Ericeira, Portugal

A Vila Piscatória na Crista do Surf


O Jogo da Bola
A Praça da República, mais conhecida como Jogo da Bola
Arquitectura Tradicional
Arquitectura tradicional da vila piscatória da Ericeira
Buganvílea Ericeirense
Buganvílea dá ainda mais cor à colorida Ericeira
Canhão de Bateria
Um dos canhões que em tempos protegia a Ericeira
Monumento ao Pescador
Estátua de homenagem ao Pescador da Ericeira
Forte de Milreu
O forte de Milreu no cimo dum litoral escarpado da Ericeira
Vista do Forte de Milreu
Ribeira d'Ilhas vista do cimo do forte de Milreu
A Igreja de Sta Marta
A igreja azul-branca de Santa Marta
Fieis na Igreja de São Pedro
Fieis no interior da Igreja de São Pedro
Outra vista do Forte do Milreu
Outra vista do velho Forte do Milreu
Forte do Milreu
Forte do Milreu, uma das fortificações de defesa da Ericeira
Barcos na Praia dos Barcos
Barcos de pesca na retaguarda da também conhecida por Praia dos Barcos
Um Verão Organizado
Tempo de Verão na Praia dos Pescadores
Ocaso de Ribeira d’Ilhas
Ocaso a ocidente da Praia de Ribeira d'Ilhas
ericeira-praia-pescadores-rampa-mafra-portugal
Rampa de descida para a Praia dos Pescadores
Recanto da Praia dos Pescadores
Banhistas num recanto sossegado da Praia dos Pescadores
Banhistas na Praia do Sul
Banhistas refrescados na Praia do Sul
Mural dá Vida ao Lavadouro
Mural de Nark CPK no lavadouro da Ericeira
Ocaso Arredondado
Sol põe-se a ocidente do Forte do Milreu
Rua Azul e Branca
Entrada para outra das ruas azuis e brancas da Ericeira
A Ericeira era, havia muito, uma terra de gente do mar destemida, lugar de episódios incontornáveis da história de Portugal. Quando, a partir de 2008, a A21 a tornou mais acessível e, pouco depois, foi proclamada a única Reserva Mundial de Surf da Europa, além dos lisboetas e torrienses veraneantes, passou a deslumbrar o Mundo.

Mês após mês, mais intensa durante a Primavera e Verão, a cena repete-se.

Em parques de estacionamento, à entrada das praias, grupos multinacionais de jovens entusiasmados tagarelam enquanto, a custo, se enfiam em fatos de neoprene desafiantes.

As suas incursões dependem do que o oceano reserva.

Surfistas descem para a praia de São Sebastião

Surfistas descem para a praia de São Sebastião

A praia mais frequentadas têm sido as do Matadouro e a de São Sebastião, esta, desde o século XVI, abençoada pela elegante capela homónima, logo acima.

São ambas longas, pródigas em ondas comedidas, ideais para que os aprendizes pratiquem o posicionamento e o equilíbrio sobre pranchas desafogadas, próprias para iniciantes.

Surfista na Praia do Matadouro

Surfista na Praia do Matadouro

Em dias de mar vigoroso, também é normal encontrá-los, mais atafulhados, na Praia dos Pescadores.

Desde que o grande molhe que a protege da fúria do norte permita a entrada de vagas aproveitáveis, algo pouco frequente.

Vista aérea da Ericeira com o molhe construído para proteger o porto do mar tempestuoso do norte

Vista aérea da Ericeira com o molhe construído para proteger o porto do mar tempestuoso do norte

A Emergência da Ericeira no Mapa Mundial do Surf

Há muito que a Ericeira é idolatrada por surfistas.

À imagem do que aconteceu com a divulgação das grandes ondas geradas pelo canhão da Nazaré, a condecoração das reputadas vagas locais com o estatuto de Reserva Mundial:

Pedra Branca, Reef, Ribeira d’Ilhas, Cave, Crazy Left, Coxos e São Lourenço  –

bem como as sucessivas provas da World Surf League disputadas em Ribeira d’Ilhas destacaram-na no mapa de spots de surf obrigatórios à face da Terra.

A economia da vila e da região reflectiu essa notoriedade.

Ocaso a ocidente da Praia de Ribeira d'Ilhas

Ocaso a ocidente da Praia de Ribeira d’Ilhas

Aos retiros mais prolongados para trabalhar remotamente e aprender surf, junta-se o influxo de jovens, sobretudo de outras partes mais a norte da Europa, que tiram quatro ou cinco dias de férias para se recarregarem de energia.

Com o sol e as paisagens deslumbrantes. Com o convívio e as novas relações que as aulas de surf, a praia e as saídas nocturnas proporcionam.

As escolas de surf e de outros desportos aquáticos multiplicaram-se.

Como os alojamentos locais, os restaurantes, bares, lojas de equipamento e tantos outros negócios que animam as ruelas azul e brancas ramificadas do coração urbano da vila, a Praça da República, mais conhecida por Largo do Jogo da Bola.

A Praça da República, mais conhecida como Jogo da Bola

A Praça da República, mais conhecida como Jogo da Bola

De Vila de Pescadores a Abrigo cada vez mais Cosmopolita

A fama do bem-estar e da qualidade de vida superior da Ericeira cruzou fronteiras e mares. Milhares de expatriados compraram e compram casas e negócios.

Numa primeira fase, com prevalência dos franceses.

Nos últimos tempos, um pouco de toda a parte, se bem que se parecem ter intensificado os ensejos de norte-americanos desiludidos com aquilo em que os Estados Unidos de Donald Tump se tornaram, decididos a partirem para paragens sãs.

Um já esperado efeito pernicioso, afinal, comum entre os lugares turísticos portugueses, é a escassez de casas disponíveis e o valor hiperinflacionado das propriedades da vila e arredores.

Entrada para outra das ruas azuis e brancas da Ericeira

Entrada para outra das ruas azuis e brancas da Ericeira

Não há bela sem senão.

O preço das paisagens sedutoras e da atmosfera jovem e cosmopolita da Ericeira aumenta a olhos vistos, como acontece com a população residente. Em 1970, viviam na freguesia menos de 2700 pessoas.

Em 2025, deverão aproximar-se dos 13 mil moradores.

Dia após dia, entre os muitos forasteiros que admiram as vistas grandiosas, mas pitorescas do cimo arredondado da Rua de Santo António, do Largo das Ribas e Ruas de Baixo e das Furnas fora, um bom número sente o apelo de se mudar para a vila, de a viver e ao seu litoral eleito.

Banhistas refrescados na Praia do Sul

Banhistas refrescados na Praia do Sul

Os Pescadores Jagozes e o Privilégio da Praia dos Pescadores

Ao longo dos tempos, a Ericeira manteve-se um domínio de pescadores. De zarpares complicados. De regressos tão ou mais difíceis.

Para ocidente, estende-se o Atlântico sem fim.

Amiúde, tão imenso e traiçoeiro para os jagozes do mar, clientes habituais do Clube Naval, como o é sedutor e estimulante para os alunos ansiosos das escolas de surf.

Contra todas as adversidades, incluindo o recente assoreamento do leito marinho, agravado a sul do molhe e junto à rampa varadouro do porto, os pescadores da Ericeira até podem ser menos.

Mantêm-se a postos.

Estátua de homenagem ao Pescador da Ericeira

Estátua de homenagem ao Pescador da Ericeira

“Epá, deviam era tirar aquela tralha toda e fazer uma área de bares, de lazer mais ampla, ali à beira-mar!” diz-nos um ericeirense com espírito empresarial aguçado e que não vamos identificar, pouco sensível ao passado e ao modo de vida secular dos pescadores e suas famílias.

Ao invés, outros que atravessam a área recuada da Praia dos Pescadores, repleta de barcos coloridos com nomes cheios de significado: o “Mestre Ló”, o “Lula” o “Pérola da Ericeira”, deleitam-se com a sua genuinidade algo abarracada.

Barcos de pesca na retaguarda da também conhecida por Praia dos Barcos

Barcos de pesca na retaguarda da também conhecida por Praia dos Barcos

Sempre que por lá passamos, a caminho ou de regresso da sessão vespertina de natação marinha, fascinamo-nos com os velhos tractores.

Uns poucos, de tal forma escurecidos de óleo que mal lhes conseguimos perceber a marca. Isto, sem qualquer intenção de menosprezarmos as mais recentes aquisições da comunidade:

uma grua poderosa que eleva as embarcações do mar para o molhe, atalhando a passagem pela rampa assoreada.

Um novo, grande e impressionante tractor, cremos que um John Deere.

Banhistas num recanto sossegado da Praia dos Pescadores

Banhistas num recanto sossegado da Praia dos Pescadores

Tal como acontece com centenas de outros banhistas e desportistas, também nós beneficiamos da paz de espírito e tolerância das gentes da Praia dos Barcos.

Apesar das placas proibitivas, nunca vimos um pescador gritar com um nadador que sulca a rota das embarcações.

Nunca os vimos chatearem-se, sequer, com os miúdos que insistem em usar o molhe e até a nova grua como plataformas para mergulhos.

A Praia dos Pescadores e a Ericeira no Término da Monarquia Portuguesa

Por ali mesmo, um painel antigo de azulejo serve de testemunho da tradição da população da Ericeira em se manter respeitosa e comedida.

Painel de azulejo que informa sobre a partida da família real portuguesa da Praia dos Pescadores, em Outubro de 1910

Painel de azulejo que informa sobre a partida da família real portuguesa da Praia dos Pescadores, em Outubro de 1910

A placa refere-se a um acontecimento de 5 de Outubro de 1910. Um dos protagonizados pela vila com maior impacto na história portuguesa.

No dia anterior, de manhã cedo, o Presidente do Conselho de Portugal alertou o rei D. Manuel II para urgência de fugir para Sintra, ou ainda melhor, para Mafra. As forças republicanas estariam prestes a bombardear o Palácio das Necessidades em que se abrigava.

Por algum tempo, orgulhoso, o rei resistiu à retirada. Quando os projecteis começaram a cair, acedeu. Por volta das quatro da tarde, a comitiva deu entrada no Palácio de Mafra.

O rei passou lá a sua última noite em Portugal. No dia seguinte, a afirmação da República e a agitação gerada forçaram o governador civil a erguer, em Mafra, a bandeira republicana. O rei apressou-se a chegar à Ericeira e a abastecer-se com cestos de peixes e outros víveres.

Umas poucas barcas levaram a família real e bandeira azul e branca para bordo do iate “Dona Amélia”, num exílio, primeiro para Gibraltar, depois para a Grã-Bretanha (o rei) e a Itália (a rainha), com o seu quê de dramático.

Uma multidão de jagozes, assistiu a tudo do cimo do paredão que contem a Praia dos Pescadores e no prolongamento do Forte de Santa Bárbara, erguido em 1706, por D. Pedro II, para protecção da Ericeira e do seu porto. Uns, mostraram-se comovidos, outros satisfeitos.

A maior parte, surpresos. Nos nossos dias ainda republicanos, no exacto lugar desse embarque, a animação provém da música e convívio do bar-esplanada “Kayak”, das sucessivas partidas de volei de praia ao lado disputadas.

Rampa de descida para a Praia dos Pescadores

Rampa de descida para a Praia dos Pescadores

Uma Vila (no mínimo) Secular com Nomenclatura Disputada

Por altura da debandada de Manuel II e família real, findos 767 anos de monarquia dinástica portuguesa, a Ericeira contava muitos mais.

Estima-se que, por volta de 1000 a.C., já os Fenícios usavam as enseadas locais como escalas das suas navegações.

O foral que a oficializou no território foi emitido pela Ordem de Avis, em 1229. No texto desse foral, pode-se constatar a presença de uma população piscatória importante. A carta define, de forma minuciosa, e até, espécie a espécie, do congro à baleia, como os pescadores residentes deveriam pagar os seus tributos.

Um outro aspecto mais que curioso, intrigante, está na nomenclatura e heráldica da Ericeira. Desde os seus confins temporais que se estimava que o termo tinha surgido de uma adaptação popular de ouriceira.

Abundam, afinal, no litoral da região, ouriços marinhos que, com o tempo, lado a lado com os percebes, mexilhões e afins, os cozinheiros e chefes aprenderam a confeccionar e a valorizar.

Inspiraram ainda, os famosos ouriços, queijadas doces e amendoadas representativas da vila.

Discoteca Ouriço, decorada por uma pintura mural exuberante

Discoteca Ouriço, decorada por uma pintura mural exuberante

Convém não esquecer, de igual maneira, a discoteca mais antiga e, agora, garrida da vila, a da Rua Capitão João Lopes.

E, no entanto, malgrado todas estas derivações, um antigo brasão da Ericeira, preservado no Arquivo-Museu da Misericórdia, exibe, em vez dum ouriço-do-mar, um ouriço-cacheiro, um mamífero nocturno que pouco se deixa avistar.

Se o tema em debate fossem os animais predominantes na Ericeira, mais cedo ou mais tarde, outra espécie entraria na equação. Trata-se do estorninho-preto que, à conta da abundância de figueiras e distintas árvores de fruto, se mudou, aos milhares, de armas e bagagens para vila.

Todos, os dias, sobre o ocaso, admiramos o espectáculo da sua chegada, em bandos ondulantes, a um reduto florestal próximo.

É, aliás, com o sol a pôr-se e a banda sonora do seu piar, que encerramos este texto.

 

Sol põe-se a ocidente do Forte do Milreu

Sol põe-se a ocidente do Forte do Milreu

Como Ir

Via auto-estrada A21 que parte da A8, a Ericeira dista meros 40 minutos de Lisboa. 2h30 do Porto.

 

 

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Santa Maria: Ilha Mãe dos Açores Há Só Uma

Foi a primeira do arquipélago a emergir do fundo dos mares, a primeira a ser descoberta, a primeira e única a receber Cristovão Colombo e um Concorde. Estes são alguns dos atributos que fazem de Santa Maria especial. Quando a visitamos, encontramos muitos mais.
Sistelo, Peneda-Gerês, Portugal

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Campos de Gerês -Terras de Bouro, Portugal

Pelos Campos do Gerês e as Terras de Bouro

Prosseguimos num périplo longo e ziguezagueante pelos domínios da Peneda-Gerês e de Bouro, dentro e fora do nosso único Parque Nacional. Nesta que é uma das zonas mais idolatradas do norte português.
Montalegre, Portugal

Pelo Alto do Barroso, Cimo de Trás-os-Montes

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Porto Santo, Portugal

Louvada Seja a Ilha do Porto Santo

Descoberta durante uma volta do mar tempestuosa, Porto Santo mantem-se um abrigo providencial. Inúmeros aviões que a meteorologia desvia da vizinha Madeira garantem lá o seu pouso. Como o fazem, todos os anos, milhares de veraneantes rendidos à suavidade e imensidão da praia dourada e à exuberância dos cenários vulcânicos.
Pico do Arieiro - Pico Ruivo, Madeira, Portugal

Pico Arieiro ao Pico Ruivo, Acima de um Mar de Nuvens

A jornada começa com uma aurora resplandecente aos 1818 m, bem acima do mar de nuvens que aconchega o Atlântico. Segue-se uma caminhada sinuosa e aos altos e baixos que termina sobre o ápice insular exuberante do Pico Ruivo, a 1861 metros.
Paul do Mar a Ponta do Pargo a Achadas da Cruz, Madeira, Portugal

À Descoberta da Finisterra Madeirense

Curva atrás de curva, túnel atrás de túnel, chegamos ao sul solarengo e festivo de Paul do Mar. Arrepiamo-nos com a descida ao retiro vertiginoso das Achadas da Cruz. Voltamos a ascender e deslumbramo-nos com o cabo derradeiro de Ponta do Pargo. Tudo isto, nos confins ocidentais da Madeira.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

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Anfitrião Wezi aponta algo na distância
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O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
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Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

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De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Sociedade
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Gorila não habituado, a pouca distância de Bon Coin, Bomassa
Vida Selvagem
Expedição Ducret 2º:  PN Lobéké, Camarões - Wali Bai, Rep. Congo

Hyacinth e o Gorila de Bon Coin: Encontros com Primatas Peculiares

Acampados numa ilha do rio Sangha, saímos à descoberta dos parques nacionais Lobéké e do Wali Bai, Nouabalé-Ndoki, nos Camarões e na Rep. do Congo. Lá nos surpreendem criaturas deslumbrantes, mas díspares.  
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.