Florida Keys, E.U.A.

A Alpondra Caribenha dos E.U.A.


Via caribenha
Veleiro destacado no Manatee Creek, a alguns quilómetros de Key Largo.
Liberdade dourada
Banhista sobre a a?gua rasa numa praia do Bahia Honda State Park.
To Bridge
Sinal indica o acesso à Overseas Highway, uma sucessão de pontes sobre o limiar leste do Golfo do México.
Tropicalidade
Banhista passeia ao longo do litoral do Bahia Honda State Park.
A praia possível
Delimitac?a?o do estacionamento da Anne's Beach, a sul de Islamorada.
O 900136
Identificac?a?o catalogada de um Crocodile Crossing, a caminho de Key Largo.
Docking Lot
Lanchas ancoradas num brac?o de mar Lower Matecumbe Key.
Um Ocaso ao caso
Pedestres sobre a velha estrutura rodovia?ria do Florida East Coast Railway de Henry Flagler, no Bahia Honda State Park
“Dossier Pelicano”
Pelicanos dominam um passadic?o de um embarcadouro de Matecumbe Key
Posto à sombra
Seguranc?a controla a entrada de um dos muitos resorts com beira-mar privada.
O outro lado
Sol ilumina um dos longos tabuleiros de beta?o da Overseas Highway.
Entre mangues
Banhistas divertem-se nas águas do John Kennencamp Marine Park, nas imediações de Key Largo.
Locusta
Monumento kitsch à lagosta e ao mar excêntrico das Florida Keys, em Islamorada.
Feitiço da noite
Crepúsculo apodera-se da Anne's Beach, à saída de Islamorada.
Um Pouso conveniente
Torre de sinalização marinha ao largo do John Kennencamp Marine Park.
Estrada sobre o mar
Perspectiva da Overseas Highway a partir de Pigeon Key.
Praia prateada
Momentos antes do ocaso numa praia do Bahia Honda National Park, com a antiga linha do caminho de ferro em fundo.
À coca
Pelicanos espreitam a sua oportunidade enquanto um pescador dá isco a grandes peixes, à saída de Islamorada.
Do lado de cá
Pescadores num tabuleiro lateral e inferior da Overseas Highway, uma longa sucessão de pontes rodoviárias
Caminho marítimo
Placas de sinalização& nas águas caribenhas do John Kennencamp Marine Park, ao largo de Key Largo.
Os Estados Unidos continentais parecem encerrar-se, a sul, na sua caprichosa península da Flórida. Não se ficam por aí. Mais de cem ilhas de coral, areia e mangal formam uma excêntrica extensão tropical que há muito seduz os veraneantes norte-americanos.

São dez e meia da manhã. Miami estava uma hora e noventa quilómetros para trás. Tínhamos também deixado a vastidão verdejante e ensopada dos Southern Glades e continuávamos rumo à origem da U.S. Hwy 1, em grande parte denominada de Overseas Highway por a sua estrutura de asfalto e betão assentar no mar.

Esta estrada emblemática dos Estados Unidos levava-nos pela região anfíbia dos Sounds das Florida Keys adentro, ora por viadutos elevados face à vastidão de mangues e arvoredo alagado, ora por vias térreas mas em que vedações e sucessivas placas proibitivas mantinham inacessível a paisagem em redor.

Não era para menos. À imagem dos famosos Everglades, os Southern Glades e a sua extensão marinha mantêm-se selvagens até mais não.

Pantanosos e labirínticos, abrigam espécies como os crocodilos americanos, os jacarés e as panteras da flórida (pumas endémicos) que, confrontadas com a necessidade e a oportunidade, não desperdiçariam uma refeição humana.

É, assim, com algum alívio que vemos aparecer um desvio na estrada para um reduto em que, tudo aparentava, poderíamos sair do carro a salvo e desentorpecer as pernas.

Pelican Cay RV park: um Insólito Refúgio dos Glades

Uma placa sinalizava a eminência de um Pelican Cay RV park. Um segundo sinal alertava que estávamos numa zona de “Crocodile Crossing” e uma impressão grafitada no muro que delimitava a estrada especificava que se tratava da área de travessia dos répteis US1 900136.

Crocodile Crossing, junto ao Pelican Cay RV park, Florida Keys, Estados Unidos da América

Identificação catalogada de um Crocodile Crossing, a caminho de Key Largo.

As autoridades tinham os bichos e os seus movimentos catalogados e controlados. Ao contrário de nós que depressa suspeitamos que não deveríamos ali ficar muito mais tempo.

Damos com um parque de estacionamento e com um complexo de recreação privado e guardado a condizer. Antes de chegarmos ao pórtico de entrada, novo aviso com direito a tradução em castelhano chama-nos a atenção “No coolers, No Outside Food or Beverage”.

Os proprietários levavam a sério o seu direito ao lucro. De tal maneira que o segurança responsável pela cancela nos faz abrir o porta-bagagens e vasculha o habitáculo e a mala em busca de transgressões.

Dizemos-lhe que só vamos dar uma espreitadela ao lugar. O funcionário relaxa das suas funções e concede-nos a entrada.

Uma Elaborada Base para Pescarias

Atravessamos um grande bar desafogado com visual de resort.

Só do lado de lá percebemos que estávamos na margem de um dos muitos braços de mar que sulcavam a região, um tal de Manatee Creek que ligava aquela esguelha de terra à imensidão marinha das Florida Keys.

Manatee Creek, Florida, Estados Unidos da América

Veleiro destacado no Manatee Creek, a alguns quilómetros de Key Largo

Na ausência de areais, tendo em conta a perigosidade animal daquelas águas, o complexo funcionava como um dos inúmeros antros em que os pescadores da Florida se alojavam.

De onde zarpavam para pescarias ao largo, onde conviviam e trocavam as suas peripécias em noites bem regadas.

Os próprios quartos do estabelecimento, palafíticos, davam para o canal.

Em vez de carros – como acontecia em quase todos os motéis espalhados pelos Estados Unidos – tinham às portas embarcadouros e lanchas apetrechadas de grandes canas-de-pesca.

Sentamo-nos por breves momentos a examinar o lugar. Ainda acompanhámos a partida de duas dessas embarcações para alto-mar.  Em seguida, retomámos a nossa própria jornada.

Rumo à Longa Alpondra da Flórida

Dali, a US Hwy 1 prosseguia para sudoeste até encontrar a longa barreira de terra que separava as Florida Keys do Mar das Caraíbas. Intersectámo-la em Key Largo, a maior das Keys (ilhotas), com quase 53 km de extensão. Key Largo assume-se como uma meca do mergulho.

A sua costa sul dá para um recife de coral bem preservado que atrai snorkelers e mergulhadores aos magotes ao seu John PennenKamp Coral Reef State Park, o primeiro parque submarino dos E.U.A.

Entre mangues

Quando por lá passamos, o vento forte e uma camada persistente de nuvens reduziam a visibilidade subaquática a um quase nada.

Apostados em mantermos intacta a reputação sedutora e tropical daquele limiar das Caraíbas, mantemo-nos em terra.

Vasculhamos como por ali se entretinham os americanos veraneantes, entregues a expedições de caiaque e paddleboard entre os mangues, a exercícios de passes de futebol americano ou leituras nas enseadas dissimuladas pela verdura da beira-mar.

Entretanto desata a chover. Era o pretexto ideal para abreviarmos novo regresso à estrada. Tínhamos estadia marcada em Islamorada. O destino do dia distava 40km. Nesse trecho, a esplendorosa e arrojada  engenharia da Overseas Highway começaria a surpreender-nos.

Viagem pela História das Florida Keys

Por volta de 1920, a extensão peculiar e insular da Flórida despoletou grande interesse de investidores imobiliários.

Interessados em valorizar milhares de hectares no limiar do arquipélago que deliciariam a comunidade de pescadores da nação, esses investidores aliaram-se ao Miami Motor Club.

Com o caminho de ferro entretanto completo e o serviço de ferry que transportava veículos até certas zonas insuficiente, pareceu a todos que a construção de uma via seria não só exequível como premente.

Aos poucos e contra sucessivos contratempos, o projeto foi concretizado ainda que os espaços entre as ilhas mais distantes tenham continuado a depender dos ferries.

Indicação de acesso a uma ponte da Overseas Highway, Florida Keys, Estados Unidos da América

Sinal indica o acesso à Overseas Highway, uma sucessão de pontes sobre o limiar leste do Golfo do México.

Passadas as dificuldades financeiras da Grande Depressão da década de 30, a obra foi retomada.

Milhares de homens ainda desenquadrados pela participação na 1ª Guerra Mundial e carecidos de rendimentos, obraram uma longa autoestrada marinha única, em boa parte assente em pilares fixos no leito marinho.

Em 1935, um ciclone de categoria 5 varreu a zona.

Destruiu muita da infraestrutura rodoviária e vitimou 400 trabalhadores, mais de metade veteranos da 1ª Guerra e, nalguns casos, também as suas famílias. A catástrofe fez as autoridades abortarem a construção.

Dissipada a polémica intensa levantada pelo furacão, viria a ser retomada num trajeto distinto.

A Overseas Highway com percurso íntegro do sul da Flórida até Key West em que agora conduzíamos, só seria inaugurada em 1938.

No ano seguinte, o Presidente Roosevelt percorreu-a com a devida pompa e circunstância.

Arcos dourados da Overseas Highway, Florida Keys, Estados Unidos da América.

Sol ilumina um dos longos tabuleiros de betão da Overseas Highway.

De Key Largo, descemos pela estreita faixa de terra que, como por clemência geológica, os milénios legaram ao Mar das Caraíbas.

A Overseas Highway foi imposta às maiores de todas as keys da Florida, uma longa cadeia que vem desde a Biscaine Bay, a sul de Miami, e se prolonga por quase 200km até ao improvável extremo peninsular de Key West, a maior das suas cidades.

braço de mar Lower Matecumbe Key, Florida Keys, Estados Unidos da América

Lanchas ancoradas num braço de mar Lower Matecumbe Key.

Seven Mile Bridge e umas Milhas mais até Key West

Chegados à Islamorada que nos acolheria nessa noite, instalamo-nos no hotel. Saímos de imediato à descoberta.

Uma realidade para que devíamos estar avisados naquele contexto marginal mas, ainda assim, capitalista dos E.U.A., surpreendeu-nos.

Por mais que nos esforçássemos, o acesso ao litoral iminente era monopolizado pelas propriedades particulares, casas de férias, hotéis, resorts e afins.

Rua de Islamorada com o mar azulão em fundo

Segurança controla a entrada de um dos muitos resorts com beira-mar privada.

De quando em quando, lá aparecia o fim de uma rua transversal que permitia a visão do oceano, em retalhos incaracterísticos, pouco ou nada atrativos.

Só 10km para sudoeste, demos com uma praia pública, um retalho de areal salpicado por mangue que o recuar da maré vazia descobria, como revelava o imenso leito superficial para diante.

A Anne’s Beach prestava-se mais a passeios caribenhos anfíbios que a banhos.

Entrada para Anne's Beach, Islamorada, Florida Keys, Estados Unidos da América

Delimitação do estacionamento da Anne’s Beach, a sul de Islamorada

Abandonamo-la em busca de alternativas.  Em Lower Matecumbe Key, encontramos “Robbies” um novo recanto surreal das keys, um complexo bar-esplanada, dotado de lojinhas de pesca e de recordações com extensão para novo ancoradouro.

Parte dos seus passadiços delimitavam viveiros repletos de grandes peixes.

Os visitantes compravam baldes de isco e entretinham-se a alimentá-los. Como seria de esperar, os pelicanos caribenhos tornaram-se clientes habituais do lugar.

embarcadouro de Matecumbe Key, Florida Keys, Estados Unidos da América

Pelicanos dominam um passadiço de um embarcadouro de Matecumbe Key

Quando lá entramos, patrulhavam os passadiços.

Roubavam pedaços de peixe e disputavam-nos com alarido, para entretenimento das famílias que ali almoçavam ou se preparavam para zarpar para as suas sagradas tardes de pesca.

Seven Mile Bridge e umas Milhas mais até Key West

De Islamorada para sul, viajamos literalmente sobre o Mar das Caraíbas com “saltos” e paragens investigativas noutras poldras intrigantes. Passamos por Vaca Key e por Boot Key.

Pouco depois, entramos na Seven Mile Bridge, a mais longa das Florida Keys, com 11.2 km.

Mantém a companhia paralela da ponte original, bem mais apertada, ainda assim considerada uma maravilha mundial da engenharia quando foi completada em 1916.

A obra deveu-se, sobretudo, à obsessão de Henry Flagler, um magnata do petróleo que apostou em levar o seu Florida East Coast Railway de Miami, sobre o mar, até Key West.

Flagler gastou 30 milhões de dólares do seu próprio dinheiro naquela que foi chamada de “A Loucura de Flagler”.

Em Setembro de 1935, o mais poderoso ciclone a atingir os E.U.A. devastou boa parte da estrutura.

Overseas Highway vista de Pigeon Key, Florida Keys, Estados Unidos da América

Perspectiva da Overseas Highway a partir de Pigeon Key

Pigeon Key: um Legado da Determinação de Henry Flagler

Avançamos até Pigeon Key, um ilhéu e antigo campo em que, entre 1908 e 1912, habitaram cerca de 400 dos milhares de trabalhadores contratados por Flagler a 1.5 dólares ao dia.

Lá nos inteiramos de muitas outras curiosidades e peripécias, protegidos de nova súbita bátega de água nos velhos edifícios-museu.

Do Pigeon Key, prosseguimos para a Bahia Honda Key e para o Bahia Honda State Park. Ali, por fim, as Florida Keys desvendam-nos um pouco da sua faceta balnear: areais brancos de coral, coqueiros destacados acima de uma floresta de mangue, mas não só.

litoral do Bahia Honda State Park, Florida Keys, Estados Unidos da América

Banhista passeia ao longo do litoral do Bahia Honda State Park.

Íbises percorriam o areal em busca de alimento, mesmo entre banhistas que ora absorviam o sol invernal ora se divertiam na água rasa.

A velha Seven Mile Bridge também por ali passava. Primeiro perdida entre as copas dos coqueiros. Logo, estendida ao longo do mar em toda a sua excentricidade geométrica de betão e aço.

O sol cai sobre o horizonte. Transforma a ponte e a praia numa silhueta inusitada, num fundo rendilhado que recebe a pintura primeiro prateada, entretanto dourada, daquele nobre fim de tarde.

praia do Bahia Honda National Park, com a antiga linha do caminho de ferro, Florida Keys, Estados Unidos da América

Momentos antes do ocaso numa praia do Bahia Honda National Park, com a antiga linha do caminho de ferro em fundo.

velha estrutura rodoviária do Florida East Coast Railway de Henry Flagler, no Bahia Honda State Park, Florida Keys

Pedestres sobre a velha estrutura rodoviária do Florida East Coast Railway de Henry Flagler, no Bahia Honda State Park

É já noite cerrada quando damos entrada em Key West, a urbe mais meridional dos E.U.A. continentais e o ponto habitado da nação ianque mais avançado nas Florida Keys.

À imagem do Alasca, Key West ganhou fama de ser algo tresloucada. Como teorizam com orgulho alguns moradores “é como se tivessem abanado os E.U.A. e todos os maluquinhos caído para o fundo”.

A Key West, dedicaremos um artigo tão à parte como a cidade.

COMO IR: 

Reserve e voe com a TAP Air Portugal –  A TAP opera voos diários de Lisboa para Miami.

Avião TAP

Miami, Flórida, E.U.A.

A Porta de Entrada da América Latina

Não é só a localização privilegiada, entre um oceano exuberante e o verde dos Everglades, com a vastidão caribenha logo ali a sul. É o afago tropical, o do clima e o cultural e uma modernidade urbana exemplar. Cada vez mais em castelhano, num contexto latino-americano.
Miami Beach, E.U.A.

A Praia de Todas as Vaidades

Poucos litorais concentram, ao mesmo tempo, tanto calor e exibições de fama, de riqueza e de glória. Situada no extremo sudeste dos E.U.A., Miami Beach tem acesso por seis pontes que a ligam ao resto da Florida. É parco para o número de almas que a desejam.
Little Havana, E.U.A.

A Pequena Havana dos Inconformados

Ao longo das décadas e até aos dias de hoje, milhares de cubanos cruzaram o estreito da Florida em busca da terra da liberdade e da oportunidade. Com os E.U.A. ali a meros 145 km, muitos não foram mais longe. A sua Little Havana de Miami é, hoje, o bairro mais emblemático da diáspora cubana.
Key West, E.U.A.

O Faroeste Tropical dos E.U.A.

Chegamos ao fim da Overseas Highway e ao derradeiro reduto das propagadas Florida Keys. Os Estados Unidos continentais entregam-se, aqui, a uma deslumbrante vastidão marinha esmeralda-turquesa. E a um devaneio meridional alentado por uma espécie de feitiço caribenho.
Miami, E.U.A.

Uma Obra-Prima da Reabilitação Urbana

Na viragem para o século XXI, o bairro Wynwood mantinha-se repleto de fábricas e armazéns abandonados e grafitados. Tony Goldman, um investidor imobiliário astuto, comprou mais de 25 propriedades e fundou um parque mural. Muito mais que ali homenagear o grafiti, Goldman fundou o grande bastião da criatividade de Miami.
Key West, Estados Unidos

O Recreio Caribenho de Hemingway

Efusivo como sempre, Ernest Hemingway qualificou Key West como “o melhor lugar em que tinha estado...”. Nos fundos tropicais dos E.U.A. contíguos, encontrou evasão e diversão tresloucada e alcoolizada. E a inspiração para escrever com intensidade a condizer.
Kennedy Space Center, Florida, Estados Unidos

A Rampa de Lançamento do Programa Espacial Americano

De viagem pela Flórida, desviamos da órbita programada. Apontamos ao litoral atlântico de Merrit Island e do Cabo Canaveral. Lá exploramos o Kennedy Space Center e acompanhamos um dos lançamentos com que a empresa Space X e os Estados Unidos agora almejam o Espaço.
Saint Augustine, Florida, E.U.A.

De Regresso aos Primórdios da Florida Hispânica

A disseminação de atracções turísticas de gosto questionável, torna-se superficial se tivermos em conta a profundidade histórica em questão. Estamos perante a cidade dos E.U.A. contíguos há mais tempo habitada. Desde que os exploradores espanhóis a fundaram, em 1565, que St. Augustine resiste a quase tudo.
Anchorage a Homer, E.U.A.

Viagem ao Fim da Estrada Alasquense

Se Anchorage se tornou a grande cidade do 49º estado dos E.U.A., Homer, a 350km, é a sua mais famosa estrada sem saída. Os veteranos destas paragens consideram esta estranha língua de terra solo sagrado. Também veneram o facto de, dali, não poderem continuar para lado nenhum.
Estradas Imperdíveis

Grandes Percursos, Grandes Viagens

Com nomes pomposos ou meros códigos rodoviários, certas estradas percorrem cenários realmente sublimes. Da Road 66 à Great Ocean Road, são, todas elas, aventuras imperdíveis ao volante.
Great Ocean Road, Austrália

Oceano Fora, pelo Grande Sul Australiano

Uma das evasões preferidas dos habitantes do estado australiano de Victoria, a via B100 desvenda um litoral sublime que o oceano moldou. Bastaram-nos uns quilómetros para percebermos porque foi baptizada de The Great Ocean Road.
Alice Springs a Darwin, Austrália

Estrada Stuart, a Caminho do Top End da Austrália

Do Red Centre ao Top End tropical, a estrada Stuart Highway percorre mais de 1.500km solitários através da Austrália. Nesse trajecto, o Território do Norte muda radicalmente de visual mas mantém-se fiel à sua alma rude.
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Grand Canyon, E.U.A.

Viagem pela América do Norte Abismal

O rio Colorado e tributários começaram a fluir no planalto homónimo há 17 milhões de anos e expuseram metade do passado geológico da Terra. Também esculpiram uma das suas mais deslumbrantes entranhas.
Monte Denali, Alasca

O Tecto Sagrado da América do Norte

Os indígenas Athabascan chamaram-no Denali, ou o Grande e reverenciam a sua altivez. Esta montanha deslumbrante suscitou a cobiça dos montanhistas e uma longa sucessão de ascensões recordistas.
Juneau, Alasca

A Pequena Capital do Grande Alasca

De Junho a Agosto, Juneau desaparece por detrás dos navios de cruzeiro que atracam na sua doca-marginal. Ainda assim, é nesta pequena capital que se decidem os destinos do 49º estado norte-americano.
Monument Valley, E.U.A.

Índios ou cowboys?

Realizadores de Westerns emblemáticos como John Ford imortalizaram aquele que é o maior território indígena dos Estados Unidos. Hoje, na Nação Navajo, os navajo também vivem na pele dos velhos inimigos.
Talkeetna, Alasca

A Vida à Moda do Alasca de Talkeetna

Em tempos um mero entreposto mineiro, Talkeetna rejuvenesceu, em 1950, para servir os alpinistas do Monte McKinley. A povoação é, de longe, a mais alternativa e cativante entre Anchorage e Fairbanks.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
savuti, botswana, leões comedores de elefantes
Safari
Savuti, Botswana

Os Leões Comedores de Elefantes de Savuti

Um retalho do deserto do Kalahari seca ou é irrigado consoante caprichos tectónicos da região. No Savuti, os leões habituaram-se a depender deles próprios e predam os maiores animais da savana.
Thorong La, Circuito Annapurna, Nepal, foto para a posteridade
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 13º - High Camp a Thorong La a Muktinath, Nepal

No Auge do Circuito dos Annapurnas

Aos 5416m de altitude, o desfiladeiro de Thorong La é o grande desafio e o principal causador de ansiedade do itinerário. Depois de, em Outubro de 2014, ter vitimado 29 montanhistas, cruzá-lo em segurança gera um alívio digno de dupla celebração.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Aventura
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.
Festival MassKara, cidade de Bacolod, Filipinas
Cerimónias e Festividades
Bacolod, Filipinas

Um Festival para Rir da Tragédia

Por volta de 1980, o valor do açúcar, uma importante fonte de riqueza da ilha filipina de Negros caia a pique e o ferry “Don Juan” que a servia afundou e tirou a vida a mais de 176 passageiros, grande parte negrenses. A comunidade local resolveu reagir à depressão gerada por estes dramas. Assim surgiu o MassKara, uma festa apostada em recuperar os sorrisos da população.
Em quimono de elevador, Osaka, Japão
Cidades
Osaka, Japão

Na Companhia de Mayu

A noite japonesa é um negócio bilionário e multifacetado. Em Osaka, acolhe-nos uma anfitriã de couchsurfing enigmática, algures entre a gueixa e a acompanhante de luxo.
Máquinas Bebidas, Japão
Comida
Japão

O Império das Máquinas de Bebidas

São mais de 5 milhões as caixas luminosas ultra-tecnológicas espalhadas pelo país e muitas mais latas e garrafas exuberantes de bebidas apelativas. Há muito que os japoneses deixaram de lhes resistir.
Cultura
Apia, Samoa Ocidental

Fia Fia – Folclore Polinésio de Alta Rotação

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e daqui ao Havai, contam-se muitas variações de danças polinésias. As noites samoanas de Fia Fia, em particular, são animadas por um dos estilos mais acelerados.
arbitro de combate, luta de galos, filipinas
Desporto
Filipinas

Quando só as Lutas de Galos Despertam as Filipinas

Banidas em grande parte do Primeiro Mundo, as lutas de galos prosperam nas Filipinas onde movem milhões de pessoas e de Pesos. Apesar dos seus eternos problemas é o sabong que mais estimula a nação.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Em Viagem
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Horseshoe Bend
Étnico
Navajo Nation, E.U.A.

Por Terras da Nação Navajo

De Kayenta a Page, com passagem pelo Marble Canyon, exploramos o sul do Planalto do Colorado. Dramáticos e desérticos, os cenários deste domínio indígena recortado no Arizona revelam-se esplendorosos.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Chichen Itza, Iucatão, História Maia, cabeças de Kukulkan, El Castillo
História
Chichen Itza, Iucatão, México

À Beira do Cenote, no Âmago da Civilização Maia

Entre os séculos IX a XIII d.C., Chichen Itza destacou-se como a cidade mais importante da Península do Iucatão e do vasto Império Maia. Se a Conquista Espanhola veio precipitar o seu declínio e abandono, a história moderna consagrou as suas ruínas Património da Humanidade e Maravilha do Mundo.
Tambores e tatoos
Ilhas
Taiti, Polinésia Francesa

Taiti Para lá do Clichê

As vizinhas Bora Bora e Maupiti têm cenários superiores mas o Taiti é há muito conotado com paraíso e há mais vida na maior e mais populosa ilha da Polinésia Francesa, o seu milenar coração cultural.
Geotermia, Calor da Islândia, Terra do Gelo, Geotérmico, Lagoa Azul
Inverno Branco
Islândia

O Aconchego Geotérmico da Ilha do Gelo

A maior parte dos visitantes valoriza os cenários vulcânicos da Islândia pela sua beleza. Os islandeses também deles retiram calor e energia cruciais para a vida que levam às portas do Árctico.
Vista do topo do Monte Vaea e do tumulo, vila vailima, Robert Louis Stevenson, Upolu, Samoa
Literatura
Upolu, Samoa

A Ilha do Tesouro de Stevenson

Aos 30 anos, o escritor escocês começou a procurar um lugar que o salvasse do seu corpo amaldiçoado. Em Upolu e nos samoanos, encontrou um refúgio acolhedor a que entregou a sua vida de alma e coração.
Mahé Ilhas das Seychelles, amigos da praia
Natureza
Mahé, Seychelles

A Ilha Grande das Pequenas Seychelles

Mahé é maior das ilhas do país mais diminuto de África. Alberga a capital da nação e quase todos os seichelenses. Mas não só. Na sua relativa pequenez, oculta um mundo tropical deslumbrante, feito de selva montanhosa que se funde com o Índico em enseadas de todos os tons de mar.
Sheki, Outono no Cáucaso, Azerbaijão, Lares de Outono
Outono
Sheki, Azerbaijão

Outono no Cáucaso

Perdida entre as montanhas nevadas que separam a Europa da Ásia, Sheki é uma das povoações mais emblemáticas do Azerbaijão. A sua história em grande parte sedosa inclui períodos de grande aspereza. Quando a visitámos, tons pastéis de Outono davam mais cor a uma peculiar vida pós-soviética e muçulmana.
Windward Side, Saba, Caraíbas Holandesas, Holanda
Parques Naturais
Saba, Holanda

A Misteriosa Rainha Holandesa de Saba

Com meros 13km2, Saba passa despercebida até aos mais viajados. Aos poucos, acima e abaixo das suas incontáveis encostas, desvendamos esta Pequena Antilha luxuriante, confim tropical, tecto montanhoso e vulcânico da mais rasa nação europeia.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Património Mundial UNESCO
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Mascarado de Zorro em exibição num jantar da Pousada Hacienda del Hidalgo, El Fuerte, Sinaloa, México
Personagens
El Fuerte, Sinaloa, México

O Berço de Zorro

El Fuerte é uma cidade colonial do estado mexicano de Sinaloa. Na sua história, estará registado o nascimento de Don Diego de La Vega, diz-se que numa mansão da povoação. Na sua luta contra as injustiças do jugo espanhol, Don Diego transformava-se num mascarado esquivo. Em El Fuerte, o lendário “El Zorro” terá sempre lugar.
Dunas da ilha de Bazaruto, Moçambique
Praias
Bazaruto, Moçambique

A Miragem Invertida de Moçambique

A apenas 30km da costa leste africana, um erg improvável mas imponente desponta do mar translúcido. Bazaruto abriga paisagens e gentes que há muito vivem à parte. Quem desembarca nesta ilha arenosa exuberante depressa se vê numa tempestade de espanto.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Religião
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Sobre Carris
Sobre Carris

Viagens de Comboio: O Melhor do Mundo Sobre Carris

Nenhuma forma de viajar é tão repetitiva e enriquecedora como seguir sobre carris. Suba a bordo destas carruagens e composições díspares e aprecie os melhores cenários do Mundo sobre Carris.
Vista para ilha de Fa, Tonga, Última Monarquia da Polinésia
Sociedade
Tongatapu, Tonga

A Última Monarquia da Polinésia

Da Nova Zelândia à Ilha da Páscoa e ao Havai nenhuma outra monarquia resistiu à chegada dos descobridores europeus e da modernidade. Para Tonga, durante várias décadas, o desafio foi resistir à monarquia.
Casario, cidade alta, Fianarantsoa, Madagascar
Vida Quotidiana
Fianarantsoa, Madagáscar

A Cidade Malgaxe da Boa Educação

Fianarantsoa foi fundada em 1831 por Ranavalona Iª, uma rainha da etnia merina então predominante. Ranavalona Iª foi vista pelos contemporâneos europeus como isolacionista, tirana e cruel. Reputação da monarca à parte, quando lá damos entrada, a sua velha capital do sul subsiste como o centro académico, intelectual e religioso de Madagáscar.
Barco e timoneiro, Cayo Los Pájaros, Los Haitises, República Dominicana
Vida Selvagem
Península de Samaná, PN Los Haitises, República Dominicana

Da Península de Samaná aos Haitises Dominicanos

No recanto nordeste da República Dominicana, onde a natureza caribenha ainda triunfa, enfrentamos um Atlântico bem mais vigoroso que o esperado nestas paragens. Lá cavalgamos em regime comunitário até à famosa cascata Limón, cruzamos a baía de Samaná e nos embrenhamos na “terra das montanhas” remota e exuberante que a encerra.
Napali Coast e Waimea Canyon, Kauai, Rugas do Havai
Voos Panorâmicos
NaPali Coast, Havai

As Rugas Deslumbrantes do Havai

Kauai é a ilha mais verde e chuvosa do arquipélago havaiano. Também é a mais antiga. Enquanto exploramos a sua Napalo Coast por terra, mar e ar, espantamo-nos ao vermos como a passagem dos milénios só a favoreceu.