Vágar, Ilhas Faroé

O Lago que Paira sobre o Atlântico Norte


Midvagur
Casario de Midvagur, uma das povoações nas imediações de Sorvatsvagn.
Trilho para Traenalipa
O caminho sinuoso que leva ao cimo dos penhascos de Traenalipa.
Contraste ovino
Um duo contrastante de ovelhas faroesas.
O Lago que Paira sobre o Oceano
Vista do lago Sorvags do cimo dos penhascos de Traenalipa.
Bosdalafossur
A costa sul de Vágar com a cascata de Bosdalafossur a fazer o escoar o lago de Sorvagsvatn para o Atlântico do Norte.
Lã Faroesa
Ovelha lãzuda sobre o limiar de uma das encosta que delimitam o lago Sorvags.
Poça vizinha do lago Sorvag, na iminência de Traenalipa
Poça marginal ao lago Sorvag e a caminho de Traenalipa.
O Cavalo Nykur
Estátua do cavalo mitológico Nykur ergue-se do lago Sorgav. Esta criatura atrai transeuntes a fazer-lhe festas e acaba por as afogar no lago.
O Encontro com o Atlântico
O ponto em que o lago Sorvagsvatn escoa as suas águas para o oceano.
Por um capricho geológico, Sorvagsvatn é muito mais que o maior lago das ilhas Faroé. Falésias com entre trinta a cento e quarenta metros limitam o extremo sul do seu leito. De determinadas perspectivas, dá a ideia de estar suspenso sobre o oceano.

Só por si, a longa travessia do túnel submarino que liga a ilha de Streymoy à de Vágar justificava a viagem a partir da capital faroense Torshavn, mesmo que o tivéssemos já cruzado por duas vezes.

Esta que era a terceira ocasião, movia-a uma descoberta excepcional.

O túnel deixa-nos sobre a costa norte de Vágar, pouco depois da foz do rio Kálvadalsá e na iminência do de Marknará.

Rios não faltam no arquipélago das Faroé, onde a neve ou a chuva são permanentes e mantêm o tapete branco, no curto Verão, verdejante, das suas ilhas imaculado. Cruzamos o túnel do cimo ao fundo de Vágar, pela estrada 11 abaixo que, mal deixa para trás o leito do Marknará, segue o vale aprofundado pelo Stórá.

Sandavagur surge onde este rio se intersecta com o de Gáansá e o de Fossá, à entrada da baía arenosa e dupla que inspirou o baptismo da povoação.

Midvagur, Vágar, Ilhas Faroé

Uma das incontáveis baías profundas do arquipélago das Faroé, com o casario de Midvagur lá instalado.

Contornamos a primeira boca da baía. Na seguinte, encontramos o vilarejo vizinho de Midvagur, com o seu casario colorido e de telhados em A, disperso ao longo da via, desde o alto da encosta, na direcção do lago que perseguíamos.

Como os rios, abundam os lagos nas Faroé. Com 3.4km2, Sorvagsvatn é, de longe, o maior, três vezes mais amplo que o segundo, situado na mesma ilha de Vágar.

Devido à proximidade com Sorvágur, a povoação no seu extremo norte, o lago faroês supremo é assim conhecido. Mas não só. Nas paragens por onde andávamos, de acordo com as terras a leste do corpo de água, os moradores preferem o nome Leitisvatn.

Com frequência, de maneira a evitarem a já histórica disputa, limitam-se a pescar as suas trutas-mariscas e a trata-lo por vatn, que é como dizer apenas e só o lago. E, no entanto, apenas um lago é coisa que este vatn nunca será.

Olhando para um qualquer mapa de Vágar, percebemos a sua inusitada forma em S aberto. Como se não chegasse, o fundo desse S esconde outra peculiaridade.

Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas FaroéContinuamos até ao extremo oposto de Midvagur. Já o casario se desvanece quando damos com o desvio do asfalto para o caminho rural que procurávamos.

A Caminho do Estranho Limiar de Sorvagsvatn

Passado um dos incontáveis portões de gado das Faroés, esse trilho torna-se uma linha estreita e ziguezagueante ao longo de uma vertente suave. E demasiado óbvio para nos perdermos.

Por algum tempo, uma crista ervada faz de barreira visual para o que estaria por diante. Umas centenas de passos depois, já no seu cimo, vemos pela primeira vez o lago, de água azul clara, tranquila, contida por margens curvas quase perfeitas.

A espaços, cruzamo-nos com ovelhas lãzudas, umas negras, outras, de um branco bastante sujo, entretidas a devorar a erva viçosa da paisagem.

Ovelhas, Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé

A nossa passagem e inevitável abordagem fotográfica suscita-lhes uma curta pausa no repasto, pouco mais que isso. Afinal, percorríamos um dos trilhos realmente concorridos de Vágar e das Faroé em geral.

Por estes lados, os ovinos estão há muito habituados ao vaivém constante de humanos.

Sem que o esperássemos, um casal catalão que tínhamos encontrado na ilha de Kalsoy, junto à estátua da mulher-foca Kópakonan de Mikladalur, aparece do sentido contrário. “Apostamos que não vai ser a última vez que nos vemos!” atiram-nos, ligeiramente ofegantes, em castelhano, que o catalão não serviria para comunicarmos.

“É a primeira vez que aqui vêm?” perguntam-nos ainda. Ao que respondemos que sim. “Vocês já viram bem a sorte que têm? Nós, é a terceira. Nas duas primeiras, uma, chovia a potes, a outra, estava tudo ventoso e escuro. E, vocês, sortudos, chegam e apanham logo com um dia assim. Este tem que ser um dos melhores dias do ano das Faroé, nem há lugar para dúvidas.”

Confirmamos a análise dos vizinhos ibéricos, partilhamos uma gargalhada efusiva e mais alguma galhofa bem-disposta. Como sempre aconteceu até no plano histórico, os catalães seguem o seu destino.

Nós, portugueses, o nosso.

Traenalipa e Atlântico do Norte à Vista

A determinada altura, o trilho desvenda-nos uma fenda sombria no relevo e, para além dela e do que parecia o fundo do lago, a linha longínqua do horizonte a separar o Atlântico do Norte do firmamento pouco ou nada nublado acima.

O trilho aponta-nos à base da tal fenda. Lá chegados, percebemos que se tratava de um corte geológico, uma abertura profunda reveladora das falésias que delimitavam a ponta sul recortada de Vágar, não tarda, promovida a um promontório empinado sobre o mar.

Trilho para Traenalipa, lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas FaroéO trilho flecte para o cimo. Desgastado por sucessivos passos, torna-se lamacento e escorregadio. Com cuidados redobrados, atingimos o seu fim, junto à beira elevada e vertiginosa dos penhascos de Traenalipa.

Ditava aquele término que nos deveríamos deparar com a vista mágica, a tal visão ilusória de Sorvagsvatn que deixa os forasteiros de queixo caído.

Antes que tudo, constatamos a altura do abismo imediato, tão intimidante como mortal. Quando controlamos a ansiedade, levantamos o queixo e perscrutamos a vastidão do panorama.

Um Lago em S e acima do Oceano

Por diante, para norte, víamos a quase meia-lua do lago contida entre vertentes gentis, verde-amareladas, sob um céu azulão pejado de novelos brancos.

Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas Faroé

Vista do lago Sorvags do cimo dos penhascos de Traenalipa.

Daquele miradouro natural, a excentricidade do lago reforçava-se. A meia-lua parecia alongar-se em suspenso, acima do recorte das falésias que o oceano invadia com bruar considerável.

Quando contemplada de maior distância, a franja rochosa que serve de tampão ao Sorvagsvatn quase se perde de vista. Dá, assim, a sensação adicional que o lago está a centenas de metros acima do mar e que nele se funde.

Na realidade, no seu ponto mais próximo, são apenas trinta os metros que separam a água doce da salgada. E, como, entretanto, confirmaríamos, a franja rochosa e escarpada no fundo da meia-lua lacustre contém o Sorvagsvatn de forma estável.

Lago Sorvatsvagn, Vágar, Ilhas FaroéAparecem outros caminhantes. Acumulam-se os pretendentes ao lugar fotográfico fulcral que ocupávamos que, em dias bem límpidos, permite ainda avistar seis outras das dezoito ilhas que compõem as Faroé: Streymoy, Hestur, Koltur, Sandoy, Skuvoy e Suduroy.

Traenalipa Abaixo, em Busca da cascata de Bosdalafossur

Cedemos-lhes o privilégio.

Damos azo a uma sucessão de selfies e fotografias tiradas cada vez mais sobre o precipício de Traenalipa (142 metros) que nos arrepiam a bom arrepiar, até porque, por essa altura, estávamos a par do contexto na génese do termo Traenalipa (Penhasco dos Escravos).

Crê-se que o nome teve origem na era Viquingue das Ilhas Faroé e no alegado costume macabro de os viquingues ali empurrarem para a sua morte escravos condenados.

Deixamos de acompanhar as desventuras livres e algo inconscientes dos caminhantes recém-chegados.

De regresso ao trilho, procuramos o desvio que levaria à confluência da beira-lago elevada com o único sector em que o Sorvagsvatn escoa.

O trilho depressa deixa de nos fazer sentido. Em vez de o seguirmos, descemos por socalcos, fendas e plataformas irregulares patrulhadas por gaivotas, andorinhas-do-mar e outras aves marinhas.

Muitos pseudo-degraus depois, damos connosco paredes-meias com o oceano. Ali mesmo, o lago estreita num curto rio que flui sobre um leito basáltico, junto a uma formação de rochedos afiados conhecida por Geituskoradrangur.

Assume o caudal vertical da cascata de Bosdalafossur e despenha-se de trinta metros de altura, com espalhafato, contra as vagas do Atlântico do Norte.

Estátua do Cavalo Nykur, lago Sorvag, Ilhas Faroé

Estátua do cavalo mitológico Nykur ergue-se do lago Sorgav. Esta criatura atrai transeuntes a fazer-lhe festas e acaba por as afogar no lago.

O extremo oposto do lago, marca-o um inusitado símbolo equino. Lá nos deslumbra o empinar da estátua prateada de Nykur criada pelo artista local Pól Skarðenn. O Nykur é uma criatura mitológica com estranhos cascos invertidos.

Tal como contam as lendas faroesas, aparece de quando em quando nas margens do lago Vagar. Ali submergido, exibe a sua elegância para atrair transeuntes a fazer-lhe festas ou até a tentar montá-lo. Quando os inocentes faroeses o tocam, a sua pele pegajosa agarra-os a um turbilhão rotativo que os arrastar para o fundo do lago.

O Nykur tem, no entanto, uma fraqueza. Se alguém gritar o seu nome, perde o seu poder demoníaco e recolhe às suas profundezas sem causar vítimas.

Ao longo do tempo, esta lenda passou a ser usada pelos pais e avós para conseguir manter as crianças afastada de rios, lagos e da beira-do mar, nas ilhas Faroé, quase sempre perigosos.

O Passado Bélico do lago Sorvagsvatn e de Vágar

O lago Sorvagsvatn e os seus arredores da ilha de Vágar são há muito conhecidos. Desempenharam, aliás, papéis de relevo na história destas paragens boreais.

Em plena 2ª Guerra Mundial, os britânicos mantiveram milhares de soldados nas ilhas Faroé, concentrados sobretudo em Vágar. Lá construíram uma pista de aterragem a oeste do lago, complementada por uma estação de apoio a hidroaviões.

Em 1941, uma tal de aeronave Catalina do comando costeiro da Royal Air Force aterrou pela primeira vez sobre as águas de Sorvagsvatn.

As infraestruturas erguidas pelos súbditos de Sua Majestade seriam, mais tarde, usadas como base para aquele que é, ainda hoje, o principal aeroporto das ilhas Faroé, o Vága Floghavn – assim lhe chamam os faroenses – e o nosso porto de ingresso no arquipélago.

Dias depois, muito contra vontade, seria também o nosso ponto de saída das Faroé, iniciada com uma descolagem entre as nuvens que nos prendou com um derradeiro vislumbre do trio inverosímil de Sorvagsvatn, Traenalipa e Bosdalafossur.

Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo

Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Tórshavn, Ilhas Faroé

O Porto Faroês de Thor

É a principal povoação das ilhas Faroé desde, pelo menos, 850 d.C., ano em que os colonos viquingues lá estabeleceram um parlamento. Tórshavn mantém-se uma das capitais mais diminutas da Europa e o abrigo divinal de cerca de um terço da população faroense.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Lagoa de Jok​ülsárlón, Islândia

O Canto e o Gelo

Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Streymoy, Ilhas Faroé

Streymoy Acima, ao Sabor da Ilha das Correntes

Deixamos a capital Torshavn rumo a norte. Cruzamos de Vestmanna para a costa leste de Streymoy. Até chegarmos ao extremo setentrional de Tjornuvík, deslumbramo-nos vezes sem conta com a excentricidade verdejante da maior ilha faroesa.
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Safari
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Muktinath a Kagbeni, Circuito Annapurna, Nepal, Kagbeni
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 14º - Muktinath a Kagbeni, Nepal

Do Lado de Lá do Desfiladeiro

Após a travessia exigente de Thorong La, recuperamos na aldeia acolhedora de Muktinath. Na manhã seguinte, voltamos a descer. A caminho do antigo reino do Alto Mustang e da aldeia de Kagbeni que lhe serve de entrada.
Casario tradicional, Bergen, Noruega
Arquitectura & Design
Bergen, Noruega

O Grande Porto Hanseático da Noruega

Já povoada no início do século XI, Bergen chegou a capital, monopolizou o comércio do norte norueguês e, até 1830, manteve-se uma das maiores cidades da Escandinávia. Hoje, Oslo lidera a nação. Bergen continua a destacar-se pela sua exuberância arquitectónica, urbanística e histórica.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
Bertie em calhambeque, Napier, Nova Zelândia
Cerimónias e Festividades
Napier, Nova Zelândia

De Volta aos Anos 30

Devastada por um sismo, Napier foi reconstruida num Art Deco quase térreo e vive a fazer de conta que parou nos Anos Trinta. Os seus visitantes rendem-se à atmosfera Great Gatsby que a cidade encena.
Entrada para a Cidade das Areias de Dunhuang, China
Cidades
Dunhuang, China

Um Oásis na China das Areias

A milhares de quilómetros para oeste de Pequim, a Grande Muralha tem o seu extremo ocidental e a China é outra. Um inesperado salpicado de verde vegetal quebra a vastidão árida em redor. Anuncia Dunhuang, antigo entreposto crucial da Rota da Seda, hoje, uma cidade intrigante na base das maiores dunas da Ásia.
Cacau, Chocolate, Sao Tome Principe, roça Água Izé
Comida
São Tomé e Príncipe

Roças de Cacau, Corallo e a Fábrica de Chocolate

No início do séc. XX, São Tomé e Príncipe geravam mais cacau que qualquer outro território. Graças à dedicação de alguns empreendedores, a produção subsiste e as duas ilhas sabem ao melhor chocolate.
Cultura
Lhasa, Tibete

Quando o Budismo se Cansa da Meditação

Nem só com silêncio e retiro espiritual se procura o Nirvana. No Mosteiro de Sera, os jovens monges aperfeiçoam o seu saber budista com acesos confrontos dialécticos e bateres de palmas crepitantes.
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Em Viagem
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Do lado de cá do Atlântico
Étnico

Ilha de Goreia, Senegal

Uma Ilha Escrava da Escravatura

Foram vários milhões ou apenas milhares os escravos a passar por Goreia a caminho das Américas? Seja qual for a verdade, esta pequena ilha senegalesa nunca se libertará do jugo do seu simbolismo.​

Ocaso, Avenida dos Baobás, Madagascar
Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Missoes, San Ignacio Mini, argentina
História
San Ignácio Mini, Argentina

As Missões Jesuíticas Impossíveis de San Ignácio Mini

No séc. XVIII, os jesuítas expandiam um domínio religioso no coração da América do Sul em que convertiam os indígenas guarani em missões jesuíticas. Mas as Coroas Ibéricas arruinaram a utopia tropical da Companhia de Jesus.
Aula de surf, Waikiki, Oahu, Havai
Ilhas
Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

Décadas após o ataque a Pearl Harbor e da capitulação na 2ª Guerra Mundial, os japoneses voltaram ao Havai armados com milhões de dólares. Waikiki, o seu alvo predilecto, faz questão de se render.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Sombra vs Luz
Literatura
Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Porto Santo, vista para sul do Pico Branco
Natureza
Vereda Terra Chã e Pico Branco, Porto Santo

Pico Branco, Terra Chã e Outros Caprichos da Ilha Dourada

No seu recanto nordeste, Porto Santo é outra coisa. De costas voltadas para o sul e para a sua grande praia, desvendamos um litoral montanhoso, escarpado e até arborizado, pejado de ilhéus que salpicam um Atlântico ainda mais azul.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Em espera, Mauna Kea vulcão no espaço, Big Island, Havai
Parques Naturais
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Passageira agasalhada-ferry M:S Viking Tor, Aurlandfjord, Noruega
Património Mundial UNESCO
Flam a Balestrand, Noruega

Onde as Montanhas Cedem aos Fiordes

A estação final do Flam Railway, marca o término da descida ferroviária vertiginosa das terras altas de Hallingskarvet às planas de Flam. Nesta povoação demasiado pequena para a sua fama, deixamos o comboio e navegamos pelo fiorde de Aurland abaixo rumo à prodigiosa Balestrand.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Pescador manobra barco junto à Praia de Bonete, Ilhabela, Brasil
Praias
Ilhabela, Brasil

Em Ilhabela, a Caminho de Bonete

Uma comunidade de caiçaras descendentes de piratas fundou uma povoação num recanto da Ilhabela. Apesar do acesso difícil, Bonete foi descoberta e considerada uma das dez melhores praias do Brasil.
Kremlin de Rostov Veliky, Rússia
Religião
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Casamentos em Jaffa, Israel,
Sociedade
Jaffa, Israel

Onde Assenta a Telavive Sempre em Festa

Telavive é famosa pela noite mais intensa do Médio Oriente. Mas, se os seus jovens se divertem até à exaustão nas discotecas à beira Mediterrâneo, é cada vez mais na vizinha Old Jaffa que dão o nó.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
Vida Selvagem
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.