São Petersburgo, Rússia

Na Pista de “Crime e Castigo”


Lugar Amarelo do Crime
O saguão do prédio em que situava o andar da penhorista Alyona Ivanovna.
Lar de Dostoievski
O prédio de um dos apartamentos em que Fiodor Dostoievski viveu em São Petersburgo
Últimos degraus
Escadaria para a porta da penhorista Alyona Ivanovna.
Aparente Perseguição
Vulto de uma obra de Dostoievski parece seguir atrás de uma passageira, na estação de metro de Dostoievskaya, em Moscovo.
Vigilante do Tédio
Vigilante da casa-museu Dostoievski
Vulto de suspeito
Um vulto percorre a rua em frente da última casa de Fiodor Dostoievski.
Testemunhas do Crime
Casal passa por uma pintura mural de homenagem a Dostoievski e à sua obra, na estação Dostoievskaya de Moscovo.
Em Honra de Raskolnikov
Monumento que assinala aquela que Dostoievski descreveu como a casa de Rodion Raskolnikov.
Uma das Portas
Entrada do andar que Dostoievski indicou como a casa da penhorista Alyona Ivanovna
O Túmulo do Autor
Monumento a Dostoievski sobre a sua sepultura no cemitério de Tikhvin.
Túmulo de Dostoievski e de Tchaikovski
Indicações para os sepulcros de Dostoievski e de Tchaikovski no cemitério de Tikhvin
Mais Suspeitos
Vultos na zona de Vladimirskaya, próximo da última casa de Fiódor Dostoievski.
Uma Espécie de Esconderijo
Transeunte abrigado do frio numa entrada de metro em Vladimirskaya.
Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.

Contornamos a esquina da rua Srednaya Podyacheskaya com a avenida Ekateringovsky e damos com uma mercearia.

Uma mulher cinquentona com um pacote de mantimentos nos braços sobe três degraus. Esperamos que chegue ao nível térreo e, mesmo esmagados pela excentricidade do dialecto russo, interrogamo-la de forma confusa mas obstinada. “Dostoiévski?

? Dom?” (fonética russa para casa). A senhora recruta dois outros peões. O diálogo evolui para conferência e entope o passeio. Repetimos o sinal da machadada letal, o momento fulcral do romance.

O último dos interlocutores, distraído ou menos informado, troca-nos as voltas. “Raskolnikov ou Rasputin?” pergunta-nos com uma mímica de assassínio distinta. Reiteramos Raskolnikov.

Já tínhamos andado dezenas de quilómetros em São Petersburgo. Assumimos que mais um ou dois não fariam mossa e seguimos pelo caminho em que nos tinham feito crer. Quinze minutos depois, sem energias, entramos num mini-mercado e reabastecemo-nos de kefir.

Aproveitamos para questionar os empregados do Cáucaso. Estes, mais convictos que o grupo anterior, mandam-nos para trás.

Cumprimos um percurso alternativo ao longo do canal Ekaterininsky até que vislumbramos um guia num barco turístico a apontar para o prédio ao lado da porta da mercearia de onde partíramos havia 40 minutos. Aquele braço estendido provou-se salvador.

Cruzamos a ponte e encontramos um portão semiaberto. Do lado de lá de um túnel repleto de caixotes de lixo, desvendamos um saguão amplo formado por velhos prédios amarelos.

Parecia-nos corresponder às descrições do romance.

Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, casa Alyona Ivanovna

O saguão do prédio em que situava o andar da penhorista Alyona Ivanovna.

Vemos um casal russo que intuímos partilhar da nossa demanda. Falam inglês que baste: “Somos de Volgograd. Portugueses por aqui? É incrível como um homem que foi tão desprezado e maltratado na Rússia conquistou assim o mundo.

Por Fim, a Casa de Alyona Ivanovna, a Vítima de “Crime e Castigo”

Olhem, acho que demos com o sítio certo. Este poema rabiscado aqui na parede ou é do Dostoiévski ou foi-lhe dedicado, as letras sumiram-se muito. Já está de noite, nós vamo-nos. Prazer em conhecer-vos”.

Não nos damos por satisfeitos. Tocamos às campainhas. Provavelmente fartos dos visitantes não anunciados, nem ao escutarem as palavras-chave Dostoiévski e Alyona Ivanovna algum dos moradores nos autoriza a entrada.

Com a persistência de pit bulls literários, ligamos para Alexei Kravchenko  – um amigo que temos na cidade – encostamos o telemóvel ao intercomunicador e deixamo-lo resolver a situação.

Abrem-nos a porta em três tempos. Subimos ao andar em que terá vivido a penhorista. Ali, abrimos a janela embaciada que ilumina a escadaria e reconstituímos a vista inebriada que Raskolnikov teve depois de a matar à machadada.

Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, escadas da casa de Alyona Ivanovna

Escadaria para a porta da penhorista Alyona Ivanovna.

Continuam a não responder do suposto apartamento. Pomos, assim, termo àquele primeiro dia de investigação e regressamos às ruas de Sennaya que tanto o escritor como as personagens percorreram vezes sem conta.

A Vida Por Pouco Encurtada de Fiódor Dostoiévski

E, no entanto, Fiódor Dostoiévski nasceu em Moscovo. Mudou-se para a São Petersburgo de Alexander Pushkin muito novo, com o dever de graduar-se num instituto de engenharia militar.

Mas, como o seu colega Konstantin Tutovsky resumiu, “não havia outro estudante na academia com atitude menos militar que Dostoiévski”.

Interessavam-lhe a filosofia, a política, os livros em geral. Em 1844, abdicou de vez do posto miliciano para se dedicar só à escrita. Nos anos seguintes, a sua carreira manteve-se tão periclitante como a saúde, ambas prejudicadas por ataques epilépticos recorrentes.

Na pista de Crime e Castigo-Sao Petersburgo, Russia, Metro

Vulto de uma obra de Dostoievski parece seguir atrás de uma passageira, na estação de metro de Dostoievskaya, em Moscovo.

Nesse período, deu início a um périplo por casas em zonas distintas de Peter (diminuitivo dado pelos habitantes a São Petersburgo), partilhadas com companheiros como Belinsky, com quem se incompatibilizou por ser um fiel da ortodoxia religiosa russa e o antes amigo, cada vez mais ateu.

O pior capítulo da sua vida estava para vir. Indigente mas irreverente, Dostoiévski juntou-se ao círculo sócio-cristão Petrashevsky fundado por dois outros amigos escritores que reclamavam reformas sociais na Rússia.

As intervenções deste círculo chegaram aos ouvidos do czar Nicolau I que padecia de um receio paranóico por uma nova revolução sugerida pela Revolta Dezembrista de 1825.

Sem saber ao certo como, aos 28 anos, Dostoiévski viu-se primeiro preso na fortaleza de Pedro e Paulo, meses depois, condenado à morte. No preciso momento do seu fuzilamento, uma carta do czar revogou a sentença que substituiu por um exílio na Sibéria, seguido de serviço militar obrigatório.

Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya

Vultos na zona de Vladimirskaya, próximo da última casa de Fiódor Dostoievski.

Da Morte Quase Certa à Celebridade

Após a libertação, Dostoiévski publicou “Recordações da Casa dos Mortos” baseado na sua experiência no exílio. Fez conhecimentos na alta sociedade literária e obteve a mão da bem mais abastada Maria Dmitrievna Isaeva. Apesar da incompatibilidade do casal, o destino parecia sorrir-lhe.

Livre também do serviço militar devido à péssima condição física, recuperou a publicação de obras. Reuniu dinheiro para viagens pela Europa Ocidental onde se apressou a desdenhar o capitalismo, a modernidade social, o materialismo, o Catolicismo e o Protestantismo. Viciado no jogo, perdeu quase todo o seu dinheiro na Alemanha e inspirou-se para criar O Jogador.

Voltou a São Petersburgo e casou de novo com uma secretária que havia contratado.

A partir de então, a sina de Dostoiévski passou por tentativas desesperadas de saldar as dívidas e, por fim, por um reconhecimento público crescente, ensombrado por exílios em zonas mais secas da Rússia, espécies de mezinhas climatéricas para uma morte iminente que se fez anunciar aos 59 anos.

Outros Paradeiros Relevantes da Vida de Dostoiévski

O seu derradeiro lar é, agora, um museu. Achamo-lo com facilidade a partir da estação de Metro Vladimirskaya.

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Um vulto percorre a rua em frente da última casa de Fiodor Dostoievski.

A uns meros metros da saída, uma estátua negra exibe um Dostoiévski que sonda os recantos tenebrosos das mentes dos transeuntes. Desafiamo-lo por momentos. Logo, atalhamos para o seu antigo domicílio.

No interior, as divisões intactas são guardadas por senhoras idosas, elas próprias reféns da miséria psicológica que Dostoiévski eternizou.

Sentimo-las revoltadas com os ofícios ocos, entregues a vigias obsessivas ou sentadas junto ao conforto único dos aquecedores a óleo, a verem a vida escapar-se-lhes no exterior.

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Vigilante da casa-museu Dostoievski

Entre objectos e fotografias da vida e obra de Fiódor, encontramos uma pequena figura de Napoleão. A estatueta remete-nos de novo para Rodion Raskolnikov.

Dostoiévski desvenda-nos em “Crime e Castigo” que o general francês foi o ideal e a justificação histórica para o crime. “Quem é que aqui na Rússia não se considera um Napoleão? Um verdadeiro detentor do poder” justifica-se Raskolnikov a Porfiry Petrovich.

Regressamos a Sennaya e buscamos o covil do carrasco, quando somos vítimas daquela prepotência. Ali, na rua Stolyarni, uma espécie de nicho celebra a personagem macabra.

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Monumento que assinala aquela que Dostoievski descreveu como a casa de Rodion Raskolnikov.

Esperamos que alguém abra a porta do pátio para sua casa para, assim conseguirmos entrar. Chega uma senhora idosa e lança-nos um niet sem apelo. Uma segunda faz o mesmo, ainda mais brusca. Todas as babushkas nos barram a passagem.

Até que, vencidos 20 minutos enregelantes, um velhote receoso nos inquire em russo mas deixa constatar que, além do simbolismo do sítio, não havia, ali, muito que ver.

Nos dias seguintes, prosseguimos na senda de outros lugares chave do autor e do romance. Cumprimos uma visita-homenagem à sua morada final no cemitério elitista de Tikhvin, então envolto numa deslumbrante mortalha outonal.

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Indicações para os sepulcros de Dostoievski e de Tchaikovski no cemitério de Tikhvin

A espaços, até o leitor absorto identifica as piores peripécias da vida épico-trágica de Dostoiévski com os martírios supremos sofridos por Raskolnikov.

À laia de recompensa, muitos milhares de admiradores compareceram ao funeral do primeiro.

Tal como presenciamos em tons vegetais de amarelo, o escritor que sublimou a volatilidade das mentes transviadas jaz na companhia das grandes personalidades russas.

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Monumento a Dostoievski sobre a sua sepultura no cemitério de Tikhvin.

Por mais estranho que continue a parecer, também é idolatrado em todo o Mundo.

São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Big Sur, E.U.A.

A Costa de Todos os Refúgios

Ao longo de 150km, o litoral californiano submete-se a uma vastidão de montanha, oceano e nevoeiro. Neste cenário épico, centenas de almas atormentadas seguem os passos de Jack Kerouac e Henri Miller.
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

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São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

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Ilhas Solovetsky, Rússia

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Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

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Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida

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Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Rinoceronte, PN Kaziranga, Assam, Índia
Safari
PN Kaziranga, Índia

O Baluarte dos Monocerontes Indianos

Situado no estado de Assam, a sul do grande rio Bramaputra, o PN Kaziranga ocupa uma vasta área de pântano aluvial. Lá se concentram dois terços dos rhinocerus unicornis do mundo, entre em redor de 100 tigres, 1200 elefantes e muitos outros animais. Pressionado pela proximidade humana e pela inevitável caça furtiva, este parque precioso só não se tem conseguido proteger das cheias hiperbólicas das monções e de algumas polémicas.
Braga ou Braka ou Brakra, no Nepal
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Circuito Annapurna: 6º – Braga, Nepal

Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
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No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
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Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
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Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

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Willemstad, Curaçao, Punda, Handelskade
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