Nelson a Wharariki, PN Abel Tasman, Nova Zelândia

O Litoral Maori em que os Europeus Deram à Costa


Rota de mar
Lancha percorre o litoral verde-azulado PN Abel Tasman, no norte da Ilha do Sul da Nova Zelândia.
Lagoas Pacíficas
Retalhos de beira-mar, na mare? vazia. PN Abel Tasman
Vale fértil
Um vale verdejante da região de Nelson, a sul do PN Abel Tasman.
De alerta
Ovelha inspecciona os forasteiros que invadem os seus domínios ervados.
Céu vegetal
Grande feto arbo?reo num trilho do PN Abel Tasman
A última curva
Meandro do ribeiro Wharakiri, na eminência da praia homónima e do limiar setentrional da Ilha do Sul da Nova Zelândia.
A caminho do mar
Caiaquers num riacho pouco profundo do PN Abel Tasman.
Mais monte que vale
Ovelhas, palma-dracena e um floco de nuvem coroam um outeiro íngreme na eminência da praia de Wharakiri.
Lagoa dos deuses
Te Waikoropupu: nascentes e lagoa que os maori consideram há muito sagrados.
Vida a 2
A vida animal asada e privilegiada das nascentes e lagoa de Te Waikoropupu, nas imediações de Takaka.
Um verde ovino
Prados rolantes, salpicados de ovelhas e de palmas-dracenas, aquém da praia de Wharakiri, e do limiar norte da Ilha do Sul.
Areal d’ouro
Praia da Golden Bay, nas imediações do PN Abel Tasman e da enseada em que o navegador holandês homónimo ancorou pela primeira vez na Nova Zelândia.
Um prado inclinado
Rebanho disperso em socalcos de pasto "roubados" a? floresta endémica.
Uma ponte com vista
Caminhantes cruzam uma ponte suspensa do PN Abel Tasman.
Do cimo ao mar
Vertentes cobertas de prado, antecedem uma floresta rasteira e a Baía de Tasman, no nordeste da Ilha do Sul.
Reino vegetal, Reino animal
Rebanho de ovelhas partilha uma encosta ervada de Wharakiri com uma palma-dracena (cabbage tree).
Pasto
Reduto ervado tomado à floresta de árvores manuka indígena destas partes da Ilha do Sul.
Abel Janszoon Tasman explorava mais da recém-mapeada e mítica "Terra Australis" quando um equívoco azedou o contacto com nativos de uma ilha desconhecida. O episódio inaugurou a história colonial da Nova Zelândia. Hoje, tanto a costa divinal em que o episódio se sucedeu como os mares em redor evocam o navegador holandês.

Abrigada dos ventos e frentes frias pelas montanhas que se projectam do cimo da Ilha do Sul, a região de Nelson goza de mais horas de sol que qualquer outra parte da Nova Zelândia.

E é quase só sol que temos quando exploramos as ruelas de Nelson e enquanto viajamos pela estrada 60, apontados a Takaka e, logo, ao limite setentrional pontiagudo de Te Wai Pounamu (Águas Esmeralda), assim preferem os Maoris tratar a metade de baixo da nação kiwi.

Uns meros quilómetros fora da área suburbana, os cenários já se revelam tão bucólicos como seria de esperar. Sucedem-se vales amplos, forrados de um pasto verde quase fluorescente e delimitados por vertentes florestadas repletas de sulcos.

Cenário da Baía de Tasman, Nova Zelândia

Vertentes cobertas de prado, antecedem uma floresta rasteira e a Baía de Tasman, no nordeste da Ilha do Sul.

Quando a via se acerca à Tasman Bay, revela outros desses sulcos, invertidos, que se desenrolam até ao oceano tranquilo. Duas horas depois, chegamos a Puponga.

Ao Encontro do Limiar Norte da Ilha do Sul

Para oriente, estende-se o Farewell Spit, uma língua de areia que encerra a Golden Bay e, por sinal, a Ilha neozelandesa do Sul. Deixamos a 60 para a Wharariki Road.

Passamos a serpentear na direcção contrária e rumo a norte, entre outeiros ora cobertos por uma floresta baixa de árvores manuka ora, em que esse mato denso foi sacrificado à erva que também ali alimenta o exército ovino da Nova Zelândia.

A última curva

Meandro do ribeiro Wharakiri, na eminência da praia homónima e do limiar setentrional da Ilha do Sul da Nova Zelândia.

Seguimos o caudal acastanhado do ribeiro Wharariki por meandros e ferraduras caprichosas. De um lado e do outro, os rebanhos pastam equilibrados em encostas retalhadas por vedações de que, a espaços, despontam mini-bosques de palmas-dracenas e algumas destas cabbage trees solitárias.

Nesse tempo, a Wharariki Road tinha-se alinhado com a costa setentrional. Um café e um parque de estacionamento anunciam o desvio para a praia homónima.

Palma dracena e ovelhas em Wharakiri, Nova Zelândia

Rebanho de ovelhas partilha uma encosta ervada de Wharakiri com uma palma-dracena (cabbage tree)

O Caminho para o Vasto Mar de Tasman

Continuamos a pé guiados pelo riacho até que o trilho abre para um reduto de dunas alvas e nos revela uma praia a perder de vista.

Subimos as dunas. Num ápice, a brisa que antes fluía ligeira entre os outeiros transforma-se num vendaval furibundo. Vemos a areia seca voar a grande velocidade e cobrir o areal compactado pela maré vazia de uma névoa granulada.

O retiro do mar concedia acesso temporário a um tal de trio de ilhas Archway. Avançamos na sua direcção mas mal conseguimos controlar os passos. Sentimos a cara açoitada pela areia tresmalhada e por borrifos das vagas que se espraiavam, violentas, e torcidas para leste pelos tresloucados westerlies.

Rendemo-nos à agressividade da atmosfera. Espreitamos apenas um ou dois recantos intrigantes entre os grandes rochedos Archway, após o que batemos em retirada para o abrigo bucólico em que ficara o carro.

Perdida nuns antípodas solitários, a Nova Zelândia está desde sempre sujeita à rudez do oceano (ali pouco) Pacífico e dos agentes em geral. Quando a vislumbraram e começaram a explorar, os navegadores europeus passaram por sucessivas aflições.

Vale fértil

Um vale verdejante da região de Nelson, a sul do PN Abel Tasman.

Como acontecera já no limiar austral de África, contornaram as penínsulas, os cabos, todas as adversidades até levarem os seus anseios descobridores e colonizadores a bom porto.

Abel Tasman, o holandês que se adiantou face à concorrência, fê-lo exactamente nestas paragens por que andávamos. Tasman deixou Batavia (actual Jacarta) em 1642. Passou pela ilha Maurícia e descobriu a Tasmânia. Prosseguiu para Leste.

Um Encontro Atribulado

Avistou o litoral da Ilha do Sul que terá acompanhado até se confrontar com os imponentes Alpes do Sul e voltado a “ascender” à latitude do Cabo de Farewell, para norte. Contornou-o e ao topo da Ilha do Sul.

Já do lado oriental, achou o mar tranquilo da Golden Bay. Lá detectou uma série de fogueiras e fumos indicadores da presença de indígenas da tribo maori Ngati Tumatakokiri.

Litoral do PN Abel Tasman, Nova Zelândia

Lancha percorre o litoral verde-azulado PN Abel Tasman, no norte da Ilha do Sul da Nova Zelândia.

Quando o sol voltou a raiar, Tasman enviou barcos de apoio em busca de uma ancoragem mais favorável e de um lugar para se abastecer de água. Reancorou numa enseada hoje chamada de Wainui Inlet, no extremo sul da Golden Bay.

Nesse processo, os Maori acompanharam os movimentos dos recém-chegados e procuraram apurar até que ponto representavam uma ameaça.

Por fim, enviaram uma das suas canoas ao encontro dos forasteiros. No seu diário de bordo, Tasman narra o que então se passou: “um guerreiro soprou várias vezes um instrumento e nós mandámos os nossos marinheiros tocar-lhes música de volta”. Os Maoris não estariam, todavia, dispostos ao duelo musical.

Os sons que emitiam aos holandeses teriam o objectivo de os afugentar. Os indígenas acreditariam que aqueles seres brancos seriam patupaiarehe, fantasmas mitológicos que lhes levariam as mulheres e as crianças.

Prados íngremes junto à praia de Wharakiri, Nova Zelândia

Prados rolantes, salpicados de ovelhas e de palmas-dracenas, aquém da praia de Wharakiri, e do limiar norte da Ilha do Sul

A Versão Mitológica para o Confronto

Outras interpretações defendem que Tasman ancorou precisamente na enseada onde ficava a gruta de uma taniwha maori, um monstro réptil imaginário que a tribo temia que os brancos despertassem. Tendo em conta estas ansiedades, a resposta de Tasman e dos seus homens revelou-se inapropriada.

Mais Maoris se juntaram aos primeiros. Reforçados, desafiaram, por fim, os estrangeiros. Receoso de perder o controlo da situação, Tasman ordenou um disparo preventivo de canhão.

O ribombar assustou e afugentou os Maori para terra. No dia seguinte, os Maoris regressaram em peso e  confrontaram os holandeses, provavelmente com um intenso haka. Tasman terá interpretado que se tratava de uma cerimónia de acolhimento.

Após os Maori regressarem a terra, ordenou aos marinheiros que aproximassem os navios da costa. Mas, antes que o fizessem, uma canoa Maori forçou a colisão com um bote holandês. Um guerreiro nativo golpeou um dos tripulantes no pescoço com um longo chuço e mandou-o borda fora.

Feto no PN Abel Tasman, Nova Zelândia

Grande feto arbóreo num trilho do PN Abel Tasman

Quatro outros marinheiros foram mortos, o corpo de um deles arrastado para dentro de uma das canoa waka. Os marinheiros ripostaram com tiros de mosquetes e outras armas.

Por fim, convencido de que não era ali bem-vindo, Tasman ordenou a retirada. Desiludido, baptizou o lugar de Baía dos Assassinos e registou que “o encontro os devia ensinar a considerar os habitantes daquelas terras inimigos”.

Os Legados Concorrentes de Tasman e dos Maoris

Tasman prosseguiu  rumo a oriente. Ancorou no actual arquipélago de Tonga. Os maori só viriam a avistar outros ocidentais mais de cem anos depois, entre 1769 e 1770, no caso, o incontornável capitão Cook e os seus homens, a bordo do HM Bark Endeavour. Ao contrário dos holandeses, os britânicos voltariam para ficar.

Enquanto pioneiro, Tasman manteve a honra de diversos baptismos da zona: o Mar de Tasman. A Baía de Tasman, logo abaixo do Wainui Inlet em que teve lugar o confronto com os maori.

 

Praia do PN Abel Tasman, Nova Zelândia

Praia da Golden Bay, nas imediações do PN Abel Tasman e da enseada em que o navegador holandês homónimo ancorou pela primeira vez na Nova Zelândia.

Também o Parque Nacional Abel Tasman deslumbrante que, em breve, nos dedicámos a explorar. Regressamos à estrada 60 e a iminência da Golden Bay. Contornamos o amplo Ruataniwha Inlet, atravessamos o rio Aorere sempre por uma manta de retalhos aluviais e rurais de diversos tons de verde. Passamos por Parapara, por Onekaka e por Puramahoi.

A sucessão de povoações com nomes maori comprova-nos o predomínio histórico do povo indígena e o respeito que, nos tempos mais recentes, as autoridades pós-coloniais da Nova Zelândia granjearam aos seus condóminos.

Chegamos a Takaka a tempo de nos instalarmos e darmos uma volta tão curta como a povoação, talvez um pouco maior que Coriscada, a aldeia do distrito da Guarda sua antípoda.

Na manhã seguinte, pequeno-almoço despachado bem cedo, fazemo-nos ao PN Abel Tasman. Conduzimos até Kaiteriteri. Lá apanhamos um barco do parque que nos revela os caprichos da costa até à enseada recortada de Anchorage, sob o olhar desconfiado de inúmeros corvos-marinhos.

Enseada após Enseada, PN Abel Tasman adentro

Dali, em diante, tomamos o trilho que serpenteia por aquele domínio costeiro, atentos ao recolher e avançar do mar nos seus sucessivos contornos. O litoral do PN Abel Tasman tem as marés mais pronunciadas de toda a Nova Zelândia. Para que os caminhantes não acabem encurralados, é-lhes requerida uma atenção redobrada. Alguns dos areais são dourados como não pensávamos ser possível.

PN Abel Tasman, Nova Zelândia

Retalhos de beira-mar, na maré vazia. PN Abel Tasman.

Conferem todo o crédito ao baptismo da Golden Bay acima, a tal de que Tasman se viu forçado a bater em retirada. O mar que os afaga tem um tom verde-esmeralda que parece dourar ainda mais a areia. Para o interior, o sobe e desce do trilho revela incríveis colónias de fetos arbóreos, vários, com copas bem acima das nossas cabeças.

Pontes suspensas atravessam desfiladeiros profundos, alguns deles caudais de braços de mar que a maré-cheia preenche num ápice. Aqui e ali, voltamos a descer da floresta para o nível do mar. Passamos por lagoas e piscinas naturais que nos seduzem a voltar a mergulhar.

Ponte suspensa sobre o PN Abel Tasman

Caminhantes cruzam uma ponte suspensa do PN Abel Tasman.

É o caso da Frenchman Bay, um braço de mar em forma de vírgula cercado por vegetação frondosa que alterna entre o branco do leito arenoso drenado e um verde-esmeralda suave que, aos poucos, a entrada de mais água adensa. Seis horas e 20 km depois, entramos na Awaroa Bay. Regressamos ao barco que nos traz de volta a Kaiteriteri e ao carro. Recuperamos energias.

As Nascentes Mitológicas de Te Waikoropupu

Com algum tempo de sobra, intrigados quanto ao que havia tornado as nascentes Te Waikoropupu tão famosas, viajamos até ao seu enigmático reino de água doce. Tal como acontecera ao longo do PN Abel Tasman, voltamos a ver-nos cercados de floresta densa.

Chegados ao término de novo trilho, subimos a um varandim de madeira. A vista em redor volta a surpreender-nos. Oito fontes subterrâneas mantinham a transbordar uma enorme lagoa azulada delimitada pela própria base verde do arvoredo.

Nascente e lagoa de Te Waikoropupu, Nova Zelândia

Te Waikoropupu: nascentes e lagoa que os maori consideram há muito sagrados.

O seu caudal era de tal maneira translúcido que, à laia de aquário, nos permitia apreciar os mais ínfimos pormenores rochosos, arenosos ou vegetais do leito.

Medições de visibilidade levadas a cabo determinaram que chegava a 63 metros, atrás apenas de uma outra lagoa subglacial da Antárctida.

Alguns patos selvagens lá nadavam e chapinhavam, queríamos acreditar que com prazer redobrado.

Patos na lagoa de Te Waikoropupu, nas imediações de Takaka.

A vida animal asada e privilegiada das nascentes e lagoa de Te Waikoropupu, nas imediações de Takaka.

Tal como acontece na gruta do Wainui Inlet em que Abel Tasman em má hora aportou, segundo creem os maoris, também este lago cristalino é frequentado por uma taniwha.

Huriawa é, aliás, uma das três principais taniwhas de Aotearoa (o termo maori para a Nova Zelândia), uma mergulhadora das profundezas da Terra e do mar, que faz do seu modo de vida desbloquear canais das profundezas.

Os nativos acreditam que é nas águas sagradas de Te Waikoropupu que repousa da sua actividade frenética.

Com o dia prestes a encerrar-se, resolvemos inspirar-nos na mitologia. Sentamo-nos num dos varandins e ficamos a escutar o borbulhar abafado das nascentes, o piar da passarada e o silvar da brisa na vegetação. Abel Tasman desvendou estas paragens Maori aos ocidentais há quase quatro séculos. Decorrido todo este tempo, Aotearoa acolhe e recompensa os forasteiros como nunca Tasman sonhou possível.

Mais informação sobre esta região da Nova Zelândia no site 100% New Zealand

Wanaka, Nova Zelândia

Que Bem que Se Está no Campo dos Antípodas

Se a Nova Zelândia é conhecida pela sua tranquilidade e intimidade com a Natureza, Wanaka excede qualquer imaginário. Situada num cenário idílico entre o lago homónimo e o místico Mount Aspiring, ascendeu a lugar de culto. Muitos kiwis aspiram a para lá mudar as suas vidas.
Ilha do Norte, Nova Zelândia

Viagem pelo Caminho da Maoridade

A Nova Zelândia é um dos países em que descendentes de colonos e nativos mais se respeitam. Ao explorarmos a sua lha do Norte, inteirámo-nos do amadurecimento interétnico desta nação tão da Commonwealth como maori e polinésia.
Península de Banks, Nova Zelândia

O Estilhaço de Terra Divinal da Península de Banks

Vista do ar, a mais óbvia protuberância da costa leste da Ilha do Sul parece ter implodido vezes sem conta. Vulcânica mas verdejante e bucólica, a Península de Banks confina na sua geomorfologia de quase roda-dentada a essência da sempre invejável vida neozelandesa.
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 - Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Tongariro, Nova Zelândia

Os Vulcões de Todas as Discórdias

No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
Nova Zelândia  

Quando Contar Ovelhas Tira o Sono

Há 20 anos, a Nova Zelândia tinha 18 ovinos por cada habitante. Por questões políticas e económicas, a média baixou para metade. Nos antípodas, muitos criadores estão preocupados com o seu futuro.
Mount Cook, Nova Zelândia

O Monte Fura Nuvens

O Aoraki/Monte Cook até pode ficar muito aquém do tecto do Mundo mas é a montanha mais imponente e elevada da Nova Zelândia.
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Bay of Islands, Nova Zelândia

O Âmago Civilizacional da Nova Zelândia

Waitangi é o lugar chave da Independência e da já longa coexistência dos nativos maori com os colonos britânicos. Na Bay of Islands em redor, celebra-se a beleza idílico-marinha dos antípodas neozelandeses mas também a complexa e fascinante nação kiwi.
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Arquitectura & Design
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Cerimónias e Festividades
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Rabat, Malta, Mdina, Palazzo Xara
Cidades
Rabat, Malta

Um ex-Subúrbio no Âmago de Malta

Se Mdina se fez a capital nobiliárquica da ilha, os Cavaleiros Hospitalários decidiram sacrificar a fortificação da actual Rabat. A cidade fora das muralhas expandiu-se. Subsiste como um contraponto popular e rural do agora museu-vivo de Mdina.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Pitões das Júnias, Montalegre, Portugal
Cultura
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Em Viagem
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil
Étnico
Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas

O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Insólito Balnear
História

Sul do Belize

A Estranha Vida ao Sol do Caribe Negro

A caminho da Guatemala, constatamos como a existência proscrita do povo garifuna, descendente de escravos africanos e de índios arawaks, contrasta com a de vários redutos balneares bem mais airosos.

Navala, Viti Levu, Fiji
Ilhas
Navala, Fiji

O Urbanismo Tribal de Fiji

Fiji adaptou-se à invasão dos viajantes com hotéis e resorts ocidentalizados. Mas, nas terras altas de Viti Levu, Navala conserva as suas palhotas criteriosamente alinhadas.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Inverno Branco
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Literatura
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Visitante arrisca a vida no cimo das colunas de basalto de Reynisfjara.
Natureza
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Parques Naturais
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Ruínas, Port Arthur, Tasmania, Australia
Património Mundial UNESCO
À Descoberta de Tassie,  Parte 2 - Hobart a Port Arthur, Austrália

Uma Ilha Condenada ao Crime

O complexo prisional de Port Arthur sempre atemorizou os desterrados britânicos. 90 anos após o seu fecho, um crime hediondo ali cometido forçou a Tasmânia a regressar aos seus tempos mais lúgubres.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Personagens
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
Cabana de Bay Watch, Miami beach, praia, Florida, Estados Unidos,
Praias
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Detalhe do templo de Kamakhya, em Guwahati, Assam, Índia
Religião
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Tombola, bingo de rua-Campeche, Mexico
Sociedade
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Vida Selvagem
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.