Fuerteventura, Ilhas Canárias, Espanha

A (a) Ventura Atlântica de Fuerteventura


Vista do cimo de El Islote
A playa Cofete dividida em duas baías irresistíveis como visto do cimo de El Islote.
Escultura caprina de Sicasumbre
Homenagem às cabras majoreras do artista da ilha majorero Juan Miguel Cubas.
Passeio solitário
Morador percorre uma vastidão inóspita entre o farol de Jandía e Puerto de La Cruz.
Rumo a Cofete
Estrada sinuosa que conduz da costa sudeste ao Miradouro sobre a Praia Cofete e à costa Sudoeste de Fuerteventura.
Costa sudoeste & Praia Cofete
Um dos recantos mais intocados de Fuerteventura, a vertente do seu extremo sudoeste e a longa praia Cofete.
El Puertito
Vista da aldeola litoral de Puerto de La Cruz, mais conhecida por El Puertito.
Pasto rugoso
Cabras pastam na extensão pedregosa de um curral.
Velas aos ventos alísios
Windsurfers deslizam sobre o oceano Atlântico turquesa ao largo de Jandía.
Atlântico de Oeste
Ondas desfazem-se no areal vasto da Playa Cofete.
O tecelão
Filipe Marrero Frances, um artesão que demonstra a arte majorera de tecer na casa-museu Santa Maria.
A secura verde de Cofete
Um dos muitos cacto viçosos que despontam na encosta pedregosa de Cofete.
Os romanos conheciam as Canárias como as ilhas afortunadas. Fuerteventura, preserva vários dos atributos de então. As suas praias perfeitas para o windsurf e o kite-surf ou só para banhos justificam sucessivas “invasões” dos povos do norte ávidos de sol. No interior vulcânico e rugoso resiste o bastião das culturas indígenas e coloniais da ilha. Começamos a desvendá-la pelo seu longilíneo sul.

Não temos como escapar-lhes. Desde o primeiro momento em que deixamos Caleta de Fuste em direcção a sul, repetem-se as rotundas que, na paisagem árida e desafogada, cumprem a sua função de fazer fluir o trânsito insular.

Estamos em época baixa.

Fuerteventura é a segunda maior ilha das Canárias e a mais próxima de África. O cabo marroquino de Juby dista 100 km da sua costa oriental. À boa moda do Saara, logo ali a leste, o céu mantêm-se azul. Mesmo de manhã cedo, o grande astro amorna-nos a pele e activa-nos a alma de exploradores.

Passamos Tarajalejo e La Lajita. Damos entrada na espécie de bota que encerra Fuerteventura a sudoeste. O cimo do seu cano destoa do cenário que deixávamos para trás. Preenche-o um istmo sobrecarregado de dunas e grandes ergs que nos impedem de ver o litoral a barlavento.

Sem que o esperássemos, a estrada FV-2 em que seguíamos desemboca num trecho de autoestrada que progride pelo sopé daquele reino das areias.

A Vastidão Desértico-Marinha de Jandia

Aqui e ali, vislumbramos os panoramas marinhos das sucessivas Playas de Jandía. Um desses vislumbres revela-nos uma península demasiado  resplandecente para a podermos ignorar. Mesmo se a próxima saída tem o nome suspeito de Mal Nombre, tomamo-la.

Já na estrada costeira usada antes do advento da autoestrada, damos com o Mirador del Salmo. Dali, desvendamos uma península quase piramidal de areia que se desfaz num mar esmeralda e, a maior distância e profundidade, azul petróleo.

Windsurfers, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Windsurfers deslizam sobre o oceano Atlântico turquesa ao largo de Jandía.

Ao largo, uma armada ziguezagueante de windsurfers e kitesurfers sulcam-no. Sopram-nos os ventos alísios furiosos que o Saara projecta Atlântico fora, com tal brutidão que, com frequência, os praticantes não os aguentam e se estatelam com espalhafato.

Apreciamos aquele panorama surreal e a movimentação náutica, que o grande oceano e as montanhas do norte da ilha em fundo faziam ainda mais ínfima. Vinte minutos depois, voltamos à estrada.

Da Playa de Butihondo para sul, a concentração de resorts à beira-mar e para o interior da estrada litoral aumenta.

Morro Jable – Uma Colónia Germânica no Limiar do Asfalto

As Canárias – e Fuerteventura em particular- abrigam bolsas que são quase colónias de férias de determinados países. A zona em que dávamos entrada era, sem lugar para dúvidas, teutónica. “Deutscher Arzt Zahnarzt”, anuncia uma placa acima de um passeio da marginal, uma de tantas outras porque nos fomos cruzando.

O domínio dos ergs ficara para trás. Estávamos no sopé sotavento das derradeiras montanhas meridionais da ilha. Os germânicos mas não só, tinham ali instalado uma quase conurbação de resorts, hotéis, aparthotéis e afins que só deixavam espaço ao farol del Matorral e aos areais vastos a norte e a sul.

A cada lomba na estrada, a cada subida e descida, confrontávamo-nos com novos complexos hoteleiros e habitacionais. Alguns, alvos. Outros, com cores tão ou mais garridas que as da complexa geologia vulcânica da ilha: amarelos-torrados, laranjas, ocres e tons quentes deste tipo.

De qualquer maneira, sempre considerámos Morro Jable uma mera referência, um ponto de passagem rumo ao reduto litoral que estimávamos no imaginário como o mais intocado e impressionante de Fuerteventura.

Estrada para Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Estrada sinuosa que conduz da costa sudeste ao Miradouro sobre a Praia Cofete e à costa Sudoeste de Fuerteventura.

Para lá chegarmos, despedimo-nos de vez de Morro Jable e do asfalto. Seguimos por uma estrada de brita e pedra que não tardou a serpentear e a trepar montanha acima.

Aos poucos, ascendemos do nível do mar do sotavento até à crista da pequena cordilheira que divide o fundo da bota de Fuerteventura ao meio. Passamos por cabras entregues ao seu repasto e por novas colónias de cactos hirtos e verdejantes.

Retém-nos, por algum tempo, um camião cisterna do Ayuntamento de Pájara que rega a estrada para suavizar o piso abrasivo e diminuir a poeira libertada.

A Visão Surreal da Costa Sudoeste e da Praia Sem Fim de Cofete

Curva atrás de curva, com a pressa possível, lá atingimos o cimo inconfundível do miradouro de Cofete. Daquele alto, uma vez mais expostos aos alísios furibundos, deslumbramo-nos com a crueza do cenário protegido do Parque Natural de Jandia, na vertente oposta à que havíamos ascendido.

Praia Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Um dos recantos mais intocados de Fuerteventura, a vertente do seu extremo sudoeste e a longa praia Cofete.

Dali por diante, a perder de vista, uma ladeira longilínea, ocre, estriada, descia com inesperada suavidade dos sucessivos cumes vulcânicos até se entregar ao areal que a apartava do oceano.

Lançado de norte, este Atlântico revelava-se bem mais bravio que o que banhava a ilha ao sul. Vislumbrávamos ainda o que pensávamos ser o limite sudoeste do istmo de areia que tínhamos cruzado autoestrada fora.

Cumprimos sem incidentes a secção mais apertada e vertiginosa do caminho. Em seguida, descemos até ao sopé arenoso da montanha.

Toda a enorme praia na base da encosta usava aquele nome de Cofete. Não só a praia.

Antecedia-a Casas de Cofete, uma mini-povoação meio amuralhada meio abarracada, com meros 25 habitantes – vários criadores de cabras – direito a cemitério e – bem mais útil aos visitantes vindos do lado urbanizado da ilha – um barzinho que servia cañas, queijo majorero e outras especialidades. Mas, estávamos ali pela Cofete praia.

Playa Cofete, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Ondas desfazem-se no areal vasto da Playa Cofete.

Estacionamos. Desentorpecemos as pernas. Contemplamos a beleza crua daquela costa selvagem. Corremos para o mar, mandamos uns mergulhos e, na volta, relaxamos ao sol.

El Islote: Cofete Dividida em Duas Irresistíveis Metades

Pouco depois, inauguramos uma longa caminhada que nos conduziu quase à ponta oposta do areal. Só detemos em El Islote, um grande rochedo no limite da rebentação, acessível por uma língua de areia que marcava uma fronteira. Subimos ao tal Islote áspero.

Do cimo, apuramos que a língua de areia dividia parte da infindável Cofete em duas baías quase simétricas, arredondadas e sedutoras. Numa, balançavam águas tom de esmeralda.

Na outra, um mar mais para o turquesa. Deitado entre ambas, um nudista “evadido” e bronzeado usufruía daquela dádiva balnear. A longos espaços, pass(e)avam por ali casais que não resistiam a banhar-se. Foi o que voltámos a fazer.

Praia de El Cofete do cimo de El Islote, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

A playa Cofete dividida em duas baías irresistíveis como visto do cimo de El Islote.

Com a manhã a avançar, caminhamos os 4km de regresso ao carro e conduzimos de volta à vertente sul. Esticamos o trajecto até à biqueira da bota da ilha, marcada pelo Farol de Punta Jandía. Apreciamos e fotografamos o pueblo pitoresco de Puerto de la Cruz, formado pelo que poderiam ser grandes blocos de legos brancos.

Puerto de la Cruz. O Pitoresco Puertito Branco

Ao vê-lo, cândido, espartilhado entre o oceano azulão e os montes vulcânicos dantescos, percebemos porque os moradores destas paragens lhe têm tanto carinho e o tratam por Puertito.

Puerto de la Cruz, ilhas Canárias, Espanha

Vista da aldeola litoral de Puerto de La Cruz, mais conhecida por El Puertito.

Por aquela altura, já nos chegava dos fundos de Fuerteventura. Retrocedemos para Morro Jable. Reentramos no quase maciço principal da ilha. Internamo-nos no seu âmago árido e montanhoso, apontados a Pájara.

Como seria de esperar, não conseguimos lá chegar sem nos voltarmos a maravilhar e a deter.

Subíamos a estradinha FV-605 aos esses quando, num desses meandros, as formas dramáticas da montanha Cardón nos tomam de assalto. Estacionamos nas imediações. Um varandim contíguo revela-nos um deserto em tons pastel, esculpido com ves, bossas e depressões que precediam uma cordilheira mais distante.

A Janela de Fuerteventura para o Espaço

Do nada, um corvo aterra à nossa frente. Grasna-nos, como que a reclamar  posse dos seus domínios. Fossem de quem fossem, as autoridades de Fuerteventura tinham-se assegurado de os ligar a outras galáxias.

Corvo no sopé do observatório espacial de Sicasumbre, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Corvo à beira da estrada, no sopé do observatório espacial de Sicasumbre.

Um trilho curto conduz-nos a um cimo. Nesse topo, encontramos o Mirador Astronómico de Sicasumbre, uma base terra-a-terra ali instalada devido a Fuerteventura integrar a Reserva Starlight, por ter das melhores noites do Planeta Azul para observar os astros.

Ainda faltavam umas boas horas para o ocaso. Conformamo-nos com admirarmos o cenário vespertino algo extraterrestre em redor e as esculturas de cabras do artista majorero Juan Miguel Cubas.

Obra de arte no observatório espacial Sicasumbre, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Homenagem às cabras majoreras do artista da ilha majorero Juan Miguel Cubas.

Damos com a pequena cidade histórica de Pájara a meio da tarde e já com pouca vida. Dedicamos um quarto de hora à invulgar fachada tripartida da sua Iglésia de la Virgen de Regla e à praceta ajardinada que a envolvia. Tão cedo quanto pudemos, rumamos a Betancuria.

Quando os Cruzados Normandos Chegaram para Ficar

Os primeiros habitantes das Canárias e de Fuerteventura chegaram do norte de África. Após várias expedições portuguesas e espanholas às ilhas no século XIV, Fuerteventura acolheu dois reinos tribais guanches (indígenas com origem bérber) divididos por uma muralha com 6km. O  reino meridional de Jandía ia até La Pared. Maxorata, o rival, ocupava o resto da ilha.

Em, 1402, os normandos Jean de Béthencourt e Gadifer de la Salle, no comando de apenas 63 marinheiros resistentes de uma deserção, chegaram e alteraram a ordem há muito vigente. Fizeram de Lanzarote a sua base. A partir de Lanzarote, ocuparam outras ilhas. Fuerteventura, era a mais próxima.

Vencidas algumas agruras iniciais, obtiveram apoio de Castela e, em 1405, completaram a conquista. Fundaram, então, na costa oeste, Betancuria, a primeira povoação europeia da ilha.

Betancuria, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Casario alvo e em boa parte secular de Betancuria, a primeira capital de Fuerteventura.

Após complexa validação papal, o domínio colonial europeu de Fuerteventura foi efectivado. A população aumentou mas as fortificações contra os inimigos berberes e os piratas provaram-se insuficientes.

Em 1593, uma invasão berber arrasou a cidade. Mesmo em parte reconstruída, em 1834, Betancuria perdeu o estatuto de capital para Puerto del Rosário. Entrou num marasmo e decadência de que só recentemente recuperou.

“Aquilo é quase tudo de um alemão!” afiança-nos mais tarde a recepcionista do Ecomuseu de la Alcogida. “Ele é que se interessou, comprou e recuperou boa parte dos edifícios e fez com que a cidade seja a atracção que hoje é”.

Betancuria: a Génese Colonial de Fuerteventura

De facto, os visitantes de Fuerteventura realmente interessados na sua história e cultura só têm um caminho: passar por Betancuria. Ao tempo a que lá damos entrada, a praceta da Igreja Catedral de Santa Maria e as ruelas em redor são batidas por um sol suave. Tendo em conta o fluxo  normal da hora de ponta, em época alta, mantêm-se bem transitáveis.

igreja Catedral de Santa Maria, em Betancuria, Fuerteventura, Canárias, Espanha

Casal percorre o adro da igreja Catedral de Santa Maria, em Betancuria.

Entramos na casa-museu Santa Maria. Apreciamos um vídeo que exibe a labuta de um criador de cabras no ambiente rude em que vive e as pastoreia. Logo ao lado, Felipe, um senhor já com a sua idade, trabalha num tear. Observamo-lo e perguntamos se o podemos fotografar.

De início mostra-se tímido mas, mal puxamos pela conversa, desatamos um à vontade mútuo e uma tagarelice quase tão intrincada como os fios e laços da manta de pastor majorera que nos dizia demorar vinte dias a completar. “Sabem que eu ensinei uma actriz do filme “Exodus” (Ridley Scott, 2014) que cá foi filmado a tecer?“

Tecelão da casa-museu Santa Maria, Betancuria, Fuerteventura, ilhas Canárias, Espanha

Filipe Marrero Frances, um artesão que demonstra a arte majorera de tecer na casa-museu Santa Maria.

“A sério? Isso foi a sua missão bíblica!”  respondemos-lhe, mesmo se espantados com o que nos contava, em tom meio gozão, e geramos uma gargalhada partilhada. “Vocês haviam de estar lá na minha terra (Tuinaje) era a 13 de Outubro.

Iam ver uma festa a valer! Nós organizamos lá a Fiesta Jurada, sabem?

Encenamos aquela época em que os piratas nos atacavam e nós resistíamos por todos os meios e mais alguns.” Não é só esse seu repto que nos incita a voltar.

Fuerteventura revelou-se um velho mundo insular em que deixámos quase tudo por descobrir.

 

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Fuerteventura, Canárias

Fuerteventura - Ilha Canária e Jangada do Tempo

Uma curta travessia de ferry e desembarcamos em Corralejo, no cimo nordeste de Fuerteventura. Com Marrocos e África a meros 100km, perdemo-nos no deslumbre de cenários desérticos, vulcânicos e pós-coloniais sem igual.
Vegueta, Gran Canária, Canárias

Às Voltas pelo Âmago das Canárias Reais

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Gran Canária, Canárias

Gran (diosas) Canária (s)

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A Viagem na História de Santa Cruz de La Palma

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Até 2018, a menor das Canárias habitadas não contava para o arquipélago. Desembarcados em La Graciosa, desvendamos o encanto insular da agora oitava ilha.
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A Isla Bonita das Canárias

Em 1986, Madonna Louise Ciccone lançou um êxito que popularizou a atracção exercida por uma isla imaginária. Ambergris Caye, no Belize, colheu proveitos. Do lado de cá do Atlântico, há muito que os palmeros assim veem a sua real e deslumbrante Canária.
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A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
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PN Timanfaya e as Montanhas de Fogo de Lanzarote

Entre 1730 e 1736, do nada, dezenas de vulcões de Lanzarote entraram em sucessivas erupções. A quantidade massiva de lava que libertaram soterrou várias povoações e forçou quase metade dos habitantes a emigrar. O legado deste cataclismo é o cenário marciano actual do exuberante PN Timanfaya.
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Lanzarote, Ilhas Canárias

A César Manrique o que é de César Manrique

Só por si, Lanzarote seria sempre uma Canária à parte mas é quase impossível explorá-la sem descobrir o génio irrequieto e activista de um dos seus filhos pródigos. César Manrique faleceu há quase trinta anos. A obra prolífica que legou resplandece sobre a lava da ilha vulcânica que o viu nascer.
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O Mais Mediático dos Cataclismos por Acontecer

A BBC divulgou que o colapso de uma vertente vulcânica da ilha de La Palma podia gerar um mega-tsunami. Sempre que a actividade vulcânica da zona aumenta, os media aproveitam para apavorar o Mundo.

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De viagem por terras de Aragão e Valência, damos com torres e ameias destacadas de casarios que preenchem as encostas. Km após km, estas visões vão-se provando tão anacrónicas como fascinantes.

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Do outro Lado da Ibéria

Deixada de lado a modernidade de Valência, exploramos os cenários naturais e históricos que a "comunidad" partilha com o Mediterrâneo. Quanto mais viajamos mais nos seduz a sua vida garrida.

Tenerife, Canárias

O Vulcão que Assombra o Atlântico

Com 3718m, El Teide é o tecto das Canárias e de Espanha. Não só. Se medido a partir do fundo do oceano (7500 m), só duas montanhas são mais pronunciadas. Os nativos guanches consideravam-no a morada de Guayota, o seu diabo. Quem viaja a Tenerife, sabe que o velho Teide está em todo o lado.
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
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Arquitectura & Design
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Aventura
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Um Farol no Fim do Mundo Faroês

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Em Jerusalém, enquanto percorrem a Via Dolorosa, os crentes mais sensíveis apercebem-se de como a paz do Senhor é difícil de alcançar nas ruelas mais disputadas à face da Terra.
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Ilha Terceira: Viagem por um Arquipélago dos Açores Ímpar

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Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Pesca, Caño Negro, Costa Rica
Vida Selvagem
Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem

Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.