São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã


Fajã dos Vimes
Luz solar faz destacar a Fajã dos Vimes da costa sul de São Jorge.
Rosais
Contraste dramático na Ponta Ocidental da longilínea São Jorge.
Fajã do Ouvidor
Luz solar faz destacar o casario da Fajã do Ouvidor.
Manada Ensopada
Manada de vacas frisias sob um dos frequentes aguaceiros da ilha de São Jorge.
Pico da Boa Esperança
Marco C. Pereira e Sara Wong à beira de uma das lagoas do Pico da Boa Esperança.
Abençoado Declive
Torre da igreja da Fajã de São João, a leste da de Vimes.
Capuchinho Azul
Sara Wong caminha entre os cedros da floresta de Sete Fontes, em Rosais.
Ocaso bovino
Vacas pastam contra a derradeira luz do dia.
A Calheta
Casario de Calheta, apertado entre a falésia sul de São Jorge e o oceano.
Ponta de Rosais
Farol da Ponta de Rosais visto da Vigia da Baleia local.
Ocaso sobre o gado
Sol prestes a por-se a ocidente de São Jorge e dos Açores.
Calheta
A vila de Calheta na base de uma fajã estreita.
Vista para o sul do Leste
Um de muitos chafarizes de São Jorge, distrai do cenário grandioso do sul da ilha.
Curto Descanso
António Correia e Luís Azevedo numa curta pausa de trabalho rural num prado inclinado.
O Portão do Mar
Vulto cruza o Portão do Mar na beira-mar de Velas.
Incenseiro de Vimes
Incenso numa plantação da Fajã de Vimes.
À Luz de Velas
Iluminação artificial faz resplandecer o casario de Velas, a capital de São Jorge.
Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.

A primeira vez que sobrevoámos o Grupo Central açoriano, sentados à janela, reparámos em dois atributos.

A montanha cónica do Pico, tecto de Portugal, muito acima do plano médio em que assenta o triângulo insular. Do outro lado do mais longo dos canais, uma ilha longilínea, escarpada como nenhuma outra, uma gigantesca e verdejante nau da Terra por ali ancorada, com 54 km de comprimento por 7km de largura. Sobressaiam ainda várias das fajãs de São Jorge.

Não era esse o caso, mas, sempre que São Jorge é o destino final, ao fazer a sua aproximação à pista, o avião orienta-se a duas delas, a da Queimada e a de Santo Amaro.

A primeira vez que desembarcamos em São Jorge, deixamos o ferry oriundo de São Roque, destinado ao cais da Vila das Velas, a capital, também ela no fundo de um enorme declive.

Os vários dias na ilha, passamo-los sob esta ditadura geológica, entre as alturas da ilha e os seus acrescentos, fossem gerados por colapsos das vertentes ou por escoamentos ancestrais de lava.

Os Tempos de Incerteza da Descoberta e da Colonização

Malgrado a configuração, à primeira vista, desafiante de São Jorge, a Vila de Velas comprova o êxito da colonização local, com mais de meio milénio.

Foi inaugurada trinta anos após o descobrimento da ilha que se crê ter ocorrido por volta de 1439, mesmo que não se saiba ao certo quando se deu o primeiro avistamento e quem foi o marinheiro autor.

Os quase dois mil moradores de Velas habitam um casario prolífico que, com o tempo, ocupou a maior das áreas planas da ilha, na extensão de uma enseada generosa, favorável à ancoragem.

De 1470 em diante, as embarcações não mais pararam de chegar e zarpar, não tarda, incumbidas de carregar, destinados a Portugal Continental e ao norte da Europa, vinho, milho, inhame, pastel-dos-tintureiros e urzela.

À imagem do que aconteceu nas vizinhas ilhas do Pico e do Faial, parte dos colonos de São Jorge chegaram da Flandres. Deles se destacou o nobre Willem van der Haegen, cuja complexidade do nome justificou que o aportuguesassem para Guilherme da Silveira.

As Velas das Naus, e a Vila das Velas

As velas de tais embarcações terão, com forte probabilidade, inspirado o baptismo popular da Vila de Velas, se bem que coexistam diversas outras hipóteses.

São, algumas, a distorção de “belas”, a simples adaptação do nome de uma terra do Continente português ou até origem numa expressão derivada do “velar” sinónimo de vigiar, fosse a passagem de baleias, fosse a actividade vulcânica que, como veremos adiante, se veio a revelar um sério obstáculo à constância e paz do assentamento.

Caminhamos pelas ruas de Velas, do seu Portão do Mar para cima.

Admiramos a elegância açoriana da vila, abençoada como é suposto, por um templo do Senhor condigno, neste caso, a sua Igreja Matriz.

A inclinação do terreno pouco ou nada obstou à harmonia do casario, espaçado, polido, em certos pontos até resplandecente de cor, como em redor do Jardim da Praça da República, com coração no seu coreto escarlate.

Haveríamos de voltar a Velas dia após dia.

Com toda São Jorge por desvendar, fizemo-nos à estrada e à ladeira sinuosa que sobe do limiar da povoação às alturas da ilha.

No tempo que decorrera desde a travessia do Pico, uma tal de tempestade Bárbara afectava o Continente. Como o víamos, ou era outra que sobre nós se intensificava, ou chegava com tal nível de barbaridade que atormentava em simultâneo os Açores.

Quanto mais ascendemos na ilha e perdemos a protecção do seu Sul mais sentimos a força do vento. Avolumava-se em nós a curiosidade quanto à vertente setentrional de São Jorge.

Umas rabanadas invernosas e aguaceiros imprevisíveis, não chegariam para nos intimidar.

Barrados pela passagem de uma manada extensa de vacas frísias, deixamos a estrada N1.

Metemo-nos numa outra que, perdida em pastos e rectângulos agrícolas murados, intersecta a ilha.

A Visão Deslumbrante da Fajã do Ouvidor

Numa quase diagonal sinuosa, contornamos o domínio repleto de caldeiras do Pico da Boa Esperança (1053 m, maior elevação da ilha) e prosseguimos para Norte Grande. No limiar norte desse Norte, damos com o cimo e com o miradouro que procurávamos, o da Fajã do Ouvidor.

Por diante, mas cerca de 400 metros abaixo, destacava-se da ilha uma sua adenda. O nome da fajã advém de, nos tempos idos da colonização, ter sido seu proprietário Valério Lopes de Azevedo, o Ouvidor do Capitão Donatário de então.

Não obstante uma cobertura densa de ervado agrícola, a lava negra e sulcada a descoberto na orla do mar, parecia comprovar uma origem em escoadas lávicas. Uma vez solidificada e erodida, moldaram-se nela diversas piscinas marinhas naturais nessa altura, invadidas e batidas pelas vagas aumentadas pelo vento.

O factor balnear da fajã do Ouvidor faz com que, nos meses de Verão, seja uma das mais concorridas da ilha. As casas mais modernas ameaçam suplantar em número as de construção tradicional.

Por outro lado, malgrado durante quase todo o ano ser usada pelos agricultores da zona, com o Estio, chegam dezenas de famílias de férias.

O Café, o restaurante e, se for caso disso, até a discoteca abrem.

A Ouvidor ganha outra vida.

A Sequência Deslumbrante de Fajãs da Costa Norte

Do cimo do Miradouro, olhando a leste, vislumbrávamos também os contornos da fajã mais próxima, a da Ribeira da Areia. Logo, menos óbvias, a do Mero, a da Penedia, a das Pontas.

Mais distante, pronunciada sobre o Atlântico, em forma de vulcão achatado, distinguíamos ainda a dos Cubres, senhora de uma fascinante lagoa de água salobra, vulnerável às marés mais cheias e às vagas fortes das tempestades.

A Fajã dos Cubres é ainda o ponto de partida de uma caminhada deslumbrante à vizinha Fajã da Caldeira do Santo Cristo a que dedicaremos o seu próprio artigo. Até lá, regressemos às terras cimeiras de São Jorge.

Voltamos a atravessar para a costa sul onde descemos para a Calheta, a vizinha de Velas.

Já como vila, continuou a contribuir para a colonização e o desenvolvimento da ilha que não evitou um progressivo decréscimo populacional.

Calheta: há Séculos na Calha da Vila de Velas

Passada a segunda metade do século XIX, a Calheta, em particular, tinha quase 8400 habitantes. Em 2011, contava com 3773.

Como seria de esperar, a vila passou pelas mesmas provações que Velas. Ataques de piratas e corsários, sismos – com destaque para o “Mandado de Deus” de 1757 – derrocadas e maremotos inundantes como o de Outubro de 1945.

Hoje, protege a Calheta do Atlântico o término áspero de uma torrente lávica pré-histórica e um muro que a municipalidade lhe acrescentou como limite extra da marginal.

Chegamos ao limiar leste da sua enseada e porto. Espreitamos a antiga fábrica de conservas Marie d’Anjou, recém-transformada no Museu da Ilha.

Sentimos o pulso ao dia-a-dia da povoação, após o que voltamos a ascender a vertente jorgense.

De Volta ao Cimo, Rumo à Ponta Leste de São Jorge

Retomamos o rumo para o oriente da ilha, sempre atentos ao mapa, em busca das fajãs na sua base. Pelo caminho, deliciamo-nos com a sucessão de chafarizes seculares da ilha, todos marcados com as iniciais O.P. (obras públicas), e o ano da sua construção.

Um deles, de pedra vulcânica dourada pelo tempo, parecia querer distrair-nos da obra de arte natural que se estendia por detrás: o resto verdejante e abrupto da ilha, desdobrado em três grandes recortes de falésias meridionais.

Um meandro da estrada leva-nos à base de uma encosta resplandecente, verdejante e salpicada por pedras de um velho moinho de água. Uns quilómetros para diante, um novo miradouro revela-nos nova fajã, a de Vimes.

O Café Prodigioso da Fajã de Vimes

Ziguezagueamos a favor da gravidade, até desembocarmos no seu litoral humanizado. Mesmo se o dia continuava ventoso e fresco, o cenário acima tinha o seu quê de quase tropical. De tal maneira que em termos vegetais e rurais, o produto estrela da Fajã de Vimes é o café.

Metemo-nos por um trilho pedregoso acima. Não tarda, entre muros e uma quase selva açoriana, identificamos as suas bagas, por essa altura, amareladas de verdes.Tentávamos ainda perceber a configuração caótica da plantação, quando o céu plúmbeo nos soltou um dilúvio em cima. Corremos para a beira-mar.

Logo, desviamos para um estabelecimento. Já encharcados, mas em boa-hora, refugiamo-nos no Café Nunes. Ao balcão, Sr. Nunes, o próprio, dá-nos as boas-vindas. “Mas podiam ter-se metido no carro e traziam-no aqui até à porta.”

Agradecemos-lhe a atenção, pedimos dois cafés e queijadas para acompanhar. “E que tal? É especial, não é?” Expressamos ao Sr. Nunes a nossa concordância.

Ele, retorque com preocupações justificadas com o futuro do seu negócio. “Eu tenho cada vez menos saúde para tratar da plantação e não posso pagar para a manterem. O mato, ali, volta a crescer nuns poucos dias. O meu filho é arquitecto, a minha filha trabalha no turismo. Sobra-lhes pouco tempo. Mesmo assim, o ano passado conseguimos colher uma boa tonelada de café, arábica e do melhor!”

A conversa dura bem mais que a chuva. Amornados pelo calor do acolhimento, despedimo-nos.

Em Busca do Topo de São Jorge

Retornamos à estrada principal no cimo da falésia. Da qual, descemos à fajã de São João, onde, por algum tempo, a esplanada da pitoresca taberna Águeda nos serve de pouso.

Logo, visamos o extremo sudeste de São Jorge, ponta que os seus ilhéus chamam de Topo, e povoação senhora de um Império do Espírito Santo amarelo-vermelho dos mais elegantes que encontrámos por terras dos Açores.

Tudo, por estes lados, é conotado com o apogeu. Desviamos para o farol da Ponta do Topo.

Chegados à finisterra jorgense abaixo, ficamos a admirar a fúria com que o Atlântico castigava a costa em redor e, ao largo, o excêntrico Ilhéu do Topo.

Revertemos no itinerário.

Cumpridos 40km opostos da EN2 de São Jorge, chegamos a terras de Urzelina.

Damos com o que sobra da velha igreja local, a sua torre sineira.

Do Evento Vulcânico Inesperado de Urzelina à Vastidão da Ponta dos Rosais

Em 1808, uma inesperada erupção do vulcão de Urzelina arrasou boa parte da povoação, mas não só. A sua lava fluiu encosta abaixo. Só se deteve após acrescentar um V  lávico bem aberto ao sopé da ilha.

A erupção fez os moradores fugirem em pânico.

Na narrativa mais fidedigna do evento, o Padre João Ignácio da Silveira, conta que as freiras de Velas se refugiaram na igreja de Rosais. Seguimos-lhe os passos.

Cruzamos a floresta de cedros lúgubre e húmida de Sete Fontes.

Do lado oposto, encaramos a ponta de São Jorge oposta à do Topo e uma imensidão de retalhos agrícolas ainda fustigados pelo vendaval.

O farol abandonado de Rosais e a Vigia da Baleia que também olha pelas suas ruínas foi tanto quanto pudemos explorar do extremo ocidental intrigante de São Jorge.

Deixámos muitas das fajãs da ilha por desvendar.

E um pretexto incontornável para regressarmos.

Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
Ponta de São Lourenço, Madeira, Portugal

A Ponta Leste, algo Extraterrestre da Madeira

Inóspita, de tons ocres e de terra crua, a Ponta de São Lourenço surge, com frequência, como a primeira vista da Madeira. Quando a percorremos, deslumbramo-nos, sobretudo, com o que a mais tropical das ilhas portuguesas não é.
Vale das Furnas, São Miguel

O Calor Açoriano do Vale das Furnas

Surpreendemo-nos, na maior ilha dos Açores, com uma caldeira retalhada por minifúndios agrícolas, massiva e profunda ao ponto de abrigar dois vulcões, uma enorme lagoa e quase dois mil micaelenses. Poucos lugares do arquipélago são, ao mesmo tempo, tão grandiosos e acolhedores como o verdejante e fumegante Vale das Furnas.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Fieis acendem velas, templo da Gruta de Milarepa, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 9º Manang a Milarepa Cave, Nepal

Uma Caminhada entre a Aclimatização e a Peregrinação

Em pleno Circuito Annapurna, chegamos por fim a Manang (3519m). Ainda a precisarmos de aclimatizar para os trechos mais elevados que se seguiam, inauguramos uma jornada também espiritual a uma caverna nepalesa de Milarepa (4000m), o refúgio de um siddha (sábio) e santo budista.
Arquitectura & Design
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A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Barcos sobre o gelo, ilha de Hailuoto, Finlândia
Aventura
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Um Refúgio no Golfo de Bótnia

Durante o Inverno, a ilha de Hailuoto está ligada à restante Finlândia pela maior estrada de gelo do país. A maior parte dos seus 986 habitantes estima, acima de tudo, o distanciamento que a ilha lhes concede.
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Dia da Austrália: em Honra da Fundação, de Luto Pela Invasão

26/1 é uma data controversa na Austrália. Enquanto os colonos britânicos o celebram com churrascos e muita cerveja, os aborígenes celebram o facto de não terem sido completamente dizimados.
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Da Fronteira Indígena à Capital do Luisiana

Aquando da sua incursão Mississipi acima, os franceses detectaram um bastão vermelho que separava os territórios de duas nações nativas. Dessa expedição de 1723 para cá, sucederam-se as nações europeias dominadoras destas paragens. Com o fluir da História, Baton Rouge tornou-se o cerne político do 18º estado dos E.U.A.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Em Viagem
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Promessa?
Étnico
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Insólito Balnear
História

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Ilhas
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Igreja Sta Trindade, Kazbegi, Geórgia, Cáucaso
Inverno Branco
Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Enseada, Big Sur, Califórnia, Estados Unidos
Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil, cachoeira Véu de Noiva
Natureza
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Brasil

No Coração Ardente da América do Sul

Foi só em 1909 que o centro geodésico sul-americano foi apurado por Cândido Rondon, um marechal brasileiro. Hoje, fica na cidade de Cuiabá. Tem nas imediações, os cenários deslumbrantes mas demasiado combustíveis da Chapada dos Guimarães.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Parques Naturais
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Jerusalém deus, Israel, cidade dourada
Património Mundial UNESCO
Jerusalém, Israel

Mais Perto de Deus

Três mil anos de uma história tão mística quanto atribulada ganham vida em Jerusalém. Venerada por cristãos, judeus e muçulmanos, esta cidade irradia controvérsias mas atrai crentes de todo o Mundo.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Praias
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Sombra vs Luz
Religião
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Composição Flam Railway abaixo de uma queda d'água, Noruega
Sobre Carris
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Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Graffiti deusa creepy, Haight Ashbury, Sao Francisco, EUA, Estados Unidos America
Sociedade
The Haight, São Francisco, E.U.A.

Órfãos do Verão do Amor

O inconformismo e a criatividade ainda estão presentes no antigo bairro Flower Power. Mas, quase 50 anos depois, a geração hippie deu lugar a uma juventude sem-abrigo, descontrolada e até agressiva.
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A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
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Transpantaneira, Pantanal e Confins do Mato Grosso

Partimos do coração sul-americano de Cuiabá para sudoeste e na direcção da Bolívia. A determinada altura, a asfaltada MT060 passa sob um portal pitoresco e a Transpantaneira. Num ápice, o estado brasileiro de Mato Grosso alaga-se. Torna-se um Pantanal descomunal.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.