Red Centre, Austrália

No Coração Partido da Austrália


À sombra da falésia
Guia Chief sobre um pequeno promontório do Kings Canyon.
Uluru-Ayers Rock
Sagrado para os aborígenes Anangu do Red Centre, o rochedo de arcose Uluru tem 873 metros de altura e uma circunferência de 9.4 km.
Caminhada sob ameaça
Grupo caminha num trilho de Kata Tjuta, protegido das moscas infernais por redes.
Sombra e sol no Outback
Contornos de rochas do Red Centre desenhados contra um rasto de sol poente.
Morro de Pedra
Mais uma estranha protuberância rochosa de Kata Tjuta.
Líder em caqui
Guia Chief conduz um grupo de visitantes do parque nacional Kata Tjuta.
Verdura e secura
Uma árvore morta sobressai do cenário inóspito de Kata Tjuta.
Melodia aborigene
Nativo toca didjeridu.
Fila Australiana
Grupo percorre a superfície aquecida e árdua do Kings Canyon.
Por fim, repouso
Amigas descansam junto à lagoa de Garden of Eden, num desfiladeiro interior do Kings Canyon.
The Olgas
Os rochedos de Kata Tjuta iluminados ao pôr-do-sol.
Barracão Camel Outback Safaris
Abrigo de camelos arejado, num bar de beira de estrada de Erdlunda.
Avistamento
Dois visitantes perscrutam os rochedos avermelhados de Kata Djuta.
Rumo incerto
Casal isolado ou perdido percorre uma plataforma ocre do Kings Canyon.
Deserto do Outback
Chief examina a paisagem sobre dunas à beira da estrada, nas imediações de Erdlunda.
Kata Tjuta ou The Olgas
Os rochedos imponentes de Kata Tjuta a partir de um desfiladeiro à sombra.
Acidente aussie
Viajantes examinam o que terá sido o resultado de um acidente rodoviário fenomenal.
Aureola e Silhueta
A sombra monumental do rochedo Uluru/Ayers Rock.
Chief em Erdlunda
Guia Chief sai de um bar de beira de estrada, em Erldunda.
Canyon Real
Um dos desfiladeiro avermelhados do Kings Canyon.
O Red Centre abriga alguns dos monumentos naturais incontornáveis da Austrália. Impressiona-nos pela grandiosidade dos cenários mas também a incompatibilidade renovada das suas duas civilizações.

Chief chega sobre a hora marcada.

Apressa-se a salvaguardar a integridade da sua imagem: “Disseram-me que vinham dois jornalistas. Que eu tinha que me apresentar e comportar em condições! Vamos lá ver o que se arranja”.

Apesar de originalmente da Nova Zelândia, a sua figura não podia ser mais ozzie. Ri-se sem complexo do topo do seu metro e noventa e pouco.

Veste uma camisa justa e uns mini-calções, ambos de caqui, gastos pelos quilómetros percorridos no deserto, sujos de nódoas que cabe ao tempo lavar. As botas de pele, amareladas, altas e poeirentas e um velho chapéu Akubra são os derradeiros apontamentos de um traje criado e retocado pelo Outback.

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Guia Chief sobre um pequeno promontório do Kings Canyon.

Se tivesse chegado na altura certa, Chief podia ter sido um dos pioneiros destemidos que desbravaram o interior da Austrália e ergueram a cidade de onde íamos partir à descoberta do Território do Norte.

Não foi por acaso que Alice Springs surgiu no centro geométrico da Austrália.

A Árdua Colonização do Red Centre Australiano

Na segunda metade do século XIX, grande parte do sul estava colonizado. O centro e parte do Norte eram ainda domínios incógnitos, ocupados em exclusivo pelos guardiões ancestrais aborígenes.

Em 1861-62, John McDouall Stuart liderou uma expedição ao coração do deserto. Acabaria por se tornar no primeiro europeu a atravessar a Austrália de sul a norte. E estabeleceu a rota que abriria caminho à linha de telégrafo programada para ligar Adelaide a Darwin e Darwin à Grã-Bretanha.

Mais tarde, a descoberta de ouro fluvial em grandes quantidades, a cerca de 100 km, deu origem a uma população fixa em redor de Stuart, como a colónia seria baptizada. O fim do ouro ditou que a povoação se deslocasse para próximo da estação do teleférico.

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Abrigo de camelos arejado, num bar de beira de estrada de Erdlunda.

Essa povoação, por sua vez, foi chamada de Alice Springs, em honra da esposa do chefe dos correios e das nascentes que irrigavam o vasto oásis envolvente.

Eram tempos ásperos, dominados pela incerteza e em que a secura dominante da paisagem pedia soluções criativas. De acordo, as autoridades pioneiras resolveram importar camelos do noroeste da antiga Índia britânica – hoje Paquistão. Conduziam-nos, em longas caravanas, imigrantes das tribos Pathan, incorrectamente apelidados de cameleiros afegãos.

Estas caravanas resolveram por algum tempo o problema da falta de água. Com o passar dos anos, tornaram-se desnecessárias. Os camelos foram abandonados ou perdidos.

Multiplicaram-se e espalharam-se pelo deserto, de tal maneira que existem, hoje, em maior número, na Austrália, que em muitos países árabes.

Alice Springs: o Âmago Urbano do Red Centre

Alice – como é carinhosamente tratada – espraia-se ao longo do leito quase sempre seco do rio Todd. É feita de edifícios baixos, armazéns e complexos comerciais térreos que pouco ou nada bloqueiam o céu azul. Outros negócios dominantes são os bares, as agencias de turismo e as galerias de arte.

À primeira vista, tudo parece normal mas a presença aparentemente disfuncional da comunidade aborígene causa, neste entreposto turístico, mais desconforto que noutras localidades do Território do Norte.

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Nativo toca didjeridu.

Prova-se difícil para os visitantes recém-chegados compreender porque passam o tempo sentados na relva dos jardins ou à frente de lojas e estações de serviço.

Custam a aceitar os modos primitivos e a sua incapacidade em lidar com a marginalização a que se viram votados pela civilização ocidental que os desenraizou sem retorno.

O Desenquadramento Aborígene na Sua Própria Terra

Aqui, como por toda a Austrália, o governo australiano desculpou-se e tenta redimir-se. Paga pelos pecados cometidos em dólares australianos e com a devolução de terras de que se apropriou durante o período em que manteve uma lei que equiparava os aborígenes à fauna e flora.

Aqui, como por toda a Austrália, as medidas estão longe de resolver o que quer que seja.

Durante o trecho inicial da viagem, Chief confessa: “… não faço sempre isto. Trabalho com a comunidade prisional aborígene de Alice Springs. Sou dos poucos que os conhece e aceita”.

Confessa ainda que, mesmo assim, tem dificuldade em responder às perguntas e observações preconceituosas dos turistas australianos e estrangeiros.

Tenta mentalizá-los do valor dos aborígenes explicando aos forasteiros, nos lugares mais emblemáticos, a fascinante cultura mitológica dos indígenas.

Uluru – Ayers Rock. A Sempre Controversa Questão da Ascensão

“Não posso acreditar nisto!”, repete Kevin uma última vez, após rogar uma série de pragas.

Assim que acorda e sai do seu swag (saco cama australiano), o pequeno coreano depara-se com a maior das frustrações. Depois de um ano a trabalhar em Sydney como um autómato, sonhava com o ponto alto da viagem: contemplar o Red Centre do topo do Uluru.

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Sagrado para os aborígenes Anangu do Red Centre, o rochedo de arcose Uluru tem 873 metros de altura e uma circunferência de 9.4 km.

Nessa manhã, o silvar estridente do bush australiano soava a más notícias.

Na tarde anterior, Chief, tinha sido bem claro. Em nome dos aborígenes Anangu, pedia a todos que não subissem.  Esclarecia ainda que só impediria quem o quisesse fazer caso as condições meteorológicas o determinassem.

Contra as previsões, em vez de acalmar, o vento aumentou durante a noite. Sobre a aurora, as autoridades do parque fecharam o acesso ao trilho e facilitaram a vida ao guia.

À primeira vista simples, o tema das ascensões ao Ayers Rock – como lhe chamaram os colonos de origem britânica em homenagem ao Chief Secretary da Austrália do Sul de 1873 – é, na realidade, bastante complexo.

Reflecte a relação melindrosa que os descendentes de colonos australianos mantêm com os indígenas.

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Guia Chief sai de um bar de beira de estrada, em Erldunda.

Uluru – Ayers Rock: um Rochedo no Coração Partido da Austrália

Em 1983, o primeiro-ministro Bob Hawke prometeu devolver aquela terra em particular aos seus donos tradicionais. Concordou com um plano com dez pontos que incluía a proibição de escalada do Uluru.

À boa maneira política, a promessa depressa foi esquecida. Antes da restituição oficial, foram impostos noventa e nove anos de concessão em vez dos cinquenta pré-acordados com os aborígenes.

O acesso ao topo do Uluru acabou por ser permitido, por forma a não contrariar a vontade dos milhares de visitantes mais jovens ou simplesmente em boa forma física.

O Significado Espiritual de Uluru para os aborígenes Anangu

Os aborígenes Anangu, os protectores ancestrais do rochedo e do espaço circundante, não o escalam.

Evitam fazê-lo devido ao grande significado espiritual de Uluru. Segundo as suas crenças, passar no topo, um trilho do seu Dreamtime (o passado mitológico). Também proibiram a sua escaladas por uma questão de responsabilidade pela segurança de quem acolhem.

Ao longo dos anos, contra a vontade dos aborígenes, as subidas já causaram 35 vítimas. Em cada uma das fatalidades, os aborígenes manifestaram tristeza. Malgrado o pesar dos indígenas, os australianos são um povo habituado a conviver com a aventura e o risco. De acordo, à data, não estava prevista qualquer proibição total e absoluta que os rangers do parque pusessem em prática.

Situado no canto sudoeste do vasto Território do Norte, em pleno coração do Outback, este estranho monte-ilha de arcose, tão emblemático como homogéneo e compacto, sobreviveu a milhões de anos de erosão que apagaram do mapa um maciço envolvente gigantesco mas bem mais vulnerável ao desgaste.

Com 348m de altura máxima e 9.4km de circunferência, a formação é ainda mais intrigante por mudar de cor ao longo do dia e das estações do ano, à medida que diferentes espectros de luz nele incidem.

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A sombra monumental do rochedo Uluru/Ayers Rock.

Negação da Superstição em redor de Uluru e o Arrependimento

Demasiados dos seus cerca de 400.000 visitantes anuais não resistem ao fascínio visual e mitológico do rochedo.

Mesmo alertados pelos guias sobre a maldição que assombra a vida de quem retira pedras do Uluru, preferem arriscar e cometem o delito.

Chief desenvolve-nos um dos seus temas preferidos, com um sarcasmo insuperável:  “… mais engraçado ainda é que, por descargo de consciência ou mera precaução, são vários os que se arrependem.

Depois, já nas suas casas, gastam mundos e fundos para as tentar devolver ao rochedo. Mandam-nas por correio para as agências com que viajaram e pedem-lhes que as reponham…”

Os obstáculos levantados pelas crenças aborígenes tjukurpa não se ficam, no entanto, por aí.

Em redor do monte de rocha sucedem-se as nascentes, cavernas, pequenos depósitos naturais de água e pinturas rupestres. Mas apesar da abundância de motivos, a fotografia é restringida em diversas secções em que os Anangu realizam rituais relacionados com o género e em que não admitem pessoas do sexo oposto.

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Chief examina a paisagem sobre dunas à beira da estrada, nas imediações de Erdlunda.

O objectivo é evitar que se quebrem tabus milenares, por os indígenas virem inevitavelmente a encontrar imagens dos seus locais sagrados naquele a que chamam o mundo exterior.

Kata Djuta: o Outro Colosso Sagrado do Red Centre

A apenas 25km para oeste, acessível pela mesma Lasseter Highway que conduz ao Uluru/Ayers Rock e, depois, pela Luritja Road, impõe-se ao céu sempre azul do Red Centre um outro capricho da Terra Australis.

Trata-se de Kata Tjuta (dialecto aborígene pittjantjajara para “muitas cabeças”), uma sequência de enormes trinta e seis rochas vermelhas que cobrem uma área de quase 27 km² e têm como ponto mais alto os 1066m sobre o nível do mar do Monte Olga. 

Esta elevação, em particular, deu origem a “The Olgas”, o nome ocidental dado ao cenário.

No pico do Verão australiano, a meio da tarde, também aqui o sol castiga sem piedade.

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Os rochedos de Kata Tjuta iluminados ao pôr-do-sol.

Contra toda o senso comum, revitaliza as infernais moscas do Outback que infernizam os visitantes durante as suas caminhadas por entre as rochas.

A fama dos insectos é tal que muitos chegam munidos de redes com que cobrem a cabeça e assim reforçam o exotismo marciano do lugar.

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Grupo caminha num trilho de Kata Tjuta, protegido das moscas infernais por redes.

Dedicamos toda a manhã seguinte à exploração do Kings Canyon, um território escarpado e de visual Western situado na cordilheira George Gill, ainda a sudoeste de Alice Springs.

A nova caminhada começa com a conquista da Heart Attack Hill, assim baptizada devido à sua inclinação, imprópria para cardíacos.

Prossegue, por 5km, ao longo dos desfiladeiros, de mesetas labirínticas da “cidade” e das encostas e escadarias escavadas na rocha do Anfiteatro.

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Um dos desfiladeiro avermelhados do Kings Canyon.

Só a interrompemos, para descanso, à beira do Garden of Eden, um lago cercado de vegetação densa que quebra o domínio ocre da paisagem.

Dali, por fim, regressamos ao ponto de partida do circuito e a Alice Springs.

Na capital do Red Centre, esperava-nos outra longa mas fascinante etapa rodoviária: a metade norte da Stuart Highway.

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Viajantes examinam o que terá sido o resultado de um acidente rodoviário fenomenal.

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Tóquio, Japão

A Noite Sem Fim da Capital do Sol Nascente

Dizer que Tóquio não dorme é eufemismo. Numa das maiores e mais sofisticadas urbes à face da Terra, o crepúsculo marca apenas o renovar do quotidiano frenético. E são milhões as suas almas que, ou não encontram lugar ao sol, ou fazem mais sentido nos turnos “escuros” e obscuros que se seguem.
Lago Manyara, parque nacional, Ernest Hemingway, girafas
Vida Selvagem
PN Lago Manyara, Tanzânia

África Favorita de Hemingway

Situado no limiar ocidental do vale do Rift, o parque nacional lago Manyara é um dos mais diminutos mas encantadores e ricos em vida selvagem da Tanzânia. Em 1933, entre caça e discussões literárias, Ernest Hemingway dedicou-lhe um mês da sua vida atribulada. Narrou esses dias aventureiros de safari em “As Verdes Colinas de África”.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.