Ho Chi-Minh a Angkor, Camboja

O Tortuoso Caminho para Angkor


Guest-Houses
Donos de pousadas tentam atrair clientes saídos do barco proveniente de Phnom Penh.
Travessia de Nek Luong
Passageiros de uma balsa que cruza o rio em Nek Luong.
Legado de Ta Phrom
Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.
Vertigem de Angkor
Visitantes vencem a escadaria do grande templo de Angkor.
Entrada para Angkor
Visitantes entram num corredor do templo de Angkor
Escultura
Uma das esculturas de divindades do templo de Angkor.
Vertigem de Angkor II
Visitante intimidada pela inclinação de uma das escadarias de Angkor.
Retiro
Monge budista retirado num recanto do templo de Angkor Wat.
camboja-Angkor-wat-templo-monge
Para Mais tarde
Monges budistas fotografam-se com o templo de Angkor em Fundo.
Sobrelotação
Veículo à pinha, no caminho para Angkor.
Ta Phrom
Visitantes cruzam uma entrada do templo de Ta Phrom.
Mais Raízes
Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.
Vishnu
Estátua do deus do Hinduismo Vishnu.
Do Vietname em diante, as estradas cambojanas desfeitas e os campos de minas remetem-nos para os anos do terror Khmer Vermelho. Sobrevivemos e somos recompensados com a visão do maior templo religioso

O cartaz do Sinh Office de Ho Chi Minh City falava em 12 horas.

Mencionava um preço modesto de alguns milhões de Dongs. Não mencionava o tipo de autocarro ou o que quer que fosse sobre o percurso.

Quando se trata de agências de países do terceiro mundo ou se vai ou se fica. Não há tempo para indecisões e, esperar por respostas honestas é ser ingénuo. Conscientes disso, compramos os bilhetes e mentalizamo-nos para o que o dia seguinte poderia reservar.

Deixamos a caótica rua De Tham por volta das oito da manhã. Três horas depois, chegamos à fronteira. E ao princípio de um longo tormento.

A área que marca a divisão entre o Vietname e o Camboja estabelece uma separação óbvia na paisagem. De um momento para o outro, os arrozais encharcados e outros campos verdes dão lugar a uma vastidão ressequida. Dela se destacam dois enormes arcos que assinalam a saída de um país e a entrada no outro.

O motorista dá indicação para que toda a gente abandone o autocarro. Aponta, de forma rude, para a cancela mais próxima, a uns bons 500 metros.

Lá fora estão 40 graus, um forno que torna a caminhada um castigo. Viria a repetir-se da barreira vietnamita à cambojana, onde a fila, aumentada pela preguiça prepotente dos soldados de serviço, é maior que a anterior.

Algum tempo depois, o asfalto até então aceitável transforma-se numa sucessão terrosa de buracos convencionais, de antigas crateras provocadas pelas bombas largadas durante a Guerra do Vietname e por lombas e desníveis subsumidos numa poeira densa.

O percurso passa também a fazer-se aos “esses” e aos saltos. Ainda não é tudo.

Camboja, Angkor, Nek Luong

Passageiros de uma balsa que cruza o rio em Nek Luong.

A Tortura Rodoviária do Cambodja do Pós-Guerra

Aguentamos 150, talvez 200 km de solavancos. As bexigas de alguns passageiros estão nas últimas. Contamo-nos entre os mais aflitos. Por sorte e conveniência, o motorista mal humorado satura-se do desconforto e decide parar.

Andamos já sobre a savana do sudeste asiático quando notamos que os restantes elementos da excursão esbracejam. Tinha-nos passado despercebida uma placa sinalizadora. Caminhávamos entre minas.

A aflição agrava-se mas, uma vez que nada tinha acontecido à ida, no regresso, só temos que identificar e pisar as pegadas no solo. Evitamos a inesperada catástrofe mas não nos safamos do sarcasmo irritante do motorista: “Pode ter sido por pouco, não é? Para a próxima, vejam se se lembram que não estão a passear em Paris!”.

Malgrado o tempo decorrido desde as atrocidades porque se tornou popular o país, aquele cambojano ainda tinha toda a razão.

Em 2010, Kang Kek Lew tornou-se no primeiro khmer vermelho a ser condenado pelos seus crimes de guerra durante o regime maoista de Pol Pot. Muitos mais se deveriam seguir mas o primeiro-ministro Hun Sen sacrificou as condenações em função da estabilidade política.

Foi algo que visto como uma protecção a vários líderes guerrilheiros, hoje presentes nas instituições locais e nacionais do governo cambojano.  Se os antigos criminosos continuam dissimulados no poder, o Camboja permanece uma das nações mais vulneráveis da Ásia, dependente da assistência das nações desenvolvidas e do investimento chinês.

Camboja, Angkor, cambojanos à pinha

Veículo à pinha, no caminho para Angkor.

À medida que progredimos no país, percebemos a quantidade de campos ressequidos ainda infestados de minas e por cultivar, a predominância de habitações básicas sobrelotadas pelas famílias e pelos seus animais domésticos.

Palmeira cambojana atrás de palmeira cambojana (Borassus flabellifer), palafita após palafita, já bem depois do pôr-do-sol e com um atraso de cinco horas, chegamos por fim a Phnom Penh. Temos apenas uma curta noite de sono para recuperar na capital.

A Navegação Deslumbrante de Phnom Penh a Siem Reap

A viagem recomeça cedo, com partida de uma doca sobre o rio Tonlé Sap que ali se junta ao Mekong.  O Tonlé Sap muda de direcção duas vezes por ano, invertido pelo refluxo do caudal do rio principal que a época das chuvas torna excessivo. Aguardam-nos embarcações futuristas mas desgastadas que, em três tempos, se enchem de estrangeiros.

Zarpamos. A grande velocidade, o barco deixa para trás as aldeias ribeirinhas que aparecem pelo caminho. E faz balouçar, os pequenos barcos dos pescadores que as alimentam.

A dois terços do percurso, o leito alarga e dá lugar a uma imensidão disforme. De rio, o Tonlé Sap passa a lago. Mais duas horas de navegação, atingimos as proximidades de Siem Reap. Mas estamos em plena época seca. Nesta altura, as margens são inacessíveis aos barcos maiores. E esse recuo do lago, obriga a um complexo transbordo.

Provenientes de filiais flutuantes, dezenas de recrutadores turísticos a trabalhar para guest houses acercam-se de nós em pequenas embarcações. Num processo divisório, tentam convencer o maior número possível de visitantes a prosseguir com eles.

Camboja, lago Tonle sap, Angkor, guest-houses

Donos de pousadas tentam atrair clientes saídos do barco proveniente de Phnom Penh.

Sem alternativas válidas, é o que fazemos.

Dia e meio depois da partida de Ho Chi Minh, tínhamos chegado a Siem Reap. Os templos de Angkor pareciam mais próximos que nunca. Aproximava-se a hora da recompensa.

A Cidade Legada Pela Poderosa civilização Khmer

Construídos entre os séculos XI e XIV, quando a civilização khmer estava no seu auge, os templos de Angkor testemunham, mais do que a grandeza, a enorme criatividade arquitectónica de um povo que dominou o Sudeste da Ásia.

Os khmer subjugaram diferentes etnias durante 600 anos, desde o sul do que é hoje o Vietname, ao território de Yunnan no sul da China, até à baía de Bengala na Índia.

Os mais de cem templos de Angkor que tínhamos por diante são os vestígios vivos de um centro administrativo e religioso que albergava centenas de casas, edifícios públicos e palácios construídos em madeira e que, por isso, desapareceram.  Segundo a crença Khmer, o direito de habitar em edifícios de pedra ou tijolo reservava-se apenas aos deuses.

Camboja, templo de Angkor, escultura

Uma das esculturas de divindades do templo de Angkor.

Vários séculos depois, as autoridades cambojanas e da UNESCO concederam a visitantes de todo o mundo, o privilégio de os admirar. Estavamos determinados em aproveitar ao máximo a benesse.

Dirigimo-nos ao lado oposto da entrada do complexo, ansiosos por encontrar as ruínas furtivas de Ta Phrom (Brahma ancestral) um dos poucos templos a que não foi roubada à protecção original da selva.

Descobrimo-lo fiel ao imaginário dos viajantes, cercado por árvores tropicais com raízes tentaculares que se agarram aos muros e paredes envelhecidos.

Camboja, Angkor, Ta Phrom

Raízes apoderam-se de uma das paredes do templo de Ta Phrom.

Ali, o canto exótico das aves quebra o silêncio e reforça uma atmosfera de puro misticismo. Assim contemplado, o templo abandonado não faz justiça à grandiosidade da civilização que o ergueu.

E, no entanto, uma placa informativa afiança que eram 12.500 as pessoas que nele viviam ou que lá serviam. Dois mil e setecentos oficiais, seiscentos e quinze dançarinos e mais de 80.000 almas das povoações circundantes trabalhavam para assegurar os mantimentos e outros serviços.

Está provado que Angkor foi mais que um lugar artístico ou religioso. Acolheu cidades impressionantes que também serviam o povo khmer.

Voltamos ao reduto de Angkor Thom em busca de Bayon.

Camboja, Angkor, templo de Ta Phrom

Visitantes cruzam uma entrada do templo de Ta Phrom.

Tal como Ta Prohm, também este edifício agrupa corredores estreitos e lances vertiginosos de escadas. Nele se destaca a colecção de cinquenta torres decoradas com duzentas misteriosas faces sorridentes de Avalokiteshvara, o Buda da compaixão.

E a inspiração do rei Jayavarman VII para a construção da cidade.

A Imponência Religiosa e Khmer de Angkor Wat

Mudamo-nos para o Angkor Wat a mais imponente de todas as estruturas de Angkor, considerado o trono do Império Khmer e o maior edifício religioso do mundo.

Muitas das características de Angkor Wat são únicas no conjunto dos templo. Uma delas é a sua orientação para Oeste. 

O Oeste é, no universo khmer, a direcção da morte. Essa constatação levou vários estudiosos a concluir que o Angkor Wat havia sido erguido como túmulo.

A ideia foi ainda alavancada pelo facto de muitos dos seus baixos-relevos terem sido criados de forma a serem interpretados ao contrário do movimento dos ponteiros de um relógio, uma opção com antecedentes nos rituais funerários hindus.

Por outro lado, o deus hindu Vishnu sempre foi associado ao Oeste. De acordo, a explicação hoje mais aceite é a de que o Angkor Wat foi inicialmente um templo, mais tarde, o mausoléu de Suryavarman II, o décimo sexto rei do império khmer.

Camboja, templo de Angkor, Vishnu

Estátua do deus do Hinduismo Vishnu.

Atravessarmos a ponte sobre o fosso exterior. Passamos para o interior de uma câmara escura. Ao sairmos, temos a visão inesperada e majestosa de três enormes torres longínquas. E pela frente, uma enorme avenida conduz ao templo central.

Percorremo-la lado a lado com um grupo de monges budistas que, com os seus trajes cor-de-laranja ,emprestam cor ao lugar e que se fotografam sem parar.

Camboja, templo de Angkor, monges budista

Monges budistas fotografam-se com o templo de Angkor em Fundo.

Acabamos a conversar, apesar do seu inglês limitado que têm o ensejo de praticar: “Não somos khmer, somos tailandeses. Vimos a Angkor de vez em quando.

Para nós é um privilégio sagrado podermos aqui rezar em paz. Durante muito tempo, corríamos risco de vida de cada vez que o tentávamos.”

Chegados ao pátio interior do templo, examinamos as galerias térreas e enfrentamos as escadarias assustadoras que dão acesso aos níveis superiores, determinados a conquistarmos o acesso à vista desafogada sobre o complexo em redor.

Camboja, templo de Angkor, escadaria

Visitante intimidada pela inclinação de uma das escadarias de Angkor.

Nessa altura, compreendemos um pouco melhor o discurso dos monges. E confirmamos que a longa e dolorosa viagem partir de Ho chi Minh tinha valido a pena.

Camboja: do Fratricídio ao Esquecimento Forçado

Devastado pela guerra e pelo regime sanguinário de Pol Pot, o Camboja esteve mais de vinte anos fora do mapa turístico do mundo.

Após o cessar-fogo e a estabilização relativa da situação política, o país abriu-se, pouco a pouco, ao estrangeiro. Expôs aos visitantes o estado em que havia ficado: uma destruição quase total da sua escassa rede de transportes e da maior parte das infraestruturas importantes.

Uma população oprimida pela violência impune dos khmers vermelhos e pela corrupção generalizada de um governo vendido a todo o tipo de interesses.

Um território repleto de minas por rebentar que impedem os camponeses de voltar a cultivar os campos e mata, ainda hoje, várias pessoas por dia.

Em 2003, a situação do Camboja era ainda muito frágil.

Camboja, templo de Angkor, monge budista

Monge budista retirado num recanto do templo de Angkor Wat.

Em termos políticos, o país continua dividido pelos conflitos do passado: os dirigentes são vistos como tendo sido pró ou contra vietnamitas; antigos apoiantes da barbárie perpetrada pelos khmers vermelhos ou opositores.

Esta última oposição é uma verdadeira ferida aberta na sociedade cambojana. Depois das eleições de 1998, uma parte significativa dos guerrilheiros khmer deixou a selva.

Entregou-se às forças governamentais da recém-criada coligação que uniu as duas maiores forças políticas do país, o CPP e a FUNCINPEC.

Em 25 de Dezembro desse ano, o líder da coligação, Hun Sen, foi prendado com um pedido de autorização dos principais dirigentes khmer vermelhos para também eles se entregarem ao governo.

Hun Sen fora desde sempre um defensor de um julgamento dos responsáveis pelo genocídio generalizado em que havia mergulhado o país.

No entanto, inexplicavelmente, os líderes khmer vermelhos tiveram uma recepção VIP à chegada à capital. Hun Sen passou a defender a necessidade primordial de uma reconciliação nacional e evitou castigar os seus antigos inimigos, como a população cambojana esperava que acontecesse.

Esta reviravolta é ainda hoje uma causa latente de instabilidade. À medida que os membros da guerrilha khmer vermelha voltaram às suas casas, muitos deles passaram a viver lado a lado com pessoas que haviam torturado ou mutilado, ou a quem haviam assassinado parte da família.

O receio de que um julgamento justo das altas patentes khmer vermelhas possa assustar os restantes ex-guerrilheiros e levá-los de novo para a selva e reacender do conflito, tem sido um forte factor dissuasor.

Assim mesmo, habituados a sofrer e calar, os cambojanos agarram-se à única opção que lhes foi dada: esquecer o que ficou para trás.

Chiang Mai, Tailândia

300 Wats de Energia Espiritual e Cultural

Os tailandeses chamam a cada templo budista wat e a sua capital do norte tem-nos em óbvia abundância. Entregue a sucessivos eventos realizados entre santuários, Chiang Mai nunca se chega a desligar.
Banguecoque, Tailândia

Mil e Uma Noites Perdidas

Em 1984, Murray Head cantou a magia e bipolaridade nocturna da capital tailandesa em "One Night in Bangkok". Vários anos, golpes de estado, e manifestações depois, Banguecoque continua sem sono.
Hoi An, Vietname

O Porto Vietnamita Que Ficou a Ver Navios

Hoi An foi um dos entrepostos comerciais mais importantes da Ásia. Mudanças políticas e o assoreamento do rio Thu Bon ditaram o seu declínio e preservaram-na como as cidade mais pitoresca do Vietname.

Nha Trang-Doc Let, Vietname

O Sal da Terra Vietnamita

Em busca de litorais atraentes na velha Indochina, desiludimo-nos com a rudeza balnear de Nha Trang. E é no labor feminino e exótico das salinas de Hon Khoi que encontramos um Vietname mais a gosto.

Machu Picchu, Peru

A Cidade Perdida em Mistério dos Incas

Ao deambularmos por Machu Picchu, encontramos sentido nas explicações mais aceites para a sua fundação e abandono. Mas, sempre que o complexo é encerrado, as ruínas ficam entregues aos seus enigmas.
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
Yangon, Myanmar

A Grande Capital da Birmânia (Delírios da Junta Militar à Parte)

Em 2005, o governo ditatorial do Myanmar inaugurou uma nova capital bizarra e quase deserta. A vida exótica e cosmopolita mantém-se intacta, em Yangon, a maior e mais fascinante cidade birmanesa.
Bagan, Myanmar

A Planície dos Pagodes, Templos e Redenções Celestiais

A religiosidade birmanesa sempre assentou num compromisso de redenção. Em Bagan, os crentes endinheirados e receosos continuam a erguer pagodes na esperança de conquistarem a benevolência dos deuses.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Hanói, Vietname

Sob a Ordem do Caos

Hanói ignora há muito os escassos semáforos, outros sinais de trânsito e os sinaleiros decorativos. Vive num ritmo próprio e numa ordem do caos inatingível pelo Ocidente.
Hué, Vietname

A Herança Vermelha do Vietname Imperial

Sofreu as piores agruras da Guerra do Vietname e foi desprezada pelos vietcong devido ao passado feudal. As bandeiras nacional-comunistas esvoaçam sobre as suas muralhas mas Hué recupera o esplendor.
Ilhas Phi Phi, Tailândia

De regresso à Praia de Danny Boyle

Passaram 15 anos desde a estreia do clássico mochileiro baseado no romance de Alex Garland. O filme popularizou os lugares em que foi rodado. Pouco depois, alguns desapareceram temporária mas literalmente do mapa mas, hoje, a sua fama controversa permanece intacta.
Reserva Masai Mara, Viagem Terra Masai, Quénia, Convívio masai
Safari
Masai Mara, Quénia

Reserva Masai Mara: De Viagem pela Terra Masai

A savana de Mara tornou-se famosa pelo confronto entre os milhões de herbívoros e os seus predadores. Mas, numa comunhão temerária com a vida selvagem, são os humanos Masai que ali mais se destacam.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Desfile de nativos-mericanos, Pow Pow, Albuquerque, Novo México, Estados Unidos
Cerimónias e Festividades
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Vegetais, Little India, Singapura de Sari, Singapura
Cidades
Little India, Singapura

Little Índia. A Singapura de Sari

São uns milhares de habitantes em vez dos 1.3 mil milhões da pátria-mãe mas não falta alma à Little India, um bairro da ínfima Singapura. Nem alma, nem cheiro a caril e música de Bollywood.
Singapura Capital Asiática Comida, Basmati Bismi
Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
Cultura
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
Iguana em Tulum, Quintana Roo, México
Em Viagem
Iucatão, México

A Lei de Murphy Sideral que Condenou os Dinossauros

Cientistas que estudam a cratera provocada pelo impacto de um meteorito há 66 milhões de anos chegaram a uma conclusão arrebatadora: deu-se exatamente sobre uma secção dos 13% da superfície terrestre suscetíveis a tal devastação. Trata-se de uma zona limiar da península mexicana de Iucatão que um capricho da evolução das espécies nos permitiu visitar.
Espectáculo Impressions Lijiang, Yangshuo, China, Entusiasmo Vermelho
Étnico
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
História
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Zanzibar, ilhas africanas, especiarias, Tanzania, dhow
Ilhas
Zanzibar, Tanzânia

As Ilhas Africanas das Especiarias

Vasco da Gama abriu o Índico ao império luso. No século XVIII, o arquipélago de Zanzibar tornou-se o maior produtor de cravinho e as especiarias disponíveis diversificaram-se, tal como os povos que as disputaram.
Passageiros sobre a superfície gelada do Golfo de Bótnia, na base do quebra-gelo "Sampo", Finlândia
Inverno Branco
Kemi, Finlândia

Não é Nenhum “Barco do Amor”. Quebra Gelo desde 1961

Construído para manter vias navegáveis sob o Inverno árctico mais extremo, o quebra-gelo Sampo” cumpriu a sua missão entre a Finlândia e a Suécia durante 30 anos. Em 1988, reformou-se e dedicou-se a viagens mais curtas que permitem aos passageiros flutuar num canal recém-aberto do Golfo de Bótnia, dentro de fatos que, mais que especiais, parecem espaciais.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
São Jorge, Açores, Fajã dos Vimes
Natureza
São Jorge, Açores

De Fajã em Fajã

Abundam, nos Açores, faixas de terra habitável no sopé de grandes falésias. Nenhuma outra ilha tem tantas fajãs como as mais de 70 da esguia e elevada São Jorge. Foi nelas que os jorgenses se instalaram. Nelas assentam as suas atarefadas vidas atlânticas.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Sigiriya capital fortaleza: de regresso a casa
Património Mundial UNESCO
Sigiriya, Sri Lanka

A Capital Fortaleza de um Rei Parricida

Kashyapa I chegou ao poder após emparedar o monarca seu pai. Receoso de um provável ataque do irmão herdeiro do trono, mudou a principal cidade do reino para o cimo de um pico de granito. Hoje, o seu excêntrico refúgio está mais acessível que nunca e permitiu-nos explorar o enredo maquiavélico deste drama cingalês.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Aula de surf, Waikiki, Oahu, Havai
Praias
Waikiki, OahuHavai

A Invasão Nipónica do Havai

Décadas após o ataque a Pearl Harbor e da capitulação na 2ª Guerra Mundial, os japoneses voltaram ao Havai armados com milhões de dólares. Waikiki, o seu alvo predilecto, faz questão de se render.
Hinduismo Balinês, Lombok, Indonésia, templo Batu Bolong, vulcão Agung em fundo
Religião
Lombok, Indonésia

Lombok: Hinduísmo Balinês Numa Ilha do Islão

A fundação da Indonésia assentou na crença num Deus único. Este princípio ambíguo sempre gerou polémica entre nacionalistas e islamistas mas, em Lombok, os balineses levam a liberdade de culto a peito
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Sociedade
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
saksun, Ilhas Faroé, Streymoy, aviso
Vida Quotidiana
Saksun, StreymoyIlhas Faroé

A Aldeia Faroesa que Não Quer ser a Disneylandia

Saksun é uma de várias pequenas povoações deslumbrantes das Ilhas Faroé, que cada vez mais forasteiros visitam. Diferencia-a a aversão aos turistas do seu principal proprietário rural, autor de repetidas antipatias e atentados contra os invasores da sua terra.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.