Husavik a Myvatn, Islândia

Neve sem Fim na Ilha do Fogo


Solidariedade equina
Manada de cavalos aperta-se para fazer frente a um novo nevão islandês.
O derradeiro visitante
Visitante em frente à linha de casas de turfa de Glaumbaer.
Pico aguçado do Krafla
Carro percorre uma estrada do PN Myvatn, na direcção do vulcão Krafla.
SPA nevado
As termas de Jardbodin, sob um dos nevões frequentes que se abatem sobre Myvatn.
Ilhas vulcânicas
Pseudo-crateras perdidas na vastidão frígida de Skútustadir.
Coração vulcânico
Visitantes de Myvatn admiram a cratera aquecida de Hverjall.
Glaumber: os mortos e os vivos
As casas de turfa de Glaumbaer vistas do seu pequeno cemitério.
Uma curta ascensão
Caminhantes sobem à cratera achatada do vulcã;o Hverjall.
Inverno fora de tempo
Pato caminha sobre uma superfície tardiamente gelada nas redondezas de Husavik.
Montanha afiada
Montanha destacada bem acima do desfiladeiro de Oxnadalsheidi.
Crepúsculo colorido
Sol pôe-se para lá do horizonte nas imediações geladas de Husavik.
Caminhada a Preto & Branco
Casal começa um trilho que percorre parte do cenário vulcânico de Dimmuborgir.
Navegação difícil
Passageiros tentam equilibra-se a bordo da escuna Hildur, convertida para avistamento de baleias.
Ocaso Boreal
Sol põe-se a leste da Islândia, como visto do litoral enregelado a caminho de Husavik.
Fila equina
Cavalos percorrem um prado queimado pelo frio a ocidente de Glaumbaer.
Esquina Akureyr
Esquina de Akureyri, a capital do norte da Islândia.
Névoa de Jardbodin
Sol doura as termas de Jardbodin.
Telhados bicudos
Visitante à porta de uma das casas de Glaumbaer
Crepúsculo Husavik
Por fim, anoitece sobre Husavik, no norte da Islândia.
Quando, a meio de Maio, a Islândia já conta com o aconchego do sol mas o frio mas o frio e a neve perduram, os habitantes cedem a uma fascinante ansiedade estival.

Muitos quilómetros de estrada em jeito de montanha-russa depois da partida de Reiquejavique, tínhamos chegado ao noroeste da Islândia.

São quatro e meia. O dia pouco passou de meio. Apanhamos o responsável por Glaumbaer preparado para fechar o edifício de acolhimento e o seu dia de trabalho.

Agust Sigurjónsson conforma-se. Regressa ao modo laboral e ao interior das casas sob a relva. Alonga-se em explicações que nos intrigam.

Para ruína do seu já encurtado período de folga, essas explicações suscitam-nos novas perguntas: “Em tempos, a maior parte das habitações desta zona – e da ilha em geral – eram erguidas em turfa, que os colonos nórdicos encontravam em abundância nos pântanos e pauis.” transmite-nos com eloquência o filho de Sigurjón.

Turfa de Glaumbaer, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Visitante à porta de uma das casas de Glaumbaer

A Aldeia de Turfa e de Relva de Glaumbaer

E continua: “Glaumbaer era uma mansão sacerdotal luterana mas seguiu as mesmas técnicas de construção empregues pelas habitações humildes da colónia. Quase só usou madeira nas fachadas.”

Nessa era, ainda mais que agora, as árvores escasseavam na Islândia. As tábuas raramente chegavam da Noruega ou da Dinamarca e constituíam um luxo. O melhor que a população pobre conseguia era recolher os troncos que davam à costa para reforçarem a combustão da turfa seca e o aquecimento dos domicílios.

Numa escala geotérmica planetária, há muito que a Corrente do Golfo dá a sua ajuda. Lemos, vezes sem conta, que, apesar de localizada a uma latitude extrema, a Islândia tem um clima temperado.

É esse fluxo marítimo semi-amornado que faz com que as suas temperaturas sejam mais elevadas que as de outros territórios situados em latitudes semelhantes. Além disso, mantém as costas da ilha livres de gelo, até no Inverno.

A umas meras centenas de quilómetros da Gronelândia e 50 para leste de Glaumbaer, metemo-nos pelo desfiladeiro de Oxnadalsheidi e vemo-nos cercados de montanhas imponentes.

Observamos a temperatura cair a pique no termómetro do carro e a neve a cobrir toda a paisagem.

Como os habitantes ancestrais da ilha e os de agora, depressa aprendemos a dar o devido desconto à informação.

Desfiladeiro de Oxnadalsheidi, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Montanha destacada bem acima do desfiladeiro de Oxnadalsheidi.

Rumo a Akureyri e mais Próximo do Árctico

Sucedem-se granjas de altitude empoleiradas em ambas as encostas, supostamente a salvo tanto de avalanches como das inundações provocadas pelo degelo estival.

Sob novo nevão, desembocamos na margem ocidental do fiorde Eyjafjördur. Seguimos em direcção à baía que o encerra e, pouco depois, damos com Akureyri, a pequena capital do grande norte.

Dos quase 322.000 islandeses, mais de um terço vive na área urbana da capital Reiquejavique. Em Akureyri, a segunda urbe, não chegam a habitar 18.000.

São raros os participantes islandeses nas competições de desportos de Inverno em que se confrontam os povos escandinavos, finlandeses e alpinos da Europa.

Akureyri tem, no entanto, as melhores estâncias de neve do país que ajudam alguns residentes e muitos mais estrangeiros a ganhar a vida ou a passar o tempo.

Encontramo-nos com Ivo Martins, um guia português que trabalha a partir da cidade há cinco anos.

Entre tantas outras noções, o compatriota fala-nos do perfil psicológico do povo que o acolheu: “apesar de à primeira vista acolhedores e simpáticos, são os próprios islandeses a reconhecer que têm dificuldades em relacionar-se.

Aqui em Akureyri, até deram às luzes dos semáforos a forma de um coração, para se recordarem que têm que se amar. Mas a Islândia preserva uma das taxas mais elevadas de mulheres solteiras, entre outros indicadores preocupantes.”

Akureiry, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Esquina de Akureyri, a capital do norte da Islândia.

Husavik e o Avistamento de Baleias Complicado na “Hildur”

Pouco depois de um despertar madrugador em Husavik, uma cidade piscatória do norte, embarcamos na “Hildur, uma embarcação originalmente tradicional construída em 1974 na capital islandesa do norte Akureyri mas que, em 2009, fez uma viagem de 10 dias a Egernsund, na Dinamarca, onde foi convertida numa escuna de dois mastros com 250 m2 quadrados de velas.

Desde então, a Hildur foi usada em várias viagens épicas incluindo expedições ao litoral da vizinha Gronelândia. E estava prestes a zarpar para uma curta navegação de avistamento de baleias na baía de Skjálfandi.

Tal como previsto, avançamos ao longo da costa frígida até que chegamos a um ilhéu colonizado por papagaios-do-mar. Dali, a embarcação de carvalho navega em direcção à ilha de Flatey. Quando abandona a protecção do litoral, sujeita-se aos caprichos do alto mar.

O fato de navegação “66º” que a tripulação emprestara aos passageiros começa por indiciar uma boa protecção face à baixa temperatura e, pelo menos na fase inicial das quatro horas e meia de navegação, não temos razões de queixa.

Uma Navegação Dolorosa entre Cetáceos

Mas a brisa depressa se transforma num vento agreste que levanta ondas consideráveis na confluência do oceano Atlântico com o Árctico. Alguma roupa e calçados molhados intensificam um frio só por si já difícil de suportar.

Enquanto isso, os passageiros mais vulneráveis ao balanço começam a ressentir-se de um já esperado enjoo.

"Hildur", Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Passageiros tentam equilibra-se a bordo da escuna Hildur, convertida para avistamento de baleias.

Duas jovens marinheiras islandesas louras esforçam-se por manter as velas sob controlo. Também tentam animar as hostes em sofrimento com uma locução enérgica em inglês e promessas de avistamentos garantidos de grandes cetáceos.

Cumprem-nas quando o homem do leme nos aproxima de baleias de bossa no limite setentrional da baía de Skjálfandi. As baleias surgem a tempos à tona, de ambos lados do barco e ao largo de penhascos brancos e imponentes mantidos gelados pela irrigação de humidade assegurada pelo vento norte.

Acompanhamo-las por meia-hora e às suas movimentações, para desilusão geral dos espectadores a bordo, pouco acrobáticas mas sempre culminadas com o  afundar gracioso das gigantescas barbatanas traseiras.

Deixamo-las a devorar o desgraçado krill árctico em quantidades industriais.  Pouco depois, desperta-nos a atenção a visão peculiar da ilha de Flatey e do seu casario. O ponto mais elevado desta ilha tem apenas 22 metros.

À medida que o Hildur percorre os quase 9km de regresso ao porto de Husavik, ainda e sempre fustigado pelo vento gélido e pela neve, contemplamos o edifício da escola, a igreja e o farol e interrogamo-nos sobre o que terá passado pela cabeça da pequena comunidade de islandeses ex-moradores para ali ser ter decidido isolar, por muito que o peixe abundasse.

Regresso Providencial ao Porto de Husavik

Atracamos no porto a tremelicar. Uma das tripulantes faz questão de suavizar e glorificar o sofrimento que tínhamos partilhado: “Há aqui chocolate quente e bolos de passas para todos. Foram realmente corajosos. Garanto-vos que esta foi uma das saídas mais árduas e enregelantes que tivemos até hoje.”

Metemo-nos no carro, ligamos o quente do ar condicionado no máximo, bebemos o cacau e recuperamos o calor corporal evadido. Conseguida a reanimação, arrancamos pela estrada 87 apontados ao interior da Islândia.

Constatamos no termómetro do painel como o frio volta a apertar debaixo de um céu já limpo e, no exterior, uma cobertura espessa de neve que parece longe de derreter.

Bandos de patos, gansos e outras aves migratórias sucedem-se de ambos os lados da via, agrupados em redor de poças semi-sólidas em que desesperam para encontrar alimento.

Ganso, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Pato caminha sobre uma superfície tardiamente gelada nas redondezas de Husavik

O Domínio Frígido-Infernal de Myvatn, o Fogo da Islândia

Subimos para as terras álgidas do coração da ilha. Aos poucos, aproximamo-nos da zona em que se costumam registar as suas temperaturas mais baixas, em redor de Grimsstadir, onde, em Janeiro de 1918, se registaram -38º.

Sem aviso, a estrada submete-se também à neve. Durante vários quilómetros, conduzimos sobre um misto de asfalto e de gelo que o vento continua a fazer voar. Mas, por muito que a Islândia esfrie à superfície, até sob os seus glaciares sem fim permanece num reboliço incandescente.

Em poucas zonas as cicatrizes desse confronto térmico são tão notórias como em redor de Myvatn (Lago das Moscas), o reduto inóspito em que continuávamos a embrenhar-nos.

O lago eutrófico pouco profundo que dá nome ao parque foi formado por uma grande erupção, há mais de 2300 anos. Sem surpresa, os cenários em redor são dominados por formas irregulares de lava, incluindo pilares e pseudo-crateras.

Avançamos até Dimmuborgir onde não vemos vivalma no edifício de acolhimento. Ascendemos a um ponto de observação e contemplamos a paisagem enegrecida e desolada a perder de vista, gerada por um canal de lava que colapsou, libertou um fluxo abundante que invadiu um pântano encharcado e assim gerou enormes pilares e outras formações caóticas.

É este o domínio obscuro que, na mitologia islandesa, liga a Terra aos infernos. A mitologia cristã nórdica vai mais longe.

Defende que Dimmuborgir é o lugar onde Satanás aterrou quando foi expulso dos céus e criou as Catacumbas do Inferno. E uma banda de black-metal sinfónico norueguesa, por sua vez, aproveitou o imaginário do lugar e baptizou-se – perdoem-nos o contra-senso – de Dimmu Borgir.

Dimmuborgir, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Casal começa um trilho que percorre parte do cenário vulcânico de Dimmuborgir.

Primavera à Moda Islandesa

Mas estamos longe de sentir o calor das labaredas das profundezas, nem que fossem só as do Purgatório. Um exército de nuvens cinzentas tinha-se também aventurado sobre aquelas terras improváveis.

Nesse preciso momento, refresca-nos com mais um dos nevões que nos acompanharam um pouco por toda a ilha.

Os flocos sarapintam o crumble terrestre e a visão límpida que até aí dele tínhamos. Mesmo assim, sob a intempérie, detectamos um casal a aventurar-se no trilho que serpenteia pela paisagem e a sumir por detrás dos retalhos de lava.

Regressamos às imediações do lago e encontramos colónias de aves incomparavelmente mais numerosas que as que tínhamos avistado no caminho de vinda. Regredimos para a entrada norte do parque.

Em Skútustadir, fazemo-nos corajosos e saímos para caminhar num cenário que considerámos mais meritório e menos soturno que DimmuBorgir.

Rajadas fortes quase nos expulsam do caminho estreito e gelado.

Mas é quando subimos ao topo da primeira pseudocratera que sentimos o verdadeiro poder do vento islandês.

cratera Hverjall, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Visitantes de Myvatn admiram a cratera aquecida de Hverjall.

Com dificuldade, mantemo-nos agarrados ao corrimão do miradouro e deixamo-nos espantar pela excentricidade extraterrestre da vastidão em redor.

Dezenas de outras pseudocrateras dotam o planalto enregelado e alisado pela erosão.

Os contornos do lago impõem-se à heterogeneidade colorida da superfície, cedem a uma imensidão alva e, por fim, às distintas formas dos vulcões em redor: o cónico Hlídarfjall, o Gaesafjoll; a maior distância, também o Krafla, cuja energia o governo islandês aproveita desde 1977, através de uma estação geotérmica de 60 MWe.

As Crateras, Caldeiras e Fumarolas da Ilha do Fogo e do Gelo

Contornamos Gardur e as incontáveis ilhotas de lava no recanto sudoeste do lago. Já na proximidade da cratera achatada do Hverfjall, somos atraídos por muros feitos de pedaços de lava a retalhar um terreno, à época, pouco ou nada agrícola.

No prolongamento destes muros, vislumbramos um outro padrão natural encantador, formado por manchas brancas de neve semi-derretida sobre o amarelo-torrado do prado seco.

Ao fundo, entre este prado e o céu já outra vez azul, o velho vulcão impinge a sua própria moda, num traje geológico e meteorológico com faixas de gelo que listam as encostas negras.

Conquistamo-lo passo a passo. Atingido o topo, paramos para recuperar o fôlego e apreciar, de novo das alturas, a vastidão alva de Myvatn, em particular, o Hlídarfjall que, de tão afiado, tem o condão de impressionar apesar de medir menos que 800 metros de altitude.

Vulcão Hverjall, Islândia

Caminhantes sobem à cratera achatada do vulcão Hverjall

Para o interior, o Hverfjall revela-nos a sua cratera aquecida que o magna das profundezas mantem preta por derreter toda a neve que por ali aterra, incluindo a que desata mais uma vez a cair.

O vento enfurece-se e a nevasca adensa-se. Descemos com dificuldade pelo trilho escorregadio e apontamos para a estrada. Pelo caminho, passamos por uma manada de cavalos islandeses numa formação empática.

De costas para a agressão do clima, os animais estranham a nossa visita e relincham num estranho tom agudo típico da espécie.

Cavalos sob nevão, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Manada de cavalos aperta-se para fazer frente a um novo nevão islandês

Dois deles, mais curiosos, rompem a formação para estabelecer contacto. Afagamos as suas crinas alouradas até que concordamos com uma debandada simultânea. Os cavalos voltam ao aconchego da manada, nós ao dos bancos aquecidos do automóvel.

Um Regresso a Husavik do Outro Mundo

A tarde aproxima-se do fim. Invertemos marcha para Husavik onde tínhamos planeado jantar e optamos por um itinerário distinto do da vinda que tudo indicava atalhar caminho. Começa a anoitecer e a temperatura cai a pique.

A determinada altura, mal distinguimos a estrada completamente sumida na neve e no gelo. Só as estacas amarelas espetadas na berma, os pneus de Inverno e a tracção eficaz às quatro rodas nos sossegam e impelem a continuar numa rota tão erma.  

Pelo caminho, vemos a bola do sol descer sobre montanhas longínquas e alaranjar a metade celeste do horizonte. À entrada da cidade, as montanhas dão lugar a uma vasta praia gelada e, em vez de laranja, a atmosfera já se converteu a um lilás que escurecia a olhos vistos.

Ocaso, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Sol põe-se a leste da Islândia, como visto do litoral enregelado a caminho de Husavik.

Conduzimos devagar entre as casas térreas da povoação mas, nem assim achamos o edifício do hotel. Sem suspeitarmos do equívoco, entramos no jardim errado e passamos em frente à janela panorâmica de uma vivenda.

No interior, toda uma família partilha, aconchegada, um qualquer programa de TV e o nosso ridículo episódio de “Lost”.

Uma senhora vem à porta: ”estão à procura do Husavik Cape, certo? É a entrada ali em baixo. Eles continuam em remodelações. Não se preocupem. Estão longe de ser os primeiros. Nos últimos tempos, as pessoas olham para os andaimes, custa-lhes a acreditar que é lá e vêm todas aqui parar.”

Despedimo-nos com mais desculpas. Por fim, lá batemos à porta certa. O recepcionista tímido parece conformado com a falta de sinalização e passa ao que interessa: “Sejam bem-vindos. Instalem-se e bebam um café ou chá. Já vos dou o resto das indicações.“

No regresso do quarto, não o encontramos no seu posto. Reparamos que estamos no topo de um promontório oposto ao centro de Husavik, cidade que o livro da colonização (Landnámabók) afirma ter sido o primeiro lugar da Islândia povoado por um colono escandinavo.

Husavik, Islândia Neve Sem Fim Ilha Fogo

Por fim, anoitece sobre Husavik, no norte da Islândia.

Aproveitamos os minutos vagos para espreitar a noite a ali ancorar, embelezada pelas luzes que se acendem em redor da igreja de madeira Húsavíkurkirkja, sobre o porto e o anfiteatro da povoação em geral.

Mais uma vez, sem que o esperássemos, começam a pairar flocos de neve sobre aquele litoral islandês virado ao Árctico. Estavam longe de ser os últimos.

Lagoa Jökursarlón, Glaciar Vatnajökull, Islândia

Já Vacila o Glaciar Rei da Europa

Só na Gronelândia e na Antárctica se encontram geleiras comparáveis ao Vatnajökull, o glaciar supremo do velho continente. E no entanto, até este colosso que dá mais sentido ao termo Terra do Gelo se está a render ao cerco inexorável do aquecimento global.
PN Thingvellir, Islândia

Nas Origens da Remota Democracia Viking

As fundações do governo popular que nos vêm à mente são as helénicas. Mas aquele que se crê ter sido o primeiro parlamento do mundo foi inaugurado em pleno século X, no interior enregelado da Islândia.
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Lagoa de Jok​ülsárlón, Islândia

O Canto e o Gelo

Criada pela água do oceano Árctico e pelo degelo do maior glaciar da Europa, Jokülsárlón forma um domínio frígido e imponente. Os islandeses reverenciam-na e prestam-lhe surpreendentes homenagens.
Islândia

Ilha de Fogo, Gelo, Cascatas e Quedas de Água

A cascata suprema da Europa precipita-se na Islândia. Mas não é a única. Nesta ilha boreal, com chuva ou neve constantes e em plena batalha entre vulcões e glaciares, despenham-se torrentes sem fim.
Perito Moreno, Argentina

O Glaciar Que Resiste

O aquecimento é supostamente global mas não chega a todo o lado. Na Patagónia, alguns rios de gelo resistem.De tempos a tempos, o avanço do Perito Moreno provoca derrocadas que fazem parar a Argentina
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.
Sul da Islândia

Sul da Islândia vs Atlântico do Norte: uma Batalha Monumental

Vertentes de vulcões e fluxos de lava, glaciares e rios imensos, todos pendem e fluem do interior elevado da Terra do Fogo e Gelo para o oceano frígido e quase sempre irado. Por todas essas e tantas outras razões da Natureza, a Sudurland é a região mais disputada da Islândia.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Delta do Okavango, Nem todos os rios Chegam ao Mar, Mokoros
Safari
Delta do Okavango, Botswana

Nem Todos os Rios Chegam ao Mar

Terceiro rio mais longo do sul de África, o Okavango nasce no planalto angolano do Bié e percorre 1600km para sudeste. Perde-se no deserto do Kalahari onde irriga um pantanal deslumbrante repleto de vida selvagem.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Uma Cidade Perdida e Achada
Arquitectura & Design
Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Sombra de sucesso
Cerimónias e Festividades
Champotón, México

Rodeo Debaixo de Sombreros

Champoton, em Campeche, acolhe uma feira honra da Virgén de La Concepción. O rodeo mexicano sob sombreros local revela a elegância e perícia dos vaqueiros da região.
Presa por vários arames
Cidades
Curitiba, Brasil

A Vida Elevada de Curitiba

Não é só a altitude de quase 1000 metros a que a cidade se situa. Cosmopolita e multicultural, a capital paranaense tem uma qualidade de vida e rating de desenvolvimento humano que a tornam um caso à parte no Brasil.
jovem vendedora, nacao, pao, uzbequistao
Comida
Vale de Fergana, Usbequistão

Uzbequistão, a Nação a Que Não Falta o Pão

Poucos países empregam os cereais como o Usbequistão. Nesta república da Ásia Central, o pão tem um papel vital e social. Os Uzbeques produzem-no e consomem-no com devoção e em abundância.
Páscoa em Helsínquia, Finlândia, iKids em Seurassari
Cultura
Helsínquia, Finlândia

A Páscoa Pagã de Seurasaari

Em Helsínquia, o sábado santo também se celebra de uma forma gentia. Centenas de famílias reúnem-se numa ilha ao largo, em redor de fogueiras acesas para afugentar espíritos maléficos, bruxas e trolls
Espectador, Melbourne Cricket Ground-Rules footbal, Melbourne, Australia
Desporto
Melbourne, Austrália

O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
Twelve Apostles, Great Ocean Road, Victoria, Austrália
Em Viagem
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Manhã cedo no Lago
Étnico

Nantou, Taiwan

No Âmago da Outra China

Nantou é a única província de Taiwan isolada do oceano Pacífico. Quem hoje descobre o coração montanhoso desta região tende a concordar com os navegadores portugueses que baptizaram Taiwan de Formosa.

tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

Music Theatre and Exhibition Hall, Tbilissi, Georgia
História
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Ilhas
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Rio Celeste, Parque Nacional Volcan Tenório, Costa Rica
Natureza
PN Volcán Tenório, Costa Rica

O Rio que Espelha o Céu da Costa Rica

Até 2018, boa parte das encostas do vulcão Tenório (1916m) mantinham-se inacessíveis e desconhecidas. Nesse ano, a concretização de uma estrada íngreme abriu caminho à estação ranger de El Pilón. A partir da actual entrada, cumprimos quase 9km luxuriantes ao longo do rio Celeste, suas quedas d’água, lagoas e nascentes termais.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Hipopótamo na Lagoa de Anôr, Ilha de Orango, Bijagós, Guiné Bissau
Parques Naturais
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, Teoria da Relatividade, Vigia
Património Mundial UNESCO
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Praias
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Camboja, Angkor, Ta Phrom
Religião
Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor

Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso
Train Fianarantsoa a Manakara, TGV Malgaxe, locomotiva
Sobre Carris
Fianarantsoa-Manakara, Madagáscar

A Bordo do TGV Malgaxe

Partimos de Fianarantsoa às 7a.m. Só às 3 da madrugada seguinte completámos os 170km para Manakara. Os nativos chamam a este comboio quase secular Train Grandes Vibrations. Durante a longa viagem, sentimos, bem fortes, as do coração de Madagáscar.
Bar de Rua, Fremont Street, Las Vegas, Estados Unidos
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
Vendedores de fruta, Enxame, Moçambique
Vida Quotidiana
Enxame, Moçambique

Área de Serviço à Moda Moçambicana

Repete-se em quase todas as paragens em povoações de Moçambique dignas de aparecer nos mapas. O machimbombo (autocarro) detém-se e é cercado por uma multidão de empresários ansiosos. Os produtos oferecidos podem ser universais como água ou bolachas ou típicos da zona. Nesta região a uns quilómetros de Nampula, as vendas de fruta eram sucediam-se, sempre bastante intensas.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Vida Selvagem
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.