Vale da Morte, E.U.A.

O Ressuscitar do Lugar Mais Quente


Caminhantes-trilho-Zabriskie-Point-Vale-da-Morte-California-EUA
Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.
Água má
Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.
Padrão da erosão
Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.
Uma Vista Dantesca
Vista infernal do Vale da Morte do topo de uma elevação em redor.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Ainda mais DIP
Placa de trânsito assinala uma depressão suplementar no já profundo Vale da Morte (86 metros) abaixo do nível do mar.
Escultura de erosão
Cenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.
Eureka
Pegadas nas dunas de Eureka.
Vastidão-Dunas-Eureka-Vale-da-Morte-California-EUA
A suavidade das dunas baixas de Eureka reforça a rudeza das montanhas por detrás.
Carro-percorre-Vale-da-Morte-California-Estados-Unidos-da-America
Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte
117 F –
Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.
Desde 1921 que Al Aziziyah, na Líbia, era considerado o lugar mais quente do Planeta. Mas a polémica em redor dos 58º ali medidos fez com que, 99 anos depois, o título fosse devolvido ao Vale da Morte.

Não era a primeira vez que partíamos de Seal Beach, nos arredores de Los Angeles, para longos périplos rodoviários pela Califórnia e outros estados do Oeste norte-americano.

Dessa vez, no entanto, Tia Lily e Uncle Guy – assim nos habituámos a tratar estes familiares do outro lado do Mundo – pareciam-nos mais inquietos que o normal e repetiam vezes sem conta um mesmo pedido: “Não se esqueçam de ligar, O.K.? Pelo menos quando chegarem aos hotéis. Vejam lá se não se esquecem!”

Resistimos à curiosidade por algum tempo. É precisamente quando estamos prestes a perguntar o porquê de tanta preocupação que Uncle Guy aparece com seis ou sete paletes de garrafas de água para colocarmos no porta-bagagens e resolvemos o mistério: o Vale da Morte!

Estavam com receio do Vale da Morte e que não lhe resistíssemos.

Fazemos os possíveis para sossegamos os anfitriões. Assim que a missão nos parece cumprida, saímos para o asfalto do Orange County, apontados para as profundezas da Califórnia.

Dante's View, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Vista infernal do Vale da Morte a partir do Dante’s Viewpoint.

Rumo às Profundezas Dantescas da Califórnia

Percorremos centenas de quilómetros da Highway 15, em grande parte, ao longo do deserto de Mojave. Passamos a cidade perdida no nada de Barstow. Pouco depois, cortamos para norte.

À medida que completamos os quilómetros finais do percurso na Highway 190, a temperatura sobe a olhos vistos. O termómetro digital verde-fósforo do carro só a informa em Fahrenheit e é com saltos surpreendentes nesta escala que constatamos como a fornalha se intensifica no exterior: 103F … 107F … 109F…

Termómetro de carro marca 117 graus Fahrenheit, ainda a umas dezenas de km do âmago do Vale da Morte.

Quando chegamos a Dante’s View, o calor já vai nos 47.2º (117F) e ainda estamos bem acima da depressão coberta de sal afundada por sismos pré-históricos consecutivos, no sopé da cordilheira de Panamint.

BadWater Basin faz parte daquela vista longínqua. Marca o ponto mais profundo da América do Norte.

Brota, ali, do subsolo alguma água para a superfície mas a salinização é tal que, por muito que ao longo da história do Oeste, as caravanas de mulas sedentas a quisessem beber, aquela nascente só serviu de salvação às algas, insectos e caracóis intrépidos que a continuam a colonizar.

Badwater Basin, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Planície de sal de Badwater Uma das vastidões de sal que cobrem o Vale da Morte.

Demasiado Quente para se Suportar

O dia avança e é cozinhado pela radiação solar. Para  evitarmos que nos aconteça o mesmo, regressamos ao interior de estufa do carro e, enquanto invertemos para o coração habitacional do vale, ligamos o ar condicionado na sua máxima força.

Pelo caminho, ainda desviamos para espreitar o Natural Bridge Canyon e o percurso íngreme mas insignificante até à primeira sombra concedida pelo desfiladeiro prova-se uma espécie de tortura infligida pelo ar ardente e seco nos pulmões.

Natural Bridge, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Visitante percorre a ladeira que conduz à Natural Bridge.

Conduzimos ao longo das encostas coloridas do Artist Drive quando reparamos que o sol já está a pique. Ocorre-nos que é melhor recuperarmos da exaustão num ambiente refrigerado de Furnace Creek, antes de nos metermos em novas incursões.

Um bar prenda-nos e a outros visitantes com sprinklers a todo o comprimento da sua arcada. No interior, encontramos limonada gelada e a bebida complementa aquele tratamento misericordioso.

Os Resilientes Nativos-Moradores Timbisha

Por outros motivos de que só eles e os seus deuses estarão a par, os índios Timbisha habitam o Vale da Morte e o oásis de Furnace Creek há séculos e a tribo tem inclusive uma reserva na zona.

São, hoje, apenas 15 ou 16 elementos mas formam a maior parte da população local que diminuiu para 24 pessoas. Em tempos, a comunidade foi bastante mais significativa e forneceu os artesãos e trabalhadores que ajudaram a erguer os edifícios do resort original da companhia Fred Harvey bem como as infraestruturas do parque.

Muito antes disso, outras sociedades tinham explorado as riquezas geológicas do vale, caso da Pacific Coast Borax Company que, com recurso a 20 parelhas de mulas, extraía o mineral e transportava-o através do deserto de Mojave para vender a empresas químicas e produzir o seu então famoso sabão Boraxo.

Na altura, o local que acolhia as instalações chamava-se Greenland Ranch, um nome que nunca iludiu os trabalhadores, massacrados pelo sol dia após dia.

Placa da estrada Artist Drive, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Placa identifica Artist Drive, uma zona assim chamada pela palete de cores das encostas em redor

58º: Demasiado Quente para Ser Verdade

1913 revelou-se um ano climático extraordinário, com calor bastante mais intenso que o habitual. Em 10 de Julho, a estação meteorológica da povoação registou 56.7º.

Nesse mesmo mês, tinha sido verificada uma sequência de 5 dias com máxima de 54º ou superior e, coincidência ou não, a 8 de Janeiro, o Vale da Morte vivera a sua temperatura invernal mais baixa: -10º. O record positivo não tardou ter competição.

Desde 1919 que os militares italianos estacionados numa base situada 55 km a sul de Tripoli, levavam a cabo medições de temperatura extremas. Três anos depois, as autoridades comunicaram ter obtido 58º em Al-Aziziyah, a 13 de Setembro de 1922.

Este valor conquistou a aceitação generalizada da temperatura mais elevada do Mundo, registada sob condições standard. O recorde consta ainda em incontáveis obras geográficas e manuais escolares mas encontrou diversos opositores ao longo do tempo.

Amilcare Fantoli e a Medição Errónea de Al-Azizyah

Um deles, o fisicista italiano Amilcare Fantoli analisou as condições em que havia sido realizada a medição. Questionou-as em diversos artigos dedicados e esclareceu no volume 18 da Rivista di Meteorologia Aeronautica, de 1958: “em 1922, não podíamos deixar de crer no número exibido, também explicitamente confirmado, via rádio, pelos militares situados em El-Aziz, (outro dos grafismos de Al-Azizyah) que permanecia isolada há algum tempo por razões estratégicas e, pouco depois, pela observação das folhas de registos… quando era possível ver esses dados… “.

Depois de descrever de forma exaustiva os instrumentos e procedimentos usados na medição, Fantoli opinou que “a temperatura máxima extrema terá sido de apenas 56º”.

Vale esculpido pela erosão, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da AméricaCenário desgastado pelas chuvas raras mas abrasivas que se abatem uma vez por outra sobre o Vale da Morte.

No passado dia 17 de Setembro, a OMM – a agência meteorológica das Nações Unidas –  comunicou o resultado de uma investigação levada a cabo em 2010 e 2011 por um painel de peritos líbios, italianos, espanhóis, egípcios, franceses, marroquinos, argentinos, norte-americanos e britânicos que concluiu existirem cinco problemas distintos com a medição de Al-Azizyah.

Falhas Diversas e as Improbabilidades Geográficas do Velho Record

O primeiro a considerar foi a instrumentação problemática: o termómetro habitual da estação tinha-se recentemente danificado e foi substituído por um outro convencional parecido com os usados nas estufas. Apontou-se, em seguida, um mais que provável observador inexperiente que a OMM concluiu ter feito a medição com base na extremidade oposta do cilindro no interior do termómetro.

Assinalou-se ainda o facto de “o ponto de medição estar colocado sobre um material de tipo asfalto não representativo do solo nativo do deserto e, por fim, “a pobre equivalência daquela temperatura extrema face às registadas em localidades próximas e má equivalência de temperaturas subsequentes registadas no mesmo local”.

Malgrado os ventos quentes Ghibli, que sopram do coração do Deserto do Saara sobre as montanhas Jabal Nafusah e são aquecidos à medida que descem das encostas viradas a norte, a distância de Al-Azizyah para o Mar Mediterrâneo não parecia permitir uma temperatura tão extrema.

Ao serem verificados os dados de lugares circundantes para essa data – Tripoli, Sidi Mesri, Homs, Zuara Marina, entre outros – todos ficavam demasiado abaixo do esperado, nalguns casos, tanto como 20º.

Encosta abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Encosta erodida junto ao Zabriskie Point.

99 anos depois, um Vale da Morte mais quente que nunca

Em jeito de condenação final, os peritos concluíram que a medição de 1922 terá sido cerca de 7 graus centígrados mais elevada que o valor real. A agência comunicou recentemente a sua invalidação e a reabilitação do recorde de Greenland Ranch, de 1913.

A medida era há muito aguardada e comentada. Em Novembro de 2010, o Daily Telegraph, por exemplo, tinha já publicado um artigo irónico com o título “Broken Termometer led to a record breaker”.

Os poucos habitantes do Vale da Morte e os E.U.A., em geral, receberam a notícia com enorme agrado. O título do lugar mais quente tem o mesmo peso para os meteorologistas que o do Monte Evereste ostenta para os geógrafos.

A sua reconquista deverá trazer notoriedade acrescida e muitos mais forasteiros intrigados que, como nós, o visitam em plena época estival pelo privilégio de comprovar a sua agreste realidade climatérica. Mas, no passado, alguns visitantes não a compreenderam ou respeitaram como era devido. Saiu-lhes caro.

A Vista Marciana a Partir do Zabriskie Point

Falta-nos a paciência necessária para esperar que arrefeça. Furnace Creek e o Vale da Morte ainda escaldam quando deixamos o bar e voltamos ao volante.

Apontamos para o famoso Zabriskie Point, uma secção da cordilheira de Amargosa em tempos submersa pelo lago pré-histórico de Furnace Creek que recebeu o apelido de Christian Brevoort Zabriskie, vice-presidente e gerente da Pacific Coast Borax Company.

Do topo do miradouro, percebem-se os trilhos que atravessam a superfície extraterrestre de Badlands.  As linhas sinuosas do percurso convidam à aventura mas um aviso do Death Valley National Park alerta sobre os riscos envolvidos e não se coíbe de descrever uma das tragédias passadas para desmobilizar os mais incautos.

Caminhantes abaixo do Zabriskie Point, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Casal percorre um trilho abrasivo, nas imediações do Zabriskie Point.

Ingrid e Gerhard Jonas: Morte no Vale. A Dois.

Tinham decorrido apenas alguns dias das férias norte-americanas de Ingrid e Gerhard Jonas quando chegaram ao Vale da Morte. O guia que usavam descrevia a excentricidade do cenário entre o Golden Canyon e Zabriskie Point. Gerhard estava habituado a caminhadas bem mais longas.

Mal aconselhado pela aparente insignificância dos 4.8km do percurso e pela proximidade da povoação de Furnace Creek, desprezou que se estava em Junho e já era meio-dia, que a temperatura ia nos 37º e iria aumentar bastante. Equivocou-se também ao concluir que menos de um litro de água seria suficiente para se manter hidratado.

Combinaram que Ingrid conduziria até à outra extremidade do percurso e se encontrariam em Zabriskie Point, de onde poderia, inclusive, observá-lo a aproximar-se na paisagem colorida.

Passadas três horas, Ingrid não via sinal do marido. Avisou os rangers do parque e estes iniciaram uma busca sob uma temperatura de 45º. Um breve sobrevoo da avioneta de serviço revelou Gerhard, inconsciente, nas terras mais baixas de Gower Gulch. Os rangers alcançaram-no uma hora e meia depois do alerta.

Tinha sucumbido à insolação e ao esgotamento apenas 5 horas depois de ter deixado a esposa. O Vale da Morte fez jus ao nome e reclamou nova vítima. Desde o meio dos anos 90 foram pelo menos doze. A título de curiosidade, o uso displicente dos GPS’s com que vêm equipadas as viaturas alugadas contribuiu para alguns dos casos.

Tons quentes num vale escaldante

Carro percorre uma recta ao longo de uma planície colorida mas inóspita do Vale da Morte

O Perfil Extremo e Excêntrico do Vale da Morte

Em termos de geologia e geografia, o Vale da Morte justifica tanto as temperaturas recordistas como alguma apreensão e receio. Nenhum outro exibe uma combinação tão radical de profundidade e morfologia, a principal razão para as temperaturas de Verão extremas.

O Vale da Morte forma uma bacia longa e apertada situada a 85 metros abaixo do nível do mar. Apesar de depressivo, é enclausurado por montanhas íngremes iminentes e outras mais distantes, com auges óbvios no monte Telescope (3367 m) – o mais destacado da serrania de Panamint – e no Monte Whitney (4.421m), este, a maior elevação dos Estados Unidos contíguos, a apenas 136 km de distância.

São quatro as cordilheiras que retêm as nuvens procedentes do oceano Pacífico. As mesmas que as forçam a subir e a descarregar sob a forma de chuva ou neve ainda nas suas vertentes ocidentais. As provenientes do Atlântico e do Golfo do México, em particular, distam demasiado para ali poderem chegar com frequência significativa.

De acordo, o ar sobre o Vale da Morte é seco e rarefeito e a sua escassa vegetação convidam o sol a aquecer a superfície do deserto. O calor que irradia das rochas e do solo sobe mas fica aprisionado entre as encostas que o cercam e é forçado a descer.

As bolsas de ar descendente são apenas ligeiramente menos quentes que o ar circundante. À medida que regressam ao solo, a baixa pressão atmosférica submete-as a uma forte compressão e aquecem ainda mais que na origem.

A Panóplia de Temperaturas Recordistas do Vale da Morte

De Junho a Outubro, a repetição deste processo resulta nas temperaturas atmosféricas mais altas à face da Terra, um fenómeno que se pode arrastar sem fim aparente. Em 2001, o Verão do Vale da Morte teve 154 dias consecutivos com máximas superiores a 37º.

Em 1996,  foram quarenta dias acima dos 48º e cento e cinco com mais de 43º. Na manhã do passado dia 12 de Julho, o Death Valley bateu dois outros recordes não tão badalados mas relevantes. Imediatamente antes do nascer do sol, o termómetro de Furnace Creek tinha descido de uma máxima diurna de 53.3º para uns módicos 41.7º.

Registaram-se, assim, a temperatura mínima mais elevada à face da Terra e a sua temperatura média mais alta em 24 horas: 47.5º.

Dunas de Eureka, Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos da América

Pegadas nas dunas de Eureka.

Na data em que o exploramos, ao invés, o fim da tarde concede um alívio bastante aceitável que aproveitamos para examinar outros recantos e cenários: a pequena estação rodoviária de Stovepipe Wells, as ruínas da Harmony Borax Works, o Mustard Canyon e as expansões de dunas de Mesquite e Eureka.

Entretanto, o grande astro cai para detrás da cordilheira de Panamint. A sombra instala-se, depois o lusco-fusco e logo a escuridão. Apesar da pseudo-frescura da noite, o Vale da Morte já era, de novo, o lugar mais quente à superfície do Planeta.

Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Damaraland, Namíbia

Namíbia On the Rocks

Centenas de quilómetros para norte de Swakopmund, muitos mais das dunas emblemáticas de Sossuvlei, Damaraland acolhe desertos entrecortados por colinas de rochas avermelhadas, a maior montanha e a arte rupestre decana da jovem nação. Os colonos sul-africanos baptizaram esta região em função dos Damara, uma das etnias da Namíbia. Só estes e outros habitantes comprovam que fica na Terra.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Deserto de Atacama, Chile

A Vida nos Limites do Deserto de Atacama

Quando menos se espera, o lugar mais seco do mundo revela novos cenários extraterrestres numa fronteira entre o inóspito e o acolhedor, o estéril e o fértil que os nativos se habituaram a atravessar.
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
Las Vegas, E.U.A.

O Berço da Cidade do Pecado

Nem sempre a famosa Strip concentrou a atenção de Las Vegas. Muitos dos seus hotéis e casinos replicaram o glamour de néon da rua que antes mais se destacava, a Fremont Street.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
A pequena-grande Senglea II
Arquitectura & Design
Senglea, Malta

A Cidade Maltesa com Mais Malta

No virar do século XX, Senglea acolhia 8.000 habitantes em 0.2 km2, um recorde europeu, hoje, tem “apenas” 3.000 cristãos bairristas. É a mais diminuta, sobrelotada e genuína das urbes maltesas.
Aventura
Viagens de Barco

Para Quem Só Enjoa de Navegar na Net

Embarque e deixe-se levar em viagens de barco imperdíveis como o arquipélago filipino de Bacuit e o mar gelado do Golfo finlandês de Bótnia.
Cena natalícia, Shillong, Meghalaya, Índia
Cerimónias e Festividades
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Lençóis da Bahia, Diamantes Eternos, Brasil
Cidades
Lençois da Bahia, Brasil

Lençois da Bahia: nem os Diamantes São Eternos

No século XIX, Lençóis tornou-se na maior fornecedora mundial de diamantes. Mas o comércio das gemas não durou o que se esperava. Hoje, a arquitectura colonial que herdou é o seu bem mais precioso.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
Saida Ksar Ouled Soltane, festival dos ksour, tataouine, tunisia
Cultura
Tataouine, Tunísia

Festival dos Ksour: Castelos de Areia que Não Desmoronam

Os ksour foram construídos como fortificações pelos berberes do Norte de África. Resistiram às invasões árabes e a séculos de erosão. O Festival dos Ksour presta-lhes, todos os anos, uma devida homenagem.
Natação, Austrália Ocidental, Estilo Aussie, Sol nascente nos olhos
Desporto
Busselton, Austrália

2000 metros em Estilo Aussie

Em 1853, Busselton foi dotada de um dos pontões então mais longos do Mundo. Quando a estrutura decaiu, os moradores decidiram dar a volta ao problema. Desde 1996 que o fazem, todos os anos. A nadar.
jet lag evitar voo, jetlag, turbulência
Em Viagem
Jet Lag (Parte 1)

Evite a Turbulência do Pós Voo

Quando voamos através de mais que 3 fusos horários, o relógio interno que regula o nosso organismo confunde-se. O máximo que podemos fazer é aliviar o mal-estar que sentimos até se voltar a acertar.
Passagem, Tanna, Vanuatu ao Ocidente, Meet the Natives
Étnico
Tanna, Vanuatu

Daqui se Fez Vanuatu ao Ocidente

O programa de TV “Meet the Natives” levou representantes tribais de Tanna a conhecer a Grã-Bretanha e os E.U.A. De visita à sua ilha, percebemos porque nada os entusiasmou mais que o regresso a casa.
tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

Sensações vs Impressões

António do Remanso, Comunidade Quilombola Marimbus, Lençóis, Chapada Diamantina
História
Lençois da Bahia, Brasil

A Liberdade Pantanosa do Quilombo do Remanso

Escravos foragidos subsistiram séculos em redor de um pantanal da Chapada Diamantina. Hoje, o quilombo do Remanso é um símbolo da sua união e resistência mas também da exclusão a que foram votados.
Viagem São Tomé, Equador, São Tomé e Principe, Pico Cão Grande
Ilhas
São Tomé, São Tomé & Príncipe

Viagem até onde São Tomé Aponta o Equador

Fazemo-nos à estrada que liga a capital homónima ao fundo afiado da ilha. Quando chegamos à Roça Porto Alegre, com o ilhéu das Rolas e o Equador pela frente, tínhamo-nos perdido vezes sem conta no dramatismo histórico e tropical de São Tomé.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Recompensa Kukenam
Literatura
Monte Roraima, Venezuela

Viagem No Tempo ao Mundo Perdido do Monte Roraima

Perduram no cimo do Monte Roraima cenários extraterrestres que resistiram a milhões de anos de erosão. Conan Doyle criou, em "O Mundo Perdido", uma ficção inspirada no lugar mas nunca o chegou a pisar.
Monteverde, Costa Rica, quakers, Reserva Biológica Bosque Nuboso, caminhantes
Natureza
Monteverde, Costa Rica

O Refúgio Ecológico que os Quakers Legaram ao Mundo

Desiludidos com a propensão militar dos E.U.A., um grupo de 44 Quakers migrou para a Costa Rica, nação que havia abolido o exército. Agricultores, criadores de gado, tornaram-se conservacionistas. Viabilizaram um dos redutos naturais mais reverenciados da América Central.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Maria Jacarés, Pantanal Brasil
Parques Naturais
Miranda, Brasil

Maria dos Jacarés: o Pantanal abriga criaturas assim

Eurides Fátima de Barros nasceu no interior da região de Miranda. Há 38 anos, instalou-se e a um pequeno negócio à beira da BR262 que atravessa o Pantanal e ganhou afinidade com os jacarés que viviam à sua porta. Desgostosa por, em tempos, as criaturas ali serem abatidas, passou a tomar conta delas. Hoje conhecida por Maria dos Jacarés, deu nome de jogador ou treinador de futebol a cada um dos bichos. Também garante que reconhecem os seus chamamentos.
Forte de São Filipe, Cidade Velha, ilha de Santiago, Cabo Verde
Património Mundial UNESCO
Cidade Velha, Cabo Verde

Cidade Velha: a anciã das Cidades Tropico-Coloniais

Foi a primeira povoação fundada por europeus abaixo do Trópico de Câncer. Em tempos determinante para expansão portuguesa para África e para a América do Sul e para o tráfico negreiro que a acompanhou, a Cidade Velha tornou-se uma herança pungente mas incontornável da génese cabo-verdiana.

Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Personagens
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Praias
Gizo, Ilhas Salomão

Gala dos Pequenos Cantores de Saeraghi

Em Gizo, ainda são bem visíveis os estragos provocados pelo tsunami que assolou as ilhas Salomão. No litoral de Saeraghi, a felicidade balnear das crianças contrasta com a sua herança de desolação.
Rocha Dourada de Kyaikhtiyo, Budismo, Myanmar, Birmania
Religião
Monte Kyaiktiyo, Myanmar

A Rocha Dourada e em Equilíbrio de Buda

Andamos à descoberta de Rangum quando nos inteiramos do fenómeno da Rocha Dourada. Deslumbrados pelo seu equilíbrio dourado e sagrado, juntamo-nos à peregrinação já secular dos birmaneses ao Monte Kyaiktyo.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Salão de Pachinko, video vício, Japão
Sociedade
Tóquio, Japão

Pachinko: o Vídeo – Vício Que Deprime o Japão

Começou como um brinquedo mas a apetência nipónica pelo lucro depressa transformou o pachinko numa obsessão nacional. Hoje, são 30 milhões os japoneses rendidos a estas máquinas de jogo alienantes.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Vida Selvagem
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
The Sounds, Fiordland National Park, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Fiordland, Nova Zelândia

Os Fiordes dos Antipodas

Um capricho geológico fez da região de Fiordland a mais crua e imponente da Nova Zelândia. Ano após anos, muitos milhares de visitantes veneram o sub-domínio retalhado entre Te Anau e Milford Sound.