Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente


Shin Marunouchi life
Transeuntes num cruzamento complexo em frente ao edifício garrido Shin Marunouchi.
Tóquio sem fim
Vista do casario infindável e elevado de Tóquio, dourado pela luz urbana.
Lost in the Crowd
Multidão cruza-se no cruzamento de Shibuya tornado ainda mais famoso pelo filme "Lost in Translation" de Sophia Coppola.
Salarymen vs hosutos
Salarymen (executivos de empresas) passam junto a um hosuto club repleto de imagens de hosts. Muitos destes hosutos ganharão facilmente mais que eles.
Um refúgio da pressão
Salarymen, conviven num recanto de um bar de rua protegido do vento e da chuva.
Jantar a 500 ienes
Cliente deixa um restaurante de noodles e outras especialidades de baixo custo.
Brinde ao passado
Poster de antiquário à entrada de um bar sinalizado com balão de papel iluminado.
Novidades ou contas ?
Morador de Tóquio abre a sua caixa de correio ou apartado.
Catálogo de hosutos
A entrada de um hosuto club, decorada com as imagens dos hosutos (hosts) disponíveis.
Milk tea para 2
Maid moe Macaro e um amigo aquecem-se a beber milk tea junto a uma das incontáveis máquinas de bebidas de Tóquio.
Mãos para tudo
Ciclista faz-se a uma passadeira numa noite chuvosa de Tóquio.
Atmosfera de grelhados
Restaurante de rua fumarento protegido dos elementos numa passagem debaixo de uma linha de comboio urbana.
LOHB
Iluminação sofisticada do restaurante LO HB Natural Dining, em plena praça de Shibuya.
Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.

Procuramos um Maid Café do distrito de Akihabara quando, nas traseiras sombrias de um bloco de prédios, reparamos na silhueta de um casal junto a uma das incontáveis máquinas de bebidas da cidade.

Sem pressas, ainda meio perdidos na excêntrica vida nocturna de Tóquio, aproximamo-nos deles com o pretexto válido de usarmos o dispositivo.

Faz um frio de rachar. Sabemos que as máquinas nos dispensam, num ápice, contra uma centena de ienes, um milk tea aquecido e revigorante.

Pedimos desculpa por perturbarmos o seu convívio e abordamo-los. Vestida de maid, Macaro prenda-nos com um sorriso tão rasgado como os seus olhos de Lolita inebriada.

Pausa para milk tea, Tóquio

Maid moe Macaro e um amigo aquecem-se a beber milk tea junto a uma das incontáveis máquinas de bebidas de Tóquio.

Enfiado num gorro de picachu que lhe cobre o cabelo alaranjado, com os lábios trespassados por piercings, o amigo, esforça-se por rir. Também o duo se aquecia, tudo indicava num curto intervalo ou fuga dos afazeres do estabelecimento que buscávamos, ou de outro do género.

Três ou quatro perguntas depois, confirmamos que não falam palavra de inglês. Tentar nipónico ou qualquer outro idioma estava fora de questão. Em vez, brindamos com eles quase em surdina, fotografamo-los, interpretamos os seus gestos de que o café em que trabalhava(m) estava ali ao lado e despedimo-nos.

Dobramos a esquina. Identificamos um letreiro com um grafismo que não deixava lugar a dúvidas. Subimos a escadaria estreita.

No cimo, outra “empregada” vestida com tanta cor quanto Macaro, quase se desfaz em boas-vindas: “Okaerinasaimase, goshujinsama!” grita com uma das vozes mais agudas e infantis que alguma vez ouvimos, para logo nos instalar num recanto abonecado e decorado em estilo “Candy Candy” do estabelecimento.

Pedimos chá. Enquanto o beberricamos, apreciamos a intrigante servilidade e graciosidade de desenho animado com que as empregadas de mesa atendem e mimam os clientes.

Pormenor de restaurante de Shibuya, Tóquio, Japão

Salarymen (executivos de empresas) passam junto a um “hosuto club” repleto de imagens de hosts. Muitos destes hosutos ganharão facilmente mais que os salaryman.

A Tara rentável dos Maid Cafes e Cuddle Cafes

Na origem, os Maid Cafes surgiram como satisfação comercial da tara nipónica masculina otaku, que é como dizer dos fans de anime, manga e afins com fetiches particulares pelas maid moe, raparigas jovens, inocentes mas atraentes, ainda mais nos seus trajes afrancesados encolhidos, repletos de rendas e folhos típicos das empregadas gaulesas de outros tempos.

Nos maid cafes mais atenciosos, as empregadas chegam a dar comida à boca dos clientes, a limpar-lhes os ouvidos e a dar-lhes massagens sobre a roupa. Também os entretêm com jogos infantis, de tabuleiro, à sardinha etc..

Conscientes da tara de muitos clientes, os estabelecimentos regem-se por uma série de princípios éticos rígidos: não é permitido fotografar ou tocar as maids de forma abusiva. Não é tolerado aos clientes pedir-lhes os contactos ou persegui-las, entre outras restrições.

Outros Estabelecimentos Menos Aconchegantes

De há algum tempo para cá, os maid cafés como que abriram portas a uma panóplia de cafés e restaurantes concorrentes fora da caixa.

São uma variante em tudo distinta são os prolíficos restaurantes, cafés e clubes nocturnos “robot” em que estes protagonistas automatizados de metal servem as refeições ou dançam, exibem coreografias e animam a vida nocturna barulhenta.

Alguns, em discotecas apocalípticas inspiradas na “Guerra das Estrelas”; outros, em que os robôs de serviço são femininos, algures entre mulheres de verdade e maid moes.

Em simultâneo, têm surgido variantes quase inimagináveis destas excêntricas variantes: restaurantes Ninja, um café Alice no País das Maravilhas, bares masmorras e o Yurei Izakaia, um bar-restaurante com atmosfera arrepiante de género comboio-fantasma.

Mais uma volta na cena noctívaga da megalópole e regressamos ao âmbito da carência afectiva e da incontornável suplementação feminina. Lá damos com os Cuddle Cafés, em que, ao invés do sucedido nos Maid Cafes, os clientes pagam para dormir com as raparigas, mas não do modo que a sociedade se apressou a convencionar com o termo.

Pagam, sim, para se aninharem em conchinha com jovens donzelas “residentes”, para delas receberem os afectos de que carecem nas suas vidas escravas dos PCs e alienadas de tudo e de todos.

Os Cuddle Cafes são, na prática, uma espécie de versão ternurenta e asséptica do que se passa nos Red Light Districts de Kabukicho e Shinjuku.

Ali, mulheres kaba kuras kurabu (contracção de Cabaret Club, com pouco que ver com as gueixas sobreviventes de Quioto) e homens hosuto kurabu (contração de hosts de clubs) entretêm clientes contra pagamento, em boa parte dos lugares, com sexo envolvido.

Hosutos, os incontáveis hosts de Tóquio

As imagens dos hosutos surgem disseminadas por toda a cidade, não só nas imediações dos clubes em que trabalham. Os para cima de duzentos estabelecimentos que exploram o seu charme e dotes sedutores geram rios de dinheiro.

E gastam-nos a divulgarem estes seus chamarizes andróginos em espaços publicitários retro-iluminados dispendiosos que reservam em localizações fulcrais, com habitantes e transeuntes abastados.

Salarymen passam por um hosuto club, em Tóquio, Japão

Salarymen (executivos de empresas) passam junto a um hosuto club repleto de imagens de hosts. Muitos destes hosutos ganharão facilmente mais que eles.

Roland é considerado o hosatu Top da cidade. Trabalha para o Club Platina de Kabukicho onde, rezam as crónicas que, em 2017, durante o seu aniversário, clientes femininas gastaram com ele dez milhões de ienes (77.500€) em apenas três horas.

Num mês normal, este hosuto aufere 370.000€. Para consolidar o seu estatuto, gastou já 80.000€ em ajustes plásticos à sua face. E despende 1600€ mensais para a manter imaculada.

Mas as Maid Moes, as kubakuras, os hosuto kurabu e Roland são apenas alguns dos inúmeros passatempos nocturnos da capital nipónica.

Com os seus quase 15 milhões de habitantes, Tóquio tem de tudo um pouco, de pousos recatados aos antros mais fumarentos e barulhentos da Ásia.

Incluem-se, há já muito, na primeira classe, as casas de internet, de videojogos 24/7 e de Pachinko. A quantidade de info e vídeoadictos tornou-se tal, que proliferam estes estabelecimentos que os acolhem noite fora, no conforto de boas poltronas, à frente de ecrãs e auscultadores topo de gama, se for caso disso, durante o sono.

Confrontados com os preços assustadores das dormidas na cidade, a determinada altura, os forasteiros de visita começaram também eles a dormir nestes Internet Cafés almofadados e artilhados.

Até que os argutos empresários locais detectaram a oportunidade e lançaram os claustrofóbicos hotéis cápsula.

Cruzamento movimentado de Tóquio, Japão

Transeuntes num cruzamento complexo em frente ao edifício garrido Shin Marunouchi.

A Noite Nipónica de todas as Vidas

Mas nem sempre os moradores de Tóquio conseguem prever onde aterram para noite. À imagem de quem quer passe mais que uns dias na cidade, não demoramos a constatar a realidade das saídas devastadoras de outros dos seus badalados escravos, os laborais.

É famosa a abnegação socialmente forçada dos japoneses para com o trabalho. E só um pouco menos notória – não estamos certos de que quanto ainda prevalecente – a realidade dos subalternos que, por extensão dessa pressão, se veem obrigados a sair às sextas-feiras à noite com os superiores das suas empresas e de os acompanharem em desventuras nocturnas encharcadas em sakê, whisky ou afins.

A verdade é que, tenham-se eles enfrascado com os chefes, na companhia de colegas ou sós, chegado o fim-de-semana, encontramos sempre inúmeros desses sararymen enfiados nos seus fatos executivos negros, a caminharem aos esses ou já a dormir onde o destino os fez aterrar.

Noutras partes, esteja o céu estrelado, caia chuva ou neve, o convívio faz-se ao ar livre, em grupos bem mais naturais e saudáveis.

Durante várias das longas caminhadas que fazemos por Tóquio reparamos no oportunismo dos barzinhos-restaurante que se encaixam nas laterais das passagens sob os viadutos ferroviários.

Em tempos, até à desactivação do gigantesco Mercado de Tsukiji, até ali existiam bares a servir sushi, sashimi e afins.

Restaurante debaixo de ponte, Tóquio, Japão

Restaurante de rua fumarento protegido dos elementos numa passagem debaixo de uma linha de comboio urbana.

Atravessamos algumas delas vezes sem conta, fascinados com as atmosferas fumarentas e festivas de santos populares nipónicos conferidas pelos letreiros coloridos e pelos balões de papel vermelhos.

Nessas arcadas arredondadas e convenientes, são grelhados non stop petiscos sobre o carvão servidos a preços comedidos, acompanhados com muita conversa, cerveja e, claro está, mais sakê.

Nem os deslizares recorrentes e infernizantes dos comboios por cima dos festins fazem desanimar os convivas.

Famoso cruzamento de Shibuya, Tóquio, Japão

Multidão cruza-se no cruzamento de Shibuya tornado ainda mais famoso pelo filme “Lost in Translation” de Sophia Coppola.

Shibuya, Roppongi, Ginza: cada bairro, sua Vida Nocturna de Tóquio

Os comboios também passam nas imediações de Roppongi e de Shibuya. Aí, o ambiente é, no entanto, outro. Durante os anos posteriores à 2ª Guerra Mundial, Roppongi tornou-se um dos poisos predilectos dos militares aliados.

Desde então, por razões adicionais que só a razão conhece, o bairro mantém-se um dos favoritos dos gaijin, assim chamam os japoneses aos expatriados e visitantes.

Há muito que o bairro concentra boa parte dos clubes nocturnos da cidade e tem a reputação de uma das suas vidas nocturnas mais animadas. Sobretudo pela moda rap e hip-hop que foi importada dos E.U.A. no fim dos anos 80, aparentemente para ficar. Sobretudo em Roppongi, também em Shibuya e em Shinjuku proliferam os protagonistas afro da vida nocturna.

São tantos os DJs, rappers, performers e dançarinos pagos a peso de ouro para exibirem os seus dotes como outros que constataram a mina que ali estava e se instalaram de armas e bagagens. Possuem agora os seus próprios Clubs.

Prédios dourados de Tóquio, Japão

Vista do casario infindável e elevado de Tóquio, dourado pela luz urbana.

Controlam pequenos exércitos de colaboradores igualmente afros e imigrados, touts (angariadores) que percorrem os distritos circundantes a distribuir panfletos que anunciam Nights e Ladiesnights especiais, e que, mais em cima desses eventos, patrulham as zonas em redor a atraírem transeuntes sem rumo.

Nas nossas deambulações pelas ruelas frenéticas de Shibuya, cruzamo-nos com eles e recusamos – ou então recebemos – os folhetos que impingem.

É impossível falhá-los. Além do tom desfasado de pele, têm quase o dobro da altura e volume dos japoneses. Usam roupas garridas, bling bling a condizer e ostentam um à vontade quase soberbo de ídolos das massas teenager nipónicas.

Ginza, um Bairro à Parte

O distrito de Ginza, forma um mundo com pouco que ver com este. Durante o dia, acolhe as lojas mais conceituadas e caras de Tóquio e uma das maiores concentrações de marcas de luxo à face da Terra. Pouco depois do sol assentar, converte-se na zona de entretenimento Premium da cidade.

Ao contrário de outras, não atrai, todavia, uma multidão de rua irrequieta. Os seus estabelecimentos surgem fora da vista, nos andares superiores das enormes lojas e centro comerciais.

Lá estão ocultados os melhores restaurantes de Sushi japoneses. E outros com culinárias distintas mas o mesmo tipo de serviço requintado e multimilionário. Lá estão também os melhores bares-chic e clube nocturnos opulentos e sofisticados.

Poster à entrada de um bar, Tóquio, Japão

Poster de antiquário à entrada de um bar sinalizado com balão de papel iluminado.

Por mais voltas que o mundo tenha dado na última década, o Japão permanece uma das suas quatro mais poderosas economias.

Com 15 milhões de moradores e, em redor, quase 130 milhões de japoneses ávidos por se divertirem a gastar, Tóquio mal tem tempo para respirar. Quanto mais para dormir.

Mais informações sobre Tóquio no site da JNTO – Japan National Tourism Organization.

Quioto, Japão

O Templo de Quioto que Renasceu das Cinzas

O Pavilhão Dourado foi várias vezes poupado à destruição ao longo da história, incluindo a das bombas largadas pelos EUA mas não resistiu à perturbação mental de Hayashi Yoken. Quando o admirámos, luzia como nunca.
Okinawa, Japão

Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
Iriomote, Japão

Iriomote, uma Pequena Amazónia do Japão Tropical

Florestas tropicais e manguezais impenetráveis preenchem Iriomote sob um clima de panela de pressão. Aqui, os visitantes estrangeiros são tão raros como o yamaneko, um lince endémico esquivo.
Nara, Japão

O Berço Colossal do Budismo Nipónico

Nara deixou, há muito, de ser capital e o seu templo Todai-ji foi despromovido. Mas o Grande Salão mantém-se o maior edifício antigo de madeira do Mundo. E alberga o maior buda vairocana de bronze.
Takayama, Japão

Takayama do Japão Antigo e da Hida Medieval

Em três das suas ruas, Takayama retém uma arquitectura tradicional de madeira e concentra velhas lojas e produtoras de saquê. Em redor, aproxima-se dos 100.000 habitantes e rende-se à modernidade.
Okinawa, Japão

O Pequeno Império do Sol

Reerguida da devastação causada pela 2ª Guerra Mundial, Okinawa recuperou a herança da sua civilização secular ryukyu. Hoje, este arquipélago a sul de Kyushu abriga um Japão à margem, prendado por um oceano Pacífico turquesa e bafejado por um peculiar tropicalismo nipónico.
Quioto, Japão

Um Japão Milenar Quase Perdido

Quioto esteve na lista de alvos das bombas atómicas dos E.U.A. e foi mais que um capricho do destino que a preservou. Salva por um Secretário de Guerra norte-americano apaixonado pela sua riqueza histórico-cultural e sumptuosidade oriental, a cidade foi substituída à última da hora por Nagasaki no sacrifício atroz do segundo cataclismo nuclear.
Ogimashi, Japão

Uma Aldeia Fiel ao A

Ogimashi revela uma herança fascinante da adaptabilidade nipónica. Situada num dos locais mais nevosos à face da Terra, esta povoação aperfeiçoou casas com verdadeiras estruturas anti-colapso.
Magome-Tsumago, Japão

Magome a Tsumago: o Caminho Sobrelotado Para o Japão Medieval

Em 1603, o xogum Tokugawa ditou a renovação de um sistema de estradas já milenar. Hoje, o trecho mais famoso da via que unia Edo a Quioto é percorrido por uma turba ansiosa por evasão.
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo - Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Nikko, Japão

O Derradeiro Cortejo do Xogum Tokugawa

Em 1600, Ieyasu Tokugawa inaugurou um xogunato que uniu o Japão por 250 anos. Em sua homenagem, Nikko re-encena, todos os anos, a transladação medieval do general para o mausoléu faustoso de Toshogu.
Hiroxima, Japão

Hiroxima: uma Cidade Rendida à Paz

Em 6 de Agosto de 1945, Hiroxima sucumbiu à explosão da primeira bomba atómica usada em guerra. Volvidos 70 anos, a cidade luta pela memória da tragédia e para que as armas nucleares sejam erradicadas até 2020.
Tóquio, Japão

Ronronares Descartáveis

Tóquio é a maior das metrópoles mas, nos seus apartamentos exíguos, não há lugar para mascotes. Empresários nipónicos detectaram a lacuna e lançaram "gatis" em que os afectos felinos se pagam à hora.
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Tóquio, Japão

O Imperador sem Império

Após a capitulação na 2ª Guerra Mundial, o Japão submeteu-se a uma constituição que encerrou um dos mais longos impérios da História. O imperador japonês é, hoje, o único monarca a reinar sem império.
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Ogimashi, Japão

Um Japão Histórico-Virtual

Higurashi no Naku Koro ni” foi uma série de animação nipónica e jogo de computador com enorme sucesso. Em Ogimashi, aldeia de Shirakawa-Go, convivemos com um grupo de kigurumis das suas personagens.
Fiéis saúdam-se no registão de Bukhara.
Cidade
Bukhara, Uzbequistão

Entre Minaretes do Velho Turquestão

Situada sobre a antiga Rota da Seda, Bukhara desenvolveu-se desde há pelo menos, dois mil anos como um entreposto comercial, cultural e religioso incontornável da Ásia Central. Foi budista, passou a muçulmana. Integrou o grande império árabe e o de Gengis Khan, reinos turco-mongois e a União Soviética, até assentar no ainda jovem e peculiar Uzbequistão.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
O rio Zambeze, PN Mana Poools
Safari
Kanga Pan, Mana Pools NP, Zimbabwe

Um Manancial Perene de Vida Selvagem

Uma depressão situada a 15km para sudeste do rio Zambeze retém água e minerais durante toda a época seca do Zimbabué. A Kanga Pan, como é conhecida, nutre um dos ecossistemas mais prolíficos do imenso e deslumbrante Parque Nacional Mana Pools.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Luderitz, Namibia
Arquitectura & Design
Lüderitz, Namibia

Wilkommen in Afrika

O chanceler Bismarck sempre desdenhou as possessões ultramarinas. Contra a sua vontade e todas as probabilidades, em plena Corrida a África, o mercador Adolf Lüderitz forçou a Alemanha assumir um recanto inóspito do continente. A cidade homónima prosperou e preserva uma das heranças mais excêntricas do império germânico.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Emma
Cidades
Melbourne, Austrália

Uma Austrália “Asienada”

Capital cultural aussie, Melbourne também é frequentemente eleita a cidade com melhor qualidade de vida do Mundo. Quase um milhão de emigrantes orientais aproveitaram este acolhimento imaculado.
Moradora obesa de Tupola Tapaau, uma pequena ilha de Samoa Ocidental.
Comida
Tonga, Samoa Ocidental, Polinésia

Pacífico XXL

Durante séculos, os nativos das ilhas polinésias subsistiram da terra e do mar. Até que a intrusão das potências coloniais e a posterior introdução de peças de carne gordas, da fast-food e das bebidas açucaradas geraram uma praga de diabetes e de obesidade. Hoje, enquanto boa parte do PIB nacional de Tonga, de Samoa Ocidental e vizinhas é desperdiçado nesses “venenos ocidentais”, os pescadores mal conseguem vender o seu peixe.
Cultura
Pueblos del Sur, Venezuela

Os Pauliteiros de Mérida, Suas Danças e Cia

A partir do início do século XVII, com os colonos hispânicos e, mais recentemente, com os emigrantes portugueses consolidaram-se nos Pueblos del Sur, costumes e tradições bem conhecidas na Península Ibérica e, em particular, no norte de Portugal.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
Desporto
Inari, Finlândia

A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
Nova Gales do Sul Austrália, Caminhada na praia
Em Viagem
Batemans Bay a Jervis Bay, Austrália

Nova Gales do Sul, de Baía em Baía

Com Sydney para trás, entregamo-nos à “South Coast” australiana. Ao longo de 150km, na companhia de pelicanos, cangurus e outras peculiares criaturas aussie, deixamo-nos perder num litoral recortado entre praias deslumbrantes e eucaliptais sem fim.
Tabatô, Guiné Bissau, Balafons
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Torres da catedral de Puelba iluminada durante o ocaso
História
Puebla, México

Uma Cidade Atulhada de Fé, no Sopé do Vulcão

Foi tal o ímpeto proselitista católico na fundação de Puebla de Los Angeles, no século XVI, que determinados cronistas já lá relatavam uma igreja para cada dia do ano. Puebla conta com quase duzentas e noventa. Num domínio ex-colonial barroco e majestoso desafiador de Popocatépetl (5426m), a “montanha fumarenta” do México.
Forte Galle, Sri Lanka, Ceilão Lendária Taprobana
Ilhas
Galle, Sri Lanka

Nem Além, Nem Aquém da Lendária Taprobana

Camões eternizou o Ceilão como um marco indelével das Descobertas onde Galle foi das primeiras fortalezas que os portugueses controlaram e cederam. Passaram-se cinco séculos e o Ceilão deu lugar ao Sri Lanka. Galle resiste e continua a seduzir exploradores dos quatro cantos da Terra.
Oulu Finlândia, Passagem do Tempo
Inverno Branco
Oulu, Finlândia

Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
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Literatura
Goiás Velho, Brasil

Vida e Obra de uma Escritora à Margem

Nascida em Goiás, Ana Lins Bretas passou a maior parte da vida longe da família castradora e da cidade. Regressada às origens, continuou a retratar a mentalidade preconceituosa do interior brasileiro
Natureza
Vulcões

Montanhas de Fogo

Rupturas mais ou menos proeminentes da crosta terrestre, os vulcões podem revelar-se tão exuberantes quanto caprichosos. Algumas das suas erupções são gentis, outras provam-se aniquiladoras.
Estátua Mãe-Arménia, Erevan, Arménia
Outono
Erevan, Arménia

Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Bando de flamingos, Laguna Oviedo, República Dominicana
Parques Naturais
Laguna de Oviedo, República Dominicana

O Mar (nada) Morto da República Dominicana

A hipersalinidade da Laguna de Oviedo oscila consoante a evaporação e da água abastecida pela chuva e pelos caudais vindos da serra vizinha de Bahoruco. Os nativos da região estimam que, por norma, tem três vezes o nível de sal do mar. Lá desvendamos colónias prolíficas de flamingos e de iguanas entre tantas outras espécies que integram este que é um dos ecossistemas mais exuberantes da ilha de Hispaniola.
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Património Mundial UNESCO
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Avião em aterragem, Maho beach, Sint Maarten
Praias
Maho Beach, Sint Maarten

A Praia Caribenha Movida a Jacto

À primeira vista, o Princess Juliana International Airport parece ser apenas mais um nas vastas Caraíbas. Sucessivas aterragens a rasar a praia Maho que antecede a sua pista, as descolagens a jacto que distorcem as faces dos banhistas e os projectam para o mar, fazem dele um caso à parte.
Monte Lamjung Kailas Himal, Nepal, mal de altitude, montanha prevenir tratar, viagem
Religião
Circuito Annapurna: 2º - Chame a Upper PisangNepal

(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
white pass yukon train, Skagway, Rota do ouro, Alasca, EUA
Sobre Carris
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Uma Variante da Febre do Ouro do Klondike

A última grande febre do ouro norte-americana passou há muito. Hoje em dia, centenas de cruzeiros despejam, todos os Verões, milhares de visitantes endinheirados nas ruas repletas de lojas de Skagway.
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Sociedade
Ponte u-BeinMyanmar

O Crepúsculo da Ponte da Vida

Com 1.2 km, a ponte de madeira mais antiga e mais longa do mundo permite aos birmaneses de Amarapura viver o lago Taungthaman. Mas 160 anos após a sua construção, U Bein está no seu crepúsculo.
Vida Quotidiana
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O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Devils Marbles, Alice Springs a Darwin, Stuart hwy, Caminho do Top End
Vida Selvagem
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.