Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James


Arcos do Coração
Arcos concebidos por Edward James.
Panoramica Xilitla
Rua de Xilitla e a casa em que habitou Plutarco Gastelum
Mural Musical
Pintura de um violinista decora uma fachada do centro histórico de Xilitla.
O Cinematógrafo
Um dos estranhos projectos arquitectónicos de Edward James.
O Dedo de Xilitla
Um capricho geológico acima de Xilitla.
Arco Refrescante
Arco que faz de moldura a uma pequena queda d'água de Las Pozas.
Mural Musical II
Criança na base de uma pintura de dançarinos.
Casa de Don Eduardo
Pilares instáveis da suposta casa de Edward James.
Banheira Abacate
Uma banheira conceptual recebe água de uma cascata.
Flor
Outra escultura pictórica do jardim surrealista.
Casa de 3 Andares (que podiam ser 5)
Outra casa, outro delírio de Don Eduardo.
Biombo de Favos
Separador estrutural de Las Pozas em forma de favos.
Pórtico para o Caminho dos 7 Pecados Capitais
Um pórtico para uma via ladeada de serpentes de pedra.
Sotano de Las Golondrinas
Uma de várias cavernas profundas em redor de Xilitla.
Serpente dos Pecados
Serpentes verticalizadas, cada qual a simbolizar um pecado.
Cascata
O fim de uma longa cascata de Las Pozas.
Piriquitos
Grandes piriquitos sobrevoam, o sotano de las Golondrinas, em redor de Xilitla.
Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.

Salvador Dali ainda não tinha visto tudo quando qualificou Edward James como “mais louco que todos os surrealistas juntos”.

Nós, ao vivo, apreciámos apenas o seu jardim de Las Pozas, em Xilitla. Foi o suficiente para nos pormos de acordo.

Desde que chegámos à Xilitla que apaixonou James que sentíamos uma excentricidade luxuriante no ar, sublimada na névoa que cobria os vales na vertente leste da Sierra Gorda e que pareciam aconchegar a povoação para a noite.

Tão abrupta como se tinha estendido, a névoa debandou na companhia da aurora.

Quando despertámos, já o vale florestado por diante exibia o seu dedo em forma de OK destacado da crista das montanhas, contra o azulão celeste.

Cruzamos o centro da cidade, entregue a azáfama castigadora de qualquer manhã de segunda-feira. Por sucessivas ladeiras íngremes abaixo, não só nos safamos da confusão, como damos connosco envoltos de floresta clorofilina, grande intensidade arbórea e em que saltitavam esquilos e aves estridentes.

Tínhamos passado quatro meses, na Costa Rica, sob o feitiço do canto das oropéndulas de Moctezuma.

Decorrido menos de um ano, o seu reencontro intensificou o inevitável encanto de Xilitla, a mesma sedução pelo selvagem que deixou Edward James inebriado, numa altura em que a povoação era uma amostra da de hoje e a selva quase a engolia.

A Origem Aristocrata Inglesa de Edward James

Edward James nasceu num palacete de West Dean, uma vila do condado inglês de West Sussex. Foi o único filho homem (teve quatro irmãs mais velhas) de William James e de uma escocesa colunável, Evelyn Forbes.

Do pai e do tio, James veio a herdar o palácio e a fortuna gerada pelo avô, o mercador abastado Daniel James.

Essa fortuna permitiu-lhe ter uma educação nos melhores colégios ingleses (incluindo Oxford) e contactos e oportunidades de expressão artística ao alcance apenas de alguns privilegiados.

Em 1930, aos seus 27 anos, James esposou Tilly Losch, uma bailarina e coreógrafa austríaca a quem veio a dedicar várias produções. Decorridos quatro anos de matrimónio, James acusou a esposa de infidelidade.

Tilly Losch contestou, em tribunal, que o marido era homossexual.

Perante a lei, a orientação sexual de Edward James ficou por provar. Divorciado, James viu reforçada a sua liberdade, sempre em comunhão com núcleos talentosos da aristocracia europeia.

Admirador da expressão artística irreverente, louvou e, com o seu desafogo financeiro e voluntarismo, apoiou o Surrealismo emergente na ressaca da 1ª Guerra Mundial, com o exemplo do outro lado do oceano Atlãntico da transformação que criador César Manrique gerou na sua ilha natal de Lanzarote.

O movimento surgiu como uma reacção conceptual aos valores burgueses, conservadores, ostentatórios e fanfarrões que muitos pensadores e artistas afiançavam terem conduzido ao conflito bélico, até então, mais mortífero da História.

A Ligação ao Surrealismo e a Migração para a América do Pós-Guerra

Neste contexto, de 1938 em diante, já com a 2ª Guerra Mundial à espreita, James tornou-se admirador e patrono de Salvador Dali. Dali, por sua vez, aprofundou o envolvimento de James no Surrealismo.

Apresentou-o a Magritte. Enquanto hóspede de James, o belga retratou-o. Edward James surge em duas obras de Magritte, “Not to Be Reproduced” e “The Pleasure Principle: Portrait of Edward James”.

Em 1940, já com a guerra em pleno, James cruzou o Atlântico. Aterrou em Taos, uma paragem improvável dos Estados Unidos, um pueblo de origem indígena anasazi, colonial hispânico, de adobe e recém-transformado em colónia de artistas.

Alguns anos mais tarde, do Novo México, atravessou a fronteira do Rio Bravo. Segundo narra a historiadora de arte Irene Herner, numa das suas deambulações pelo México, James necessitou de enviar um telegrama.

Entrou no balcão de telégrafos de Cuernavaca, estado mexicano de Morelos.

A Relação para a Vida com Plutarco Gastélum

Lá se deslumbrou com Plutarco Gastélum “um orgulhoso nortenho, filho de uma família de rancheiros de Álamos, Sonora,

bonito, alto, de corpo atlético e que aproveitava as entregas de telegramas para se treinar para a sua incipiente carreira de boxeur.”

Em 1945, a 2ª Guerra Mundial tinha por fim terminado. James procurava um lugar nas Américas em que pudesse reassentar, longe dos escombros terrenos e ideológicos do Velho Mundo.

Convenceu Plutarco a ser seu guia. Passados dois anos, a bordo de um Lincoln Continental vermelho, chegam juntos a Xilitla, no sudeste do estado de San Luís Potosi.

Ainda de acordo com Irene Herner “Plutarco manteve-se sempre um amante esquivo, desdenhoso, e a perspectiva de contrair matrimónio com outro homem parecia-lhe um inferno”. No entanto, Plutarco assinou várias cartas para Edward James como Palú.

Diz-se ainda que, quando se banhavam num rio, os envolveu uma nuvem de borboletas. James viu magia no ar.

Tal magia servir-lhe-ia de inspiração para o que se revelaria o seu “Jardim do Éden” particular, estendido a Xilitla e arredores, onde, mais tarde, seria visto, com frequência, a passear, como Deus o tinha trazido ao Mundo.

A Vida Simples no Pueblo Pitoresco de Xilitla

Foram necessários quase seis anos para Edwards convencer Plutarco a radicar-se em Xilitla, de maneira a viverem a sua fantasia partilhada.

Em 1952, por fim, Plutarco acedeu.

Tinha-se afeiçoado à vida simples e ao povo.

Adorava banhar-se nos riachos com os amigos e com a criançada do pueblo que fazia questão de ensinar a mergulhar.

Quatro anos depois, Plutarco esposou Marina Llamazares, filha de um comerciante espanhol, num casamento apadrinhado por Edwards e com banquete faustoso por ele pago.

Plutarco e Marina teriam quatro filhos.

Nesse tempo, James vira as suas relações familiares britânicas cortadas. Em simultâneo, a lei mexicana impedia os estrangeiros de deter propriedades no México. James fez de Plutarco seu sócio.

Em seu nome, compraram as antigas plantações de café banhadas por cascatas e riachos de um tal de Coronel José Castillo, que Edwards, por confusão, tratava por general.

Nessas terras de quase nove hectares, desenvolveram uma plantação com cerca de cinco mil orquídeas e dezenas de aves selvagens.

A Plantação de Orquídeas de que Brotou um “Jardim do Éden” Escultórico

Em 1962, uma forte granizada destruiu-a. James persuadiu Plutarco a erguerem algo perene.

Discordavam, tanto quanto possível quanto ao que seria. Plutarco reclamava uma rede de caminhos em que percorreria a selva no seu jipe.

De forma sub-reptícia, Edwards obtinha a aprovação de Plutarco para erguer escadarias que só serviam para barrar o jipe.

Durante longos trinta e seis anos, Edwards e Plutarco, com a participação entusiasta de Marina, dedicaram-se a dotar “Las Pozas” de estruturas inusitadas.

Num total de vinte e sete.

À medida que subimos e serpenteamos, nos passos do jovem guia Fidel Cardenas, descobrimos as sucessivas obras surrealistas de “Las Pozas.

As Sucessivas Obras sem Aparente Nexo de Edward James

A primeira com que nos deparamos é o “Cinematógrafo” que James pensou com a função de “projectar” para os amigos visitantes, através de um arco, o cenário glorioso da selva.

Coroou-o de uma “Escadaria para os Céus” que, como o nome deixa transparecer, não leva a lado nenhum.

Jardim Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cinematógrafo

Nas imediações, Fidel mostra-nos a “A Cabana de Don Eduardo” e as várias casas em que James chegou a manter os animais selvagens que lhe faziam companhia, ocelotes, cobras, veados, flamingos, periquitos, entre outros.

Passamos pelo, elegante, mas desabrigado “Palácio de Bambu”, condizente com a filosofia apreciada por James de viver o mais possível sem paredes e a que preferia chamar “Torre da Esperança”.

Surge destacado da encosta entre helicónias e bromélias encharcadas. Assente numa base que aparenta uma baleia, uma cabine de avião ou um submarino, dizem, alguns, tratar-se do “Náutilus” de Júlio Verne.

Pouco acima, a aproveitar o fluxo de um riacho, vemos uma banheira jacuzzi natural instalada em forma de metade de abacate.

Casas que nunca Chegavam a ser Bem Casas

No extremo oposto à “Cabana de Don Eduardo”, encontramos a “Casa de Três Pisos que Poderiam ser Cinco”. James concebeu-a para receber amigos.

Em particular, a família dona da famosa cerveja Guiness irlandesa, com quem tinha óptima relação.

Ladeou-a de mais escadarias apontadas ao céu.

Tudo interligado de forma tão precária que, de maneira a evitar quedas ou desmoronamentos, a Fundação Pedro y Elena Hernández que após a morte de Edward James passou a gerir “Las Pozas” se viu obrigada a proibir o acesso, antes abusivo, dos visitantes.

Espantamo-nos ainda com grandes flores, mesmo se de cimento, com coroas que nos fazem lembrar as orquídeas que James e Plutarco perderam.

E com uma espécie de biombo que emula os favos das colmeias.

Já no sentido descendente, cruzamos outro portal do seu “Jardim do Éden”.

Os turistas pioneiros baptizaram-no de “Anel da Rainha”.

Nós, vemos uma maçã que dá passagem para o “Caminho dos Sete Pecados Capitais”, ladeado das respectivas serpentes.

A Obsessão de Edward James pelo Surreal no Natural

Frustrava Edward James que as suas criações resultassem demasiado lineares. Sempre que tal acontecia, mandava destruir e ditava nova construção do zero. Todo e cada recomeçar satisfazia os trabalhadores.

Empregados por Edwards, as tarefas surgiam-lhes em catadupa e eram mais bem pagas que noutros biscates. Como se não bastasse, em plena natureza e em convívio, eram mais agradáveis de cumprir.

James Edwards ia e voltava da Europa onde mantinha o seu círculo artístico de amigos. Com frequência, levava consigo o telegrafista-feito-artista Gastélum e a esposa Marina que já não dispensavam as incursões boémias ao Velho Mundo.

Assim foi, até que, em 1972, Plutarco se viu a braços com uma doença de Parkinson, uma provável consequência dos seus anos de boxeur. James viajou por várias vezes para a Europa, na demanda de uma cura.

Malgrado o mal de Parkinson, Plutarco viveu mais seis anos que Edward James (faleceu em 1984) e sete que Marina (1983).

James e Plutarco legaram o Éden surrealista de Xilitla para todo o sempre.

 

Como Reservar a sua Visita a Xilitla e à Huasteca Potosina: 

Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

A Depreciação da Prata que Levou à do Pueblo (Parte II)

Com a viragem para o século XX, o valor do metal precioso bateu no fundo. De povoação prodigiosa, Real de Catorce passou a fantasma. Ainda à descoberta, exploramos as ruínas das minas na sua origem e o encanto do Pueblo ressuscitado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração da Vida Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Pleno Dog Mushing
Aventura
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Cerimónias e Festividades
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Cidades
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Cultura
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Caiaquer no lago Sinclair, Cradle Mountain - Lake Sinclair National Park, Tasmania, Austrália
Em Viagem
À Descoberta de Tassie, Parte 4 -  Devonport a Strahan, Austrália

Pelo Oeste Selvagem da Tasmânia

Se a quase antípoda Tazzie já é um mundo australiano à parte, o que dizer então da sua inóspita região ocidental. Entre Devonport e Strahan, florestas densas, rios esquivos e um litoral rude batido por um oceano Índico quase Antárctico geram enigma e respeito.
Moradora de Dali, Yunnan, China
Étnico
Dali, China

A China Surrealista de Dali

Encaixada num cenário lacustre mágico, a antiga capital do povo Bai manteve-se, até há algum tempo, um refúgio da comunidade mochileira de viajantes. As mudanças sociais e económicas da China fomentaram a invasão de chineses à descoberta do recanto sudoeste da nação.
Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Embaixada, Nikko, Spring Festival Shunki-Reitaisai, Cortejo Toshogu Tokugawa, Japão
História
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Buraco Azul, ilha de Gozo, Malta
Ilhas
Gozo, Malta

Dias Mediterrânicos de Puro Gozo

A ilha de Gozo tem um terço do tamanho de Malta mas apenas trinta dos trezentos mil habitantes da pequena nação. Em duo com o recreio balnear de Comino, abriga uma versão mais terra-a-terra e serena da sempre peculiar vida maltesa.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Casal de visita a Mikhaylovskoe, povoação em que o escritor Alexander Pushkin tinha casa
Literatura
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Natureza
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Caminhantes abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América
Parques Naturais
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Património Mundial UNESCO
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Teleférico que liga Puerto Plata ao cimo do PN Isabel de Torres
Praias
Puerto Plata, República Dominicana

Prata da Casa Dominicana

Puerto Plata resultou do abandono de La Isabela, a segunda tentativa de colónia hispânica das Américas. Quase meio milénio depois do desembarque de Colombo, inaugurou o fenómeno turístico inexorável da nação. Numa passagem-relâmpago pela província, constatamos como o mar, a montanha, as gentes e o sol do Caribe a mantêm a reluzir.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão
Vida Quotidiana
Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Crocodilos, Queensland Tropical Australia Selvagem
Vida Selvagem
Cairns a Cape Tribulation, Austrália

Queensland Tropical: uma Austrália Demasiado Selvagem

Os ciclones e as inundações são só a expressão meteorológica da rudeza tropical de Queensland. Quando não é o tempo, é a fauna mortal da região que mantém os seus habitantes sob alerta.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.