Alaverdi, Arménia

Um Teleférico Chamado Ensejo


Rumo ao vale
Teleférico dá início à descida para o fundo da garganta do rio Debed, onde se situam a mina e fundição que deram origem à cidade de Sanahin.
Um simples snack
Mãe e filho partilham uma mesma cabine do teleférico.
Sanahin das profundezas
Vista sobre o vale profundo do rio Debed, com parte da mina-fundição e do casario de Sanahin.
Chama bélica
Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh à entrada de Haghpat.
MIG
Um exemplar de MIG, o caça supersónico co-criado pelo arménio Artem Mikoyan durante a era Soviética.
1000 anos de Haghpat
Perspectiva do mosteiro milenar de Haghpat, um dos dois mais antigos templos arménios da região de Lori.
Penumbra iminente
Sombra apodera-se da parte do complexo industrial de Sanahin mais próxima do rio Debed.
Haghpat, a aldeia
A povoação de Haghpat, com o mosteiro homónimo acima de qualquer outro edifício.
Presa por uns fios
Cabos de aço asseguram a ligação entre a área habitacional e a área industrial de Sanahin.
Sombras de fé
Visitante cruza o átrio abobodado do mosteiro de Haghpat.
1000 anos de Haghpat II
Outra perspectiva do complexo monástico de Haghpat, num dia já quase invernal.
Névoa de cobre
Fumo gerado pela fundição de cobre de Sanahin eleva-se da garganta do rio Debed.
Espera enregelada
Passageiro espera pela hora da próxima descida, o mais protegido do vento gélida que, não tardou, cancelou as operacões do teleférico.
Profundezas de Sanahin 2
Vale industrial de Sanahin
Pastorícia urbana
Dono de um rebanho de cabras solta-as numa rua íngreme da parte alta de Sanahin, nas imediações do monumento ao inventor do MIG.
Derradeira viagem do dia
Passageiros a bordo da cabine do teleférico, prestes a descerem para a secção de Sanahin alojada no fundo da garganta do rio Debed.
O cimo da garganta do rio Debed esconde os mosteiros arménios de Sanahin e Haghpat e blocos de apartamentos soviéticos em socalcos. O seu fundo abriga a mina e fundição de cobre que sustenta a cidade. A ligar estes dois mundos, está uma cabine suspensa providencial em que as gentes de Alaverdi contam viajar na companhia de Deus.

Revela-se curta a distância entre a fronteira Geórgia-Arménia e o início do longo canyon do rio Debed.

A estrada M6 é a principal via entre estes países vizinhos. Leva à região de Alaverdi e dos mosteiros vizinhos de Haghpat e Sanahin.

A M6 emula os meandros do leito sinuoso do Debed. Leva-nos em direcção a sudoeste, para mais próximo da capital Erevan com passagem por cinco povoações dignas de registo nos mapas: Ayrum, Karkop, Snog, Akthala e Neghots, todas elas com as suas igrejas, capelas ou, pelo menos, conjunto de katchkars (pedras memoriais seculares com inscrições).

Ficamos pela terra seguinte, Haghpat. Para lá chegar, subimos ao quase topo da garganta que antes percorríamos.

Aos poucos, deixamos o cenário ribeirinho arborizado e amarelo-acastanhado ainda outonal e entramos numa meseta bissectada, ervada e verdejante a condizer. Haghpat, a aldeia, surge numa zona da encosta que lhe concedeu estabilidade.

Haghpat: o Primeiro dos Velhos Mosteiros da Arménia

Uns poucos quilómetros antes de a atingirmos, já vislumbramos a torre de pedra do mosteiro homónimo, destacada acima do casario sombrio. Mas, desperta-nos os sentidos um monumento exuberante protegido atrás de um portão. Desviamo-nos para o investigar.

O torso parcial de um soldado empunha uma tocha, acima de uma laje de cimento com centenas de nomes inscritos.

Tendo em conta o historial conflituoso da Arménia, não nos foi difícil supor que se tratava de um memorial aos soldados caídos em combate na guerra contra o Azerbaijão pelo enclave de Naghorno-Karabakh.

Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabak, Haghpat, Arménia

Monumento aos combatentes da guerra entre a Arménia e o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh à entrada de Haghpat.

Assim nos confirmou Cristina Kyureghyan, a guia que nos acompanhava desde o momento em que deixámos a Geórgia e com ela nos encontrámos do lado arménio de Bagratashen.

Os Arménios sentem este e outros conflitos históricos de forma intensa. Cristina e o motorista Vladimir passavam por ali, em trabalho, vezes sem conta. Ainda assim, em silêncio, prestam-lhe a homenagem devida.

Haghpat não é um lugar qualquer. Abriga um complexo monástico fundado no século X, de tal forma preservado e emblemático que a UNESCO o classificou e financia parte da sua recuperação.

Estamos uns dias para lá da época turística alta em que os visitantes se sucedem em autocarros de agências de Erevan, como costumam afluir ao grande lago do Cáucaso, o Sevan.

Como viria a acontecer em vários outros mosteiros da nação, não encontramos vivalma nas imediações. Só momentos mais tarde surge do nada uma crente esquiva encarregue de abrir as portas do templo e de vigiar os forasteiros.

A guardiã apercebe-se que estamos com compatriotas seus conhecidos. Não se demora.

O Misticismo Religioso e a Acústica da Pedra Secular

Ficamos a absorver a atmosfera mística do mosteiro, dividido por três edifícios principais de pedra escurecida pelo tempo.

Fundado em 976 por uma rainha de nome Khosrvanuch, o templo está disposto em redor um edifício central mais antigo, a catedral de Sourb Nishan, com os seus pequenos telhados a emergirem do solo relvado.

Mosteiro de Haghpat, Arménia

Perspectiva do mosteiro milenar de Haghpat, um dos dois mais antigos templos arménios da região de Lori.

Foi mais tarde dotado de um campanário, de uma biblioteca/scriptorium e de um refeitório que permitiram aos monges estabelecer-se e aprofundar a sua vida monástica.

Uma inscrição no átrio de acesso à nave principal versa: “Quem entrar por esta porta e se prostrar perante a Cruz, nas suas preces recorde-nos e aos nossos ancestrais reais que jazem à porta da catedral sagrada, em Jesus Cristo.

Tanto na catedral de Sourb Nishan como nas capelas de Sourb Grigor – dedicada ao Santo Gregório que introduziu o Cristianismo na Arménia – e de Sourb Astvasatsin, a acústica dos interiores frios e lúgubres é surreal.

Átrio do mosteiro de Haghpat, Arménia

Visitante cruza o átrio abobodado do mosteiro de Haghpat.

São verdadeiros antros da repercussão aqueles em que entramos e logo testamos simples ecos aleatórios para nos rendermos às evidências.

Dois homens surgem do nada. Apreciam o mosteiro tão curiosos e fascinados como nós, com tempo adicional dedicado aos khatchkars e túmulos dispersos no interior e em volta.

complexo monástico de Haghpat, Arménia

Outra perspectiva do complexo monástico de Haghpat, num dia já quase invernal.

Desde a saída madrugadora de Tbilissi que adiávamos o almoço. Por mais religiosa que a visita se provasse, não podíamos continuar com tal jejum.

Descemos, assim, à povoação desde há séculos submetida à supremacia clerical e instalamo-nos num restaurante tradicional.

Como sempre acontece na Arménia, na Geórgia, por estes lados do Cáucaso em geral, somos prendados com novo banquete papal. Findo o repasto, espreitamos a paisagem a partir de um limiar da encosta com vista privilegiada.

O desfiladeiro do Debed e, ao longe, a Soviética Alaverdi

Dali, percebemos a configuração da garganta do rio Debed e, ao longe, o complexo industrial de Alaverdi e a cidade a que deu origem. É para lá que, sem mais demoras, nos mudamos.

Garganta do rio Debed, Arménia

Fumo gerado pela fundição de cobre de Sanahin eleva-se da garganta do rio Debed.

No curto percurso, ainda nos detemos no único cemitério rodoviário com que nos deparámos à face da Terra. Estendia-se por umas boas centenas de metros, no sopé da encosta íngreme e, então, outonal, prestes a invadir o asfalto da M6.

Quando nele nos detemos e por um bom tempo, quase só Ladas e Volgas – veículos moribundos da era Soviética – circulavam em ambos os sentidos.

De mosteiro milenar, passamos a mosteiro milenar. Do de Haghpat, ao de Sanahin. Também este foi erguido no século X, num clima de indisfarçável rivalidade.

A povoação de Haghpat, Arménia

A povoação de Haghpat, com o mosteiro homónimo acima de qualquer outro edifício.

O termo arménio “Sanahin” traduz-se como “este, mais velho que aquele”. O nome original da edificação terá sido mudado com o exacto propósito de clarificar qual dos templos – e não o outro – era o primordial.

À margem da antiguidade, também Sanahin foi classificado património mundial pela UNESCO. O critério principal da organização para a escolha dos dois mosteiros vizinhos e antes, rivais, terá sido o facto de “representarem o mais elevado florescimento da arquitectura religiosa da Arménia.

O seu estilo único combina elementos da arquitectura eclesiástica bizantina com a arquitectura tradicional vernacular da região do Cáucaso”. Não seria aquele o único património peculiar que encontraríamos em Alaverdi e arredores.

Os Migs, Mikoyan e a Vida Industrial de Alaverdi

Descemos para a zona habitacional da cidade. Cruzamo-nos com um pastor que acabara de soltar um pequeno rebanho de cabras do curral e com um grupo de jovens entretidos a atiçar pitbulls de combate.

Cabras em Sanahin, Arménia

Dono de um rebanho de cabras solta-as numa rua íngreme da parte alta de Sanahin, nas imediações do monumento ao inventor do MIG

Cinquenta metros abaixo, destacado sobre um espaço museológico amplo e para lá de um busto de bronze, descobrimos um avião-caça prateado.

Até então, algo neutral, o motorista Vladimir intui a nossa curiosidade e apronta-se a explicar. “É um Mig. Ao lado está a homenagem ao inventor arménio, Artem Mikoyan.”

Avião Mig, acima de Sanahin, Arménia

Um exemplar de MIG, o caça supersónico co-criado pelo arménio Artem Mikoyan durante a era Soviética

“O Mig teve um inventor arménio?” indagamos sem disfarçarmos a surpresa. Vladimir confirma-o com uma expressão ao mesmo tempo contida, veemente e orgulhosa. “Há arménios por toda a parte.

Dezenas de famosos, são arménios ou de origem arménia e vocês nem fazem ideia. Cristina alia-se ao colega. “Sabem porquê? Porque eles mudam os nomes. Retiram-lhes a parte final de “ian” ou “yan”. A ideia é evitarem terminações de apelidos que, de outra forma, teriam que partilhar.”

Não os vamos agora enumerar, mas ficámos a par de vários exemplos, de que Kim Kardashian e a sua glamorosa e voluptuosa família são óbvias excepções.

Após o exame cuidado do temido caça, descemos parte da encosta para o âmago dos blocos habitacionais que tínhamos vislumbrado do miradouro de Haghpat.

Mantemo-nos atentos aos seus negócios incaracterísticos ou mal-amanhados e aos transeuntes taciturnos, muitos deles com cabelos claros que testemunhavam a mixagem étnica arménia-eslava de outros tempos.

A Decadência pós-Soviética e pós-Industrial de Alaverdi

Dá-nos a ideia de que aquelas partes da Arménia já tinham tido melhores dias. Cristina valida-o. ”Depois da queda da União Soviética, deixou de haver dinheiro.

A Arménia não o tinha. A Rússia não o mandava. A manutenção da mina e das fábricas tornou-se impossível.

Ficaram ao abandono.

Sanahin, Arménia

Vista sobre o vale profundo do rio Debed, com parte da mina-fundição e do casario de Sanahin.

Foram tempos difíceis para as famílias que aqui moravam há décadas. Uma boa parte teve que se mudar para Erevan ou emigrar.

Só há uns tempos é que o governo arménio, com algum investimento estrangeiro, conseguiu recuperar os complexos. A produção voltou a encarrilar mas ainda não é a mesma coisa.”

Faltava-nos investigar o fulcro industrial da questão. Acabamos por encontra-lo por nossa conta. Numa incursão mais certeira a várias vias que nos pareciam terminar no abismo sobre o Debed, esbarramos com a plataforma de um inesperado teleférico.

O Teleférico que Une as Profundezas ao Cimo da Cidade

Desse estranho e decadente ápice, entre moradores que, enquanto aguardavam pela partida da próxima cabine desvendamos a razão metalúrgica de ser de Alaverdi e dos seus.

Teleférico de Sanahin, Arménia

Passageiro espera pela hora da próxima descida, o mais protegido do vento gélida que, não tardou, cancelou as operacões do teleférico

Aproximamo-nos do limite do varandim e espreitamos. Lá em baixo, entre a margem norte do rio e as montanhas opostas, dispunha-se o esqueleto férreo e ferrugento da velha fundição de cobre da cidade.

Sob a terra, escondia-se a mina que lhe fornecia a matéria-prima. Dois conjuntos triplos de cabos de aço, ligavam as alturas em que estávamos à base industrial ribeirinha que há séculos lá havia sido instalada.

Vale industrial de Sanahin, Arménia

Vale industrial com a fundição de Sanahin

Do Investimento do séc. XVIII à Recente Tentativa de Recuperação

A fundição de Alaverdi foi inaugurada em 1770. Ordenou a sua construção um rei georgiano que então dominava o território desta que é a província arménia de Lori. Em pleno século XIX, contou com investimentos franceses e russos que fizeram o negócio florescer. A determinada altura assegurava cerca de 13% de todo o cobre produzido no Império Russo.

Em 1909, completou-a uma central hidroeléctrica no rio Debed que passou a gerar a energia necessária ao complexo. Já em plena era soviética, ordens do Kremlin ditaram novas construções massivas, incluindo os bairros que promoveram Alaverdi a cidade.

Mais recentemente, um tal de projecto nacional “Armenian Copper” tem vindo a expandir o número de minas, aumentar a fundição e a promover um substancial aumento de empregos.

A Vulnerabilidade à Meteorologia que Condiciona Alaverdi

Rajadas de vento desenfreadas percorrem o canyon do Debed. De tempos a tempos, chegam a afligir quem está na estação superior do teleférico.

As horas dos vaivéns do teleférico estão adaptadas aos turnos dos trabalhadores da mina. Solidário com a classe operária, o chefe de operações ainda permite a descida que se segue mas, não tarda a cancelar as viagens.

Passageiros teleférico de Sanahin, Arménia

Mãe e filho partilham uma mesma cabine do teleférico.

Apesar de estarem acostumados ao vento e a estes percalços, os passageiros entram a bordo com má cara. Estranham as intenções fotográficas com que chegámos de rompante.

E receiam o provável bambolear da cabine durante o percurso vertiginoso. As portas fecham.

A cabine desce, algo mais oscilante do que seria normal, mas sem incidentes. Ficamos sozinhos no alto. Até que Cristina nos resgata daquela evasão nas alturas para o nível da fundição.

Teleférico de Sanahin, Arménia

Teleférico dá início à descida para o fundo da garganta do rio Debed, onde se situam a mina e fundição que deram origem à cidade de Sanahin.

Num equilíbrio precário sobre um muro de beira da estrada que serpenteava encosta abaixo, apreciamos o ocaso deixar a secção mais próxima de nós à sombra.

E, aos poucos, dourar os edifícios e o labirinto de tubagens do lado de lá do Debed. Nessa noite, era suposto dormirmos em Erevan.

Ainda estávamos a 3h30 de caminho.

Erevan, Arménia

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Kazbegi, Geórgia

Deus nas Alturas do Cáucaso

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Tbilisi, Geórgia

Geórgia ainda com Perfume a Revolução das Rosas

Em 2003, uma sublevação político-popular fez a esfera de poder na Geórgia inclinar-se do Leste para Ocidente. De então para cá, a capital Tbilisi não renegou nem os seus séculos de história também soviética, nem o pressuposto revolucionário de se integrar na Europa. Quando a visitamos, deslumbramo-nos com a fascinante mixagem das suas passadas vidas.
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

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Arménia

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Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
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