Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas


Nª Srª das Vitórias
A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.
Lagoa Nostra
Banhistas deleitados na água morna da lagoa do Parque Terra Nostra.
Vitórias-Régias
Vitórias-régias resplandecem ao sol em lagos do Parque Terra Nostra.
Arte Rural
Uma espécie de instalação nas imediações da Lagoa das Furnas.
A Vista do Pico do Ferro
Parte da vista do Miradouro do Pico do Ferro, com a Lagoa das Furnas à direita.
Fumo das Fumarolas
Visitantes percorrem os passadiços que revelam as fumarolas e caldeiras das Furnas.
As Tocas dos Cozidos das Furnas
Um dos buracos usado para a cozedura dos cozidos das Furnas fumega.
Lagoa das Furnas
A Lagoa das Furnas vista do Miradouro do Pico do Ferro.
O Enterro dos Cozidos
Funcionário da Povoação tapa um cozido, a partir daí pronto para as cinco horas de cozedura.
Povoado das Furnas
A povoação das Furnas concentrada no âmago do Vale das Furnas.
Uma Ponte Vegetada
Amigas cruzam uma ponte do Parque Terra Nostra, sobre um rio de vegetação.
Capela Nª Srª das Vitórias
A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.
O Forno da Terra
Funcionários da Povoação removem um cozido do seu buraco de cozedura.
Os Esses do Vale
Vacas pastam num pasto do Vale das Furnas.
Kit Cozido das Furnas
Um duo histórico e inseparável do cozido das Furnas.
Vista do Cimo de Ferro
Grupo de visitantes deslumbra-se com a vista do Vale das Furnas a partir do Pico do Ferro.
Mergulho de Açafrão
Banhista mergulha na água ferrosa da lagoa do Parque Terra Nostra.
Vale e Lagoa das Furnas
Parte da vista do Miradouro do Pico do Ferro, com a Lagoa das Furnas à direita.
Casario das Furnas
O aglomerado de edífícios, lares e outros, no coração do Vale das Furnas.
Terra Fervente e Borbulhante
Algumas das pequenas caldeiras nas imediações da lagoa das Furnas.
Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.

Ditou um mero acaso que partíssemos na direcção das Furnas do desvio que surge após a Fábrica de Chá Gorreana, na imediação dos Barreiros.

De um momento para o outro, a estrada impõe-se à ladeira que nos apontava à crista de São Miguel. Damos de caras com uma manada de vacas frísias, embaladas pela descida. Na sua dianteira, um vaqueiro solitário vê-se aflito para controlar duas ou três cabeças em tresmalhe e, para fazer abrandar os carros.

Em vez de nos desesperar, aquele trânsito bovino a preto e branco lança-nos novo desafio. Encostamos o carro à berma, saímos de câmaras preparadas e enfrentamos as vacas.

Dezenas de disparos fotográficos depois, com o vaqueiro atónito pela velocidade da operação, vemos a cauda da manada entrar para um portão com acesso a um pasto.

Conformados, regressamos ao carro. Retomamos a condução.

Numa diagonal sinuosa, a EN2-1A aproxima-se do cimo da ilha, por ali, ora exposto ora semi-velado por sucessivas sebes densas. Uma delas, oculta um campo de golfe já antes anunciado e a indicação de um miradouro, o do Pico do Ferro.

O Deslumbre Inevitável Gerado pelo Vale das Furnas

Por essa altura, estávamos mais que cientes do valor acrescido que estes pontos de observação têm nos Açores. Desviamos sem hesitar. Avançamos por uma alameda sombria, húmida, quase ensopada da névoa nortenha que ali se condensava. Quando o arvoredo abre à claridade, damos connosco num limiar inverosímil.

Num ápice, por diante, sobretudo para baixo, revela-se todo um lado de lá de São Miguel. Próxima e insinuante, uma grande lagoa, ainda mais verde que o verde micaelense em redor.

Na sua extensão, para sudeste, uma manta de retalhos feita de pastos, matas, cabeços, velhas crateras cobertas de vegetação e uma povoação branca aconchegada na vastidão.

Furnas, São Miguel, Açores

A povoação das Furnas concentrada no âmago do Vale das Furnas.

O céu de Estio, azulão, polvilhado de uns poucos novelos que se aventuravam à vertente desfavorável, permitia-nos ainda perceber uma orla florestada de caldeira que só não continha uma curta franja de Atlântico e o firmamento etéreo.

Em São Miguel, quem vem das Sete Cidades, sente-se tentado a pensar que tão cedo não verá igual.

Pois, apenas algumas dezenas de quilómetros para oriente da ilha, ali estava esse igual. Um cenário a que ninguém no seu perfeito juízo se atreveria a colocar defeitos.

Rendidos, apreciamo-lo e fotografamo-lo num silêncio quebrado por cliques, quase cerimonial.

Para não variar, com tanta contemplação, perdemos a noção do tempo.

Cozido das Furnas. Um Velho Ritual Geotermal

Se há hora sagrada no Vale das Furnas, é a de almoço. Não tanto pelo pitéu regional quase pronto em cada lar. Mais pelo que fumega e coze na cozinha ao ar livre entre as caldeiras e a Lagoa das Furnas.

Temos almoço marcado no Hotel Terra Nostra que serve o famoso cozido local. O plano mantinha-se, antes de o devorarmos, vemo-lo a sair da terra.

Ao nosso e a outros, também a serem enterrados, que a quantidade de encomendas, as de restaurantes e as privadas, e as cinco horas de cozedura subterrânea aconselhadas, obrigam a vários turnos. Tínhamos que voar baixinho.

Ora, o que nos faltava de caminho não era propriamente dado a pressas.

Cozido das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Um duo histórico e inseparável do cozido das Furnas.

A estrada faz-se à orla da Caldeira. Um corrupio de meandros entretém-nos com novas perspectivas, menos panorâmicas à medida que nos acercávamos do fundo.

Logo, uma recta desafogada, ladeada de casinhas brancas com telha portuguesa clássica, aponta-nos ao casario predominante.

Por fim, dávamos entrada nas Furnas. Navegamos o trajecto de um lado ao outro da povoação e disparamos para a lagoa.

Quando estacionamos junto às fumarolas, dois funcionários da Povoação, Rui Pareço e Eduardo Bettencourt, já davam às enxadas.

Receosos de aquelas panelas fossem as últimas do dia, corremos na sua direcção.

“Calma, calma ainda têm bastante que ver, não é preciso essa aflição toda!” sossega-nos Rui Pareço que, logo nos autoriza a seguir-lhes os passos.

Cozido das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Funcionários da Povoação removem um cozido do seu buraco de cozedura.

Aos poucos, os dois colegas removem mais e mais panelas com o conteúdo já fervente dos buracos. Passam-nas para a caixa da carrinha que conduziam.

Num ápice, voltam a ocupar os buracos vagados com refeições por cozinhar e a cobrir as tampas de madeira com o solo vulcânico abençoado da Terra.

Buracos dos cozidos das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Um dos buracos usado para a cozedura dos cozidos das Furnas fumega.

O Vulcanismo Potencialmente Destrutivo do Vale das Furnas

Enquanto os cozidos fervilhavam, percorremos os passadiços que revelavam as caldeiras e fumarolas ali ao lado, mais fumegantes e sulfurosas que qualquer panela destapada.

Não obstante a sua aparência idílica, o Vale das Furnas é vulcânico a sério.

Quando dizemos sério, referimo-nos a eruptivo, a potencialmente disruptivo e catastrófico, tendo em conta que vivem quase duas mil pessoas nos 7km de diâmetro da caldeira.

São as próprias autoridades que classificam o estratovulcão das Furnas, (situado a oeste do vulcão da Povoação) como um dos três potencialmente mais activos da ilha de São Miguel.

Lagoa das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

A Lagoa das Furnas vista do Miradouro do Pico do Ferro.

A descoberta de São Miguel deu-se entre 1426 e 1439. A ilha começou a ser povoada em redor de 1444. Estima-se que, apenas quatro anos antes, se verificou uma erupção significativa, a partir de um tal de Pico do Gaspar.

Há ainda a certeza de que, em 1630, ocorreu uma outra ainda mais danosa, com centro eruptivo no sul da grande caldeira, a caldeira, por sua vez, gerada por um evento vulcânico massivo de há cerca de trinta mil anos.

A erupção de 1630 foi condignamente descrita. Por eremitas que se tinham estabelecido no Vale das Furnas, primeiro num quarto cedido pelo donatário Manuel da Câmara.

Mais tarde, em cabanas de taipa improvisadas junto a uma ermida que fundaram, a de Nª Srª da Consolação. E, entretanto, num verdadeiro convento.

Pois, a erupção de 1630 arrasou tudo o que os eremitas haviam edificado.

Essa inesperada destruição forçou-os a instalarem-se noutras paragens, enquanto os povoadores do leste de São Miguel cultivavam um receio místico do vale.

Nem mesmo os pastores lá queriam voltar com o seu gado.

Vacas em pasto do Vale das Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Vacas pastam num pasto do Vale das Furnas.

Com o passar dos anos e o solo re-fertilizado pela erupção, a vegetação recuperava a um ritmo inédito. Sem notarem nova actividade vulcânica, os religiosos regressaram.

Do Abandono à Povoação Ininterrupta e Prolífica das Furnas

Abençoaram, assim, a povoação definitiva das Furnas, como o constatámos do alto do Pico do Ferro, ainda hoje espiritualmente validada por uma igreja de duas torres, a de Nª Srª da Alegria.

Aos poucos, chegaram moradores da Ponta Garça, da Maia, de Povoação, de Vila Franca e de outros lugares.

Por mais que o adiássemos, estava na hora de lhe seguirmos o exemplo.

Inspeccionamos mais uma fumarola dissimulada na beira da lagoa, junto a uma roulotte de comes e bebes que encontrámos cercada por um exército de patos que disputavam ofertas de pão.

Capela de Nossa Senhora das Vitórias. Um Tributo à Fé

Ainda damos uma volta à lagoa de maneira a admirarmos a capela de Nª Srª das Vitórias, mandada erguer em estilo neo-gótico por José do Canto (1820-1898), um grande proprietário e intelectual micaelense, como voto por o ter afligido uma doença grave da esposa.

A capela destaca-se da margem da lagoa e da vegetação acima. Tem a companhia da casa de férias de José do Canto onde o casal se encontra sepultado.

Formam um duo arquitectónico improvável que, sobretudo em dias de nevoeiro, reforça a aura de mistério da lagoa e do vale das Furnas.

Capela Nª Srª Vitórias. Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

A capela neo-gótica mandada erguer por José do Canto, como voto por a sua esposa ter padecido de uma doença grave.

Por fim, invertemos rumo para o âmago da vila.

Aterramos, descansados, na sala de refeições do hotel Terra Nostra desejosos de saborearmos o cozido que tínhamos visto enterrar e feito por merecer, um cozido distinto dos do Continente sobretudo pelo ligeiro sabor a enxofre e pela presença de dois ingredientes açorianos: a batata doce e o inhame.

Parque Terra Nostra: Exuberância Botânica e Arquitectónica nas Já Exuberantes Furnas

O hotel Terra Nostra que nos acolhia integra o parque histórico homónimo das Furnas, um reduto luxuriante, em certos trechos, de visual mais tropical que temperado.

Com tempo até ao fim da tarde, caminhamos entre a sua floresta ajardinada, florescida da paixão de um comerciante endinheirado de Boston, Thomas Hicking, pelas Furnas.

Ponte Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel

Amigas cruzam uma ponte do Parque Terra Nostra, sobre um rio de vegetação.

Inteirado da beleza e valor terapêutico da hidrópole do vale, em 1755, Hicking mandou erguer uma casa dotada de um enorme tanque de água com um ilhéu no centro e cercada de árvores.

Baptizou-a de Yankee Hall. Setenta e três anos depois, o influente Visconde da Praia, ilha Terceira, adquiriu a propriedade e ergueu a actual mansão no lugar da Yankee Hall.

A sua esposa, a viscondessa, era adepta de jardinagem. De acordo, o Visconde adicionou dois hectares à propriedade.

Ele próprio e os seus descendentes mandaram-nos preencher com o jardim viçoso e garboso que enche o ar das Furnas de clorofila, um dos jardins mais exuberante dos Açores e, atrevemo-nos a dizê-lo, das ilhas atlânticas.

Parque Terra Nostra, Furnas, São Miguel, Açores, Portugal

Banhistas deleitados na água morna da lagoa do Parque Terra Nostra.

Nos dias que correm, o tanque de Hicking é a grande atracção do Parque Terra Nostra.

Está cheio de uma água termal morna tão ferrosa que, em vez de translúcida é ocre, quando batida pelo sol, quase açafrão.

Atrai uma multidão de visitantes que nele chapinham e nadam em absoluto deleite. O nosso dia de exploração de São Miguel aproximava-se do ocaso.

Estava na hora de nos banharmos na afabilidade geotermal do Vale das Furnas.

São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Gravuras, Templo Karnak, Luxor, Egipto
Arquitectura & Design
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Aventura
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Cidades
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Cultura
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Tsitsikamma Parque Nacional
Em Viagem
Garden Route, África do Sul

O Litoral Jardim da África do Sul

Estendida por mais de 200km de costa natural, a Garden Route ziguezagueia por florestas, praias, lagos, desfiladeiros e parques naturais esplendorosos. Percorremo-la de leste para oeste, ao longo dos fundos dramáticos do continente africano.
Sombra de sucesso
Étnico
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
luz solar fotografia, sol, luzes
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 2)

Um Sol, tantas Luzes

A maior parte das fotografias em viagem são tiradas com luz solar. A luz solar e a meteorologia formam uma interacção caprichosa. Saiba como a prever, detectar e usar no seu melhor.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
História
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Vertente leste do vulcão, Ilha do Fogo, Cabo Verde
Ilhas
Ilha do Fogo, Cabo Verde

À Volta do Fogo

Ditaram o tempo e as leis da geomorfologia que a ilha-vulcão do Fogo se arredondasse como nenhuma outra em Cabo Verde. À descoberta deste arquipélago exuberante da Macaronésia, circundamo-la contra os ponteiros do relógio. Deslumbramo-nos no mesmo sentido.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Nuvem lenticular, Mount Cook, Nova Zelândia
Natureza
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Passadiço principal da Mumbo Island, Lago Malawi
Parques Naturais
Mumbo Island, Malawi

Um Lago Malawi Só para Nós

Dista meros 10km ou 40 minutos num barco tradicional do litoral sempre concorrido de Cape MacLear. Com apenas 1km de diâmetro, a ilha Mumbo proporciona-nos um retiro ecológico memorável no imenso Lago Malawi.
Palmeiras de San Cristobal de La Laguna, Tenerife, Canárias
Património Mundial UNESCO
Tenerife, Canárias

Pelo Leste da Ilha da Montanha Branca

A quase triangular Tenerife tem o centro dominado pelo majestoso vulcão Teide. Na sua extremidade oriental, há um outro domínio rugoso, mesmo assim, lugar da capital da ilha e de outras povoações incontornáveis, de bosques misteriosos e de incríveis litorais abruptos.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde, Baía do Tarrafal
Praias
Tarrafal, Santiago, Cabo Verde

O Tarrafal da Liberdade e da Vida Lenta

A vila de Tarrafal delimita um recanto privilegiado da ilha de Santiago, com as suas poucas praias de areia branca. Quem por lá se encanta tem ainda mais dificuldade em entender a atrocidade colonial do vizinho campo prisional.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Fiéis cristãos à saida de uma igreja, Upolu, Samoa Ocidental
Sociedade
Upolu, Samoa  

No Coração Partido da Polinésia

O imaginário do Pacífico do Sul paradisíaco é inquestionável em Samoa mas a sua formosura tropical não paga as contas nem da nação nem dos habitantes. Quem visita este arquipélago encontra um povo dividido entre sujeitar-se à tradição e ao marasmo financeiro ou desenraizar-se em países com horizontes mais vastos.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Vida Selvagem
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.