallastrelli, um nobre de origem italiana que, após se mudar para Lisboa e viver no Porto, viu o apelido aportuguesado.

A Ligação Matrimonial de Colombo aos Perestrelo, Família Pioneira de Porto Santo

Até dois anos antes do casamento, Filipa Perestrelo mantinha-se comendadora do Mosteiro de Santos, em Lisboa, um mosteiro exclusivo da alta nobreza, frequentado pelo rei D. João II e por Cristóvão Colombo que lá costumava ir à missa. Estima-se que entre repetidas conversas e convívios com Filipa Perestrelo, veio a resultar o agendamento da boda, conveniente aos planos de vida de ambos.

Em 1478, Colombo conseguira uma posição no negócio de exportação do açúcar produzido na Madeira, estima-se que de Paolo di Negro, um negociante italiano.

Por essa altura, Colombo ambicionava já tornar-se um descobridor reputado. Filipa Perestrelo, abrir-lhe-ia caminho à influência e conhecimento náutico do pai. Alguns historiadores afiançam, inclusive, que a sogra de Colombo lhe passou os mapas e documentos de cartografia de Bartolomeu Perestrelo.

Terá sido no Porto Santo e na Madeira que Colombo gizou boa parte do projecto de chegar às Índias pelo Ocidente, projecto que a Coroa Portuguesa, entretanto, recusou apoiar.

Cristóvão Colombo acabou por desvendar as Américas para o Velho Mundo, em Outubro de 1492, doze ou treze anos depois do casamento em Lisboa.

Da Subsistência Desafiante, à Prosperidade Sobretudo Turística

No meio milénio e pouco que decorreu, os colonos intrépidos de Porto Santo tudo fizeram para vencer as adversidades, sobretudo as secas que se repetiam, agravadas pelo desmatamento intensivo, necessário à lenha e à construção de tudo um pouco.

E pela reprodução descontrolada dos coelhos que vemos saltitar em toda a ilha, diz-se que descendentes de um único par de roedores libertado por Bartolomeu Perestrelo, consciente de que seria difícil atrair e manter povoadores se estes tivessem que subsistir apenas da pesca, da captura de aves e dos caracóis prolíficos da ilha.

Melhor ou pior, com o tempo, os Profetas – como são também chamados os portosantenses – asseguraram a sua vida na ilha e aperfeiçoaram meios fascinantes e hoje famosos do que começou como mera subsistência.

É o caso da arquitectura das Casas de Salão e das matamorras em que se abrigavam dos piratas. E, num âmbito gastronómico, do vinho, das papas de milho e do milho frito, também do bolo do caco que Carolina Freitas e os portosantenses em geral, defendem com unhas e dentes ter sido criado no Porto Santo, não na Madeira.

Hoje, o Porto Santo oferece aterragens bem mais suaves que a sua vizinha e memoráveis retiros atlânticos. Regressaremos o quanto antes.

 

Para Reservar Actividades em Porto Santo contacte a DUNAS VIAGENS E TURISMO

dunastravel.com

+351  291 983 088

[email protected]

 

 

 

Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Circuito Annapurna, Manang a Yak-kharka
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 10º: Manang a Yak Kharka, Nepal

A Caminho das Terras (Mais) Altas dos Annapurnas

Após uma pausa de aclimatização na civilização quase urbana de Manang (3519 m), voltamos a progredir na ascensão para o zénite de Thorong La (5416 m). Nesse dia, atingimos o lugarejo de Yak Kharka, aos 4018 m, um bom ponto de partida para os acampamentos na base do grande desfiladeiro.
planicie sagrada, Bagan, Myanmar
Arquitectura & Design
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Cerimónias e Festividades
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Rabat, Malta, Mdina, Palazzo Xara
Cidades
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Sol e coqueiros, São Nicolau, Cabo Verde
Cultura
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Fuga de Seljalandsfoss
Em Viagem
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Insólito Balnear
Étnico

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Viagem São Tomé, Equador, São Tomé e Principe, Pico Cão Grande
História
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Elafonisi, Creta, Grécia
Ilhas
Chania a Elafonisi, Creta, Grécia

Ida à Praia à Moda de Creta

À descoberta do ocidente cretense, deixamos Chania, percorremos a garganta de Topolia e desfiladeiros menos marcados. Alguns quilómetros depois, chegamos a um recanto mediterrânico de aguarela e de sonho, o da ilha de Elafonisi e sua lagoa.
Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo
Inverno Branco
Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Natureza
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Carrinha no Jossingfjord, Magma Geopark, Noruega
Parques Naturais
Magma Geopark, Noruega

Uma Noruega Algo Lunar

Se recuássemos aos confins geológicos do tempo, encontraríamos o sudoeste da Noruega repleto de enormes montanhas e de um magma incandescente que sucessivos glaciares viriam a moldar. Os cientistas apuraram que o mineral ali predominante é mais comum na Lua que na Terra. Vários dos cenários que exploramos no vasto Magma Geopark da região parecem tirados do nosso grande satélite natural.
Teleférico de Sanahin, Arménia
Património Mundial UNESCO
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Machangulo, Moçambique, ocaso
Praias
Machangulo, Moçambique

A Península Dourada de Machangulo

A determinada altura, um braço de mar divide a longa faixa arenosa e repleta de dunas hiperbólicas que delimita a Baía de Maputo. Machangulo, assim se denomina a secção inferior, abriga um dos litorais mais grandiosos de Moçambique.
Solovestsky Outonal
Religião
Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
Skagway, Alasca

Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
Dia da Austrália, Perth, bandeira australiana
Sociedade
Perth, Austrália

Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Vida Quotidiana
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Vai-e-vem fluvial
Vida Selvagem
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.