Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?


Trailer park
Acampamento de atrelados e afins sobre a vastidão avermelhada do Monument Valley.
Pura aridez
Arbusto do deserto prolifera no ambiente inóspito do Monument Valley, situado em pleno Planalto do Colorado
Nação Navajo II
Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaça acima de uma das Mittens.
Nação Navajo II
Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaçaa acima de uma das Mittens
Domínio equino
Adrian faz empinar Pistol, o seu cavalo negro.
John Ford Point II
Um dos pontos de vista mais emblemáticos - e explorados por John Ford- do Monument Valley.
John Ford Point
Placa sinaliza um dos lugares favoritos do realizador John Ford, que incluiu como plano dos vários Westerns que filmou no Monument Valley.
Merrick Butte
A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.
Erosão
Formação circular do Monument Valley esculpida pelo vento e pela ocasional chuva.
Monument Air Valley
Formações geológicas do Monument Valley, vistas do ar.
Navajo acoboiado
Kenan Chico a postos no estabulo que os navajo mantêm na proximidade do John Ford Point
Jovens navajo
Kenan Chico e dois navajos mais novos junto ao estabulo do John Ford Point.
Margaret B.
Margaret B. Gray, uma indígena navajo vendedora de artesanato
Navajo ou cowboy ?
Adrian, um dos indigenas Navajo que desempenham o papel de cowboys no John Ford Point, para satisfação dos admiradores de Westerns.
The Mittens
Uma das formações mais emblemáticas do Monument Valley.
Merrick Butte
A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.
Monument Valley Monumental
Vastidão desértica do Monument Valley, parte da vasta Nação Navajo.
Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.

A tarde já vai no fim quando nos fazemos à estrada de terra que dá a volta ao parque nacional Monument Valley.

Admiramos as formações geológicas Mittens e Merrick Butte, depois Elephant Butte e as Three Sisters. Ao longe, entre as duas últimas, vislumbramos também o que parece ser um cowboy a fazer empinar um cavalo no limite de um precipício.

Vista do John Ford Point, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados Unidos

Um dos pontos de vista mais emblemáticos – e explorados por John Ford- do Monument Valley.

Deparamo-nos, então, com o John Ford Point, um dos pontos de vista preferidos do realizador que filmou “Cavalgada Heróica” e seis outros dos seus clássicos do Oeste no Monument Valley.

Logo ao lado, jovens guias de etnia navajo tomam conta de um estábulo e dos cavalos que usam nas montadas que organizam.

Os Índios Navajo que Ganham a Vida como Cowboys

Kenan Chico aborda-nos. Veste uma camisa axadrezada, lenço ao pescoço, chapéu de abas negro e mantém uma postura firme que condiz com a do Duke.

Ganhamos coragem para lhe fazer a pergunta que se impõe e a resposta, pausada e ponderada, justifica o visual cowboy do índio: “esses tempos passaram há muito e as culturas misturaram-se.

Uma boa parte dos navajos usa roupa de vaqueiro: os jeans e as botas de montar etc. etc.

Nativos navajo, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Kenan Chico e dois navajos mais novos junto ao estabulo do John Ford Point.

Não quer dizer que não preservemos a nossa identidade. Além disso, nós aqui não temos outra hipótese. Quem chega ao John Ford Point quer ver cowboys e calhou-nos a nós desempenhar o papel. O maior de todos ainda é ali o Adrian. Se tivesse vivido na época certa, o John Ford tinha-o filmado era a ele.” remata com um humor tímido.

O Enquadramento Monumental do John Ford Point

Chega ao promontório um grupo de turistas coreanos. Adrian dá início a novo take. Avança até ao limite da meseta e volta a fazer empinar Pistol, o seu cavalo negro. A acrobacia deixa os visitantes a suspirar pelos Westerns grandiosos.

Adrien cowboy Navajo, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Adrian faz empinar Pistol, o seu cavalo negro.

Fechada a cena, o jovem navajo regressa ao convívio com os amigos e exclama: “estes são os que vibram mais. Estes e os japoneses entram mesmo em êxtase!”.

Ainda íamos a meio do itinerário de 27 km e a tarde aproximava-se do fim. Retomamos, assim, o circuito e a identificação das restantes formações.

Encontramos as Three Sisters, a Camel Butte, e o exuberante Totem no seu equilíbrio quase religioso.

Procuramos rastos de víboras nas ondas das Sand Springs e examinamos o Artists’ Point, de onde se observa uma nova composição criativa de pequenas mesetas e pináculos.

Merrick butte, John Ford Point, Monument Valley-nacao navajo, Estados unidos

A agulha destacada da Merrick Butte, uma das formações caprichosas do Monument Valley.

A North Window sugere um enquadramento semelhante mas mais contido e, como o nome indica, The Thumb, um polegar que aponta para o firmamento escurecido em que aparecem os primeiros astros.

Instalamo-nos em frente das Mittens e admiramos os diferentes tons com que o crepúsculo tingia aquele Arizona navajo, cowboy e monumental.

The Mittens, Monument Valley-nacao navajo, Estados Unidos

Uma das formações mais emblemáticas do Monument Valley.

Por Terras da Nação Navajo

No dia seguinte, dedicamos algum tempo a Kayenta, a estranha porta de entrada para o Monument Valley.

Segundo o dialecto diné (os navajos chamam a si próprios Diné, ou povo Diné), Kayenta significa buraco pantanoso.

Mesmo se o lugar é, hoje, sobretudo seco, subsiste isolado à entrada de uma das áreas geológicas, étnicas e cinéfilas nobres dos Estados Unidos e retém os visitantes como se de um pântano se tratasse.

Com 5300 habitantes, Kayenta não forma uma cidade, nem sequer o equivalente ao que poderíamos considerar uma vila. Consiste num aglomerado de negócios tipicamente americanos – incluindo os mais populares – instalados entre um ou outro hotel, estações de serviço, e trailers distribuídos ao longo da junção das highways 160 e 163.

Acampamento, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Acampamento de atrelados e afins sobre a vastidão avermelhada do Monument Valley.

Apesar deste estranho perfil, e do logótipo McDonalds destacado nas alturas, Kayenta é a única povoação governada em jeito municipal da Nação Navajo, o maior território indígena semi-autónomo dos E.U.A. (71.000 km²) de Arizona, Utah e Novo México) que abriga mais de 300.000 habitantes.

A Nação Navajo: uma Sobrevivência Bipolar

Tanto Kayenta como a Nação Navajo, em geral, suscitam sensações dispares.

A figura sobranceira de John Wayne a cavalgar num desfiladeiro exuberante ao pôr-do-sol e o Marlboro Man que contempla um horizonte de penhascos imponentes são imagens produzidas in loco que encheram muitos milhões de ecrãs e enriqueceram o imaginário cowboy partilhado pelo mundo.

Mas a Nação Navajo também preserva a condenação de um povo que foi vencido pelos colonos brancos e viu a sua civilização ceder sem apelo.

Navajo Adrian, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Adrian, um dos indigenas Navajo que desempenham o papel de cowboys no John Ford Point, para satisfação dos admiradores de Westerns.

A par do significado icónico e do valor histórico dos cenários, detectamos em Kayenta evidências da pobreza, da depressão, da má alimentação (culpa da fast food que até ali chegou) e do alcoolismo que hoje assolam todas as comunidades nativas dos Estados Unidos.

No tempo que lá passamos, a busca de uma alimentação menos danosa acaba por nos proporcionar experiências curiosas. Quando procurávamos escapar ao cerco dos piores restaurantes franchisados, demos por nós no supermercado escondido e mal fornecido da terra, os únicos forasteiros a fazer compras entre uma multidão de navajos que abasteciam os seus lares.

Mais tarde, almoçamos num pequeno restaurante chinês e devoramos chop sueys entre índios obesos com visuais orgulhosos de vaqueiros.

Margaret B. – Uma Anciã Navajo Carismática

Ainda na proximidade do Monument Valley Park, paramos numa loja de beira de estrada para apreciarmos a arte navajo e acabamos a tentar dialogar com Margaret B.Gray, uma matriarca índia de porte altivo que, apesar do nome, só articula umas poucas palavras inglesas.

Anciã Navajo, Monument Valley, Nação Navajo, Estados Unidos

Margaret B. Gray, uma indígena navajo vendedora de artesanato

Com o aumento gradual dos visitantes, a venda de artesanato nativo provou-se um negócio atractivo e mais de 60% das famílias da nação têm pelo menos um elemento que o produz. Algumas conseguem vender os seus bens em lojas privilegiadas como a do Centro de Visitantes.

Outros, em tendas montadas junto às principais formações geológicas do parque.

Outros ainda apostaram em negócios distintos. Ignoraram a antiga inimizade com os usurpadores das terras indígenas e, como Kenan Chicko e Adrian, ganham a vida nas suas peles. 

Da Tundra Alasquense à Integração da Nação Navajo nos E.U.A.

Crê-se que as tribos Athabaskan que deram origem aos navajos migraram para o sudoeste dos E.U.A. em 1400 d.C. vindas do leste do Alasca e do noroeste do Canada. Ao entrarem em contacto com a civilização Puebla, adoptaram as suas técnicas de cultivo e as produções agrícolas.

Dos colonizadores espanhóis – que lhes chamaram pela primeira vez navajos – assimilaram o hábito de criar animais em manadas e rebanhos para alimentação e para trocar por outros géneros. Seguiu-se a aprendizagem da tecelagem e da produção de roupas e mantas.

Por volta de 1860, os espanhóis perceberam que os navajos possuíam milhares de cabeças de gado, vastas áreas cultivadas e um passado de expansão territorial, de redefinição da sua identidade e da ligação com os vizinhos Pueblos, Apaches, Utes e Comanches que oscilava entre as incursões bélicas e o comércio.

Mas os apaches estavam também no caminho dos conquistadores. Cumprindo a tradição, estes, inauguraram um longo período de ataques e pilhagens aos índios.

Alguns anos mais tarde, os Estados Unidos expulsaram os espanhóis e os mexicanos da zona.

Assumiram a anexação do território navajo com recurso a uma rede estratégica de fortes. Irados devido à construção de caminhos de ferro, à exploração mineira e à invasão, em geral, os navajo retaliaram como nunca.

Bandeira, Monument Valley, Nacao Navajo, Estados unidos

Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaçaa acima de uma das Mittens

Em simultâneo com a carnificina da Guerra Civil Norte-Americana, os anos de 1860-61, revelaram-se de tal maneira castigadores para os colonos e militares que ficaram conhecidos como “The Fearing Time”.

A Tortura Infame da Long Walk

A reacção não se fez esperar. Com base no Novo México, as forças da União comandadas por Kit Carson queimaram sistematicamente os cultivos dos navajo e levaram-nos primeiro à rendição e logo à condenação da Long Walk.

A Long Walk redundou numa deportação infame em que cerca de 9.000 homens, mulheres e crianças tiveram que caminhar no deserto durante quase 500 km até Fort Summer, onde o governo dos Estados Unidos tinha instalado Bosque Redondo, a primeira grande reserva índia. Após 18 dias de marcha, contaram-se mais de 200 mortos.

Daí em diante, as autoridades militares conseguiram manter e controlar os navajos nessa e noutras reservas que aumentaram de dimensão até ao seu território original.

Muitos nativos foram integrados no exército como batedores mas as permanentes agressões dos colonos civis e o preconceito impediram um melhor relacionamento entre os dois povos.

Nos dias que correm, esse fosso étnico e cultural continua por resolver.

Bandeira EUA, Nação Navajo-Monument Valley-nacao navajo, Estados Unidos

Bandeira alusiva à Navajo Nation esvoaça acima de uma das Mittens.

A Relação Complexa dos Navajo com os Soberanos Estados Unidos da América

Como parte da Nação Navajo, o Monument Valley Navajo Tribal Park nunca foi integrado na rede norte-americana de National Parks.

De acordo, todos os dez dólares pagos pelos visitantes revertem para o sustento do povo navajo que, após uma longa disputa com os governos federais, conquistou igualmente uma legislação (assente no código tribal), um Conselho e Tribunal Supremo próprios – instalados na capital Window Rock – bem como o direito de dispor de forças de autoridade autónomas.

Malgrado a relação bipolar que os nativos norte-americanos sempre mantiveram com Washington, os navajo conquistaram, aliás, uma curiosa reputação militar.

São famosos os seus code talkers recrutados pelos Marines durante a 2ª Guerra Mundial  para o teatro do Pacífico, com o fim de transmitirem mensagens tácticas secretas via telefone ou rádio, com base nos dialectos indígenas.

Para muitos nativos, esta e outras colaborações nunca tiveram a recompensa devida. Alguns anos antes, os Estados Unidos tinham negado aos Navajo assistência social porque os indígenas viviam numa sociedade comunal.

Mais recentemente, o financiamento federal da sub-nação indígena tem-se provado insuficiente para suprir a interioridade e as lacunas que a vitimam.

Durante a segunda metade do século XX, a mineração de urânio e de carvão representaram uma fonte de rendimentos significativa.

A procura de urânio diminuiu e, mais grave que isso, a população navajo desinformada acerca dos malefícios da radioactividade sofreu graves danos ecológicos e biológicos que, em 2005, levaram ao cancelamento da extracção.

Monument Valley do ar, Nação Navajo, Estados Unidos

Formações geológicas do Monument Valley, vistas do ar.

Sabe-se, hoje, que as terras ocre da Nação Navajo abrigam os recursos minerais mais importantes de todos os domínios nativos dos Estados Unidos mas os navajos continuam a depender de outras actividades.

O artesanato e o turismo complementaram-se e se muitas famílias contam com artesãos, alguns dos seus elementos também se vestem de cowboys para representarem os protagonistas em falta.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente

Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.
Perth, Austrália

Cowboys da Oceania

O Texas até fica do outro lado do mundo mas não faltam vaqueiros no país dos coalas e dos cangurus. Rodeos do Outback recriam a versão original e 8 segundos não duram menos no Faroeste australiano.
Albuquerque, E.U.A.

Soam os Tambores, Resistem os Índios

Com mais de 500 tribos presentes, o pow wow "Gathering of the Nations" celebra o que de sagrado subsiste das culturas nativo-americanas. Mas também revela os danos infligidos pela civilização colonizadora.
Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.

Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Mauna Kea, Havai

Mauna Kea: um Vulcão de Olho no Espaço

O tecto do Havai era interdito aos nativos por abrigar divindades benevolentes. Mas, a partir de 1968 várias nações sacrificaram a paz dos deuses e ergueram a maior estação astronómica à face da Terra
Pearl Harbor, Havai

O Dia em que o Japão foi Longe Demais

Em 7 de Dezembro de 1941, o Japão atacou a base militar de Pearl Harbor. Hoje, partes do Havai parecem colónias nipónicas mas os EUA nunca esquecerão a afronta.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Safari
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
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A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
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Aventura
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No final do século XIX, um chefe indígena cedeu os vulcões do PN Tongariro à coroa britânica. Hoje, parte significativa do povo maori reclama aos colonos europeus as suas montanhas de fogo.
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Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
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De “Estabelecimento” Francófono à Capital Crioula das Seychelles

Os franceses povoaram o seu “L’Établissement” com colonos europeus, africanos e indianos. Dois séculos depois, os rivais britânicos tomaram-lhes o arquipélago e rebaptizaram a cidade em honra da sua rainha Victoria. Quando a visitamos, a capital das Seychelles mantém-se tão multiétnica como diminuta.
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Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
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Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
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Está-nos nos genes. Pelo prazer de participar, por títulos, honra ou dinheiro, as competições dão sentido ao Mundo. Umas são mais excêntricas que outras.
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Num Nepal Mais Velho que o Mosteiro de Braga

Quatro dias de caminhada depois, dormimos aos 3.519 metros de Braga (Braka). À chegada, apenas o nome nos é familiar. Confrontados com o encanto místico da povoação, disposta em redor de um dos mosteiros budistas mais antigos e reverenciados do circuito Annapurna, lá prolongamos a aclimatização com subida ao Ice Lake (4620m).
Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
Étnico
Tabatô, Guiné Bissau

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Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
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O Mundo à Defesa – Castelos e Fortalezas que Resistem

Sob ameaça dos inimigos desde os confins dos tempos, os líderes de povoações e de nações ergueram castelos e fortalezas. Um pouco por todo o lado, monumentos militares como estes continuam a resistir.
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Ilhas
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Uma Sociedade à Margem

À sombra da fama quase planetária da vizinha Bora Bora, Maupiti é remota, pouco habitada e ainda menos desenvolvida. Os seus habitantes sentem-se abandonados mas quem a visita agradece o abandono.
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Oulu: uma Ode ao Inverno

Situada no cimo nordeste do Golfo de Bótnia, Oulu é uma das cidades mais antigas da Finlândia e a sua capital setentrional. A meros 220km do Círculo Polar Árctico, até nos meses mais frígidos concede uma vida ao ar livre prodigiosa.
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A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
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Natureza
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(I)Eminentes Annapurnas

Despertamos em Chame, ainda abaixo dos 3000m. Lá  avistamos, pela primeira vez, os picos nevados e mais elevados dos Himalaias. De lá partimos para nova caminhada do Circuito Annapurna pelos sopés e encostas da grande cordilheira. Rumo a Upper Pisang.
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Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Parques Naturais
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No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Ilha de Miyajima, Xintoismo e Budismo, Japão, Portal para uma ilha sagrada
Património Mundial UNESCO
Miyajima, Japão

Xintoísmo e Budismo ao Sabor das Marés

Quem visita o tori de Itsukushima admira um dos três cenários mais reverenciados do Japão. Na ilha de Miyajima, a religiosidade nipónica confunde-se com a Natureza e renova-se com o fluir do Mar interior de Seto.
ora de cima escadote, feiticeiro da nova zelandia, Christchurch, Nova Zelandia
Personagens
Christchurch, Nova Zelândia

O Feiticeiro Amaldiçoado da Nova Zelândia

Apesar da sua notoriedade nos antípodas, Ian Channell, o feiticeiro da Nova Zelândia não conseguiu prever ou evitar vários sismos que assolaram Christchurch. Com 88 anos de idade, após 23 anos de contrato com a cidade, fez afirmações demasiado polémicas e acabou despedido.
Jabula Beach, Kwazulu Natal, Africa do Sul
Praias
Santa Lucia, África do Sul

Uma África Tão Selvagem Quanto Zulu

Na eminência do litoral de Moçambique, a província de KwaZulu-Natal abriga uma inesperada África do Sul. Praias desertas repletas de dunas, vastos pântanos estuarinos e colinas cobertas de nevoeiro preenchem esta terra selvagem também banhada pelo oceano Índico. Partilham-na os súbditos da sempre orgulhosa nação zulu e uma das faunas mais prolíficas e diversificadas do continente africano.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Religião
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
Comboio do Fim do Mundo, Terra do Fogo, Argentina
Sobre Carris
Ushuaia, Argentina

Ultima Estação: Fim do Mundo

Até 1947, o Tren del Fin del Mundo fez incontáveis viagens para que os condenados do presídio de Ushuaia cortassem lenha. Hoje, os passageiros são outros mas nenhuma outra composição passa mais a Sul.
Nissan, Moda, Toquio, Japao
Sociedade
Tóquio, Japão

À Moda de Tóquio

No ultra-populoso e hiper-codificado Japão, há sempre espaço para mais sofisticação e criatividade. Sejam nacionais ou importados, é na capital que começam por desfilar os novos visuais nipónicos.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.