Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada


O Pico Juliana
Estrada Regional 111 serpenteia abaixo do Pico Juliana.
A Rocha Quebrada
Carolina Freitas contempla a falésia sulcada da Rocha Quebrada.
Ciprestes e o Fundo
Ciprestes despontam do cimo da vertente do Pjco Branco.
Direcções & Distâncias
Tabuleta tripla indica os sentidos e distâncias mais importantes da vereda.
A Vista do Cimo
Sara Wong e Carolina Freitas no cimo do Pico Branco.
Luz radiosa
Luz resplandece no relevo abaixo e a sul do Pico Branco.
A Vista do Pico Branco
O relevo acidentado abaixo e para sul do Pico Branco, o segundo ponto mais elevado de Porto Santo.
Nicho santuário
Santuário fúnebre com imagem da Virgem Maria.
Um V de Mar
Um recorte da vertente do Pico Branco emoldura o Atlântico azulão.
Cenário de Ouro
Carolina Freitas desce a escadaria que conduz ao cimo do Pico Branco.
Mar Verde-Azul
Folhagem de ciprestes recorta a vastidão do oceano Atlântico.
As Traseiras de Porto Santo
Enseada profunda da costa norte de Porto Santo.
Um Farto Fetal
Caminhante prestes a deixar um fetal da vereda Pico Branco e Terra Chã para trás.
No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.

Os moinhos da Portela ficam para trás, no seu girar imaginário ao vento do cimo da Portela.

Carolina Freitas aponta o jipe às curvas, altos e baixos da Estrada Regional 111. Cruzamos a Serra de Fora do Porto Santo, a mais próxima do sul da Vila Baleira e da faixa urbanizada da ilha. Curva atrás de curva, entramos na outra Serra, a de Dentro. Em tempos, as encostas e o vale desta serrania interior abrigavam abundantes agrícolas.

O solo chegou a ser fértil ao ponto de justificar o trabalho de erguer conjuntos de socalcos. preparados para reter a chuva e a humidade que agraciassem as vertentes oeste da ilha, bem mais irrigadas que as a oriente, de tal maneira que subsistem na sua base, dois grandes reservatórios que a rara pluviosidade abastece. De acordo, quase só essas vertentes do oeste eram plantadas com cevada e outros cereais de sequeiro.

Com o tempo, a ilha do Porto Santo tornou-se mais árida. Em simultâneo, a preponderância do turismo reforçada sobretudo pela grande praia da costa sul de que nos continuávamos a distanciar, retirou sentido à agricultura trabalhosa da ilha.

A ER 111 serpenteia um pouco mais e flecte para oeste. Sem que o esperássemos, deixamos de a acompanhar. Carolina entra para um desvio de terra batida, ascendemos umas dezenas de metros. A guia detém o jipe.

Porto Santo, ER111 e Pico Juliana

Estrada Regional 111 serpenteia abaixo do Pico Juliana.

Da Estrada à Vereda para o Pico Branco e Terra Chã

“Cá estamos. Vamos a isto? desafia-nos, com a sua energia contagiante de sempre. Estamos a meio da tarde. Faz um calor abafado por nuvens de um cinzento-claro que só de quando em quando concedem ao sol uma espreitadela.

Acima e pela frente temos uma longa vertente sulcada e listada por incontáveis colunas de rocha que a erosão desgastou ou, a espaços, fez sumir.

Pouco a pouco, o caminho sobe na vertente. Em tempos, deixava os caminhantes expostos a precipícios consideráveis, razão porque foi dotado de uma vedação de madeira, do mesmo tom que a superfície da encosta, de tal maneira camuflada que a distância a faz desaparecer.

Afiançam registos e a memória dos ilhéus que, noutra era, este mesmo trilho terá sido escavado na ladeira pedregosa para permitir que os burros da ilha carregassem a cevada entre a Terra Chã em que era cultivada e o norte da ilha. Hoje, no fundo do vale, a própria estrada ER 111 emula os meandros elevados da vereda.

A sucessão interminável das colunas prismáticas da Rocha Quebrada, mesmo se intrigante e deslumbrante, acaba por tornar o cenário por diante repetitivo.

A reacção natural é virarmos a atenção para as vistas pelas costas e para as do lado de lá do vale.

Atrás de nós, destacado acima de um vislumbre do mar do norte, destacava-se o Pico Juliana (316m), pontiagudo, sulcado por socalcos que se estendiam até ao seu cume rochoso. E repleto de arvoredo juvenil, supomos que pequenos pinheiros-de-Alepo.

Carolina fala-nos também do mais baixo Pico da Gandaia que – dizem as más-línguas da ilha – recebeu tal baptismo por ser um dos eleitos pelos casais de Porto Santo para namoricos e afins.

Os Inevitáveis Coelhos de Porto Santo

Não obstante a sua dureza inóspita de quase rocha, sempre que o declive da vertente se suaviza um pouco, do nada, surgem os prolíficos coelhos do Porto Santo, descendentes do casal que se diz introduzido por Bartolomeu Perestrelo, futuro capitão donatário do Porto Santo.

Sabe-se que, apesar de terem assegurado uma fonte fácil de carne, como se esperava, os coelhos reproduziram-se de forma exponencial.

Porto Santo, Rocha Quebrada, Terra Chã e Pico Branco

Carolina Freitas contempla a falésia sulcada da Rocha Quebrada.

Se o Porto Santo já não era propriamente luxuriante, menos vegetação passou a ter quando centenas, milhares de espécimes passaram a sobreviver da pouca que existia, da nativa da ilha e da dos cultivos que foram introduzidos, casos da vinha, da cana-de-açúcar e das mais diversas experiências hortícolas.

Desde então bem alimentados, os coelhos contemplavam-nos, por breves momentos, de orelhas bem levantadas. Logo, saíam disparados encosta abaixo para uma qualquer toca do seu contentamento.

Continuamos a ascender. Tínhamos começado em redor dos 200 m acima do nível do mar.  Sabíamos que o mais alto a que o percurso chegava eram os 450 m do Pico Branco, a segunda maior elevação da ilha. Em termos de esforço físico, a conquista deste quase monte estava longe nos intimidar.

Porto Santo, Visto do cimo do Pico Branco

Ciprestes despontam do cimo da vertente do Pjco Branco.

O  Cimo Panorâmico do Cabeço do Caranguejo

Prosseguimos com caminhada e à conversa, sempre que os pulmões bombeavam oxigênio suficiente para as duas actividades. Interrompemos a tagarelice no assalto final, bem mais íngreme que até então, ao Cabeço do Caranguejo, uma orla pedregosa que nos desvendou as primeiras vistas para o lado nordeste da arriba.

Contornamo-lo. Inauguramos a descida para esse lado. Uma bifurcação do trilho estabelecia os caminhos para o Pico Branco e para a Terra Chã, esta, uns 400 metros para baixo e para o interior.

Como previsto, tomamos o do Pico Branco, que continua pelo meio de uma inesperada floresta de ciprestes-da-Califórnia enormes e viçosos, empoleirados na encosta, a comporem um inesperado Porto Santo frondoso e verdejante.

Aqui e ali, complementado por escadarias, o trilho ziguezagueia ajustado ao cimo do monte. Revela-nos perspectivas vertiginosas das falésias e enseadas acima da Ponta do Miguel, batidas por um Atlântico que um qualquer truque da luz exibia num azul resplandecente.

Porto Santo, vista para sul do Pico Branco

Sol filtrado por nuvens incide no relevo abaixo e a sul do Pico Branco.

Víamo-lo salpicado do branco da espuma marinha que envolvia os grandes rochedos e até ilhéus que colonizavam o oceano, um domínio ermo esvoaçado por espécies marinhas felizardas: cagarras, andorinhas-do-mar, almas-negras, roques-de-castro, rolinhas-da-praia.

E outras, no grupo das rapinas, as mantas e os francelhos, toda uma avifauna em parte endémica que contribuiu para a recente candidatura de Porto Santo a Reserva da Biosfera da UNESCO, feita em Setembro de 2019, e sob apreciação da organização.

A Conquista do Pico Branco e a Ameaça Pirata ao Porto Santo

Vencido um derradeiro meandro, conquistamos o Pico Branco.

Aos 450 metros do cume, confirmamos a pedra esbranquiçada que o forma, em certas secções mais expostas à humidade, coberta de urzela, o líquen que lhe inspirou o baptismo, em ambos os casos contrastantes com a terra e rocha vermelha e vulcânica abundante no caminho para o cume.

Do cimo achatado e murado do Pico Branco, deslumbramo-nos com a vista sobre o sul. A Terra Chã e a Ponta dos Ferreiros, o vislumbre do Ilhéu de Cima, no prolongamento da Ponta do Passo.

Porto Santo, cume do Pico Branco

Sara Wong e Carolina Freitas no cimo do Pico Branco.

E, para o interior da ilha, mais distante, o Pico do Facho (516 m). Este que é o cume supremo de Porto Santo ficou assim para a historia por ter servido para avistar a aproximação de navios piratas do Porto Santo e para alertar os habitantes para a sua aproximação.

O aviso fazia-se com recurso ao fogo de grandes fachos, visíveis a qualquer hora do dia, não fossem os piratas magrebinos apanhá-los desprevenidos.

As matamorras como a que resiste na Casa da Serra que avistamos do Miradouro da Terra Chã, permitiam aos portosantenses esconderem os mantimentos e outros bens essenciais à subsistência na ilha. Não eram garantia de segurança, longe disso.

Sabe-se que um dos lugares preferidos para refúgio dos bárbaros chegados de África era o Pico do Castelo (437m), em que subsistem ruínas de uma fortaleza erguida durante o século XVI, já a ameaça dos piratas atormentava há muito a vida e o sono dos colonos.

Mesmo com o Porto Santo já dotado do pequeno castelo no cimo do morro, numa determinada incursão e pilhagem pirata de 1617, quase todos os portosantenses foram levados como escravos para terras africanas infiéis que, dali, continuam a distar pouco menos de 500km.

Porto Santo, Fetal da vereda Terra Chã e Pico Branco

Tabuleta tripla indica os sentidos e distâncias mais importantes da vereda.

O Esconderijo dos Homiziados e os Frades Naufragados

Abaixo da Terra Chã, existe uma furna que se popularizou como dos Homiziados. Terá servido de esconderijo dos piratas mas também, como o nome indica, de abrigo para os fora-da-lei da ilha. E, não bastassem as tragédias trazidas pelos piratas, conta uma lenda que, em tempos, o tecto dessa tal gruta se abateu sobre alguns infelizes abrigados.

São raros, no Porto Santo, os nomes de lugares dados à toa. Em cada baptismo, a ilha faz questão de eternizar o seu passado.

Nas imediações da Terra Chã, fica outro desses exemplos, o Porto de Frades. A quem hoje o encontra, parece apenas e só uma enseada com beira-mar de calhau, água cristalina e um visual ocre-amarelado com o seu quê de misticismo. E, no entanto, o nome que ostenta deixa uma pista para outro dos episódios ainda hoje debatidos da história do Porto Santo.

Segundo narram registos de então, durante a sua segunda visita à ilha, Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira encontraram naquela mesma calheta dois frades portugueses.

Os monges tinham zarpado de Portugal com o rumo das ilhas Canárias, com a missão de contribuir para a conversão dos indígenas Guanches, nativos daquele arquipélago e que então continuavam a resistir à ocupação dos colonos espanhóis e franceses.

Pois, segundo esclareceram, a embarcação em que seguiam teria naufragado. Ainda assim, conseguiram alcançar o Porto Santo. Socorridos pelos homens de Zarco e Tristão, os frades acederam a acompanhar a expedição portuguesa e a se fixarem na ilha da Madeira em vez de nas nas Canárias.

Porto Santo, santuário com Virgem Maria

Santuário fúnebre com imagem da Virgem Maria.

A sua presença na Madeira suscitou que outros frades para lá se mudassem do continente. Mais tarde, a congregação que integraram veio a fundar o Convento de São Bernardino, na região de Câmara de Lobos.

Em Porto Santo, um legado religioso comparável é o da Capela de Nª Srª da Graça cujas fundações se estimam anteriores a 1533. Estava, todavia, escondida para oeste da Serra de Fora que, dali, não conseguíamos avistar.

Tínhamos deixado o jipe abaixo do Pico Juliana. Vimo-nos, assim, obrigados a um regresso de 2km e pouco pelo caminho que ali nos levara.

Porto Santo, Fetal da vereda Terra Chã e Pico Branco

Caminhante prestes a deixar um fetal da vereda Pico Branco e Terra Chã para trás.

Cumprimo-lo no mesmo modo da ida: deslumbrados pelas obras de arte geológicas impressionantes de Porto Santo. De olho nos coelhos que nos mantinham sob vigia.

 

Para Reservar Actividades em Porto Santo contacte a DUNAS VIAGENS E TURISMO

www.dunastravel.com

+351  291 983 088

[email protected]

Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Ilha das Flores, Açores

Os Confins Atlânticos dos Açores e de Portugal

Onde, para oeste, até no mapa as Américas surgem remotas, a Ilha das Flores abriga o derradeiro domínio idílico-dramático açoriano e quase quatro mil florenses rendidos ao fim-do-mundo deslumbrante que os acolheu.
Vulcão dos Capelinhos, Faial, Açores

Na Pista do Mistério dos Capelinhos

De uma costa da ilha à opostoa, pelas névoas, retalhos de pasto e florestas típicos dos Açores, desvendamos o Faial e o Mistério do seu mais imprevisível vulcão.
Ilha Terceira, Açores

Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

Foi chamada Ilha de Jesus Cristo e irradia, há muito, o culto do Divino Espírito Santo. Abriga Angra do Heroísmo, a cidade mais antiga e esplendorosa do arquipélago. São apenas dois exemplos. Os atributos que fazem da ilha Terceira ímpar não têm conta.
São Miguel, Açores

Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
Ilha do Pico, Açores

Ilha do Pico: o Vulcão dos Açores com o Atlântico aos Pés

Por um mero capricho vulcânico, o mais jovem retalho açoriano projecta-se no apogeu de rocha e lava do território português. A ilha do Pico abriga a sua montanha mais elevada e aguçada. Mas não só. É um testemunho da resiliência e do engenho dos açorianos que domaram esta deslumbrante ilha e o oceano em redor.
Santa Maria, Açores

Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Horta, Açores

A Cidade que Dá o Norte ao Atlântico

A comunidade mundial de velejadores conhece bem o alívio e a felicidade de vislumbrar a montanha do Pico e, logo, o Faial e o acolhimento da baía da Horta e do Peter Café Sport. O regozijo não se fica por aí. Na cidade e em redor, há um casario alvo e uma efusão verdejante e vulcânica que deslumbra quem chegou tão longe.
Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura

Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.
Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda - Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do "Pequeno Tibete Português" às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Graciosa, Açores

Sua Graça a Graciosa

Por fim, desembarcarmos na Graciosa, a nossa nona ilha dos Açores. Mesmo se menos dramática e verdejante que as suas vizinhas, a Graciosa preserva um encanto atlântico que é só seu. Quem tem o privilégio de o viver, leva desta ilha do grupo central uma estima que fica para sempre.
Corvo, Açores

O Abrigo Atlântico Inverosímil da Ilha do Corvo

17 km2 de vulcão afundado numa caldeira verdejante. Uma povoação solitária assente numa fajã. Quatrocentas e trinta almas aconchegadas pela pequenez da sua terra e pelo vislumbre da vizinha Flores. Bem-vindo à mais destemida das ilhas açorianas.
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Funchal, Madeira

Portal para um Portugal Quase Tropical

A Madeira está situada a menos de 1000km a norte do Trópico de Câncer. E a exuberância luxuriante que lhe granjeou o cognome de ilha jardim do Atlântico desponta em cada recanto da sua íngreme capital.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Yak Kharka a Thorong Phedi, Circuito Annapurna, Nepal, iaques
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 11º: Yak Karkha a Thorong Phedi, Nepal

A Chegada ao Sopé do Desfiladeiro

Num pouco mais de 6km, subimos dos 4018m aos 4450m, na base do desfiladeiro de Thorong La. Pelo caminho, questionamos se o que sentíamos seriam os primeiros problemas de Mal de Altitude. Nunca passou de falso alarme.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Celebração newar, Bhaktapur, Nepal
Cerimónias e Festividades
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Estátuas de elefantes à beira do rio Li, Elephant Trunk Hill, Guilin, China
Cidades
Guilin, China

O Portal Para o Reino Chinês de Pedra

A imensidão de colinas de calcário afiadas em redor é de tal forma majestosa que as autoridades de Pequim a imprimem no verso das notas de 20 yuans. Quem a explora, passa quase sempre por Guilin. E mesmo se esta cidade da província de Guangxi destoa da natureza exuberante em redor, também lhe achámos os seus encantos.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Cultura
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
formas de pagamento em viagem, fazer compras no estrangeiro
Em Viagem
Viajar Não Custa

Na próxima viagem, não deixe o seu dinheiro voar

Nem só a altura do ano e antecedência com que reservamos voos, estadias etc têm influência no custo de uma viagem. As formas de pagamento que usamo nos destinos pode representar uma grande diferença.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Étnico
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
História
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Ilha do Mel, Paraná, Brasil, praia
Ilhas
Ilha do Mel, Paraná, Brasil

O Paraná Adocicado da Ilha do Mel

Situada à entrada da vasta Baía de Paranaguá, a ilha do Mel é louvada pela sua reserva natural e pelas melhores praias do estado brasileiro do Paraná. Numa delas, uma fortaleza mandada erguer por D. José I resiste ao tempo e às marés.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
vale profundo, socalcos arroz, batad, filipinas
Natureza
Batad, Filipinas

Os Socalcos que Sustentam as Filipinas

Há mais de 2000 anos, inspirado pelo seu deus do arroz, o povo Ifugao esquartejou as encostas de Luzon. O cereal que os indígenas ali cultivam ainda nutre parte significativa do país.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Terraços de Sistelo, Serra do Soajo, Arcos de Valdevez, Minho, Portugal
Parques Naturais
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

Do “Pequeno Tibete Português” às Fortalezas do Milho

Deixamos as fragas da Srª da Peneda, rumo a Arcos de ValdeVez e às povoações que um imaginário erróneo apelidou de Pequeno Tibete Português. Dessas aldeias socalcadas, passamos por outras famosas por guardarem, como tesouros dourados e sagrados, as espigas que colhem. Caprichoso, o percurso revela-nos a natureza resplandecente e a fertilidade verdejante destas terras da Peneda-Gerês.
Assuão, Egipto, rio Nilo encontra a África negra, ilha Elefantina
Património Mundial UNESCO
Assuão, Egipto

Onde O Nilo Acolhe a África Negra

1200km para montante do seu delta, o Nilo deixa de ser navegável. A última das grandes cidades egípcias marca a fusão entre o território árabe e o núbio. Desde que nasce no lago Vitória, o rio dá vida a inúmeros povos africanos de tez escura.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
ilha Martinica, Antilhas Francesas, Caraíbas Monumento Cap 110
Praias
Martinica, Antilhas Francesas

Caraíbas de Baguete debaixo do Braço

Circulamos pela Martinica tão livremente como o Euro e as bandeiras tricolores esvoaçam supremas. Mas este pedaço de França é vulcânico e luxuriante. Surge no coração insular das Américas e tem um delicioso sabor a África.
Gelados, Festival moriones, Marinduque, Filipinas
Religião
Marinduque, Filipinas

Quando os Romanos Invadem as Filipinas

Nem o Império do Oriente chegou tão longe. Na Semana Santa, milhares de centuriões apoderam-se de Marinduque. Ali, se reencenam os últimos dias de Longinus, um legionário convertido ao Cristianismo.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Parada e Pompa
Sociedade
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.