Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias


Um outro templo
Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.
Deus jaguar
Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.
Recanto maia
Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.
Praia em ruínas
Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.
No Caribe mais-que-turquesa
Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.
Troupe de deuses maias
Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.
A caminho do castelo
O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.
Conversa de praia
Grupo de banhistas convive no sopé dos penhascos que antes protegiam a cidade de Tulum, enquanto as ondas do Mar das Caraíbas vão e vêm.
Os Templos
Perspectiva das ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Escadarias para o Vento
Ruínas maias de Tulum, na Riviera Maia.
Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.

Por mais que nos esforcemos, falhamos em ajustar o panorama balnear por diante à era Maia.

Um mar de turquesa desenrola-se, ao sabor da brisa, sobre o areal coralífero. Não chega a tocar os rochedos calcários cinzentos que delimitam a costa.

Coqueiros e palmeiras vigorosas despontam da areia e do cimo da falésia de Tulum já de si coberta de vegetação tropical.

Tulum: Ruínas Maias Sobre uma Praia Mexicana de Sonho

Dezenas de banhistas deleitam-se naquele afago excêntrico de água e sal. Entretêm-se com flutuações e conversas de trazer por praia. Acima, o templo Maia do Deus do Vento parece louvar a pintura que reverenciávamos e o bem-estar estival irradiante.

Praia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Banhistas descontraem na praia caribenha quase-perfeita abaixo do complexo de ruínas de Tulum.

Meio milénio passara desde que o templo e a cidade para o interior tinham cessado as suas funções. Grande parte dos veraneantes eram – uns mais outros menos – maias.

A sua estatura baixa, os cabelos lisos e longos das mulheres, os olhos amendoados e os narizes aduncos de bico de pássaro deixavam pouca margem para dúvida.

O lugar que frequentavam chama-se, ainda hoje, Tulum, termo maia iucateca mais tarde inspirado pelos muros de que os seus antepassados dotaram a povoação para precaverem as ameaças vindas do grande desconhecido azul.

Crê-se, todavia, que, na origem, os maias a terão baptizado de Zama, a Cidade da Aurora, numa homenagem ao brilho esotérico que mergulhava todos os dias no oceano e que dele, noite após noite, se reerguia.

Os conquistadores ibéricos também apareceram daqueles lados. A partir de 1502, os maias assistiram, incrédulos, a como grandes torres flutuantes surgiam acima do horizonte e se agigantavam na sua direcção:

seriam as naus ali pioneiras de Cristovão Colombo e os seus marinheiros, que terão ancorado para sul, nas actuais Honduras.

Castelo, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

O cimo do Castelo, o edifício mais elevado da cidade e que acolheu um farol que de crê ter identificado a embarcações a entrada no recife.

A Inevitável Intrusão dos Conquistadores Espanhóis

Logo em 1517, deram à costa Francisco Hernández de Córdoba e a sua frota. Decorrido apenas um ano, seguiu-se a de Juan de Grijalva. Grijalva desembarcou na ilha de Cozumel. Navegou para sul.

Nessa ocasião, os espanhóis terão pela primeira vez avistado Tulum.

Os recifes ao largo tornavam complicada a aproximação. E o contacto imediato revelava-se ainda incauto.  Para os europeus, representava um grande risco apresentarem-se a cidades indígenas tão poderosas, sem terem ideia de que tipo de acolhimento os esperava.

Juan Diaz, um dos membros da expedição de Juan de Grijalva mencionou Tulum nos seus escritos. O testemunho de Diaz viria a  contribuir para a invasão inaugurada por Francisco de Montejo.

Este, requereu ao rei de Espanha o direito de conquistar o Iucatão. E concretizou-o em 1521, o mesmo ano em que, apoiado por guerreiros Tlaxcalan,

Hernán Cortéz capturou o imperador azteca Cuauhtemoc e Tenochtitlan, a capital monumental do império Azteca.

Pormenor templo de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Pormenor arquitectónico decorado com figuras da mitologia maia.

Em 1526, Carlos V concedeu a Montejo, o título de Capitão General do Iucatão. Dois anos depois, Montejo regressou à região. Tentou tomá-la a partir da zona de Tulum e Chetumal. A resistência que encontrou foi, todavia, feroz.

Obrigou-o, em vez, a tentar por Oeste, pela província actual de Tabasco.

Viria a ser o filho de Montejo, Francisco de Montejo “El Mozo” a conseguir a conquista da península.

E a materializá-la com a fundação de Campeche e de Mérida, ainda hoje duas das suas mais impressionantes cidades coloniais.

A Função de Tulum no Império Maia

De acordo com os registos históricos, a área de Tulum era povoada desde o século VI d.C.

Prosperou sob a esfera de influência maia a partir de 1200 d.C., enquanto entreposto comercial complementar de Cobá, na confluência de diversos sacbeobs, caminhos reais pavimentados provindos do Centro do México e de outras partes da América Central.

Em Tulum, os maias habituaram-se a trocar entre si alimentos, algodão, instrumentos decorativos, de trabalho e até de guerra, de prata e de ouro, sal, têxteis e penas. A cidade atingiu o auge entre os séculos XIV e XVI. Teve o impulso comercial de uma outra matéria-prima mineral: a obsidiana, a pedra salgada dos maias.

A obsidiana tinha e tem um lugar especial na sua cultura e presença em inúmeras esculturas e expressões também religiosas. Os maias associavam-na a divindade. Consideravam que era criada no submundo infernal de Xibalba, um lugar em que reinavam os deuses da morte.

Figurante Deus Maia, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurante posa enquanto deus Jaguar, uma das inúmeras divindades do panteão de deuses maias.

Por estes e por outros motivos, Tulum prosperou. Durante um bom tempo, passou ao largo da ocupação e destruição disseminada pelos conquistadores. A selva densa da região mexicana actual de Quintana Roo isolava-a de outras zonas de que os espanhóis se apoderaram.

As Razões Polémicas para o Abandono das Cidades Maias

Apesar de o tema suscitar acesa discussão, tem predominado a ideia de que, quando os espanhóis chegaram, uma boa parte das maiores cidades maias tinham sido abandonadas há alguns séculos. Transformavam-se já então em ruínas que a selva engolia.

As causas mais aceites para esta debandada foram a sobrepopulação de cerca de 15 milhões de súbditos em todo o mundo maia. E a seca, a deflorestação e o extermínio de animais de grandes portes que lhes serviam de alimento .

Cerca de 70 anos após os espanhóis terem começado a liquidar o Império Maia obcecados pela demanda do ouro, Tulum resistia. Até que a varíola e outras doenças trazidas do Velho Mundo pelos marinheiros, guerreiros e missionários lá chegaram.

A Vez de Tulum

No virar do século XVI para o XVII, tocou a Tulum sofrer uma debandada geral e definitiva.

Quando as suas gentes partiram, a estrutura urbana e a arquitectura da cidade foram legadas ao tempo.

Quem, como nós, tem o privilégio de as explorar, depressa percebe que não se tratava de um lugar qualquer.

Os seus 1000 e 1600 habitantes ocupavam uma vasta área mais distante do oceano e externa ao complexo religioso.

Esse reduto era protegido por uma muralha de três a cinco metros de altura, oito de espessura e cerca de 400 metros de comprimento no paralelo à costa.

Em redor de 170 metros nos dois lados oblíquos ao mar.

Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Templo do Vento acima de uma enseada que se crê ter sido usada para o desembarque de canoas carregadas de bens para transacções comerciais na cidade.

As vertentes noroeste e sudoeste das muralhas foram dotadas de torres de vigia.

Próximo da face norte, um cenote (dolina de um complexo e vasto sistema aquífero subterrâneo erodido na rocha calcária) fornecia água fresca à cidade.

Outros do mesmo sistema reforçavam o fornecimento em redor: Naharon, Tortuga, Vacaha, Abejas, Nohoch Kin.

Vários deles servem, hoje, de atractivos balneares alternativos à beira-mar do Mar das Caraíbas. Descobriu-se recentemente que alguns continham ossadas humanas preservadas com entre 9.000 a 13.000 anos.

Sabe-se também que os cenotes foram mais tarde usados pelos maias para oferendas sacrificiais.

A Função de Tulum no Império Maia II

No fulcro da área muralhada de Tulum ficava o Castelo, um templo piramidal com 7.5 metros e uma imponência que o destaca dos restantes edifícios, incluindo o Templo dos Frescos e o Templo do Sol, os dois outros mais proeminentes.

Um pequeno santuário do Castelo parece ter sido erguido mais tarde em jeito de farol. Tinha a função de indicar uma entrada natural no recife de coral por que as canoas em aproximação podiam ingressar.

Coincidência ou não, a praia no prolongamento dessa passagem assume a forma de uma enseada rara tanto acima como abaixo na costa.

Esta pequena baía foi dotada do Templo dos Ventos. Crê-se que com o propósito de abençoar a navegação numa área da América Central que, agora como então, continua a ser grassada por ciclones.

De Tulum, os bens trazidos por mar, podiam ser ainda transportados rios Motágua e Usumacincta/Pasión acima. Estas artérias fluviais davam acesso adicional às terras baixas e altas do Iucatão e da Guatemala.

A configuração favorável do litoral pode ter estado na base da fundação de Tulum. A sua relevância depressa justificou que fosse dotada da parafernália religiosa, cerimonial mas também empírica e científica de que os maias sempre revestiam a sua civilização.

O Templo dos Frescos terá sido usado como observatório dos movimentos do sol. Crê-se ser o motivo porque várias figuras do deus do Sol (Kinich Anau) surgem em nichos da sua fachada.

Revestimentos de estuque pintado sugerem que o templo foi, no entanto, dedicado ao deus Itzamnaaj, criador da escrita, patrão das artes e das ciências.

Família praia de Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Família maia fotografa-se na Praia das Ruínas, com um Mar das Caraíbas azul-turquesa em fundo.

Divinal Monumento (balnear) à Civilização Maia

Dia após dia, o complexo mantém os forasteiros mais interessados em história entretidos com as explicações e suposições da criação e existência de Tulum. Os visitantes aumentam de ano para ano.

A visão do Templo dos Ventos com a orla do Mar das Caraíbas azul-turquesa à direita é a principal imagem de marca de Tulum. E um dos pontos de observação que encontramos mais atulhados de gente.

Muito graças a esta perspectiva, Tulum tornou-se a terceira atracção histórica mais popular do México atrás apenas de Chichen Itza (outra antiga cidade Maia) e de Tenochtitlan (antiga capital Azteca).

Mas, em dias de céu limpo e calor como aquele que nos calhara, as ruínas têm um rival à altura na praia no seu sopé.

O sol já subira ao zénite e descia para o ocaso. Tinha descaído tão pouco no firmamento que o azul do mar se mantinha irresistível. De acordo, o número de banhistas na areia continuava a aumentar.

À entrada do complexo, alguns descendentes dos maias de outros tempos, aproveitavam este influxo e o fascínio pela cultura dos ancestrais para ganharem a vida:

Señores, los invitamos para sus fotos con los mayas. Vengan, vengan.” apelavam em trajes e cocares de plumas, com joias e pinturas resplandecentes.

Figurantes Deuses Maias, Tulum, Ruínas Maias da Riviera Maia, México

Figurantes de deuses maias posam para a fotografia à entrada do complexo das ruínas de Tulum.

Encarnavam, assim, jaguares, aves de rapina e outras figuras tornadas divinais do rico panteão maia.

Apesar dos valores exorbitantes, vários transeuntes faziam-se clientes e registavam, orgulhosos, a sua passagem.

Mais informação sobre Tulum e a Riviera Maia no site Visit Mexico.

Grande Zimbabwe

Grande Zimbabué, Mistério sem Fim

Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
Luxor, Egipto

De Luxor a Tebas: viagem ao Antigo Egipto

Tebas foi erguida como a nova capital suprema do Império Egípcio, o assento de Amon, o Deus dos Deuses. A moderna Luxor herdou o Templo de Karnak e a sua sumptuosidade. Entre uma e a outra fluem o Nilo sagrado e milénios de história deslumbrante.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo

O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Arquitectura & Design
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Acra, Gana, Flagstaff House
Cidades
Acra, Gana

A Capital no Berço da Costa do Ouro

Do desembarque dos navegadores portugueses à independência em 1957, sucederam-se as potências que dominaram a região do Golfo da Guiné. Após o século XIX, Acra, a actual capital do Gana, instalou-se em redor de três fortes coloniais erguidos pela Grã-Bretanha, Holanda e Dinamarca. Nesse tempo, cresceu de mero subúrbio até uma das megalópoles mais pujantes de África.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
khinalik, Azerbaijão aldeia Cáucaso, Khinalig
Cultura
Khinalig, Azerbaijão

A Aldeia no Cimo do Azerbaijão

Instalado aos 2300 metros rugosos e gélidos do Grande Cáucaso, o povo Khinalig é apenas uma de várias minorias da região. Manteve-se isolado durante milénios. Até que, em 2006, uma estrada o tornou acessível aos velhos Ladas soviéticos.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Bark Europa, Canal Beagle, Evolucao, Darwin, Ushuaia na Terra do fogo
Em Viagem
Canal Beagle, Argentina

Darwin e o Canal Beagle: no Rumo da Evolução

Em 1833, Charles Darwin navegou a bordo do "Beagle" pelos canais da Terra do Fogo. A sua passagem por estes confins meridionais moldou a teoria revolucionária que formulou da Terra e das suas espécies
Noiva entra para carro, casamento tradicional, templo Meiji, Tóquio, Japão
Étnico
Tóquio, Japão

Um Santuário Casamenteiro

O templo Meiji de Tóquio foi erguido para honrar os espíritos deificados de um dos casais mais influentes da história do Japão. Com o passar do tempo, especializou-se em celebrar bodas tradicionais.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
História
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Banho refrescante no Blue-hole de Matevulu.
Ilhas
Espiritu Santo, Vanuatu

Os Blue Holes Misteriosos de Espiritu Santo

A humanidade rejubilou, há pouco tempo, com a primeira fotografia de um buraco negro. Em jeito de resposta, decidimos celebrar o que de melhor temos cá na Terra. Este artigo é dedicado aos blue holes de uma das ilhas abençoadas de Vanuatu.
Caminhantes andam sobre raquetes na neve do PN Urho Kekkonen
Inverno Branco
Saariselkä, Finlândia

Pelas Terras (não muito) altas da Finlândia

A oeste do monte Sokosti (718m) e do imenso PN Urho Kekkonen, Saariselkä desenvolveu-se enquanto polo de evasão na Natureza. Chegados de Ivalo, é lá que estabelecemos base para uma série de novas experiências e peripécias. A uns 250km enregelantes a norte do Círculo Polar Árctico.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Natureza
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Aurora ilumina o vale de Pisang, Nepal.
Parques Naturais
Circuito Annapurna: 3º- Upper Pisang, Nepal

Uma Inesperada Aurora Nevada

Aos primeiros laivos de luz, a visão do manto branco que cobrira a povoação durante a noite deslumbra-nos. Com uma das caminhadas mais duras do Circuito Annapurna pela frente, adiamos a partida tanto quanto possível. Contrariados, deixamos Upper Pisang rumo a Ngawal quando a derradeira neve se desvanecia.
Sombra vs Luz
Património Mundial UNESCO
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Espantoso
Praias

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Sociedade
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Gorila não habituado, a pouca distância de Bon Coin, Bomassa
Vida Selvagem
Expedição Ducret 2º:  PN Lobéké, Camarões - Wali Bai, Rep. Congo

Hyacinth e o Gorila de Bon Coin: Encontros com Primatas Peculiares

Acampados numa ilha do rio Sangha, saímos à descoberta dos parques nacionais Lobéké e do Wali Bai, Nouabalé-Ndoki, nos Camarões e na Rep. do Congo. Lá nos surpreendem criaturas deslumbrantes, mas díspares.  
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.