Cruzeiro Africa Princess, 1º Bijagós, Guiné Bissau

Rumo a Canhambaque, pela História da Guiné Bissau


Crepúsculo dos Tecelões
O Ilhéu dos Porcos
A Antiga Capital
Amilcar Cabral para Sempre
Damas sobre o joelho
O Velho Hospital de Bolama
Quartel Tropical
África Princess em Canhambaque
Sr. Cico Caboverdiano
Pelo trilho do Arrozal
À Espera do Ocaso
A Caminho
Ulisses Grant (a estátua réplica)
A Coroa de Mussolini
Chegada da canoa “Mandon”
Bar Canema
O Africa Princess zarpa do porto de Bissau, estuário do rio Geba abaixo. Cumprimos uma primeira escala na ilha de Bolama. Da antiga capital, prosseguimos para o âmago do arquipélago das Bijagós.

Do convés superior, apreciamos o dia-a-dia atarefado entre o casario colorido e colonial de Bissau e o cais.

Proprietários e trabalhadores atafulham umas poucas pirogas de carga. Camiões descarregam aquela com que tinham dado entrada no porto. Chegam lanchas de Bubaque e de paragens distintas das Bijagós. Outras para lá partem.

Com todos os passageiros a bordo, o Africa Princess inaugura o seu itinerário pelo vasto arquipélago guineense, apontado à Ilha de Galinhas e a Canhambaque.

Nós, cumprimos um transbordo célere para uma das suas lanchas de apoio e um desvio providencial.

Afastamo-nos do ilhéu do Rei e da cidade. Apontados a sudoeste, despedimo-nos do navio-gerador turco “Metin Bey” que a mantém energizada.

Cruzamos a linha do cisma entre as águas do Geba e as do Atlântico que a diferença de densidade e de salinidade separa.

Na Rota de Bolama

Aproximamo-nos da margem sul do Geba. Contornamos a península do Ilhéu do Mancebo e seguimos pelo canal alagável do leste de Bolama.

Navegamos por uma rota traiçoeira, repleta de baixios que um assoreamento secular continua a agravar e em que, um mês mais tarde, a bordo de uma canoa tradicional sobrelotada, viríamos a encalhar.

Protegidos pela leveza da lancha e pela praia-mar, evitamos o pior do litoral arenoso. Ziguezagueamos canal abaixo, na direcção do Rio Grande de Buba, malgrado o nome, um irmão benjamim do Geba.

Tal como aconteceu com os portugueses e com Bolama, ficamo-nos entre ambos.

Quando desembarcamos para o molhe elevado na extensão da Av. Amílcar Cabral, o sol pouco desceu do seu zénite. Os moradores resguardam-se nos seus lares.

Ou à sombra das árvores hiperbólicas que refrescam a frente ribeirinha da cidade. À medida que nos aproximamos da verdadeira terra-firme, Bolama dá sinais de vida.

Saúda-nos Dª Ermelinda, uma vendedora de vegetais a quem, conversa puxa conversa, sem sabermos bem como, compramos uns poucos pepinos.

De forma quase tão inocente, logo ao lado, Bolama preserva aquele que muitos consideram um dos poucos monumentos fascistas sobreviventes.

O Memorial de Mussolini aos Aviadores Perecidos em Bolama

Tinha passado quase uma década do sucesso do duo Gago Coutinho e Sacadura Cabral na travessia aérea pioneira do Atlântico Sul.

Contagiado pelas manias de grandeza de Mussolini, o Ministro do Ar e general-piloto Ítalo Balbo projectou a travessia de dez aviões, divididos em quatro esquadrilhas e em formação, entre Itália e o Rio de Janeiro.

Vencidas diversas atribulações, os aviões reagruparam-se em Bolama, no dia de Natal. Lá os celebrou um navio da marinha italiana.

Na madrugada de 6 de Janeiro de 1930, Ítalo Balbo ditou a partida. Dois dos aviões sofreram acidentes na descolagem. Cinco aviadores pereceram. Não obstante, Ítalo Balbo forçou o seguimento da expedição.

Em Dezembro de 1931, Mussolini mandou erguer, em Bolama, o memorial que surpreende quem visita a cidade. Tem a forma de duas asas, uma quebrada, a outra erguida aos céus.

Complementa-o uma coroa de louros e a inscrição “Al Cadutti di Bolama”.

A Ilha de Bolama e o Legado da Antiga Capital Colonial

Deixamos Dª Ermelinda no sopé do velho memorial. Prosseguimos à descoberta da cidade. Uns meros metros para dentro da ilha, ficamos de frente para o Palácio do Governador, hoje, ocupado pelos militares guineenses.

Alguns deles, conversam, sentados em cadeiras baixas.

Cumprimentamo-los e a dois jovens, presumimos que militares à civil, que se confrontam sobre um grande tabuleiro amarelo-axadrezado, com a legenda, em crioulo de “Estádio Bópapiamas”.

Agradecemos as boas-vindas dos militares. Após o que nos fazemos à subida da Av. Amílcar Cabral.

Àquela hora de calor, a artéria principal da cidade mantém-se quase deserta. Enquanto examinamos a arquitectura art déco do antigo cinema, cruzam-na três ou quatro porcos.

No lado oposto da rua, uma pintura-mural exibe o líder do PAIGC, Amílcar Cabral, protagonista martirizado do rumo independentista da Guiné Bissau.

Ali, dono de um sorriso tipo Pepsodent.

Continuamos a subir. Passada a discoteca “Som das Ilhas”, no cerne duma praça desafogada coberta por mato ressequido, surpreende-nos uma estátua prateada e reluzente.

Ulisses Grant e a Complicada “Questão de Bolama”

Homenageia o presidente dos E.U.A. Ulisses Grant, a quem Portugal agradeceu o veredicto que resolveu a complexa “Questão de Bolama”.

A determinada altura, a posse legítima da ilha de Bolama, dirimida entre Portugal e o Reino Unido, quase levou os velhos aliados a entrarem em guerra. Grant favoreceu Portugal.

Mesmo assim, em 2007, a sua homenagem original sumiu.

A estátua de bronze, decepada, foi, mais tarde, encontrada em terrenos do Comandante Alpoim Galvão, mentor da famosa “Operação Mar Verde” que procurou controlar a Guiné Conacri para, assim, erradicar a oposição político-militar do PAIGC ao domínio colonial português.

À data do desaparecimento da estátua, Alpoim Galvão era um empresário radicado na Guiné Bissau.

A estátua que lá admirávamos não passava de uma réplica.

Ao domínio de Ulisses Grant, sucede-se a Praça do Império que o ex-Presidente americano validou português, em vez de britânico.

Cabras e ovelhas esguias sulcam o jardim central, em busca de petiscos vegetais, na face mais próxima da Polícia Militar, da Igreja Católica e até nuns poucos arbustos que despontam da frente acolunada do imponente e arruinado, hospital da cidade.

Dali ainda espreitamos o antigo quartel do centro de instrução militar, abandonado ao tempo, às termiteiras e às raízes tentaculares das figueiras-da-índia e afins.

Africa Princess ruma a Canhambaque, via Ilhéu dos Porcos

Tinha passado uma hora e meia desde os primeiros passos em Bolama. Pinto, o guia bijagó encarregue do grupo, dita a volta à lancha. Cumprimo-la, conscientes de que Bolama nos merecia mais tempo e atenção.

E de que lá haveríamos de voltar.

Ao chegarmos ao ponto de partida, o molhe está entregue a uma multidão colorida e frenética. Tinha acabado de atracar uma canoa provinda de Bissau. Dezenas de passageiros saudavam quem os vinha receber.

Disputavam o desembarque dos seus pertences entre a muita carga acumulada no interior da embarcação.

Sem que ninguém o esperasse, para alcançarmos a lancha, temos que enfrentar a confusão e contornar a canoa.

Demora o que demora.

Mal nos vê a bordo, Charlesmagne, o marinheiro senegalês e diola responsável pela navegação, zarpa disparado, apontado a sudoeste e às ilhas dos Porcos e de Canhambaque. Algures por ali esperava-nos, para a noite, o Africa Princess.

Canhambaque fica à vista, com o sol a tombar para o lado oposto da ilha.

Desembarcamos para uma língua de areia vizinha que a descida da maré fazia aumentar.

Banhamo-nos e descontraímos ao largo dessa extensão estriada do Ilhéu dos Porcos.

Os Arrozais no Norte da Ilha de Canhambaque

Quando o sol começa a amarelar o horizonte, atravessamos para a ponta leste de Canhambaque, a ilha de que Pinto era nativo, em que conhecia todos os recantos, tabancas e, podemos dizê-lo, todos os habitantes.

Vencemos um primeiro litoral lodacento. Logo, subimos do areal molhado para uma secção ampla da ilha repleta de arrozais de sequio, não dos alagados.

Pinto conduz-nos por um trilho paralelo ao fundo da ilha, destinado a Inorei, a principal tabanca do extremo norte de Canhambaque.

Ao longo do trilho, detemo-nos em algumas das cabanas que os nativos habitavam, incumbidos de protegerem e processarem o arroz que os alimentava.

Quando dizemos “protegerem”, estamos longe de exagerar.

Canhambaque era a quinta grande ilha Bijagó que nos deslumbrava, após o desembarque estreante na pequena Kéré e a incursão a Orango, em busca dos hipopótamos do arquipélago.

À imagem de Caravela e de Carache, por lá abundavam palmeiras com copas desfolhadas, com os frutos que dão o óleo e o vinho-de-palma expostos. Palmeiras que acolhiam, de igual modo, centenas de ninhos de tecelões oportunistas.

Se as gentes cultivadoras de arroz das Bijagós furtavam às aves boa parte das árvores das ilhas, os tecelões, em particular, proliferavam de uma inevitável vingança.

Habitavam as palmeiras que salpicavam os arrozais. Sempre que os cultivadores levantavam a guarda, assaltavam o arroz em grandes bandos famintos.

Sem surpresa, em Canhambaque, como por todas as Bijagós, os nativos abominam os pássaros que apedrejam e afugentam de todas as maneiras possíveis.

Tagarelamos com nativos anciãos quando, por fim, o sol se desfaz a ocidente da ilha. O seu círculo incandescente descai entre os troncos das palmeiras sobreviventes.

Prenda-nos com as suas silhuetas, ponteadas pelos ninhos de palha com que os tecelões as decoram.

De um fogo exuberante, o oeste de Canhambaque passa ao azul-escuro do arrebol.

Mesmo sentindo-se entre os seus, Pinto cumpre o dever de nos recolher.

Nessa noite, como nas seguintes, chamaríamos casa ao barco aventureiro das Bijagós.

COMO IR:

Voe com a Euroatlantic , Lisboa-Bissau e Bissau-Lisboa, às sextas-feiras.

CRUZEIRO ” AFRICA PRINCESS “

Reserve o seu cruzeiro pelo arquipélago das Bijagós em: africa-princess.com

Email: [email protected]

Telm: +351 91 722 4936

Cruzeiro Africa Princess, 2º Orangozinho, Bijagós, Guiné Bissau

Orangozinho e os Confins do PN Orango

Após uma primeira incursão à ilha Roxa, zarpamos de Canhambaque para um fim de dia à descoberta do litoral no fundo vasto e inabitado de Orangozinho. Na manhã seguinte, navegamos rio Canecapane acima, em busca da grande tabanca da ilha, Uite.
Bubaque, Bijagós, Guiné Bissau

O Portal das Bijagós

No plano político, Bolama subsiste capital. No âmago do arquipélago e no dia-a-dia, Bubaque ocupa esse lugar. Esta cidade da ilha homónima acolhe a maior parte dos forasteiros. Em Bubaque se encantam. A partir de Bubaque, muitos se aventuram rumo a outras Bijagós.
Tabatô, Guiné Bissau

A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Tabatô, Guiné Bissau

Tabatô: ao Ritmo do Balafom

Durante a nossa visita à tabanca, num ápice, os djidius (músicos poetas)  mandingas organizam-se. Dois dos balafonistas prodigiosos da aldeia assumem a frente, ladeados de crianças que os imitam. Cantoras de megafone em riste, cantam, dançam e tocam ferrinhos. Há um tocador de corá e vários de djambés e tambores. A sua exibição gera-nos sucessivos arrepios.
Ilha Kéré, Bijagós, Guiné Bissau

A Pequena Bijagó que Acolheu um Grande Sonho

Criado na Costa do Marfim, o francês Laurent encontrou, no arquipélago das Bijagós, o lugar que o arrebatou. A ilha que partilha com a esposa portuguesa Sónia, aceitou-os e ao afecto que sentiam pela Guiné Bissau. Há muito que Kéré e as Bijagós encantam quem os visita.
Ilha Kéré a Orango, Bijagós, Guiné Bissau

Em Busca dos Hipopótamos Lacustres-Marinhos e Sagrados das Bijagós

São os mamíferos mais letais de África e, no arquipélago das Bijagós, preservados e venerados. Em virtude da nossa admiração particular, juntamo-nos a uma expedição na sua demanda. Com partida na ilha de Kéré e fortuna no interior da de Orango.
Varela, Guiné Bissau

Praia, derradeiro Litoral, até à Fronteira com o Senegal

Algo remota, de acesso desafiante, a aldeia pacata e piscatória de Varela compensa quem a alcança com a afabilidade da sua gente e com um dos litorais deslumbrantes, mas em risco, da Guiné Bissau.
Elalab, Guiné Bissau

Uma Tabanca na Guiné dos Meandros sem Fim

São incontáveis os afluentes e canais que, a norte do grande rio Cacheu, serpenteiam entre manguezais e encharcam terras firmes. Contra todas as dificuldades, gentes felupes lá se instalaram e mantêm povoações prolíficas que envolveram de arrozais. Elalab, uma delas, tornou-se uma das tabancas mais naturais e exuberantes da Guiné Bissau.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Anfitrião Wezi aponta algo na distância
Praia
Cobué; Nkwichi Lodge, Moçambique

O Moçambique Recôndito das Areias Rangentes

Durante um périplo de baixo a cima do (lago) Malawi, damos connosco na ilha de Likoma, a uma hora de barco do Nkwichi Lodge, o ponto de acolhimento solitário deste litoral interior de Moçambique. Do lado moçambicano, o lago é tratado por Niassa. Seja qual for o seu nome, lá descobrimos alguns dos cenários intocados e mais impressionantes do sudeste africano.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Monges na escadaria do mosteiro Tashi Lha Khang
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna 16º - Marpha, Nepal

Marpha e o Fim Antecipado do Circuito

Contados treze dias de caminhada desde a já longínqua Chame, chegamos a Marpha. Abrigada no sopé de uma encosta, na iminência do rio Gandaki, Marpha revela-se a derradeira povoação preservada e encantadora do percurso. O excesso de obras ao longo da via F042 que nos levaria de volta a Pokhara, faz-nos encurtar a segunda parte do Circuito Annapurna.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Totems, aldeia de Botko, Malekula,Vanuatu
Aventura
Malekula, Vanuatu

Canibalismo de Carne e Osso

Até ao início do século XX, os comedores de homens ainda se banqueteavam no arquipélago de Vanuatu. Na aldeia de Botko descobrimos porque os colonizadores europeus tanto receavam a ilha de Malekula.
Big Freedia e bouncer, Fried Chicken Festival, New Orleans
Cerimónias e Festividades
New Orleans, Luisiana, Estados Unidos

Big Freedia: em Modo Bounce

New Orleans é o berço do jazz e o jazz soa e ressoa nas suas ruas. Como seria de esperar, numa cidade tão criativa, lá emergem novos estilos e actos irreverentes. De visita à Big Easy, aventuramo-nos à descoberta do Bounce hip hop.
Santa Maria, ilha do Sal, Cabo Verde, Desembarque
Cidades
Santa Maria, Sal, Cabo Verde

Santa Maria e a Bênção Atlântica do Sal

Santa Maria foi fundada ainda na primeira metade do século XIX, como entreposto de exportação de sal. Hoje, muito graças à providência de Santa Maria, o Sal ilha vale muito que a matéria-prima.
Comida
Mercados

Uma Economia de Mercado

A lei da oferta e da procura dita a sua proliferação. Genéricos ou específicos, cobertos ou a céu aberto, estes espaços dedicados à compra, à venda e à troca são expressões de vida e saúde financeira.
Sol e coqueiros, São Nicolau, Cabo Verde
Cultura
São Nicolau, Cabo Verde

São Nicolau: Romaria à Terra di Sodade

Partidas forçadas como as que inspiraram a famosa morna “Sodade” deixaram bem vincada a dor de ter que deixar as ilhas de Cabo Verde. À descoberta de Saninclau, entre o encanto e o deslumbre, perseguimos a génese da canção e da melancolia.
Fogo artifício de 4 de Julho-Seward, Alasca, Estados Unidos
Desporto
Seward, Alasca

O 4 de Julho Mais Longo

A independência dos Estados Unidos é festejada, em Seward, Alasca, de forma modesta. Mesmo assim, o 4 de Julho e a sua celebração parecem não ter fim.
Sal Muito Grosso
Em Viagem
Salta e Jujuy, Argentina

Pelas Terras Altas da Argentina Profunda

Um périplo pelas províncias de Salta e Jujuy leva-nos a desvendar um país sem sinal de pampas. Sumidos na vastidão andina, estes confins do Noroeste da Argentina também se perderam no tempo.
Telhados cinza, Lijiang, Yunnan, China
Étnico
Lijiang, China

Uma Cidade Cinzenta mas Pouco

Visto ao longe, o seu casario vasto é lúgubre mas as calçadas e canais seculares de Lijiang revelam-se mais folclóricos que nunca. Em tempos, esta cidade resplandeceu como a capital grandiosa do povo Naxi. Hoje, tomam-na de assalto enchentes de visitantes chineses que disputam o quase parque temático em que se tornou.
Portfólio Fotográfico Got2Globe
Portfólio Got2Globe

A Vida Lá Fora

Almada Negreiros, Roça Saudade, São Tomé
História
Saudade, São Tomé, São Tomé e Príncipe

Almada Negreiros: da Saudade à Eternidade

Almada Negreiros nasceu, em Abril de 1893, numa roça do interior de São Tomé. À descoberta das suas origens, estimamos que a exuberância luxuriante em que começou a crescer lhe tenha oxigenado a profícua criatividade.
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, Teoria da Relatividade, Vigia
Ilhas
Roça Sundy, Ilha do Príncipe, São Tomé e Príncipe

A Certeza da Teoria da Relatividade

Em 1919, Arthur Eddington, um astrofísico britânico, escolheu a roça Sundy para comprovar a famosa teoria de Albert Einstein. Decorrido mais de um século, o norte da ilha do Príncipe que o acolheu continua entre os lugares mais deslumbrantes do Universo.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
José Saramago em Lanzarote, Canárias, Espanha, Glorieta de Saramago
Literatura
Lanzarote, Canárias, Espanha

A Jangada de Basalto de José Saramago

Em 1993, frustrado pela desconsideração do governo português da sua obra “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, Saramago mudou-se com a esposa Pilar del Río para Lanzarote. De regresso a esta ilha canária algo extraterrestre, reencontramos o seu lar. E o refúgio da censura a que o escritor se viu votado.
Hell's Bend do Fish River Canyon, Namíbia
Natureza
Fish River Canyon, Namíbia

As Entranhas Namibianas de África

Quando nada o faz prever, uma vasta ravina fluvial esventra o extremo meridional da Namíbia. Com 160km de comprimento, 27km de largura e, a espaços, 550 metros de profundidade, o Fish River Canyon é o Grand Canyon de África. E um dos maiores desfiladeiros à face da Terra.
Menina brinca com folhas na margem do Grande Lago do Palácio de Catarina
Outono
São Petersburgo, Rússia

Dias Dourados que Antecederam a Tempestade

À margem dos acontecimentos políticos e bélicos precipitados pela Rússia, de meio de Setembro em diante, o Outono toma conta do país. Em anos anteriores, de visita a São Petersburgo, testemunhamos como a capital cultural e do Norte se reveste de um amarelo-laranja resplandecente. Num deslumbre pouco condizente com o negrume político e bélico entretanto disseminado.
República Dominicana, Praia Bahia de Las Águilas, Pedernales. Parque Nacional Jaragua, Praia
Parques Naturais
Laguna Oviedo a Bahia de las Águilas, República Dominicana

Em Busca da Praia Dominicana Imaculada

Contra todas as probabilidades, um dos litorais dominicanos mais intocados também é dos mais remotos. À descoberta da província de Pedernales, deslumbramo-nos com o semi-desértico Parque Nacional Jaragua e com a pureza caribenha da Bahia de las Águilas.
Arménia Berço Cristianismo, Monte Aratat
Património Mundial UNESCO
Arménia

O Berço do Cristianismo Oficial

Apenas 268 anos após a morte de Jesus, uma nação ter-se-á tornado a primeira a acolher a fé cristã por decreto real. Essa nação preserva, ainda hoje, a sua própria Igreja Apostólica e alguns dos templos cristãos mais antigos do Mundo. Em viagem pelo Cáucaso, visitamo-los nos passos de Gregório o Iluminador, o patriarca que inspira a vida espiritual da Arménia.
Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã
Personagens
Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood

O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.
Praia Balandra, México, Baja Califórnia, vista aérea
Praias
Playas Balandra e El Tecolote, Baja California Sur, México

Tesouros Balneares do Mar de Cortés

Proclamada, amiúde, a praia mais bonita do México, encontramos na enseada recortada de playa Balandra um caso sério de exotismo paisagístico. Em duo com a vizinha playa Tecolote, revela-se uma das beira-mares realmente imperdíveis da vasta Baixa Califórnia.
Madu River: dono de um Fish SPA, com os pés dentro do viveiro de peixes-doutores
Religião
Rio e Lagoa Madu, Sri Lanka

No Curso do Budismo Cingalês

Por ter escondido e protegido um dente de Buda, uma ilha diminuta da lagoa da lagoa Madu recebeu um templo evocativo e é considerada sagrada. O Maduganga imenso em redor, por sua vez, tornou-se uma das zonas alagadas mais louvadas do Sri Lanka.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Sociedade

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Vida Quotidiana
Profissões Árduas

O Pão que o Diabo Amassou

O trabalho é essencial à maior parte das vidas. Mas, certos trabalhos impõem um grau de esforço, monotonia ou perigosidade de que só alguns eleitos estão à altura.
Esteros del Iberá, Pantanal Argentina, Jacaré
Vida Selvagem
Esteros del Iberá, Argentina

O Pantanal das Pampas

No mapa mundo, para sul do famoso pantanal brasileiro, surge uma região alagada pouco conhecida mas quase tão vasta e rica em biodiversidade. A expressão guarani Y berá define-a como “águas brilhantes”. O adjectivo ajusta-se a mais que à sua forte luminância.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.