Manaus, Brasil

Ao Encontro do Encontro das Águas


Convívio à porta
Cristo é a bussola
Dessana
Perfil de Boto
Um Botos do Negro
Fim do Fogo
Grelhado a bordo
A comunidade Dessana
Avisos de navegação
Dolores pinheiro
Negro vs Solimões
O fenómeno não é único mas, em Manaus, reveste-se de uma beleza e solenidade especial. A determinada altura, os rios Negro e Solimões convergem num mesmo leito do Amazonas mas, em vez de logo se misturarem, ambos os caudais prosseguem lado a lado. Enquanto exploramos estas partes da Amazónia, testemunhamos o insólito confronto do Encontro das Águas.

É Domingo. Pouco passa das 8h30. Em plena época seca, Manaus e o Amazonas despertam levemente polvilhado de nuvens, no que dizia respeito a chuva, apenas e só decorativas. Uma boa parte dos seus habitantes estão longe de despertar.

Não é o caso do Sr. Francisco, o guia que nos acolhe e aos restantes passageiros no barco e inaugura uma intensa narração multilingue. Zarpamos da doca logo em frente à velha Alfândega e Guardamoria, com o rio tão raso quanto, em Setembro e Outubro, o estio enxuto da região o costuma tornar.

Navegamos rio Negro acima. Passamos sob a enorme Ponte Jornalista Phelippe Daou que cruza o Negro e permite à via AM-070 fluir da grande cidade para o interior ocidente da Amazónia e no sentido contrário. A ponte foi inaugurada em Outubro de 2011, pela Presidente de então da República Brasileira, Dilma Roussef, que prometeu aos políticos locais que a Zona Franca de Manaus se prolongaria por mais meio século com todos os benefícios fiscais e comerciais de que tem beneficiado.

A conurbação de quatro municípios próximos e a intensificação do progresso destas paragens em tempos remotas e temidas do Brasil, depressa se fez sentir, contra a essência natural e luxuriante da Amazónia. Por mais que disso nos quiséssemos abstrair, a verdade era que o tour em que participávamos navegava no mesmo rumo.

Rio Negro acima à Procura dos golfinhos da Amazónia

O primeiro dos objectivos da digressão embarcada era encontrar botos-cor-de-rosa, os golfinhos do Amazonas, algo que a massificação do turismo em redor de Manaus tornou quase garantido. Os botos continuam à solta nas águas do Negro e afluentes.

Só que agora, para facilitar a vida aos empresários do turismo e aos seus clientes, os nativos operam pequenas plataformas de acolhimento dos mamíferos: tanto os cetáceos como os humanos que lá afluem para com eles conviverem.

Desembarcamos numa delas. Um caboclo desce uma escadaria curta para cima de um tabuado submerso. Ali, pega num pequeno peixe e agita-o debaixo de água. Para espanto do Sr. Francisco, os botos ignoram o repto. Não porque se tivessem afastado de forma autónoma. O chamariz de uma plataforma concorrente desviava-os.

Com o tempo, estes golfinhos habituaram-se que, àquelas horas, conseguiam alimento sem esforço. Bastava, para isso, que se aproximassem das plataformas e cirandassem entre as pernas dos visitantes, vulneráveis às carícias e contactos que quase todos lhes dedicam para sentirem a incrível textura da sua pele.

Boto cor-de-rosa tingido pela água ocre do rio Negro.

“Cuidado com ele mininas, vocês não querem surpresas, pois não?” Atira uma das passageiras a outras e assim gera uma risada comunal quase histérica. “Oi, ele tá aí bem junto de você, foge já daí, garota”, riposta uma segunda.

O contacto com os botos pode ser uma novidade excitante para quem chega de outras partes do Brasil e do mundo. Mas é comum entre os brasileiros – principalmente os do norte do país – uma lenda dedicada a estas criaturas.

Reza esta lenda que os botos-rosados se transformam em jovens elegantes vestidos de branco e que usam chapéu, de maneira a disfarçarem a narina que, ainda segundo a lenda, tal metamorfose não costuma mudar. Pois, acontece que, durante a época das Festas Juninas, esse rapaz seduz as moças sem par.

Leva-as ao fundo do rio e, com frequência, engravida-as. A velha lenda justificou até que, quando jovens aparecem em festas, de chapéu, lhes seja dito para o tirarem para assim provarem que não são botos. É também a razão de ser da expressão “é filho (a) do boto”, aplicada a filhos com pai desconhecido.

Mais uma Espécie Ameaçada

No plano da realidade, à imagem do que acontece com tantas outras espécies, são os humanos que vetam os botos a uma aflitiva fragilidade existencial. Bem mais grave que a intrusão dos visitantes da Amazónia, têm-se provado os costumes dos seus habitantes.

Malgrado o estatuto de espécie protegida, a inacessibilidade da Amazónia viabiliza que, todos os anos, sejam abatidos milhares de espécimes. As autoridades ambientais apuraram que os pescadores os capturam porque a sua carne é ideal para servir de isco do piracatinga (Calophysus macropterus), uma espécie de peixe-gato com grande valor comercial.

Sobretudo por este motivo, estimou-se que a cada dez anos, os botos-cor-de-rosa diminuem para metade. Ainda que resistam em boa parte da Amazónia incluindo no rio Araguaia – mas aquém do vasto Pantanal -, como as fêmeas tem uma única cria de quatro em quatro ou cinco em cinco anos, as perspectivas de recuperação da espécie são pouco animadoras.

Mesmo que a invasão turística dos humanos aos seu habitat se tenha provado um mal menor, agentes do Ibama destacados para Manaus marcam presença nas plataformas, encarregues de controlar o tempo que cada grupo passa com os botos-cor-de-rosa e de limitar a sua interacção com os animais.

Um nativo das imediações do rio Negro alimenta um boto (golfinho da Amazónia).

De início, a agente presente sobre a nossa plataforma limita-se a tirar notas num qualquer caderno mas, quando algumas das donzelas insistem em prolongar o namoro com os botos, a oficial não se furta a cortar-lhes as vazas e a forçar a sua saída de água.

Visita à Comunidade Indígena Dessana-Tukana

Regressamos a bordo. Sr. Francisco anuncia novo trecho. Navegamos do meio do Negro até uma praia fluvial recolhida e ressequida. Ainda do barco, detectamos várias malocas e outros edifícios de menores dimensões, todos eles erguidos com troncos e revestidos de palhota seca.

A mais próxima parece meio afundada na areia descoberta pelo recuar do rio. Caminhamos até à sua entrada. Lá nos recebe um nativo da pequena comunidade Tukana que agrupa indígenas originários da zona do Alto Rio Negro de São Gabriel da Cachoeira, a 850 km, junto à fronteira com a Colômbia.

É esse o âmago cultural de um vasto território de selva amazónica em que convivem vinte e seis etnias distintas que  partilham uma mesma família linguística, a Tukana. A comunidade que visitamos, integra apenas cinco delas: a Desana, a Tukana, Tuiúca, Bará e Makuna.

Nativo da comunidade indígena Dessana-Tucana, nas margens do Rio Negro.

Sob um grande cocar feito de penas vermelhas e azuis que nos parecem de arara, Tutuia, o nativo com os traços indígenas mais marcados e perfil de cacique carismático, dá-nos as boas-vindas. Primeiro em Tukano, depois em português, com vários galos a cantarem à desgarrada, em fundo.

Em seguida, encaminha-nos para o interior sombrio da maloca, que os nativos usam como casa de sabedoria ou medicina tradicional. Lá arde um fogo pajé que os anfitriões alimentam a resina, de maneira a protegerem de maleitas e maldades, os seus espíritos e os dos visitantes.

Tutuia termina as boas-vindas e a apresentação da comunidade. Logo, passa o protagonismo a quatro outros nativos, todos homens, já que o ritual que que se segue é proibido a mulheres e crianças.

Jurupari: um Culto Esotérico do Mal

Os nativos inauguram um ritual de Jurupari, tocado com instrumentos de sopro feitos de paxiula, uma palmeira da Amazónia que produz um som característico. Tocam-no para cá e para lá no interior da maloca, de uma porta à outra e para trás. Produzem um movimento e uma reverberação que se provam místicos e nos deixam intrigados.

Tínhamos razões para tal. Jurupari define um complexo culto mitológico dos povos indígenas da Amazónia. É o mal em pessoa, origem de outros demónios secundários com os mais diversos nomes, consoante as diferentes tribos e etnias.

Quando os portugueses e os espanhóis chegaram às terras amazónicas, no século XVI, perceberam que se tratava do principal culto dos nativos. Preocupados com a sua popularidade e com a concorrência às personagens e crenças bíblicas, os missionários tudo fizeram para o associarem ao diabo cristão.

A música misteriosa de Jurupari continua a seduzir-nos. Até que a sua dança obscura dá lugar a outra em tudo contrastante, que segue o som de flautas de madeira amazónicas, se desenrola em circulo em vez de em trajectos rectilíneos e conta já com mulheres e crianças.

Jovens nativos numa das entradas da casa de sabedoria e medicina tradicional da Comunidade Indígena Dessana-tucana.

O tempo precioso entre a comunidade Tukana extinguiu-se. Reeembarcarmos. Desta feita, viajamos Negro abaixo, na direcção de Manaus. Voltamos a passar debaixo da Ponte Jornalista Phelippe Daou e deixamos para trás a área vasta de casario ribeirinho da cidade.

Rio Negro abaixo, ao Encontro do Encontro das Águas

Aproximamo-nos de uma grande língua de rio que ali dissimulava uma fronteira. Do nosso lado, continuava a fluir o rio Negro. Do lado de lá, deslizava um outro.

A determinada altura, à água de visual Coca-Cola do Negro, com muito pouco sedimento mas imensa matéria-prima vegetal dissolvida, ganha a companhia da do Solimões, assim baptizaram os exploradores ibéricos o trecho superior do rio Amazonas.

Esta última, surge com um tom caramelo conferido pela quantidade e diversidade de sedimentos (areia, lama e lodo) que o Solimões acumula na sua descida desde as longínquas encostas da cordilheira dos Andes.

Encontro das águas, Manaus, Amazonas, Brasil

Pequena embarcação navega sobre o Encontro das Águas, alguns quilómetros a jusante de Manaus.

Por cerca de 6km, os dois caudais fluem lado a lado, num enigmático orgulho fluvial que a ciência não teve problema em deslindar.

Entre ambos, quase tudo é diferente: o rio Negro desliza a apenas 2km/h. O Solimões flui entre 4 e 6km/h. A água do Negro tem uma temperatura de 28ºC. Já a do Solimões mede apenas 22ºC.

Como tal, a densidade de ambos os caudais prova-se bastante distinta. A peculiaridade físico-química de cada qual faz com que demorem a aceitar-se e a misturar-se no caudal único do Baixo Amazonas – o grande Rio Mar que, até desaguar no verdadeiro mar do Atlântico, para leste de Belém, ainda acolhe “encontros” similares.

Junto a Manaus, a resistência de ambos é ilustrada pelos tons concorrentes da água mas não só. Instalados sobre o convés superior do barco, vulneráveis ao sol tropical tórrido que sempre que se liberta reforça o fenómeno, apreciamos as formas curvilíneas e da fronteira do Encontro das Águas. E também os remoinhos cor-de-café que, de quando em quando, o  combate entre ambas as forças gerava.

Um manto mais denso de nebulosidade volta a ocultar o sol.  O Sr. Francisco e a tripulação do barco já estavam connosco há quase oito horas. A um Domingo, ansiavam mais que nunca o seu próprio reencontro com as famílias. De acordo, invertemos mais uma vez o rumo. Contra a nossa vontade e a do Negro, regressamos a Manaus.

 

A TAP – flytap.pt  voa directamente de Lisboa para várias cidades brasileiras. Em termos de horas de voo, as mais convenientes para chegar a Manaus são, por esta ordem: a)  Fortaleza ou Brasília b) São Paulo e Rio de Janeiro.  c) via Miami, Estados Unidos.

Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Cataratas Iguaçu/Iguazu, Brasil/Argentina

O Troar da Grande Água

Após um longo percurso tropical, o rio Iguaçu dá o mergulho dos mergulhos. Ali, na fronteira entre o Brasil e a Argentina, formam-se as cataratas maiores e mais impressionantes à face da Terra.
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
Brasília, Brasil

Brasília: da Utopia à Capital e Arena Política do Brasil

Desde os tempos do Marquês de Pombal que se falava da transferência da capital para o interior. Hoje, a cidade quimera continua a parecer surreal mas dita as regras do desenvolvimento brasileiro.
Ilha do Marajó, Brasil

A Ilha dos Búfalos

Uma embarcação que transportava búfalos da Índia terá naufragado na foz do rio Amazonas. Hoje, a ilha de Marajó que os acolheu tem uma das maiores manadas do mundo e o Brasil já não passa sem estes bovídeos.
Chapada Diamantina, Brasil

Bahia de Gema

Até ao final do séc. XIX, a Chapada Diamantina foi uma terra de prospecção e ambições desmedidas.Agora que os diamantes rareiam os forasteiros anseiam descobrir as suas mesetas e galerias subterrâneas
Leão, elefantes, PN Hwange, Zimbabwe
Safari
PN Hwange, Zimbabwé

O Legado do Saudoso Leão Cecil

No dia 1 de Julho de 2015, Walter Palmer, um dentista e caçador de trofeus do Minnesota matou Cecil, o leão mais famoso do Zimbabué. O abate gerou uma onda viral de indignação. Como constatamos no PN Hwange, quase dois anos volvidos, os descendentes de Cecil prosperam.
Caminhantes no trilho do Ice Lake, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 7º - Braga - Ice Lake, Nepal

Circuito Annapurna – A Aclimatização Dolorosa do Ice Lake

Na subida para o povoado de Ghyaru, tivemos uma primeira e inesperada mostra do quão extasiante se pode provar o Circuito Annapurna. Nove quilómetros depois, em Braga, pela necessidade de aclimatizarmos ascendemos dos 3.470m de Braga aos 4.600m do lago de Kicho Tal. Só sentimos algum esperado cansaço e o avolumar do deslumbre pela Cordilheira Annapurna.
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De volta aos Anos 30 – Calhambeque Tour

Numa cidade reerguida em Art Deco e com atmosfera dos "anos loucos" e seguintes, o meio de locomoção adequado são os elegantes automóveis clássicos dessa era. Em Napier, estão por toda a parte.
Alturas Tibetanas, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Aventura

Mal de Altitude: não é mau. É péssimo!

Em viagem, acontece vermo-nos confrontados com a falta de tempo para explorar um lugar tão imperdível como elevado. Ditam a medicina e as experiências prévias com o Mal de Altitude que não devemos arriscar subir à pressa.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Luderitz, Namibia
Cidades
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Garranos galopam pelo planalto acima de Castro Laboreiro, PN Peneda-Gerês, Portugal
Cultura
Castro Laboreiro, Portugal  

Do Castro de Laboreiro à Raia da Serra Peneda – Gerês

Chegamos à (i) eminência da Galiza, a 1000m de altitude e até mais. Castro Laboreiro e as aldeias em redor impõem-se à monumentalidade granítica das serras e do Planalto da Peneda e de Laboreiro. Como o fazem as suas gentes resilientes que, entregues ora a Brandas ora a Inverneiras, ainda chamam casa a estas paragens deslumbrantes.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Em Viagem
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Cobá, viagem às Ruínas Maias, Pac Chen, Maias de agora
Étnico
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Kennedy Space Center, Florida, Estados Unidos
História
Kennedy Space Center, Florida, Estados Unidos

A Rampa de Lançamento do Programa Espacial Americano

De viagem pela Flórida, desviamos da órbita programada. Apontamos ao litoral atlântico de Merrit Island e do Cabo Canaveral. Lá exploramos o Kennedy Space Center e acompanhamos um dos lançamentos com que a empresa Space X e os Estados Unidos agora almejam o Espaço.
Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Ilhas
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Natureza
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Serengeti, Grande Migração Savana, Tanzania, gnus no rio
Parques Naturais
PN Serengeti, Tanzânia

A Grande Migração da Savana Sem Fim

Nestas pradarias que o povo Masai diz siringet (correrem para sempre), milhões de gnus e outros herbívoros perseguem as chuvas. Para os predadores, a sua chegada e a da monção são uma mesma salvação.
Mirador de La Peña, El Hierro, Canárias, Espanha
Património Mundial UNESCO
El Hierro, Canárias

A Orla Vulcânica das Canárias e do Velho Mundo

Até Colombo ter chegado às Américas, El Hierro era vista como o limiar do mundo conhecido e, durante algum tempo, o Meridiano que o delimitava. Meio milénio depois, a derradeira ilha ocidental das Canárias fervilha de um vulcanismo exuberante.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
igreja, nossa senhora, virgem, guadalupe, mexico
Religião
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Sociedade
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Glaciar Meares
Vida Selvagem
Prince William Sound, Alasca

Viagem por um Alasca Glacial

Encaixado contra as montanhas Chugach, Prince William Sound abriga alguns dos cenários descomunais do Alasca. Nem sismos poderosos nem uma maré negra devastadora afectaram o seu esplendor natural.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.