Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente


Filhos da Mãe-Arménia
Família sobe a escadaria na base da estátua da Mãe Arménia.
Sobre o plano
O monumento a Alexander Tamanian, o planeador de Erevan, autor de vários dos seus edifícios e praças grandiosos.
Bici & Alex
Monumento a Alexander Spendiaryan, autor da ópera exibida na inauguração do Teatro de Ópera e Ballet da capital arménia.
Gerações
Idoso passa por um bar num jardim de Erevan.
Depois das guerras
Mulher chega do nada e estaciona um Mercedes SLK branco ao lado de material de guerra exposto aos pés da Mãe Arménia.
Panorâmica a 2
Casal admira o casario de Erevan e o monte Ararat ao fundo, já em território turco.
Panorâmica a 2 II
Casal namora junto ao limite do Parque da Vitória, com o sol a pôr-se a Oeste e a colorir o distante Monte Ararat.
Erevan ao crepúsculo
Casario de Erevan e a forma do pico duplo do Monte Ararat, ao lusco-fusco.
Memória atroz
Memorial dedicado ao genocídio arménio às mãos do Império Otomano.
Jesus Armeno
Vendedora exibe um quadro com a imagem de Jesus Cristo.
Entre tapetes
Vendedores cercados de tapetes no mercado de rua Vernissage de Erevan.
Erevan semi-subterrâneo
Pedestres cruzavam uma entrada intermédia para o metro da cidade.
Escolha de fé
Vendedora de pinturas exibe um quadro religioso da Virgem Maria a uma possível cliente.
Mater
Mãe Arménia, símbolo de bronze do poder e resiliência arménia.
Foto duo
Vendedores de máquinas fotográficas numa banca do mercado de rua Vernisage.
Erevan dourada
Cenário outonal de Erevan com a fábrica de brandy Ararat bem acima do arvoredo.
Frio eminente
Senhora toma conta da sua banca de gorros, no mercado Vernisage de Erevan.
Nem sinal de varandas
Linhas austeras da arquitectura soviética, do período em que Erevan era uma das muitas capitais da URSS.
Soviet-Linhas
A entrada de um pequeno centro comercial, com arquitectura dos tempos soviéticos da Arménia.
Erevan dourada II
Secção da Praça da República, dourada, ao lusco-fusco. A Praça da República contem o mais importante conjunto arquitectónico de Erevan e da Arménia.
Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.

Contemplamos o casario que preenche o vale abaixo da colina de Haghtanak, lugar do Parque da Vitória de Erevan. Uma névoa matinal densa triunfa sobre o sol e arredonda as arestas dos prédios amarelados. Torna difusa e mais longínqua a silhueta dos cumes irmãos do monte Ararat.

Um casal junto à vedação que encerra o varandim do parque partilha um abraço comprometido e, nesse abraço, a vista sobre o coração urbano da pátria.

Casal no Parque da Vitória, Erevan, Arménia

Casal admira o casario de Erevan e o monte Ararat ao fundo, já em território turco

Por detrás, a 51 metros de altura, a figura bélica de bronze da Mãe Arménia vigia-nos a todos: a nós, ao casal e ao milhão de filhos que, àquela hora, se preparavam para disputar a capital.

Como todas as cidades e nações, Erevan seguiu vezes sem conta por caminhos de que se arrependeu. Enquanto capital no vasto universo da União das Repúblicas Soviéticas Socialistas, admitiu naquele mesmo lugar uma estátua monumental de Estaline que celebrava a supremacia da U.R.S.S. na 2ª Guerra Mundial.

Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia

Família sobe a escadaria na base da estátua da Mãe Arménia.

Quando a Mãe Arménia destronou Estaline

Cinco anos volvidos, a brutalidade despótica de Estaline tornaram-no persona non grata. Em Erevan, pouco depois da morte do ditador, foi decidida que uma Mãe Arménia lhe tomaria o lugar. No processo, morreu um soldado. Vários trabalhadores ficaram feridos. Popularizou-se entre os habitantes o comentário de que “até na sua sepultura Estaline fazia vítimas”.

A estátua original chegou a ser considerada uma obra-prima do escultor Sergey Mercurov. Rafael Israyelian, o artista incumbido de desenhar o pedestal original – que é o actual – recorreu ao bom-senso: “consciente de que a glória dos dictadores é temporária, construí uma simples basílica arménia de três naves.”

Limiar do Parque Vitória, com o Monte Aratat em fundo, Erevan, Arménia

Casal namora junto ao limite do Parque da Vitória, com o sol a pôr-se a Oeste e a colorir o distante Monte Ararat.

A obra de Israyelian só podia agradar. A Arménia foi o primeiro estado a decretar o Cristianismo como religião oficial, no início do século IV. A esmagadora maioria da sua população integra a Igreja Apostólica Arménia. Esta crença milenar não obsta a que os fiéis se empenhem nos conflitos em que têm visto a nação envolvida.

A cada 9 de Maio, milhares de pessoas sobem à colina de Haghtanak para deixarem flores no túmulo do Soldado Desconhecido numa homenagem aos mártires arménios da 2ª Guerra Mundial.

Genocídio Arménio, 2ª Guerra Mundial e Nagorno-Karabak

Com o evento da Guerra de Nagorno-Karabak  – enclave que a Arménia disputou com o Azerbaijão de 1988 a 1994 – bem mais fresco nas suas memórias, uma secção do parque foi cedida para evocação desta guerra.

Do cimo do seu pouso sobranceiro, diariamente recarregada pelo sol glorioso do Cáucaso, a Mayr Hayastan, como é tratada no dialecto nacional, supervisiona a vida da capital. Parece também perscrutar o Monte Ararat, há muito reclamado pela Arménia mas situado do lado de lá da fronteira da outra arqui-inimiga da nação, a Turquia.

A Turquia – ou melhor o Império Otomano de então – é, aliás, carrasca de uma matança de mais de um milhão de arménios durante e após a 1ª Guerra Mundial, de 1914 a 1923, que a nação vitimada tudo faz para que fique conhecido como Genocídio Arménio.

Seja qual for o seu nome, o ressentimento e ódio gerado por tal chacina atravessou sucessivas gerações. Comprovamo-lo sempre que, por um ou outro motivo, mencionamos a Turquia e a guia Cristina Kyureghyan e o motorista Vladimir reagem com indisfarçável ferida e repulsa.

Em 1967, o Genocídio Arménio mereceu um memorial-museu solene erguido na colina de Tsitsenakaberd, dotado de uma estela com 44 metros que simboliza o renascimento da nação arménia e de uma outra chama eterna dedicada às vítimas.

Memorial dedicado ao genocídio arménio, Erevan, Arménia

Memorial-museu dedicado ao genocídio arménio às mãos do Império Otomano.

Ao pés da sofrida Madre-Arménia, jazem, agora, relíquias militares. Um míssil antiaéreo, um caça sem rodas, dois tanques e alguns outros itens de grande dimensão.

Por detrás, a pouca distância, surge o parque de diversões de Haghtanak onde uma roda gigante colorida gira todos os fins de dia, carregada de crianças e adolescentes.

Míssil, lança-mísseis e Mercedes SLK junto à base da estátua da Mãe Arménia, Erevan, Arménia

Mulher chega do nada e estaciona um Mercedes SLK branco ao lado de material de guerra exposto aos pés da Mãe Arménia.

O Legado Soviético e Bélico de Erevan

Apesar dos contrastes e das incongruências, Erevan prospera. A mulher que chega do nada e estaciona o seu exuberante Mercedes SLK branco mesmo ao lado dos tanques e do míssil, faz com que não nos restem dúvidas.

Como a frota de relíquias Lada que, sem complexos, disputa as estradas da capital com rivais mais modernos e luxuoso; as discotecas, clubes nocturnos e lojas sofisticadas que os proprietários dos bólides frequentam, em contraponto com as casas de chá e as boutiques retro que alimentam uma série de modas arménias fora de moda e inspiram a crescente corrente local hipster.

Outro lugar chave da dinâmica comercial da cidade e dos seus usos e costumes é o Mercado Vernissage, instalado ao longo das ruas Hanrapetutyun e Khanjyan.

Vendedores de máquinas fotográficas, mercado Vernisage, Erevan, Arménia

Vendedores de máquinas fotográficas, numa banca do mercado de rua Vernisage.

Lá encontramos de tudo um pouco entre o que é tradicional arménio, das bonecas aos tapetes tecidos à mão, mas também incontáveis sobras dos tempos soviéticos, incluindo vendedoras com visual orgulhoso de babushkas.

Resquícios da era soviética no mercado de rua de Vernissage, Erevan, Arménia

Resquícios da era soviética da Arménia no mercado de rua de Vernissage de Erevan

Desde 1988 que a Praça da República de Erevan foi palco de manifestações massivas (algumas com mais de 1 milhão de protestantes) que desafiaram a excessiva russificação e corrupção em que a nação se via, reclamaram democracia e uma libertação que, graças a Mikhail Gorbachov e às reformas da Glasnost e da Perestroika, não tardou.

A Arménia Bipolar Pós-U.R.S.S.

Na sequência da independência de 21 de Setembro de 1991, instáveis sobre uma transição amadora para economia de mercado, as finanças da Arménia colapsaram. Ao ponto de, até mais de meio da década de 90, o abastecimento de gás e de electricidade ter sido insuficiente e inconstante.

A especulação imobiliária tomou conta de Erevan. Malgrado a contestação de boa parte da população, novos e modernos empreendimentos levaram à destruição de inúmeros edifícios mais antigos da capital, alguns do tempo do Império Russo.

Enquanto percorremos as suas ruas, as velhas relíquias habitacionais são raras. Damos com as excepções na Avenida Mashtots – comparável à Avenida lisboeta da Liberdade e nas ruas Abovyan e Aram.

Nestas vias, algumas fachadas ostentam trabalhos minuciosos e seculares de alvenaria que ilustram o passado arménio de forma solitária mas condigna.

Entrada de centro comercial, Erevan, Arménia

A entrada de um pequeno centro comercial, com arquitectura dos tempos soviéticos da Arménia.

Para compensar, abundam em Erevan os espaços verdes. Enquanto o clima o permite, fora do Inverno inclemente do Cáucaso, as suas gentes entregam-se aos parques e esplanadas. Os moradores alimentam a época dos khoravats (churrascos) acompanhados de oghee (vodka de fruta), vinhos ou cerveja.

Quando exploramos a capital, o Outono está prestes a encerrar-se. Ainda assim, somos contemplados por dias solarengos, sem vento. Quase só sentimos frio após o ocaso. A visita sabe-nos, assim, a um inesperado estio invernal.

Cristina Kyureghyan e Vladimir levam-nos a tabernas e restaurantes tradicionais. Lá nos empanturram com especialidades gastronómicas irresistíveis após o que nos apresentam novos recantos emblemáticos da capital.

Uma Eleganta Cascata de História

Noutra dessas ocasiões, abordamos a Cascade de Erevan, uma enorme escadaria de calcário na base do Parque da Vitória. À entrada, o monumento a Alexander Tamanian – o planeador da capital, autor de vários dos seus edifícios e praças grandiosos – exibe o arquitecto neoclássico a examinar um plano.

monumento a Alexander Tamanian, Erevan, Arménia

O monumento a Alexander Tamanian, o planeador de Erevan, autor de vários dos seus edifícios e praças grandiosos

Sucedem-se várias esculturas de bronze inchadas pelo capricho artístico do colombiano Fernando Botero: “Mujer fumando un cigarrillo”, “Gatto” e “Il Guerrero”. Casais de namorados, mães e avós com crianças passam a tarde no seio destas personagens excêntricas.

Logo ao lado, a visão de um Citroën 2 Cavalos preto e grená na base de prédios rosados elegantes e de árvores com folhas outonais impinge-nos uma impressão parisiense.

Num ápice, a passagem de dois militares em camuflados com óbvio estilo Bloco de Leste, traz-nos de volta à realidade pós-Soviética da própria Cascade. Erguida, aos bochechos, de 1971 até 2009, a partir de 2000, foi entregue ao magnata e colecionador norte-americano/arménio Gerard Cafesjian. Este, renovou-a, guarneceu-a de arte, de eventos e de público.

Damos entrada no complexo. Deparamo-nos com uma longa escada rolante interrompida em cada piso para que o visitante possa contemplar as obras de arte. Parte delas surge no interior.

Outra parte, nos pátios exteriores amplos, quanto mais elevados, com melhores panorâmicas de Erevan e do Monte Ararat. Mas nunca tão desafogadas como as do monumento dos 50 anos da Arménia Soviética acima, ou pela sobranceira Mãe Arménia.

Erevan, Arménia

Casario de Erevan e a forma do pico duplo do Monte Ararat, ao lusco-fusco.

Entre o Ocidente e o Leste

Decorreram 96 anos desde que os bolcheviques anexaram a Arménia à U.R.S.S., tal como fizeram à vizinha Geórgia e ao inimigo Azerbaijão.

Hoje, oficialmente dona do seu destino, a Arménia está longe de se livrar do jugo do Kremlin. A inimizade histórica com o Azerbaijão e a Turquia obriga-a a contar com o poderio bélico russo e a admitir que a Rússia mantenha uma base militar junto à fronteira com a Turquia.

Mas a submissão ao Grande Urso vai mais longe. À imagem das restantes ex-repúblicas soviéticas, a Arménia está à mercê do petróleo e gás natural siberiano e da especulação comercial imposta por Moscovo.

Está também dependente da gestão e manutenção russa da central nuclear de Metsamor, a apenas 36 km de Erevan. Trata-se de uma central antiquada e situada numa zona sísmica e altamente vulnerável.

E padece da manipulação russa dos oligarcas e políticos corruptos do país, vários à frente de empresas privadas ou estatais. Em conjunto, estes testas-de-ferro têm desviado muitos milhões de drams (moeda nacional) do povo arménio para contas bancárias russas, mas não só.

Erevan: uma capital numa Espécie de Lusco-Fusco Político

A tarde cede à tardinha. À medida que a luz diurna se esvanece, a iluminação artificial doura o tufo rosado dos cinco edifícios principais da Praça da República de Erevan, outra das obras sumptuosas de Alexander Tamanian que não tardamos a explorar.

Praça da República, Erevan, Arménia

Secção da Praça da República, dourada, ao lusco-fusco. A Praça da República contem o mais importante conjunto arquitectónico de Erevan e da Arménia

O lusco-fusco gera um dourado resplandecente. Colunas de pedestres cruzam aquele que é considerado o espaço cívico supremo de Erevan, o seu mais majestoso conjunto arquitectónico.

Autocarros militares instalam-se no parque de estacionamento da praça. Num ápice, dezenas de agentes desembarcam e renovam a sua intimidação.

Nos últimos meses, o povo arménio parece ter perdido uma vez mais a paciência. Voltou às manifestações, com determinação redobrada.

Parte de uma reacção apelidada de Revolução de Veludo, vários grupos civis e políticos liderados por Nikol Pashinyan do partido Contrato Civil organizaram protestos anti-governamentais contra a intenção do agora ex-primeiro-ministro Serzh Sargsyan de se prolongar num terceiro termo. Em certos momentos, estes protestos chegaram a contar com mais de 100.000 participantes.

Sargsyan demitiu-se. A 28 de Abril de 2018, todos os partidos da oposição anunciaram que apoiariam a candidatura de Pashinyan que, numa primeira instância, o Partido Republicano conseguiu derrotar. A Rússia tem vindo a monitorizar e a tentar manobrar os acontecimentos.

Ainda assim, dia 8 Maio, Pashinyan foi eleito o novo Primeiro-Ministro da Arménia. Com este resultado, a Arménia deu um passo gigante para longe do seu passado soviético e russófilo. Na direcção do Ocidente democrático.

 

Mais informação sobre a Arménia e Eravan no site do Turismo da Arménia

Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

No século XIV, religiosos ortodoxos inspiraram-se numa ermida que um monge havia erguido a 4000 m de altitude e empoleiraram uma igreja entre o cume do Monte Kazbek (5047m) e a povoação no sopé. Cada vez mais visitantes acorrem a estas paragens místicas na iminência da Rússia. Como eles, para lá chegarmos, submetemo-nos aos caprichos da temerária Estrada Militar da Geórgia.
Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo

O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Uplistsikhe e Gori, Geórgia

Do Berço da Geórgia à Infância de Estaline

À descoberta do Cáucaso, exploramos Uplistsikhe, uma cidade troglodita antecessora da Geórgia. E a apenas 10km, em Gori, damos com o lugar da infância conturbada de Joseb Jughashvili, que se tornaria o mais famoso e tirano dos líderes soviéticos.
Lago Sevan, Arménia

O Grande Lago Agridoce do Cáucaso

Fechado entre montanhas a 1900 metros de altitude, considerado um tesouro natural e histórico da Arménia, o Lago Sevan nunca foi tratado como tal. O nível e a qualidade da sua água deterioram-se décadas a fio e uma recente invasão de algas drena a vida que nele subsiste.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Duo de girafas cruzadas acima da savana, com os montes Libombo em fundo
Safari
Reserva de KaMsholo, eSwatini

Entre as Girafas de KaMsholo e Cia

Situada a leste da cordilheira de Libombo, a fronteira natural entre eSwatini, Moçambique e a África do Sul, KaMsholo conta com 700 hectares de savana pejada de acácias e um lago, habitats de uma fauna prolífica. Entre outras explorações e incursões, lá interagimos com a mais alta das espécies.
Fiel em frente à gompa A gompa Kag Chode Thupten Samphel Ling.
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 15º - Kagbeni, Nepal

Às Portas do ex-Reino do Alto Mustang

Antes do século XII, Kagbeni já era uma encruzilhada de rotas comerciais na confluência de dois rios e duas cordilheiras em que os reis medievais cobravam impostos. Hoje, integra o famoso Circuito dos Annapurnas. Quando lá chegam, os caminhantes sabem que, mais acima, se esconde um domínio que, até 1992, proibia a entrada de forasteiros.
Visitantes nas ruínas de Talisay, ilha de Negros, Filipinas
Arquitectura & Design
Talisay City, Filipinas

Monumento a um Amor Luso-Filipino

No final do século XIX, Mariano Lacson, um fazendeiro filipino e Maria Braga, uma portuguesa de Macau, apaixonaram-se e casaram. Durante a gravidez do que seria o seu 11º filho, Maria sucumbiu a uma queda. Destroçado, Mariano ergueu uma mansão em sua honra. Em plena 2ª Guerra Mundial, a mansão foi incendiada mas as ruínas elegantes que resistiram eternizam a sua trágica relação.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Cortejo Ortodoxo
Cerimónias e Festividades
Suzdal, Rússia

Séculos de Devoção a um Monge Devoto

Eutímio foi um asceta russo do século XIV que se entregou a Deus de corpo e alma. A sua fé inspirou a religiosidade de Suzdal. Os crentes da cidade veneram-no como ao santo em que se tornou.
Ponta Delgada, São Miguel, Açores, Portas da Cidade
Cidades
Ponta Delgada, São Miguel, Açores

A Cidade da Grande Ilha dos Açores

Durante os séculos XIX e XX, Ponta Delgada tornou-se a cidade mais populosa e a capital económico-administrativa dos Açores. Lá encontramos a história e o modernismo do arquipélago de mãos-dadas.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Parada e Pompa
Cultura
São Petersburgo, Rússia

A Rússia Vai Contra a Maré. Siga a Marinha

A Rússia dedica o último Domingo de Julho às suas forças navais. Nesse dia, uma multidão visita grandes embarcações ancoradas no rio Neva enquanto marinheiros afogados em álcool se apoderam da cidade.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Desporto
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
Ponte de Ross, Tasmânia, Austrália
Em Viagem
À Descoberta de Tassie, Parte 3, Tasmânia, Austrália

Tasmânia de Alto a Baixo

Há muito a vítima predilecta das anedotas australianas, a Tasmânia nunca perdeu o orgulho no jeito aussie mais rude ser. Tassie mantém-se envolta em mistério e misticismo numa espécie de traseiras dos antípodas. Neste artigo, narramos o percurso peculiar de Hobart, a capital instalada no sul improvável da ilha até à costa norte, a virada ao continente australiano.
Espantoso
Étnico

Ambergris Caye, Belize

O Recreio do Belize

Madonna cantou-a como La Isla Bonita e reforçou o mote. Hoje, nem os furacões nem as disputas políticas desencorajam os veraneantes VIPs e endinheirados de se divertirem neste refúgio tropical.

arco-íris no Grand Canyon, um exemplo de luz fotográfica prodigiosa
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Luz Natural (Parte 1)

E Fez-se Luz na Terra. Saiba usá-la.

O tema da luz na fotografia é inesgotável. Neste artigo, transmitimos-lhe algumas noções basilares sobre o seu comportamento, para começar, apenas e só face à geolocalização, a altura do dia e do ano.
Selfie, Hida do Japão Antigo e Medieval
História
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Ovelhas e caminhantes em Mykines, ilhas Faroé
Ilhas
Mykines, Ilhas Faroé

No Faroeste das Faroé

Mykines estabelece o limiar ocidental do arquipélago Faroé. Chegou a albergar 179 pessoas mas a dureza do retiro levou a melhor. Hoje, só lá resistem nove almas. Quando a visitamos, encontramos a ilha entregue aos seus mil ovinos e às colónias irrequietas de papagaios-do-mar.
Auroras Boreais, Laponia, Rovaniemi, Finlandia, Raposa de Fogo
Inverno Branco
Lapónia, Finlândia

Em Busca da Raposa de Fogo

São exclusivas dos píncaros da Terra as auroras boreais ou austrais, fenómenos de luz gerados por explosões solares. Os nativos Sami da Lapónia acreditavam tratar-se de uma raposa ardente que espalhava brilhos no céu. Sejam o que forem, nem os quase 30º abaixo de zero que se faziam sentir no extremo norte da Finlândia nos demoveram de as admirar.
Visitantes da casa de Ernest Hemingway, Key West, Florida, Estados Unidos
Literatura
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Cascata de Tamul, Aquismón, Huasteca Potosina, San Luís Potosi, México
Natureza
Aquismón, San Luís Potosi, México

A Água que os Deuses Despejam de Jarros

Nenhuma queda d’água da Huasteca Potosina se compara com a de Tamul, a terceira mais alta do México, com 105 metros de altura e, na época das chuvas, quase 300 metros de largo. De visita à região, saímos na demanda do salto de rio que os indígenas viam como divino.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
Cataratas Victória, Zâmbia, Zimbabué, Zambeze
Parques Naturais
Victoria Falls, Zimbabwe

O Presente Trovejante de Livingstone

O explorador procurava uma rota para o Índico quando nativos o conduziram a um salto do rio Zambeze. As cataratas que encontrou eram tão majestosas que decidiu baptizá-las em honra da sua rainha
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Património Mundial UNESCO
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Verificação da correspondência
Personagens
Rovaniemi, Finlândia

Da Lapónia Finlandesa ao Árctico, Visita à Terra do Pai Natal

Fartos de esperar pela descida do velhote de barbas pela chaminé, invertemos a história. Aproveitamos uma viagem à Lapónia Finlandesa e passamos pelo seu furtivo lar.
Cargueiro Cabo Santa Maria, Ilha da Boa Vista, Cabo Verde, Sal, a Evocar o Sara
Praias
Ilha da Boa Vista, Cabo Verde

Ilha da Boa Vista: Vagas do Atlântico, Dunas do Sara

Boa Vista não é apenas a ilha cabo-verdiana mais próxima do litoral africano e do seu grande deserto. Após umas horas de descoberta, convence-nos de que é um retalho do Sara à deriva no Atlântico do Norte.
Ilha Maurícia, viagem Índico, queda de água de Chamarel
Religião
Maurícias

Uma Míni Índia nos Fundos do Índico

No século XIX, franceses e britânicos disputaram um arquipélago a leste de Madagáscar antes descoberto pelos portugueses. Os britânicos triunfaram, re-colonizaram as ilhas com cortadores de cana-de-açúcar do subcontinente e ambos admitiram a língua, lei e modos francófonos precedentes. Desta mixagem, surgiu a exótica Maurícia.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Salão de Pachinko, video vício, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
manada, febre aftosa, carne fraca, colonia pellegrini, argentina
Vida Quotidiana
Colónia Pellegrini, Argentina

Quando a Carne é Fraca

É conhecido o sabor inconfundível da carne argentina. Mas esta riqueza é mais vulnerável do que se imagina. A ameaça da febre aftosa, em particular, mantém as autoridades e os produtores sobre brasas.
Bwabwata Parque Nacional, Namíbia, girafas
Vida Selvagem
PN Bwabwata, Namíbia

Um Parque Namibiano que Vale por Três

Consolidada a independência da Namíbia, em 1990, para simplificarem a sua gestão, as autoridades agruparam um trio de parques e reservas da faixa de Caprivi. O PN Bwabwata resultante acolhe uma imensidão deslumbrante de ecossistemas e vida selvagem, às margens dos rios Cubango (Okavango) e Cuando.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.