Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira


Bebé entre reis
Bebé assusta-se quando se vê elevado entre o rei mouro e o cristão, no encerramento das Cavalhadas.
Artesão do divino
Morador de Pirenópolis retoca parte da armadura a ser usada pelo rei Mouro durante as Cavalhadas.
Em cheio
Cavaleiro mouro espeta uma cabeça e ganha pontos durante uma das várias provas.
Vultos Curucucus
Silhuetas de mascarados em convívio nas ruas do centro histórico de Pirenópolis.
Capitulação
Cavaleiro mouro submete-se a um Cristão após a derrota dos mouros nas Cavalhadas.
Cavalhódromo de Pirenópolis
Mascarados cavalgam no Cavalhódromo de Pirenópolis.
Costura
Mãe do rei Cristão finaliza o traje usado pelo filho nas Cavalhadas que se aproximam.
Bebé e traje mouro
Bebé passa junto ao traje do rei Mouro na fazenda do pirenopolino escolhido para esse papel das Cavalhadas.
Mascarado a cavalo
Mascarado percorre as ruas do centro histórico de Pirenópolis.
Espera montada
Mascarado aguarda pelo regresso de um congénere durante as Cavalhadas de Pirenópolis.
Mascarado BR
Mascarado posa à entrada de um posto de abastecimento de Pirenópolis.
Mascarados ansiosos
Bando de mascarados aguarda por nova permissão para entrarem em cena nas Cavalhadas de Pirenópolis.
Público
Espectadores acompanham a acção das Cavalhadas numa cabine improvisada do Cavalhódromo de Pirenópolis.
Golo Excêntrico
Mascarado bebe cerveja por um dos orifícios do nariz da sua máscara.
Torneio
Público acompanha o galope de um cavaleiro mouro durante uma prova das Cavalhadas.
Sombra mascarados
Sombra de um grupo de mascarados nos bastidores do Cavalhódromo.
Sor Pompeu
Apresentador das Cavalhadas vê-se cercado de mascarados.
Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.

Chegamos à uma da tarde.

Os mascarados abrem alas para a cavalgada solene dos “exércitos” cristão e mouro que rumam ao recém-construído Cavalhódromo de Pirenópolis.

As bancadas estão à pinha. Ecoa a voz quase divina do produtor e apresentador Sôr Pompeu, em pleno anuncio do cortejo de inauguração. Composta de músicos e majorettes, a parada dá a volta ao relvado e saúda a assistência.

Lidera-a uma moça gostosa da terra enfeitada com faixas.

Cumprido o périplo, tem luz verde o ponto alto do evento das embaixadas e batalhas.

Percebemos, por fim, o porquê de tanto ensaio prévio. As coreografias revelam-se complexas e fastidiosas. Fazem-se de voltas e reviravoltas, também de confrontações súbitas, retiradas e diálogos intermináveis proferidos num playback trovejante que requer o acompanhamento gestual dos reis e embaixadores.

A Folia Desvairada dos Mascarados Curucucus

Para aligeirar o espectáculo, são abertas as portas à loucura dos mascarados. Estes, invadem a galope e, sempre que o seu tempo se esgota, resistem à expulsão do relvado como se de um terceiro exército se tratassem.

“Esses Mascarados vão ter que sair de qualquer jeito. Não dá p’rá ficar atrasando mais!” ressoa, dos altifalantes, o cada vez mais impaciente Sôr Pompeu.

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Mascarados cavalgam no Cavalhódromo de Pirenópolis.

Há muito que passaram os 20 minutos de cavalgada louca à volta do recinto por ele concedidos. Os exageros repetem-se desde o início do evento. Nada que perturbe a inconsciência colectiva dos também chamados curucucus.

O abuso delicia os espectadores. Afinal, a Festa do Divino e as Cavalhadas são feitas da entrega e devoção, tanto religiosa quanto profana dos seus intervenientes. Todos toleram que os cavaleiros mouros e cristãos brilhem demais.

À parte das batalhas travadas, em desafio do predomínio das faixas de saudação, vassalagem e auto-promoção das famílias mais importantes e dos políticos regionais, os mascarados aproveitam ainda o seu anonimato para exibir cartazes de contestação política: “As pessoas não mudam quando chegam ao poder, elas se revelam” versa um dos mais exuberantes.

A tradicional irreverência dos curucucus deriva da sua presença, tão bastarda como tardia, nas Cavalhadas.

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Mascarado aguarda pelo regresso de um congénere durante as Cavalhadas de Pirenópolis.

Durante muitos anos, por não ter lugar nas batalhas travadas à laia de torneio medieval, o povão que representam foi mero espectador das cerimónias protagonizadas pelos abastados e poderosos.

Uma vez legitimada a sua participação, protegidos por disfarces caricatos e coloridos (cabeças de homem e de boi, unicórnios, onças etc.) e por cochichos quase imperceptíveis, os Mascarados provaram-se difíceis de controlar.

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Silhuetas de mascarados em convívio nas ruas do centro histórico de Pirenópolis.

A Batalha em Modo de Torneio Medieval das Cavalhadas

As Cruzadas regressam ao Cavalhódromo. Em breve se constata que as embaixadas de tréguas e de mútua intimidação são infrutíferas. Resta o conflito. O povo rejubila mais que nunca.

Foram colocadas cabeças de bonecos para serem rebentadas e assim testarem a mestria dos cavaleiros no uso da lança e … da pistola, um anacronismo não detectado ou com que ninguém se importou.

Há ainda a prova das argolinhas, um clássico medieval que eleva o suspense de cada vez que os cavaleiros, a galope, erguem as suas lanças.

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Cavaleiro mouro espeta uma cabeça e ganha pontos durante uma das várias provas.

Os pontos são anotados. No fim, por uma questão de fidelidade histórica, vencem sempre os cristãos. A consumar o triunfo dos fiéis, os mouros rendem-se e submetem-se, ajoelhados, às espadas dos cruzados. Segue-se um alinhamento, a pé, dos cavaleiros que recebem os cumprimentos dos amigos e familiares.

Quando a Festa das Cavalhadas Regressa a Pirenópolis

Nisto, os passeios do centro da cidade enchem-se com o regresso da multidão do Cavalhódromo. A maioria dos forasteiros vêm de Brasília, de Goiânia e de outras povoações em redor. Alguns, chegam de bem mais longe.

De São Paulo, do Rio, até do estrangeiro. Todos comparecem em Pirenópolis atraídos pela beleza cada vez mais badalada da festa. Durante o evento, os carros são proibidos no centro histórico.

Esta benesse permite aos mascarados apoderar-se das ruas amplas.

Cavalgam por elas sem sentido. Detêm-se apenas para posar para as fotos do público e rogarem pequenas contribuições para a compra do seu combustível: a cervejinha gelada.

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Mascarado bebe cerveja por um dos orifícios do nariz da sua máscara.

É rara a recusa. Estamos na época seca da região Centro-Oeste brasileira. O calor aperta. Sobretudo quando se está horas dentro de um fato de fibra com a cabeça numa máscara de cartão.

Quando a noite cai, os cavaleiros recuperaram o protagonismo. Por essa altura, juntos, mouros e cristãos cavalgam e descarregam as suas pistolas para o ar. 

O derradeiro ritual – de longe o mais barulhento – estabelece o encerramento oficial das Cavalhadas e devolve Pirenópolis à paz de Deus.

Até ao mês de Maio do próximo ano. 

Origem das Cavalhadas: do Reino dos Francos ao Coração de Goiás

As Cavalhadas de Pirenópolis são uma reconstituição das investidas de Carlos Magno contra os Mouros que, por altura do século VIII ocupavam a Península Ibérica.

Ao longo da Idade Média, por meio dos cruzados e de trovadores, os seus feitos tornaram-se populares na Europa cristã. Deram origem a representações bem recebidas também em Portugal.

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Público acompanha o galope de um cavaleiro mouro durante uma prova das Cavalhadas.

Os jesuítas levaram estas encenações para o Brasil, ainda na sua época áurea e com autorização da Coroa que nelas vislumbrou um instrumento eficaz de evangelização dos indígenas e escravos africanos.

A Encenação Popular do Padre Manuel Amâncio da Luz

Chegaram a Pirenópolis e à região circundante do actual estado de Goiás, em 1826, quando o Padre Manuel Amâncio da Luz integrou uma exibição denominada “O Batalhão de Carlos Magno” na Festa do Divino Espírito Santo, também ela antes trazida de Portugal.

A novidade teve uma aceitação milagrosa. Pirenópolis era, então, uma cidade de mineiros, na sua maioria oriundos do norte da Metrópole onde a longa resistência às invasões mouras e seguintes ataques e conquistas vieram a forjar a nação portuguesa.

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Bebé assusta-se quando se vê elevado entre o rei mouro e o cristão, no encerramento das Cavalhadas.

Por outro lado, o espectáculo desde cedo atribuiu personagens poderosas (reis e cavaleiros) aos cidadãos mais proeminentes da cidade. Eram personagens montadas.

A Promoção Controversa ao Novo Cavalhódromo de Pirenópolis

Essa realidade foi de encontro à paixão generalizada da população local pelos cavalos e cavalgadas. Tal paixão torna-se bem evidente durante a Festa do Divino, quando o som dos cascos contra as pedras das calçadas de Pirenópolis se torna ambiente.

No início, as Cavalhadas eram encenadas num campo de terra marcado a cal. Os participantes vestiam uniformes militares da época em vez dos trajes da época medieval actuais.

O empenho que os Pirenopolinos lhes dedicaram – como dedicaram à Festa do Divino, no geral –  fez com que fossem criadas roupas “medievais” para os cavaleiros e cavalos, incluindo armas e armaduras.

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Mãe do rei Cristão finaliza o traje usado pelo filho nas Cavalhadas que se aproximam.

Em 2012, o campo pelado deu lugar a um amplo Cavalhódromo, relvado, dotado de um pórtico cristão e outro mouro, com grandes bancadas de cimento e camarotes familiares, estes feitos de madeira. Diversos sectores da comunidade pirepolina acusaram os responsáveis de terem afastado o povo da festa.

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Espectadores acompanham a acção das Cavalhadas numa cabine improvisada do Cavalhódromo de Pirenópolis.

Quando falamos com a esposa de Toninho – um emblemático ex-rei Mouro – apuramos ainda que nem sempre a festa se confinou à cidade ou sequer ao estado brasileiro de Goiás.

A Embaixada dos Cavaleiros do Divino à França Grãfina de Chantilly

Dª Telma conta-nos que, em 2005, se celebrou o ano do Brasil em França. Por essa ocasião, a organização gaulesa convidou uma comitiva de 30 pirenopolinos, – para desgosto das esposas da cidade, todos homens – a Chantilly (uma vila histórica grãfina a pouca distância de Paris).

A ideia era apresentar aos franceses as Cavalhadas de Pirenópolis e a exibição final correu na perfeição. Já os preparativos incluíram peripécias hilariantes.

Vários dos cavaleiros nunca haviam saído do estado de Goiás quanto mais viajado de avião e mudado de continente para enfrentar a delicada etiquette française.

Por óbvias razões logísticas, os cavalos pirenopolinos ficaram em casa. E os cavaleiros das Cavalhadas tiveram que ensinar a montadas francesas as voltas e reviravoltas das batalhas entre Mouros e Cristãos.

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Cavaleiro mouro submete-se a um Cristão após a derrota dos mouros nas Cavalhadas.

O desafio revelou-se tudo menos pacífico. Por terras de “Piri”, os cavalos eram tratados à força, com chicotadas e picadas de esporas.

Em Chantilly, os cavaleiros brasileiros, habituados à superioridade do seu papel de reis e nobres, viam-se repreendidos ao mínimo toque que dessem nos animais franceses e indignavam-se sempre que os tratadores locais, à laia de prémio, beijavam as suas montadas na boca.

“Mas isso não foi o pior …”, continua a contar-nos Dª Telma: “Como se não bastasse, os franceses tentaram impor este método refinado aos cavaleiros de Pirenópolis a quem davam também torrões de açúcar para que, além dos beijos, os oferecessem aos cavalos quando os animais superavam provas…”

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Morador de Pirenópolis retoca parte da armadura a ser usada pelo rei Mouro durante as Cavalhadas.

Os pirenopolinos continuaram a resistir. E os franceses quase entraram em colapso quando constataram que não só insistiam nos seus procedimentos cruéis para com os equinos como devoravam os torrões de açúcar.

No regresso a casa, o tratamento “efeminado” dos europeus para com os animais manteve-se tema de conversa e de risada até às Cavalhadas seguintes, quando o exército poderoso e pirepolino de Carlos Magno, voltou a derrotar os infiéis.

Pirenópolis, Brasil

Cavalgada de Fé

Introduzida, em 1819, por padres portugueses, a Festa do Divino Espírito Santo de Pirenópolis agrega uma complexa rede de celebrações religiosas e pagãs. Dura mais de 20 dias, passados, em grande parte, sobre a sela.
Pirenópolis, Brasil

Uma Pólis nos Pirinéus Sul-Americanos

Minas de Nossa Senhora do Rosário da Meia Ponte foi erguida por bandeirantes portugueses, no auge do Ciclo do Ouro. Por saudosismo, emigrantes provavelmente catalães chamaram à serra em redor de Pireneus. Em 1890, já numa era de independência e de incontáveis helenizações das suas urbes, os brasileiros baptizaram esta cidade colonial de Pirenópolis.
Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

Estamos no limiar oeste do Mato Grosso do Sul mas mato, por estes lados, é outra coisa. Numa extensão de quase 200.000 km2, o Brasil surge parcialmente submerso, por rios, riachos, lagoas e outras águas dispersas em vastas planícies de aluvião. Nem o calor ofegante da estação seca drena a vida e a biodiversidade de lugares e fazendas pantaneiras como a que nos acolheu às margens do rio Miranda.
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Bhaktapur, Nepal

As Máscaras Nepalesas da Vida

O povo indígena Newar do Vale de Katmandu atribui grande importância à religiosidade hindu e budista que os une uns aos outros e à Terra. De acordo, abençoa os seus ritos de passagem com danças newar de homens mascarados de divindades. Mesmo se há muito repetidas do nascimento à reencarnação, estas danças ancestrais não iludem a modernidade e começam a ver um fim.
Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Militares

Defensores das Suas Pátrias

Mesmo em tempos de paz, detectamos militares por todo o lado. A postos, nas cidades, cumprem missões rotineiras que requerem rigor e paciência.
São João de Acre, Israel

A Fortaleza que Resistiu a Tudo

Foi alvo frequente das Cruzadas e tomada e retomada vezes sem conta. Hoje, israelita, Acre é partilhada por árabes e judeus. Vive tempos bem mais pacíficos e estáveis que aqueles por que passou.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.

Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

Morro de São Paulo, Brasil

Um Litoral Divinal da Bahia

Há três décadas, não passava de uma vila piscatória remota e humilde. Até que algumas comunidades pós-hippies revelaram o retiro do Morro ao mundo e o promoveram a uma espécie de santuário balnear.
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Ilhabela, Brasil

Ilhabela: Depois do Horror, a Beleza Atlântica

Nocenta por cento de Mata Atlântica preservada, cachoeiras idílicas e praias gentis e selvagens fazem-lhe jus ao nome. Mas, se recuarmos no tempo, também desvendamos a faceta histórica horrífica de Ilhabela.
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Goiás Velho, Brasil

Um Legado da Febre do Ouro

Dois séculos após o apogeu da prospecção, perdida no tempo e na vastidão do Planalto Central, Goiás estima a sua admirável arquitectura colonial, a riqueza supreendente que ali continua por descobrir.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
Arquitectura & Design
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
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Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
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Cerimónias e Festividades
Marinduque, Filipinas

A Paixão Filipina de Cristo

Nenhuma nação em redor é católica mas muitos filipinos não se deixam intimidar. Na Semana Santa, entregam-se à crença herdada dos colonos espanhóis.A auto-flagelação torna-se uma prova sangrenta de fé
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Cidades
Helsínquia, Finlândia

A Filha Suomi do Báltico

Várias cidades cresceram, emanciparam-se e prosperaram à beira deste mar interior do Norte. Helsínquia lá se destacou como a capital monumental da jovem nação finlandesa.
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O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Eswatini, Ezulwini Valley, Mantenga Cultural Village
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Em Redor do Vale Real e Celestial de Eswatini

Estendido por quase 30km, o vale de Ezulwini é o coração e a alma da velha Suazilândia. Lá se situa Lobamba, a capital tradicional e assento da monarquia, a pouca distância da capital de facto, Mbabane. Verdejante e panorâmico, profundamente histórico e cultural, o vale mantém-se ainda o cerne turístico do reino de eSwatini.
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Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Em Viagem
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(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
Remadores Intha num canal do Lago Inlé
Étnico
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A Deslumbrante Birmânia Lacustre

Com uma área de 116km2, o Lago Inle é o segundo maior lago do Myanmar. É muito mais que isso. A diversidade étnica da sua população, a profusão de templos budistas e o exotismo da vida local, tornam-no um reduto incontornável do Sudeste Asiático.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sinais Exóticos de Vida

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História
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

Mudamo-nos das Terras de Bouro para as do Barroso. Com base em Montalegre, deambulamos à descoberta de Paredes do Rio, Tourém, Pitões das Júnias e o seu mosteiro, povoações deslumbrantes do cimo raiano de Portugal. Se é verdade que o Barroso já teve mais habitantes, visitantes não lhe deviam faltar.
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Ilhas
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
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Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
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Literatura
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
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Ilha de São Miguel: Açores Deslumbrantes, Por Natureza

Uma biosfera imaculada que as entranhas da Terra moldam e amornam exibe-se, em São Miguel, em formato panorâmico. São Miguel é a maior das ilhas portuguesas. E é uma obra de arte da Natureza e do Homem no meio do Atlântico Norte plantada.
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
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Parques Naturais
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Ilha do Principe, São Tomé e Principe
Património Mundial UNESCO
Príncipe, São Tomé e Príncipe

Viagem ao Retiro Nobre da Ilha do Príncipe

A 150 km de solidão para norte da matriarca São Tomé, a ilha do Príncipe eleva-se do Atlântico profundo num cenário abrupto e vulcânico de montanha coberta de selva. Há muito encerrada na sua natureza tropical arrebatadora e num passado luso-colonial contido mas comovente, esta pequena ilha africana ainda abriga mais estórias para contar que visitantes para as escutar.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Tombolo e Punta Catedral, Parque Nacional Manuel António, Costa Rica
Praias
PN Manuel António, Costa Rica

O Pequeno-Grande Parque Nacional da Costa Rica

São bem conhecidas as razões para o menor dos 28 parques nacionais costarriquenhos se ter tornado o mais popular. A fauna e flora do PN Manuel António proliferam num retalho ínfimo e excêntrico de selva. Como se não bastasse, limitam-no quatro das melhores praias ticas.
Religião
Circuito Annapurna: 5º - Ngawal a BragaNepal

Rumo a Braga. A Nepalesa.

Passamos nova manhã de meteorologia gloriosa à descoberta de Ngawal. Segue-se um curto trajecto na direcção de Manang, a principal povoação no caminho para o zénite do circuito Annapurna. Ficamo-nos por Braga (Braka). A aldeola não tardaria a provar-se uma das suas mais inolvidáveis escalas.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Sociedade
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Parque Nacional Etosha Namíbia, chuva
Vida Selvagem
PN Etosha, Namíbia

A Vida Exuberante da Namíbia Branca

Um salar vasto rasga o norte namibiano. O Parque Nacional Etosha que o envolve revela-se um habitat árido, mas providencial, de incontáveis espécies selvagens africanas.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.