Iucatão, México

O Fim do Fim do Mundo


Xaman Adolfo
Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.
Morte Maia II
Relevos de caveiras de Chichen Itza indiciam uma base para a realização de sacrifícios maias.
Morte Maia
Pormenor de uma das caveiras do templo maia de Chichen Itza, templo objecto de inúmeras previsões e professias.
Visão dos Céus
Homem contempla o complexo em redor do topo da pirâmide de Kukulcán
Velha Nova Era
Um outdoor faz humor com a Professia Maia do Fim do Mundo.
Sobre Carris
Guia conduz visitantes da hacienda Chunkanan numa charrete sobre carris.
Lagoa Protegida
Lagoa repleta de crocodilos da aldeia de Pac-Chen, no estado de Quintana Roo.
Representação Maia
Réplicas coloridas de artefactos maias decoram o parque Xcaret, na riviera Maia.
Fim do Mundo no Fundo
Banhistas refrescam-se nas águas frias de um dos cenotes da velha hacienda Chunkanan.
Calakmul
Sol põe-se sobre a selva que cobre a Península do Iucatão e ilumina uma das pirâmides de Calakmul.
Outra porta para o infra-mundo
Entrada de um Cenote nas imediações de Tulum, estado mexicano de Quintana Roo.
Escadaria para o Infra-Mundo
Uma de incontáveis entrada para o infra-mundo que salpicam a península tropical de Iucatão.
Reencenação Feitiçaria Maia
Um figurante de sacerdote maia anima o espectáculo temático do parque Xcaret, na província de Quintana Roo.
Quetzacoatl a dobrar
Cabeças do deus Quetzacoatl em Chichen Itza.
Professia ?
Abutres absorvem o calor solar no cimo de uma das pirâmides de Edzná
Xaman Adolfo
Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.
O dia anunciado passou mas o Fim do Mundo teimou em não chegar. Na América Central, os Maias da actualidade observaram e aturaram, incrédulos, toda a histeria em redor do seu calendário.

Aproximava-se o meio de Dezembro.

Como era de esperar, aumentava o número de curiosos, estudiosos e de jornalistas a aportar em terras mexicanas do Iucatão.

A carrinha que nos devia transportar no estado de Quintana Roo chega atrasada. Estamos convencidos que, ainda assim, nos é exclusiva mas, quando abrimos a porta encontramos no interior uma figura tão insólita quanto reconhecível.

Paul Monzón, um colega peruano a residir em Madrid que tínhamos conhecido recentemente em Caracas, não perde tempo.

A brincadeira com o tema incontornável havia de se repetir vezes sem conta: “Não me digam que também vêm evitar o fim do mundo. Eu sou o eleito. Ando a ver se encontro uma pedra especial, a única que pode evitar a desgraça”.

Rio Secreto: uma de Inúmeras Entrada para o InfraMundo Maia.

Divertimo-nos com a sua introdução apatetada e pomos a conversa em dia enquanto somos conduzidos para o Rio Secreto, uma de tantas entradas não oficiais mas ainda assim fascinantes da região para o Xibalba, o inframundo maia.

Banhistas-Cenote de Cuzamá, Mérida, México

Banhistas refrescam-se nas águas frias de um dos cenotes da velha hacienda Chunkanan, uma das entradas para o Xibalba

Segundo rezam vários artigos científicos e a teoria predominante decorrente da descoberta, em 1978, de Glen Penfield, esta região já foi o cerne de uma espécie de fim anterior, ao contrário do caricaturado por Paul, real e imprevisível.

Enquanto procurava ouro negro para a companhia PEMEX – Petróleos Mexicanos, o geofísico encontrou uma cratera com 300km de diâmetro supostamente formada pela colisão de um meteorito há cerca 65 milhões de anos.

Ser-lhe-ia, mais tarde, atribuído o nome de uma povoação no seu centro geométrico, Chicxulub.

O Meteorito que Terá Levado os Dinossauros à Extinção

O impacto causou um dos maiores maremotos de sempre, com vários milhares de metros de altura. Uma nuvem de poeira super-aquecida, cinza e vapor espalhou-se a partir da cratera desde o momento em que o meteorito se afundou.

Materiais da superfície do planeta e fragmentos do asteróide foram projectados para fora da atmosfera e aquecidos até à incandescência à medida que reentravam torrando a superfície já em processo de combustão devido a incêndios possivelmente globais.

Enquanto isso, ondas de choque imensas despoletaram tremores de terra e erupções vulcânicas generalizados.

A emissão de poeiras e outras partículas bloquearam a passagem da luz solar. Causaram um forte arrefecimento e inviabilizaram a sobrevivência dos dinossauros e da maior parte dos seres.

Abutres, Cobá, Quintana Roo, México

Abutres absorvem o calor solar no cimo de uma das pirâmides de Edzná

Este fim arrastou-se por muitos milénios da pré-história mas, como já tinha acontecido, a resiliente  Terra e a sua milagrosa vida prevaleceram.

Os Cenotes, o Xibalba e As Remotes Origens Maias

Hoje, até nas profundezas calcárias esculpidas pelo abatimento das paredes da cratera – os incontáveis cenotes e cavernas da península – se encontram criaturas improváveis: grilos cegos e saltitantes com enormes antenas sensoriais até guias indígenas com discurso nasalado pela sinusite e forasteiros determinados mas pouco preparados para aqueles ambientes anfíbios.

É esse o caso de Paul que revela um pânico profundo de qualquer água menos rasa, recusa todas as tentativas de ajuda para atravessar galerias inundadas de azul turquesa e obriga os anfitriões a conduzi-lo por um percurso seco alternativo: “Por aqui, Paul! Por aí há mais uma lagoa, não te metas nisso!”

Nascido no Peru, mesmo que não o saiba, Paul pode ter sangue inca, Quechua ou de outra qualquer etnia da zona.

Nos dias que correm, devemos crer que os seus eventuais antepassados longínquos beneficiaram do frio da última era glaciar. Que sem qualquer tipo de natação, conseguiram cruzar o estreito de Bering da Ásia para as Américas, onde se distribuíram à medida que a Terra requentava.

Ali, adquiriram características ímpares resultantes da mutação da genética original por influência dos ecossistemas com que se depararam, da tundra alasquense à selva tropical a que o povo vizinho denominado maia se viria a adaptar em grande parte da América Central.

Lagoa Pac Chen, Quintana Roo, México

Lagoa repleta de crocodilos da aldeia de Pac-Chen, no estado de Quintana Roo.

Pac-Chen: a Lagoa Inclinada que os Maias Revelam ao Mundo

Mais tarde, visitamos juntos Pac-Chen (Lagoa Inclinada) onde uma comunidade daquela etnia se organizou para proporcionar aos estrangeiros experiências radicais.

Fazemos, ali, tirolesa sobre uma lagoa em que nadam crocodilos. Em seguida, somos abençoados pelo xamã residente Adolfo que, antes de nos autorizar a espreitar o grande cenote da aldeia nos purifica com fumos sagrados e rezas na língua nativa.

Xaman, Pac-chen Quintana Roo, México

Xaman Adolfo leva a cabo uma cerimónia de purificação na aldeia maia de Pac-Chen.

O colega peruano volta então ao ataque. Pede alguns minutos para uma pequena entrevista. As suas questões são simples e directas. Obtêm reacções díspares.

Como receávamos, a última aborda a credibilidade do badalado encerrar desta era e o respectivo fim do Mundo.

Adolfo mostra-se incomodado. Respira fundo e evade o tema. “A minha única crença é a de há que adorar o Deus poderoso que está nos céus.

Essa é a minha única crença.” Confirmamos que a repulsa pela pergunta vem já de longe e é partilhada pela maior parte dos seus congéneres.

A Civilização Mística e Adoradora da Terra dos Maias

Sabe-se que, durante algum tempo, o povo maia usufruiu de condições propícias e, repartido por polos tribais, numas vezes aliados noutras adversários.

Os maias falaram quase 50 dialectos, desenvolveram uma civilização avançada que tinha como deuses os elementos naturais, os fenómenos atmosféricos e os corpos celestes, sendo que tanto o Bem (dia, vida, sol) e o Mal (noite, morte, jaguar) eram considerados divinos.

De acordo, os maias foram astrónomos, astrólogos e numerólogos obstinados.

Quetzacoatl, Chichen Itza, México

Cabeças do deus Quetzacoatl em Chichen Itza.

“Bom, parece que já viram os complexos arqueológicos quase todos” atira Wilberth Salas Pech, o nosso guia semi-maia do estado de Campeche, na brincadeira. “Temos que passar por Tortuguero. Lá é que está o grande segredo, ironiza.”

As Estelas Maias e as Professias Apocalípticas Maias

Segundo apuramos, aquele sitio histórico foi diversas vezes pilhado e acolheu uma fábrica de cimento.

Apesar disso ou, quem sabe, devido a isso, três cientistas descobriram no seu Monumento 6 uma estela que se refere ao fim do 13º baktun (5125 anos do nosso calendário) verificado no solstício de Inverno que teria lugar a 21 de Dezembro de 2012.

Diz a tradução mais recente e possível de Sven Gronemeyer e Bárbara MacLeod (faltam vários pedaços à estela) que, além dessa informação, comunica ainda que “ocorrerá uma visão; o aparecimento (ou exibição?) público de B’Olon-Yookte por altura da sua investidura.

Arte Maia, Xcaret, México

Réplicas coloridas de artefactos maias decoram o parque Xcaret, na riviera Maia.

Segundo a mitologia maia, B’OlonYookte K’Uh’ referir-se-ia aos Nove Senhores da Noite, nove deuses cada um dos quais governante de ciclos de nove noites.

Por sua vez, a obra maia do grupo quiché, Popol Vuh afirma que os deuses criaram três mundos falhados. Que o quarto mundo prosperou, teve êxito e se converteu no lar do homem actual.

Segundo uma sua descrição, cada um dos mundos prévios terminou ao fim do 13º baktun.

Este encerrar de ciclo esteve na origem de uma das mais frívolas febres de premonições escatológicas dos últimos tempos.

As Inevitáveis Análises, Teorias e Contra Teorias

O escritor esotérico John Major Jenkins assegurou de que, naquela data, o Sol se iria posicionar sobre Xibalba Be, “O Caminho Negro” galáctico dos maias.

A partir desta e de outras conclusões, narrativas mitológicas e interpretações, inúmeras figuras, seitas e entidades surgiram com outras teorias apocalípticas invariavelmente desmentidas pela ciência.

Relevo Caveira, Chichen Itza, México

Pormenor de caveira de Chichen Itza, templo objecto de inúmeras previsões e professias, incluindo do Fim do Mundo.

Os canais norte-americanos History, Discovery e National Geographic estiveram na vanguarda da poluição mediática e emitiram um conjunto de séries que descreviam “fins” terrestres causados por tempestades solares para que a Terra não estaria preparada devido a uma súbita reversão geomagnética dos polos.

Ainda terramotos, super-vulcões, pragas, colisões com asteróides, secas, novos períodos glaciares, invasões extraterrestres ou o que quer que fosse suficientemente assustador.

No entanto, outra estela encontrada no Templo das Inscrições de Palenque contempla que a roda do templo continuará sempre a rodar e menciona inclusive a data de 4,722 d.C, quando se completarão 20 baktunes (1 piktun) desde a última criação do Cosmos.

Figurante Maia, Xcaret, México

Um figurante de sacerdote maia anima o espectáculo temático do parque Xcaret, na província de Quintana Roo.

Por sua vez, a estela 10 de Tikal (na Guatemala) contabiliza 20 piktunes e projecta, assim, um futuro planetário de milhões de anos.

Mas um pouco por todo o mundo e, claro está, principalmente nos Estados Unidos, milhares de Preps mantiveram-se alerta. Associaram-se em redor de crenças do Fim do Mundo maias ou não maias.

Construíram abrigos, acumularam comida enlatada e armas para se defenderem dos ataques de outros seres humanos. Muitos inscreveram-se em cursos de sobrevivência como os da empresa Sigma 3.

Espreitamos um desses programas num restaurante de Campeche.

Indignamo-nos quando constatamos como as referências ao inventado fim do calendário maia são gratuitamente intercaladas com imagens de cidadãos ianques agrupados no campo sob abrigos feitos de folhas secas e espingardas semi-automáticas em riste porque, nas palavras de um desses preps:

“Quando desesperadas, as pessoas fazem todo o tipo de coisas loucas” e, segundo um outro inscrito “As civilizações caem. É assim a História. As coisas não são tão seguras como gostávamos que fossem.”

Foi revelado recentemente que Nancy Lanza, a mãe do jovem assassino da escola de Newtown era uma destas personagens paranóicas, proprietária de cinco armas registadas.

O seu filho perturbado levou a cabo um sacrifício digno das piores chacinas perpetradas em nome dos deuses, sobre as torres de Chichen Itza ou Ek Balam. Estava visivelmente desesperado.

Pirâmide maia, Chichen Itza, México

Homem contempla o complexo em redor do topo da pirâmide de Kukulcán

Fartos de tanta deturpação e aproveitamento da sua cultura, os líderes maias da Guatemala deram-se ao trabalho de expressar que “são contra os enganos, as mentiras, as deformações, o folclore e a comercialização da sua cultura”.

Contra as interpretações que ”desvirtuam o verdadeiro sentido dos ciclos do tempo”.

Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Cobá a Pac Chen, México

Das Ruínas aos Lares Maias

Na Península de Iucatão, a história do segundo maior povo indígena mexicano confunde-se com o seu dia-a-dia e funde-se com a modernidade. Em Cobá, passámos do cimo de uma das suas pirâmides milenares para o coração de uma povoação dos nossos tempos.
Tulum, México

A Mais Caribenha das Ruínas Maias

Erguida à beira-mar como entreposto excepcional decisivo para a prosperidade da nação Maia, Tulum foi uma das suas últimas cidades a sucumbir à ocupação hispânica. No final do século XVI, os seus habitantes abandonaram-na ao tempo e a um litoral irrepreensível da península do Iucatão.
Izamal, México

A Cidade Mexicana, Santa, Bela e Amarela

Até à chegada dos conquistadores espanhóis, Izamal era um polo de adoração do deus Maia supremo Itzamná e Kinich Kakmó, o do sol. Aos poucos, os invasores arrasaram as várias pirâmides dos nativos. No seu lugar, ergueram um grande convento franciscano e um prolífico casario colonial, com o mesmo tom solar em que a cidade hoje católica resplandece.
Mérida, México

A Mais Exuberante das Méridas

Em 25 a.C, os romanos fundaram Emerita Augusta, capital da Lusitânia. A expansão espanhola gerou três outras Méridas no mundo. Das quatro, a capital do Iucatão é a mais colorida e animada, resplandecente de herança colonial hispânica e vida multiétnica.
Campeche, México

Campeche Sobre Can Pech

Como aconteceu por todo o México, os conquistadores chegaram, viram e venceram. Can Pech, a povoação maia, contava com quase 40 mil habitantes, palácios, pirâmides e uma arquitetura urbana exuberante, mas, em 1540, subsistiam menos de 6 mil nativos. Sobre as ruínas, os espanhóis ergueram Campeche, uma das mais imponentes cidades coloniais das Américas.
San Cristóbal de Las Casas, México

O Lar Doce Lar da Consciência Social Mexicana

Maia, mestiça e hispânica, zapatista e turística, campestre e cosmopolita, San Cristobal não tem mãos a medir. Nela, visitantes mochileiros e activistas políticos mexicanos e expatriados partilham uma mesma demanda ideológica.

Cidade do México, México

Alma Mexicana

Com mais de 20 milhões de habitantes numa vasta área metropolitana, esta megalópole marca, a partir do seu cerne de zócalo, o pulsar espiritual de uma nação desde sempre vulnerável e dramática.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
PN Tayrona, Colômbia

Quem Protege os Guardiães do Mundo?

Os indígenas da Serra Nevada de Santa Marta acreditam que têm por missão salvar o Cosmos dos “Irmãos mais Novos”, que somos nós. Mas a verdadeira questão parece ser: "Quem os protege a eles?"
Campeche, México

Um Bingo tão lúdico que se joga com bonecos

Nas noites de sextas um grupo de senhoras ocupam mesas do Parque Independencia e apostam ninharias. Os prémios ínfimos saem-lhes em combinações de gatos, corações, cometas, maracas e outros ícones.
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
San Cristobal de las Casas a Campeche, México

Uma Estafeta de Fé

Equivalente católica da Nª Sra. de Fátima, a Nossa Senhora de Guadalupe move e comove o México. Os seus fiéis cruzam-se nas estradas do país, determinados em levar a prova da sua fé à patrona das Américas.
Campeche, México

Há 200 Anos a Brincar com a Sorte

No fim do século XVIII, os campechanos renderam-se a um jogo introduzido para esfriar a febre das cartas a dinheiro. Hoje, jogada quase só por abuelitas, a loteria local pouco passa de uma diversão.
Uxmal, Iucatão, México

A Capital Maia que Se Empilhou Até ao Colapso

O termo Uxmal significa construída três vezes. Na longa era pré-Hispânica de disputa do mundo Maia, a cidade teve o seu apogeu, correspondente ao cimo da Pirâmide do Adivinho no seu âmago. Terá sido abandonada antes da Conquista Espanhola do Iucatão. As suas ruínas são das mais intactas da Península do Iucatão.
Barrancas del Cobre, Chihuahua, México

O México Profundo das Barrancas del Cobre

Sem aviso, as terras altas de Chihuahua dão lugar a ravinas sem fim. Sessenta milhões de anos geológicos sulcaram-nas e tornaram-nas inóspitas. Os indígenas Rarámuri continuam a chamar-lhes casa.
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Chihuahua, México

¡ Ay Chihuahua !

Os mexicanos adaptaram a expressão como uma das suas preferidas manifestações de surpresa. À descoberta da capital do estado homónimo do Noroeste, exclamamo-la amiúde.
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Real de Catorce, San Luís Potosi, México

De Filão da Nova Espanha a Pueblo Mágico Mexicano

No início do século XIX, era uma das povoações mineiras que mais prata garantia à Coroa Espanhola. Um século depois, a prata tinha-se desvalorizado de tal maneira que Real de Catorce se viu abandonada. A sua história e os cenários peculiares filmados por Hollywood, cotaram-na uma das aldeias preciosas do México.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Safari
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
hacienda mucuyche, Iucatão, México, canal
Arquitectura & Design
Iucatão, México

Entre Haciendas e Cenotes, pela História do Iucatão

Em redor da capital Mérida, para cada velha hacienda henequenera colonial há pelo menos um cenote. Com frequência, coexistem e, como aconteceu com a semi-recuperada Hacienda Mucuyché, em duo, resultam nalguns dos lugares mais sublimes do sudeste mexicano.

O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Moa numa praia de Rapa Nui/Ilha da Páscoa
Cerimónias e Festividades
Ilha da Páscoa, Chile

A Descolagem e a Queda do Culto do Homem-Pássaro

Até ao século XVI, os nativos da Ilha da Páscoa esculpiram e idolatraram enormes deuses de pedra. De um momento para o outro, começaram a derrubar os seus moais. Sucedeu-se a veneração de tangatu manu, um líder meio humano meio sagrado, decretado após uma competição dramática pela conquista de um ovo.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Cidades
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Comida
Margilan, Usbequistão

Um Ganha Pão do Uzbequistão

Numa de muitas padarias de Margilan, desgastado pelo calor intenso do forno tandyr, o padeiro Maruf'Jon trabalha meio-cozido como os distintos pães tradicionais vendidos por todo o Usbequistão
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Cultura
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Desporto
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Creel, Chihuahua, Carlos Venzor, coleccionador, museu
Em Viagem
Chihuahua a Creel, Chihuahua, México

A Caminho de Creel

Com Chihuahua para trás, apontamos a sudoeste e a terras ainda mais elevadas do norte mexicano. Junto a Ciudad Cuauhtémoc, visitamos um ancião menonita. Em redor de Creel, convivemos, pela primeira vez, com a comunidade indígena Rarámuri da Serra de Tarahumara.
António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
Étnico
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Colonia del Sacramento, Uruguai
História
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Colónia do Sacramento: o Legado Uruguaio de um Vaivém Histórico

A fundação de Colónia do Sacramento pelos portugueses gerou conflitos recorrentes com os rivais hispânicos. Até 1828, esta praça fortificada, hoje sedativa, mudou de lado vezes sem conta.
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Ilhas
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A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
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Natureza
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
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Outono
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Parques Naturais
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Património Mundial UNESCO
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Nikko, Toshogu: o Santuário e Mausoléu do Xogum Tokugawa

Um tesouro histórico e arquitectónico incontornável do Japão, o santuário Toshogu de Nikko homenageia o mais importante dos xoguns nipónicos, mentor da nação japonesa: Tokugawa Ieyasu.
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Personagens
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Vista da Casa Iguana, Corn islands, puro caribe, nicaragua
Praias
Corn Islands-Ilhas do Milho, Nicarágua

Puro Caribe

Cenários tropicais perfeitos e a vida genuína dos habitantes são os únicos luxos disponíveis nas também chamadas Corn Islands ou Ilhas do Milho, um arquipélago perdido nos confins centro-americanos do Mar das Caraíbas.
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Religião
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
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Sobre Carris
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Flam Railway: Noruega Sublime da Primeira à Última Estação

Por estrada e a bordo do Flam Railway, num dos itinerários ferroviários mais íngremes do mundo, chegamos a Flam e à entrada do Sognefjord, o maior, mais profundo e reverenciado dos fiordes da Escandinávia. Do ponto de partida à derradeira estação, confirma-se monumental esta Noruega que desvendamos.
Uma espécie de portal
Sociedade
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A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
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Vida Quotidiana
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Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
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Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.