Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos


Casario
O casario que foi substituindo, com recurso aos lucros dos diamantes, as tendas feitas de pano que inspiraram o nome Lençóis da Bahia.
Jegues Carregados
Jegues carregados e o jovem dono, como vistos do interior de uma loja de Lençóis.
Igreja do Rosário
Morador passa em frente à igreja do Rosário.
Beco
Jovens moradores entram num beco sombrio que parte da Praça Horácio de Mattos.
Missa à pinha
Uma missa exuberante em honra da Imaculada Conceição tem lugar na igreja do Rosário.
Moda Sertanejo
Nativo com trajes tradicionais carrega o seu cavalo na rua das Pedras.
À Espera
Moradora aguarda a abertura de uma loja da rua das Pedras.
Praça Horácio de Mattos
Lua cheia e a iluminação eléctrica destacam as cores da Praça Horácio de Mattos
Praça Horácio de Mattos
Grupo de visitantes fotografa-se na Praça Horácio de Mattos enquanto um jovem nativo faz ciclo-acrobacias.
Silhueta Equina
Cavaleiros percorrem um trecho colorido de uma rua de Lençóis.
No Relax
Amigas descontraem na lagoa escura do Ribeirão do Meio
Vista da Ponte
Nativo observa a acção da cidade.
Hora do Sorvete
Hora do sorvete das amigas.
No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.

Quando se contempla a cidade do topo da Serra do Sincorá dificilmente se consegue imaginar o estranho cenário provisório que esteve na origem do seu nome.

Nesses primeiros tempos Lençóis pouco mais era que um reduto garimpeiro caótico. Tornava milionários os poderosos e esmagava os mais fracos. Hoje, bastam uns dias para se constatar que, do seu passado, restam quase só os aspectos positivos.

Foi algo que o governo brasileiro, perante a pressão do MCC – o Movimento de Criatividade Comunitária criado por defensores da região – acabou por favorecer. Foi proibida a prospecção industrial.

Em 1973, Lençóis da Bahia foi promovida a Património Nacional, um título apenas concedido às verdadeiras preciosidades históricas e naturais brasileiras.

É mais que apenas isso que faz de Lençóis tão especial. Existem inúmeras cidades belas por esse mundo fora que não exercem o seu magnetismo. Há qualquer coisa mais. Qualquer coisa que ultrapassa os sentidos.

Ao fim de algum tempo, torna-se óbvio que Lençóis e os seus 6400 habitantes vivem uma relação de amor incondicional e que, por sua vez, geram paixão nos visitantes brasileiros e estrangeiros.

Estes, ligados a outras cidades e a outras pessoas, quando se vêem obrigados a partir, acabam por fazê-lo contrariados. Nem todos os forasteiros se conformam com a despedida. De tempos a tempos, lá surge mais um que não resiste à felicidade prometida e acaba por ficar.

Dona Eulina, a proprietária da pousada em que nos hospedamos, foi uma das contempladas. Baiana de nascimento, mudou-se para São Paulo ainda criança. Lá passou grande parte dos seus quase 60 anos.

Nos últimos quinze, dava consigo a sonhar com um lugar diferente, envolto de uma atmosfera única de afectividade e bem-estar, um fenómeno que nos descreve com uma emoção renovada: “Numas curtas férias, resolvi voltar à Bahia com a minha filha.

Por mero acaso, passámos por Lençóis. Passeando pelas calçadas, reconheci o refúgio dos meus sonhos. Depois de vencer os receios próprios da mudança, apressei a reforma, comprei uma casa e abri o negócio que giro agora, com o meu marido Roberto. Nunca mais quisemos sair daqui.”

Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

O casario que foi substituindo, com recurso aos lucros dos diamantes, as tendas feitas de pano que inspiraram o nome Lençóis da Bahia.

Dos Lençóis Originais a Domínio de Coronéis

Apesar das condições precárias, a vida correu de feição a muitos dos fundadores da povoação.

As primeiras jazidas de diamantes, extensão geológica das jazidas do deserto do Namibe separada pelo Atlântico com a deriva dos continentes, foram descobertas na Chapada Velha, em 1822, por bandeirantes que procuravam ouro e escravos mas não desdenhavam formas alternativas de enriquecer.

Vinte e dois anos depois, um tal de “Sinhô” Casusa do Prado achou algumas pedras preciosas com maior valor. A região atraiu milhares de caça-fortunas, uns já abastados e opulentos a quem a riqueza não chegava, outros que só possuíam a roupa que vestiam.

Perante a falta de habitações e outras infra-estruturas, os recém-chegados instalaram-se em tendas provisórias. Vistas das colinas em redor, essas tendas pareciam lençóis estendidos ao vento. Foi essa visão descomunal que ditou o nome da futura vila.

Num ápice, circularam pelo Brasil lendas de tesouros incalculáveis saídos dos leitos dos rios e riachos da região. A migração intensificou-se. Anos mais tarde, os acampamentos de garimpeiros tinham já dado lugar a diversas povoações: Vila Velha de Palmeiras, Andaraí, Piatã, Igatu.

E a mais apetecida de todas, Lençóis da Bahia.

Beco, Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

Jovens moradores entram num beco sombrio que parte da Praça Horácio de Mattos.

O Fim dos Diamantes Finos, e a Exportação das Gemas Toscas

No auge do ciclo diamantífero, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de todo o tipo de diamantes. A pouco e pouco, começaram a predominar as gemas toscas. Eram úteis apenas para fins industriais.

Graças ao seu poder perfurativo, revelavam-se perfeitas para mega-projectos de construção civil então conduzidos pelos franceses.

Foram os casos do Canal do Panamá, do túnel de Saint Gothard e do metro de Londres.

A compra sistemática e em grandes quantidades destas pedras menos preciosas provou-se motivo suficiente para o governo de Paris instalar um vice-consulado em Lençóis. Como seria de esperar, da arquitectura à etiqueta, Lençóis e os seus negociantes afrancesaram-se.

No início do século XX, Lençóis e as cidades em redor tivessem viram desvanecer-se grande parte do seu potencial económico. Os franceses partiram.

O principal testemunho da sua presença é, ainda hoje, o requintado edifício creme do vice-consulado, onde os diamantes eram negociados com os representantes europeus.

Depois da era francesa, com a liberdade cada vez mais real dos escravos e a perda das enormes verbas obtidas com a venda dos diamantes, Lençóis adaptou-se a um novo estilo de vida.

A Era Bélica de Horácio de Mattos e dos Coronéis Rivais

A partir de 1920, a cidade havia regredido de tal forma que se tornou num domínio decadente, disputado por coronéis e seus jagunços. O mais famoso de todos, o destemido Horácio de Mattos destacou-se dos demais com recurso à força e à irreverência.

Levou mesmo o governo brasileiro de Epitácio Pessoa a assinar com ele um acordo de pacificação. Como veremos mais à frente, na região, assim como por todo o Sertão, um coronel líder de um exército jagunceiro, desde que vitorioso, podia ser um herói. Este, até a praça principal da cidade tem com o seu nome.

Sertanejo, Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

Nativo com trajes tradicionais carrega o seu cavalo na rua das Pedras.

Malgrado o declínio económico trazido pelo século XX e a perturbação social, na sua fase de decadência já Lençóis se havia consolidado como uma impressionante unidade arquitectónica.

O casario da cidade desenvolveu-se em boa parte devido à necessidade de exibição da sua nova aristocracia milionária. Claro está, que, tanto quanto podia, a população mais pobre fez questão de seguir o exemplo.

A praça Horácio de Mattos é o ex-líbris do casario colonial herdado. A toda a volta do seu quase rectângulo, os edifícios, de dois andares, são elegantes e coloridos. Muitos deles, ostentam fachadas trabalhadas e janelas e portas ogivais. Distribuídos pelos prédios, surgem candeeiros parisienses de tons cinza que conferem ainda mais requinte ao conjunto.

À noite, asseguram uma iluminação suave mas quente.

Depois do Calor, a Festa de Lençóis

À tarde, as praças e ruas de Lençóis, fustigadas pelo sol tropical, mantêm-se quase desertas. Com o fim do dia, os turistas e os séquitos que os guiam e acompanham retornam das actividades na Chapada Diamantina.

Por essa altura, os Lençoienses saem também das suas casas. A cidade anima-se. Dois dos lugares preferidos para a janta e convívio seguinte são o largo que surge a meio da rua das Pedras e a Avenida Senhor dos Passos.

Ali, os pequenos restaurantes e as bancas improvisadas servem especialidades baianas como o pastel “acarajé” acompanhadas de “chopes” geladinhos, caipirinhas ou sucos naturais.

Com frequência, a banda local reúne-se para ensaiar e inunda a cidade com os tons graves e agudos das mais genuínas composições brasileiras.

A Vida Nocturna e a Que Subsiste Noite Fora

Durante muito tempo a famosa rua das Pedras albergou o “brega”, a prostituição que sempre acompanhava os novos focos prospectores. É, agora, a par com as esplanadas da praça Horácio de Mattos, responsável por uma animação nocturna menos polémica.

Praça Horácio de Mattos, Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

Lua cheia e a iluminação eléctrica destacam as cores da Praça Horácio de Mattos

Nela se situa o famoso Club 7, mais conhecido por Inferninho, um “disco-bar” à moda local, que passa versões “tecno” de temas sertanenses e serve inúmeros tipos de cachaça. Esta combinação, em conjunto com a inquestionável boa-disposição dos clientes habituais transformou a “danceteria” num lugar de culto para os visitantes mais jovens da cidade.

A partir das duas ou três da manhã, acredite-se ou não, a única alternativa dançante ao Inferninho tem o nome de Veneno Café bar. Nem tudo é assim tão profano ou soa a tóxico por estas paragens.

A religião continua a ter enorme importância, em Lençóis. Como pudemos assistir, apesar das influências dos ritos e rituais africanos, (caso do Jarê, a variação regional do Candomblé) os dias santos ainda se celebram à velha maneira portuguesa.

Deambulamos pela cidade quando somos surpreendidos pelo som de cânticos distantes acompanhados pelo rebentar de foguetes. Ao olharmos para trás, verificamos que um enorme cortejo deixa da praça Horácio de Mattos e entra na Avenida 7 de Setembro, em direcção ao coreto.

Com a silhueta difusa do casario como fundo e a luz de centenas de archotes a rasgar o lusco-fusco, a cena prova-se digna de um filme passado na Idade Média e com excelente fotografia.

Após contornar o coreto, a procissão dirige-se à sua última paragem, a Igreja do Rosário. Ali, junta-se-lhe mais uma multidão de crentes que entoam temas litúrgicos.

Missa, Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

Uma missa exuberante em honra da Imaculada Conceição tem lugar na igreja do Rosário.

Autorizam-nos a subir à varanda do coro. Do cimo, assistirmos à cerimónia em formato panorâmico. O seu espectáculo de devoção reforça-nos a impressão de que, passada a febre dos diamantes, Lençóis é, agora, sobretudo, um retiro acolhedor, crente e espiritual.

O Ribeirão do Meio e o Último Estertor do Garimpo

Entre os vários cursos de água com que a serra de Sincorá refresca Lençóis, os três principais, os Ribeirões do Meio, de Cima e de Baixo deliciam o povo e maravilham os forasteiros.

Principalmente aos fins-de-semana, logo pela manhã, chegam ao Ribeirão do Meio grupos excursionistas carregados de farnéis. Da saída da cidade ao rio, são cerca de 45 minutos de caminhada descontraída.

O trilho sinuoso, quase sempre sombrio, sulca a encosta da serra. Quase no fim, revela um vale largo que se projecta do topo escarpado da montanha.

É no vértice deste vale, várias plataformas rochosas abaixo, que o ribeirão se espraia. Uma dessas plataformas dá lugar a uma rampa que a água repleta de óxido de ferro (mas limpa) e, por isso, avermelhada – continua a polir.

Foi no Ribeirão do Meio que se desenvolveu o desporto radical mais inusitado da região, o “escorreganço” artístico.

Mal chegam à pequena represa fluvial, os seus praticantes sobem a rampa rochosa do rio. Uma vez no cimo, combinam a coreografia a seguir. Logo, deixam-se escorregar a grande velocidade até entrarem na água.

E se os turistas que experimentam pelas primeiras vezes se contentam em sair incólumes de uma descida de rabo, os nativos atingiram níveis de desempenho surpreendentes. O seu limite é, agora, a imaginação.

Sentados ou de pé, de cabeça para baixo ou para cima, sozinhos ou em grupo, tudo vale para se destacarem e impressionarem as garotas do Ribeirão.

Relax ,Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil

Amigas descontraem na lagoa escura do Ribeirão do Meio

Enquanto isto, no vale acima, os derradeiros resistentes da febre do diamante continuam a tentar a sua sorte. Há algum tempo atrás, recorriam ainda bombas de água destrutivas que, entre outros malefícios, aceleravam a erosão dos leitos dos rios.

Há décadas atrás, os peritos chegaram à conclusão que a extracção dos diamantes que restam na Chapada era demasiado dispendiosa. Isso contribuiu para que, em 1995, o governo federal proibisse a prospecção industrial, e autorizasse apenas o uso dos meios tradicionais.

Por detrás da decisão esteve também o facto de Lençóis, muito mais que as vizinhas Andaraí, Palmeiras e Igatu, ser a base para a exploração turística da Chapada Diamantina.

Depois de uma fase transitória em que a economia de Lençóis passou a assentar na produção de café e mandioca, actualmente, o acolhimento dos visitantes garante a subsistência de grande parte da população.

Passo do Lontra, Miranda, Brasil

O Brasil Alagado a um Passo da Lontra

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Manaus, Brasil

Os Saltos e Sobressaltos da ex-Capital Mundial da Borracha

De 1879 a 1912, só a bacia do rio Amazonas gerava o latex de que, de um momento para o outro, o mundo precisou e, do nada, Manaus tornou-se uma das cidades mais avançadas à face da Terra. Mas um explorador inglês levou a árvore para o sudeste asiático e arruinou a produção pioneira. Manaus voltou a provar a sua elasticidade. É a maior cidade da Amazónia e a sétima do Brasil.
Kolmanskop, Namíbia

Gerada pelos Diamantes do Namibe, Abandonada às suas Areias

Foi a descoberta de um campo diamantífero farto, em 1908, que originou a fundação e a opulência surreal de Kolmanskop. Menos de 50 anos depois, as pedras preciosas esgotaram-se. Os habitantes deixaram a povoação ao deserto.
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A Vida Elevada de Curitiba

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Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

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Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
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Um Legado da Febre do Ouro

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