Florianópolis, Brasil

O Legado Açoriano do Atlântico Sul


A inevitável pesca
Pescadores percorrem o mar mais tranquilo entre a costa oeste da Ilha de Santa Catarina e o Brasil continental.
Açores Longe dos Açores
Vacas num ervado próximo da Praia do Matadeiro, um dos locais usados para finalizar a caça à baleia que proliferou no século XVIII.
Uma expressão de vida
Um dos pescadores mais experientes de Armação vestido para o ofício, na praia de Matadeiro.
Santo António de Lisboa
Ciclista percorre um rua tradicional de Santo António de Lisboa, uma freguesia da Ilha de Santa Catarina também ela povoada por descendentes de açorianos.
Azáfama piscatória
Pescadores preparam barcos para mais uma saída para o oceano Atlântico bravio em frente à Barra da Lagoa.
Artesanato açoriano
Mulher trabalha numa renda de bilro, uma técnica de produzir renda trazida dos Açores pelas primeiras emigrantes.
O velho mercado
Fachada peculiar do Mercado Público Municipal de Florianópolis, no coração histórico da cidade.
À Linha
Outra forma de pesca, a partir de uma plataforma rochosa sobre o oceano Atlântico, junto à Praia do Matadeiro.
Recolha esforçada
Pescador puxa o seu barco areal acima, após mais uma jornada no mar bravio da costa leste da Ilha de Santa Catarina.
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Cimo do forte de Santo António
Defesa de Pedra
Cimo do forte de Santo António, uma das fortalezas erguidas pela Coroa portuguesa para assegurar o domínio da Ilha de Santa Catarina e do mar em redor.
Um ofício alternativo
Criador de ostras nascido na ilha da Madeira trabalha nos seus engenhos, junto a Sambaqui. Alguns madeirenses também chegaram à ilha na emigração essencialmente açoriana.
Num grande cenário
Casal descontrai numa reentrância da costa leste do sul da Ilha de Santa Catarina, com vista para o litoral privilegiado da Praia do Matadeiro.

Durante o século XVIII, milhares de ilhéus portugueses perseguiram vidas melhores nos confins meridionais do Brasil. Nas povoações que fundaram, abundam os vestígios de afinidade com as origens.

A vista a partir do cimo do Morro da Cruz não era a ideal para alimentarmos o imaginário histórico-lusitano daquelas paragens. Para oeste, espraiava-se o casario triangular formado pelos prédios de Floripa com uma interrupção marítima estreita para a sua extensão no continente sul-americano.

A expressão arquitectónica da nova prosperidade da ilha encobria por completo a herança urbana dos colonizadores portugueses que a começaram a viabilizar, pelo que não tardámos a regressar ao coração ribeirinho da capital.

Ainda é cedo e falta ao velho mercado municipal readaptado a proliferação musical e de gente que o anima a partir do meio da tarde. A maior parte dos negócios já estavam ou a abrir ou já abertos e essa constatação, só por si, compensava qualquer lacuna. Tínhamos acordado com as galinhas e a caminhada íngreme no derradeiro percurso para as alturas panorâmicas do antes chamado Pau da Bandeira, quando servia de semáforo para avisar da entrada de embarcações nas imediações da ilha, deixou-nos a precisar de um segundo pequeno-almoço. Foi, assim, com enorme agrado, que encontramos um boteco especializado em frutas, seus sucos e afins.

Numa viagem anterior pelo sul do Brasil tínhamo-nos já familiarizado com a maravilha nutritiva e gustativa das tijelas de açaí. As moças do estabelecimento diminuto ainda tratavam de limpezas mas não nos recusaram a confecção da delícia. Enquanto o faziam, falámos de tudo um pouco, incluindo dos familiares que tinham por terras patrícias. Nem sempre a comunicação fluiu como desejávamos. “Oi ?” atiravam-nos de cada vez que acelerávamos mais o português original. Tantos foram os “ois” que decidimos voltar a recorrer ao sotaque brasileiro genérico, estratégia sempre útil quando, de visita ao Brasil, se tem pouco tempo a perder.

Hoje, belo, amarelo e branco, o Mercado Público Municipal em que ambas trabalhavam funciona no mesmo edifício peculiar construído pelo governo da capitania de Santa Catarina, em 1899, para acolher vendedores e compradores remediados da ilha e redondezas que haviam sido removidos do lugar em que habitualmente comerciavam. O magnânimo soberano brasileiro Dom Pedro II estava prestes a visitar a povoação na companhia do Bispo do Rio de Janeiro e havia que higienizar e aperaltar o centro urbano. O monarca acabou por ficar um mês e concedeu farto beija-mão.

Por essa altura, a cidade chamava-se ainda Desterro (de Nª Senhora do Desterro). Os moradores abominavam a semântica de exílio que dela provinha. Em pleno processo de rebaptismo, a hipótese Ondina foi descartada. No final da revolução federalista, em homenagem ao segundo Presidente brasileiro, Floriano Peixoto, o governador Hercílio Luz fez valer Florianópolis.

Antes de Desterro e de Florianópolis, esteve em vigor por muito tempo Santa Catarina, o nome dado à povoação pelo fundador Francisco Dias Velho por lá ter chegado no dia da santa. Encarregue pela Coroa de uma bandeira colonizadora do sul do Brasil, Dias Velho instalou-se na ilha com a esposa, três filhas, dois filhos, dois padres jesuítas e uns quinhentos índios semi-convertidos. Mandou erguer uma capela que deu origem à Catedral Metropolitana actual e uma série de habitações. Pouco depois, solicitou a posse daquelas terras e a sua colonização. Interessava-nos sobremaneira o povoamento que se seguiu. Não tardámos a sair à procura dos seus vestígios.

A conversa estava tão boa como o açaí mas a Ilha de Santa Catarina não era propriamente pequena. De acordo, conduzimos directos para a praia da Armação, um dos seus recantos mais genuínos, situado no sudeste, entre uma tal de Lagoa do Peri e o oceano.

Ali, damos com um litoral verdejante e grandioso limitado por morros ora cobertos de Mata Atlântica desbastada ora por grama rasa. Vacas que poderíamos jurar serem, no mínimo, parentes das arouquesas aparavam a erva natural. Para diante, um casal de tarambolas coroadas enfurece-se por invadirmos o seu território e expulsa-nos com um dueto de avisos estridentes e voos rasados.

Ainda são oito da manhã. Na enseada contígua, dois barcos de pescadores aportam. Os homens saltam para o areal, empurram os barcos praia acima e descarregam as redes. Rodrigo César, membro do projecto ecologista TAMAR, já os esperava. Não tarda a detectar uma tartaruga  enrodilhada. Com a licença dos pescadores, remove-a, anilha-a, retira amostras da carapaça para análise e devolve-a ao oceano.

Metemos conversa com os homens da faina a ver se algum se atrevia a falar das origens daquelas povoações tão remotas. Mesmo atarefado, um deles, de cabelo e barba branca, peso da responsabilidade a condizer, resume-nos a história o mais que consegue: ”isso daqui foi tudo açoriano. Vieram para cá às centenas já faz muito tempo. Acharam esses lugares bons para caçar baleia e por cá ficaram. O “matadeiro” (deturpação popular de Saco do Matadouro) era aqui mesmo e essa praia ficava toda vermelha. A armação era logo ali ao lado. Tinha várias cá em Santa Catarina… parece que também havia no Rio e em São Paulo.”

Devido à necessidade de consolidar a posse da Colónia de Sacramento,  isolada no limite do território do sul do Brasil (hoje Uruguai), D. João V aprovou a construção de fortalezas na Ilha de Santa Catarina e o seu reforço militar. Também eram precisos habitantes. Como tal, a Coroa concedeu incentivos aos açorianos e madeirenses que se prestassem a emigrar. A partir de meados do século XVIII, mais de 6000 aceitaram mudar-se para o Atlântico Sul. Predominaram os açorianos, escolhidos com critério de virtudes morais e físicas, aos casais. Mais tarde, seriam, aliás, tratados por Casais.

Viveram da agricultura e da produção de algodão e de linho e também da caça à baleia que só trouxe proveitos até à viragem para 1800, ano em que a Coroa extinguiu o seu monopólio de extracção de óleo. Por essa altura, a ilha já tinha 24.000 habitantes livres (quase 75% de origem açoriana) e mais de 5000 escravos, à época, uma prova inequívoca de prosperidade.

Quanto mais explorávamos, mais lugares com história açoriana encontrávamos, como a Praia dos Naufragados, na ponta meridional da ilha que tem o nome que tem porque, em 1751, uma galera com 250 casais já instalados naufragou ao contornar a Barra Sul e quase todos ali deram à costa. A tragédia inviabilizou o plano de fundarem aquela que é hoje Porto Alegre.

Espreitamos esta extremidade batida por um mar temível e invertemos para norte, desta feita pelo litoral virado ao Brasil continental. “Não vão por essa estrada” avisa-nos uma residente. “Tá muito má e às vezes tem bandidos escondidos nos arbustos!”. Já era tarde demais. O conselho obrigou-nos a fazer o carro voar baixinho sobre os buracos. Aproveitamos o balanço e vamos até Santo António de Lisboa e Sambaqui, duas outras povoações fulcrais na ligação com Açores.

A primeira tornou-se muito cedo posto de Alfândega e recebeu colonizadores de várias das ilhas do arquipélago. Lá encontramos outros estabelecimentos que honram a génese açoriana, mais pescadores que esticam enormes fios de redes e senhoras que trabalham nas suas, de bilros, arte que viajou com as tetravós e pentavós de São Miguel, da Terceira, do Faial e por aí fora.

Em Sambaqui, investigamos grandes viveiros de ostras. Ao passarmos por barracos de armazenamento, um trabalhador solitário apanha-nos a pinta. “Bom, vocês com essa pronúncia só podem ser portugueses, né ?” provoca-nos.  “Eu também sou. Nasci na Madeira mas os meus pais vieram para cá ainda eu era bem pequeno. Ando a ver se acabo o curso superior de Agronomia com especialização disto das ostras para voltar para lá. Estagiei em França, em viveiros em frente ao Forte Boyard. Fala-se muito da qualidade vida de Floripa mas isto aqui, como em todo o Brasil, está é uma miséria. Esses políticos só roubam e protegem os seus.” Com este exemplo tardio, confirmámos a extensão da emigração pelo século XX adentro e a presença solidária dos madeirenses entre os açorianos.

Não ficámos por aí. Ainda espreitámos a Barra da Lagoa, um porto de pesca posicionado no fim do canal que liga a enorme Lagoa da Conceição ao mar. Foi esta uma das povoações criadas após a Galera Jesus, Maria e José ter atracado na ilha de Santa Catarina com o primeiro lote de emigrantes. Quando lá chegamos, pescadores jovens preparam barcos coloridos para saírem para o mar. Dois deles, têm pintado o mesmo baptismo sequencial e familiar: Sílvio da Costa II e III. Ao lado, duas bandeiras brasileiras deixam bem claro o destino a que se entregaram aquela e tantas outras famílias de Casais.

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