Bolshoi Solovetsky, Rússia

Uma Celebração do Outono Russo da Vida


Babylon de Solovetsky
Espiral de pedras que emula as muitas, da época neolítica, que subsistem na ilha vizinha de Bolshoi Zayatski.
Capelas Solovki
Duas pequenas capelas precedem o enorme templo de Solovki.
Casario Soviético
Moradias coloridas disseminadas em redor do mosteiro ortodoxo de Solovki.
Em Memória das Vítimas de Solovki
Cruz ortodoxa erguida no cimo da colina de Sekirnaya.
Estendal multiusos
Um recanto inusitado ao lar livre da ilha de Solovetsky.
Poisos Cá Fora
Gatos espreitam uma oportunidade de regressarem ao aconchego do lar.
Poisos Cá Fora II
Mensagem longa ilustra os acontecimentos ocorridos em Bolshoi Solovetsky, durante a era Soviética e Gulag.
Uma Laje Histórica
Mensagem longa ilustra os acontecimentos ocorridos em Bolshoi Solovetsky, durante a era Soviética e Gulag.
Outono da Taiga
Tons de fogo tingem a floresta boreal da ilha Solovetsky.
Tons de Outono
Folhas outonais começam a preencher o solo boreal de Solovetsky.
Jantar com Andrey e Alexeys
Andrey Ignatiev, Alexey Sidnev e Alexey Kravchenko durante um jantar oferecido pelos dois primeiros.
Mar Branco em tom Escuro
Céu invernoso escurece o vasto Mar Branco
Recital de Dima
Dima toca sarangi sob o olhar do amigo Yaroslav.
Solovki Outonal
Tons pré-Invernais adornam o mosteiro de Solovki.
Despedida do Sol
Visitantes de Solovetsky louvam uma inesperada aparição do sol.
Casa a dobrar
Grande mansão de Solovetsky reflectida na lisura do Mar Branco.
UAZ na Rota do Outono
Carrinha UAZ percorre a estrada, então outonal, que conduz à colina
Reflexo de Solovki
Mosteiro ortodoxo de Solovki reflectido num braço do Mar Branco.
Pequeno Vodka
Um reforço à mesa de Dima, entre leite condensado, manteiga, pão, vegetais e outros petiscos
Igreja da Ascensão
O templo ortodoxo erguido num alto em que, em tempos, foram assassinados prisioneiros do primeiro campo Gulag.
Na iminência do oceano Ártico, a meio de Setembro, a folhagem boreal resplandece de dourado. Acolhidos por cicerones generosos, louvamos os novos tempos humanos da grande ilha de Solovetsky, famosa por ter recebido o primeiro dos campos prisionais soviéticos Gulag.

A manhã, tínhamo-la passado quase toda na ilha vizinha de Bolshoi Zayatski, entre “babylons”, espirais místicas que se crê legadas por habitantes do Neolítico.

Regressados a Bolshoi Solovetsky, voltamos a encontrá-las.

Caminhávamos na direcção do Mar Branco quando nos cruzamos como jovem Dima, vindo de outro lado qualquer, a pedalar sobre a sua bicicleta.

Dima e o nosso cicerone russo, Alexey Kravchenko, trocam algumas palavras. Dima desmonta do velocípede. A caminhada passa a quatro.

Minutos depois, damos com o oeste do mar, liso como um lago, escurecido e prensado por um tecto vasto e denso de nuvens. Antecedia-o uma nova e inesperada “babylon”, emulada das do núcleo central de Zayatski.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Babylon

As “Babylons” e o Ocaso Fenomenal de Solovetsky

Examinamo-la os quatro. Damo-nos ao trabalho de a percorrer, da orla ao âmago, naquele caso, feito montículo. No momento em que o tocamos, em jeito de milagre cósmico, brota uma luz dourada de pouco acima do horizonte.

Não tarda poente, o sol ocupa toda uma faixa rasante que as nuvens se haviam esquecido de cobrir.

O seu reflexo forma um raio marinho oblíquo, uma espécie de indicador natural que, por alguma intrigante razão, nos aponta e à “babylon”.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, despedida do Sol

Admiramos o fenómeno numa comunhão de espanto e de amizade, intensificada pela presença de Dima, dono de uma aura e de uma intimidade de trato, raras entre os russos.

O sol some-se. Primeiro para trás do limiar de nuvens. Logo, para baixo do Mar Branco e do horizonte.

Exibia os seus derradeiros laivos quando um vizinho de casaco camuflado surge do nada e mete conversa com Alexey e Dima, afinal, um monólogo aturado e arrastado que o duo escuta com paciência e que Alexey nos traduz em sussurro: “está a dizer que toda a gente que aqui vem acaba por desenhar o seu próprio labirinto. Pela maneira de falar, eu acho que ele tem um atraso”.

Se assim fosse, ao mesmo tempo, havia muito de filosófico nas palavras do interlocutor que faz questão de as ilustrar.

Ajoelha-se sobre uma zona ervada da margem, próxima de uma pilha de pedras tresmalhadas da “babylon”. Inspirado pela atenção que lhe prestávamos, o rapaz põe mãos à obra.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Babylon

Em vez de uma “babylon”, desenha o que nos parece um gato sorridente mas que poderia ser uma mera face de pessoa, tão tosca como a matéria-prima o permitia.

Mesmo em modo de câmara-lenta boreal, escurece. Como escurece, arrefece.

O Chá Alcoolizado na casa de Dima de Solovetsky

Dima convida-nos para um chá. Aceitamos de bom grado, conscientes de que quando um russo convida alguém para chá, dificilmente se refere a apenas chá.

Seguimo-lo até à casa em que se alojava, segundo nos explica, dos pais de uma amiga. Um lar desarrumado e degradado que há muito não via limpeza, nenhum dos factos incomodativos, ou prejudiciais que fosse, ao convívio que dele esperávamos.

Dima aquece água e, de facto, serve-nos chá. No processo de o fazer, com ajuda de Alexey e de Yaroslav – um outro amigo da ilha que, entretanto, convidara – montam uma tradicional (ou nem tanto) mesa russa, enriquecida com pão, queijo e manteiga, latas de leite condensado, picles, caules de cebolinho e, claro está, vodka.

Uma garrafa e meia, para o caso de uma não chegar.

Em meros dois ou três copos, a tagarelice e a festa animam.

Dima vai buscar um velho sarangi que tinha mandado vir pela Net, por 600 dólares. Adorna a noite com acordes que lhe fazem de banda sonora oriental.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, Anfitrião Dima

Provavelmente graças à estratégia híperlipídica a que os russos recorrem quando bebem vodka, apesar de bebermos e brindarmos vezes conta, nunca atingimos o sempre temido estado de caixão para a cova.

Satisfeito por nos ver felizes, Dima faz questão de o confirmar. “Temos aqui uma boa mesa, não temos?” Alexey, confirma-o de imediato, com repto de um novo brinde.

Explica-nos o significado que os russos dão à expressão. Quando o faz, gera em nós aprovações efusivas e, para mal dos nossos pecados, novo brinde comemorativo.

Yaroslav por sua vez, pouco ou nada fala de inglês. Limita-se a comentar, em russo, aqui e ali, eternercido pelo desenfrear alcoólico da farra.

Dima e Yaroslav: inesperados Convivas do Outono Russo

Dima nascera nas imediações boreais de Archangelsk. À data, morava na São Petersburgo de Fiodor Dostoievski e Alexander Pushkin. Voltava à sua região sempre que podia.

Dima destoava dos preconceitos com que nos habituamos a ver os russos. Pagava por isso. Objector de consciência do serviço militar russo, teve vedado o uso de passaporte e, como tal, não pode sair do país.

Malgrado o seu parco inglês, também de Yaroslav desvendamos um pouco.

Baptizado com o nome do Grande Príncipe de Kiev, entre os 40 e os 50 anos de idade, o amigo de Dima vivia em Solovetsky fazia quase quatro. Parte desse tempo, dedicou-o a construir um barco de madeira em que já tínhamos reparado no porto da povoação.

Yaroslav cumpriu o serviço militar. “O primeiro ano, odiei. O segundo já foi bem diferente. Viajei por toda a Rússia e sempre com o governo a pagar. Não me podia queixar.”

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, vodka

Yaroslav dedicou um dos brindes inaugurais “à Ibéria e à Sibéria”.

Há muito que deambulávamos mais para os lados da segunda. Recebidos e entretidos por almas como aquelas, pouco ou nada nos lembrávamos de casa.

Alexey Kravcheko, por sua vez. Esquecia-se da que havíamos alugado na povoação e dos vizinhos Andrey Ignatiev e Alexey Sidnev que nos tinham convidado para jantar.

Mesmo ainda atordoados do lanche, não podíamos recusar.

Do Lanche para o Jantar. Tudo Regado a Vodka

Meia-hora depois, damos connosco uma vez mais à mesa do duo de geólogos, deliciados com os petiscos que Andrey preparara. Entregues a mais brindes de vodka.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, à mesa

Por essa altura, vivíamos um deslumbre absoluto por Solovetsky, partilhado, aliás, por Alexey Kravchenko que há muito sentia fascínio pelo arquipélago e que lá nos tinha levado.

De tal maneira, que o cicerone anuiu a tentarmos mudar os bilhetes de barco para Kem, para uns dias mais tarde.

O plano provou-se impossível. Comovidos pela nossa desilusão, Alexey e Andrey oferecem-se para nos conduzir pelo melhor da ilha. O único senão: logo de manhã cedo. Por essa altura, já duvidámos que sobrevivêssemos àquela arrebatadora paixão pela Rússia setentrional.

Dormimos mais para lá do que para cá. Despertamos às 8h10 com Alexey Sidnev a bater à porta, já fresco que nem uma alface. Como o conseguia após tanto vodka?

Como o faziam boa parte dos russos? Ultrapassava-nos. De qualquer maneira, a urgência estava em nos arrastarmos para fora da cama, e em garantirmos o mesmo prodígio de Alexey Kravchenko.

Com muito sofrimento, sobre as nove, estávamos prontos para sair.

O Outono Exuberante dos Arredores de Solovetsky

Seguimos o duo de geólogos até à carrinha UAZ – Ulyanovskyi Avtomobilnyi Zavod – verde-tropa em que se deslocavam. Andrey faz-nos instalar nos bancos laterais com um aviso carregado de dramatismo:

“Segurem-se bem com as mãos no tecto. Esta carripana tem uma das suspensões mais duras que alguma vez vão experimentar. Os Russos chamam-lhe cabra, por causa dos coices que dá. Acreditem ou não, já tivemos passageiros feridos.”

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, UAZ, estrada de Outono

Andrey e Alexey certificam-se de que nos estamos a proteger. Logo, partem na direcção da Sekirnaya.

O percurso de 11km, envolto de lagos, ladeado por vegetação multicolor deixa-nos extasiados.

Incontáveis solavancos depois, chegamos ao cimo da elevação e, nas imediações, a uma plataforma panorâmica que revelava a taiga sem fim, com o seu verde já convertido aos mais distintos tons de fogo outonal.

Monumental, o cenário vegetal condena-nos a um frenesim fotográfico.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono na TaigaAgradecemos a Andrey e Alexey tanto quanto podemos. “Deixem lá isso. Respondem-nos.

A sério que é um grande prazer ter-vos cá. Vamos mas é tirar umas fotos, senão só temos dentro de casa.”

A Colina de Sekirnaya e o Passado Atroz de Solovetsky

Assim fazemos, abençoados pela igreja da Ascensão, erguida num dos lugares mais negros de Solovetsky.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Igreja da Ascensão

Durante os tempos de opressão Gulag soviética, na área ocupada pelo templo, e em redor, foram levadas a cabo incontáveis torturas e execuções.

E enterros, feitos à pressa.

Em sepulturas comuns, nunca identificadas mas em que as autoridades ortodoxas colocaram pequenas cruzes que indicam o número de corpos em cada qual.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, cruz em memória das Vítimas do Campo Prisional de Solovki

Na base da escadaria que leva à igreja, há uma outra cruz, essa, enorme.

Ergueram-na também os monges, em 1992, logo após o colapso da U.R.S.S., em memória de todas as vítimas do campo prisional Gulag de Solovki.

Andrey e Alexey tinham que regressar ao mosteiro onde inaugurariam as suas tarefas agrimensoras do dia. Nós, contávamos acompanhar uma procissão que os religiosos realizavam, aos Domingos, em redor do complexo. Em vão.

Findo o pino do Verão, com muitos monges ausentes, a cerimónia já tinha sido suspensa.

Solovetsky, Ilhas, Arquipélago, Russia, Outono, Mosteiro Solovki

Em pleno Outono, Alexey Kravchenko temia que um provável mau tempo suspendesse as ligações de barco para Kem e nos víssemos retidos na ilha muito mais do que queríamos.

Nesse mesmo fim de tarde, despedimo-nos de Andrey e de Alexey.

Já embarcados, com o pequeno ferry a avançar de volta para a terra firme de Kem e da Mãe-Rússia, sussurramos um “até à vista” convicto na direcção de Solovetsky.

Ilhas Solovetsky, Rússia

A Ilha-Mãe do Arquipélago Gulag

Acolheu um dos domínios religiosos ortodoxos mais poderosos da Rússia mas Lenine e Estaline transformaram-na num gulag. Com a queda da URSS, Solovestky recupera a paz e a sua espiritualidade.
Bolshoi Zayatsky, Rússia

Misteriosas Babilónias Russas

Um conjunto de labirintos pré-históricos espirais feitos de pedras decoram a ilha Bolshoi Zayatsky, parte do arquipélago Solovetsky. Desprovidos de explicações sobre quando foram erguidos ou do seu significado, os habitantes destes confins setentrionais da Europa, tratam-nos por vavilons.
São Petersburgo, Rússia

Na Pista de "Crime e Castigo"

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Suzdal, Rússia

Em Suzdal, é de Pequenino que se Celebra o Pepino

Com o Verão e o tempo quente, a cidade russa de Suzdal descontrai da sua ortodoxia religiosa milenar. A velha cidade também é famosa por ter os melhores pepinos da nação. Quando Julho chega, faz dos recém-colhidos um verdadeiro festival.
Suzdal, Rússia

Mil Anos de Rússia à Moda Antiga

Foi uma capital pródiga quando Moscovo não passava de um lugarejo rural. Pelo caminho, perdeu relevância política mas acumulou a maior concentração de igrejas, mosteiros e conventos do país dos czares. Hoje, sob as suas incontáveis cúpulas, Suzdal é tão ortodoxa quanto monumental.
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
São Petersburgo e Mikhaylovskoe, Rússia

O Escritor que Sucumbiu ao Próprio Enredo

Alexander Pushkin é louvado por muitos como o maior poeta russo e o fundador da literatura russa moderna. Mas Pushkin também ditou um epílogo quase tragicómico da sua prolífica vida.
Novgorod, Rússia

A Avó Viking da Mãe Rússia

Durante quase todo o século que passou, as autoridades da U.R.S.S. omitiram parte das origens do povo russo. Mas a história não deixa lugar para dúvidas. Muito antes da ascensão e supremacia dos czares e dos sovietes, os primeiros colonos escandinavos fundaram, em Novgorod, a sua poderosa nação.
Rostov Veliky, Rússia

Sob as Cúpulas da Alma Russa

É uma das mais antigas e importantes cidades medievais, fundada durante as origens ainda pagãs da nação dos czares. No fim do século XV, incorporada no Grande Ducado de Moscovo, tornou-se um centro imponente da religiosidade ortodoxa. Hoje, só o esplendor do kremlin moscovita suplanta o da cidadela da tranquila e pitoresca Rostov Veliky.
Moscovo, Rússia

A Fortaleza Suprema da Rússia

Foram muitos os kremlins erguidos, ao longos dos tempos, na vastidão do país dos czares. Nenhum se destaca, tão monumental como o da capital Moscovo, um centro histórico de despotismo e prepotência que, de Ivan o Terrível a Vladimir Putin, para melhor ou pior, ditou o destino da Rússia.
Kronstadt, Rússia

O Outono da Ilha-Cidade Russa de Todas as Encruzilhadas

Fundada por Pedro o Grande, tornou-se o porto e base naval que protegem São Petersburgo e o norte da grande Rússia. Em Março de 1921, rebelou-se contra os Bolcheviques que apoiara na Revolução de Outubro. Neste Outubro que atravessamos, Kronstadt volta a cobrir-se do mesmo amarelo exuberante da incerteza.
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Leões juvenis num braço arenoso do rio Chire
Safari
PN Liwonde, Malawi

A Reanimação Prodigiosa do PN Liwonde

Durante largo tempo, a incúria generalizada e o alastrar da caça furtiva vitimaram esta reserva animal. Em 2015, a African Parks entrou em cena. Em pouco tempo, também beneficiário da água abundante do lago Malombe e do rio Chire, o Parque Nacional Liwonde tornou-se um dos mais vivos e exuberantes do Malawi.
Rebanho em Manang, Circuito Annapurna, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 8º Manang, Nepal

Manang: a Derradeira Aclimatização em Civilização

Seis dias após a partida de Besisahar chegamos por fim a Manang (3519m). Situada no sopé das montanhas Annapurna III e Gangapurna, Manang é a civilização que mima e prepara os caminhantes para a travessia sempre temida do desfiladeiro de Thorong La (5416 m).
Jardin Escultórico, Edward James, Xilitla, Huasteca Potosina, San Luis Potosi, México, Cobra dos Pecados
Arquitectura & Design
Xilitla, San Luís Potosi, México

O Delírio Mexicano de Edward James

Na floresta tropical de Xilitla, a mente inquieta do poeta Edward James fez geminar um jardim-lar excêntrico. Hoje, Xilitla é louvada como um Éden do surreal.
Salto Angel, Rio que cai do ceu, Angel Falls, PN Canaima, Venezuela
Aventura
PN Canaima, Venezuela

Kerepakupai, Salto Angel: O Rio Que Cai do Céu

Em 1937, Jimmy Angel aterrou uma avioneta sobre uma meseta perdida na selva venezuelana. O aventureiro americano não encontrou ouro mas conquistou o baptismo da queda d'água mais longa à face da Terra
religiosos militares, muro das lamentacoes, juramento bandeira IDF, Jerusalem, Israel
Cerimónias e Festividades
Jerusalém, Israel

Em Festa no Muro das Lamentações

Nem só a preces e orações atende o lugar mais sagrado do judaísmo. As suas pedras milenares testemunham, há décadas, o juramento dos novos recrutas das IDF e ecoam os gritos eufóricos que se seguem.
Vaquero entra numa rua dotada de palmeiras juvenis.
Cidades
Álamos, Sonora, México

Três Séculos entre Álamos e Portais Andaluzes

Fundada, em 1685, após a descoberta de filões de prata, Álamos desenvolveu-se com base numa estrutura urbana e arquitectura da Andaluzia. Com o fim da prata, valeu-lhe a sua outra riqueza. Uma genuinidade e tranquilidade pós-colonial que a destaca do estado de Sonora e do vasto ocidente do México.
Comida
Comida do Mundo

Gastronomia Sem Fronteiras nem Preconceitos

Cada povo, suas receitas e iguarias. Em certos casos, as mesmas que deliciam nações inteiras repugnam muitas outras. Para quem viaja pelo mundo, o ingrediente mais importante é uma mente bem aberta.
Cultura
Competições

Homem, uma Espécie Sempre à Prova

Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Em Viagem
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Étnico
Pentecostes, Vanuatu

Naghol: O Bungee Jumping sem Modernices

Em Pentecostes, no fim da adolescência, os jovens lançam-se de uma torre apenas com lianas atadas aos tornozelos. Cordas elásticas e arneses são pieguices impróprias de uma iniciação à idade adulta.
portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Porfólio Got2Globe

O Melhor do Mundo – Portfólio Got2Globe

portfólio, Got2Globe, fotografia de Viagem, imagens, melhores fotografias, fotos de viagem, mundo, Terra
História
Cape Coast, Gana

O Festival da Divina Purificação

Reza a história que, em tempos, uma praga devastou a população da Cape Coast do actual Gana. Só as preces dos sobreviventes e a limpeza do mal levada a cabo pelos deuses terão posto cobro ao flagelo. Desde então, os nativos retribuem a bênção das 77 divindades da região tradicional Oguaa com o frenético festival Fetu Afahye.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Ilhas
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
costa, fiorde, Seydisfjordur, Islandia
Inverno Branco
Seydisfjordur, Islândia

Da Arte da Pesca à Pesca da Arte

Quando armadores de Reiquejavique compraram a frota pesqueira de Seydisfjordur, a povoação teve que se adaptar. Hoje, captura discípulos da arte de Dieter Roth e outras almas boémias e criativas.
Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
Literatura
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
barco enferrujado, Mar de Aral, Usbequistão
Natureza
Mar de Aral, Uzbequistão

O Lago que o Algodão Absorveu

Em 1960, o Mar de Aral era um dos quatro maiores lagos do mundo mas projectos de irrigação secaram grande parte da água e do modo de vida dos pescadores. Em troca, a URSS inundou o Uzbequistão com ouro branco vegetal.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
femea e cria, passos grizzly, parque nacional katmai, alasca
Parques Naturais
PN Katmai, Alasca

Nos Passos do Grizzly Man

Timothy Treadwell conviveu Verões a fio com os ursos de Katmai. Em viagem pelo Alasca, seguimos alguns dos seus trilhos mas, ao contrário do protector tresloucado da espécie, nunca fomos longe demais.
A Toy Train story
Património Mundial UNESCO
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
aggie grey, Samoa, pacífico do Sul, Marlon Brando Fale
Personagens
Apia, Samoa Ocidental

A Anfitriã do Pacífico do Sul

Vendeu burgers aos GI’s na 2ª Guerra Mundial e abriu um hotel que recebeu Marlon Brando e Gary Cooper. Aggie Grey faleceu em 1988 mas o seu legado de acolhimento perdura no Pacífico do Sul.
Avião em aterragem, Maho beach, Sint Maarten
Praias
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Mosteiro de Tawang, Arunachal Pradesh, Índia
Religião
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.
Comboio Kuranda train, Cairns, Queensland, Australia
Sobre Carris
Cairns-Kuranda, Austrália

Comboio para o Meio da Selva

Construído a partir de Cairns para salvar da fome mineiros isolados na floresta tropical por inundações, com o tempo, o Kuranda Railway tornou-se no ganha-pão de centenas de aussies alternativos.
Substituição de lâmpadas, Hidroelétrica de Itaipu watt, Brasil, Paraguai
Sociedade
Hidroeléctrica Binacional de Itaipu, Brasil

HidroElétrica Binacional do Itaipu: a Febre do Watt

Em 1974, milhares de brasileiros e paraguaios confluíram para a zona de construção da então maior barragem do Mundo. 30 anos após a conclusão, Itaipu gera 90% da energia paraguaia e 20% da do Brasil.
Mulheres com cabelos longos de Huang Luo, Guangxi, China
Vida Quotidiana
Longsheng, China

Huang Luo: a Aldeia Chinesa dos Cabelos mais Longos

Numa região multiétnica coberta de arrozais socalcados, as mulheres de Huang Luo renderam-se a uma mesma obsessão capilar. Deixam crescer os cabelos mais longos do mundo, anos a fio, até um comprimento médio de 170 a 200 cm. Por estranho que pareça, para os manterem belos e lustrosos, usam apenas água e arrôz.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Vida Selvagem
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.