Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood


Olhar de galã
Protagonista Upendra - ou Uppi - encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.
Bastidores
Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.
Acção de Fachada
Visual das filmagens de "H2O" a decorrerem no exterior do velho palácio do Marajá de Mysore.
Pausa para almoço
Equipa de filmagens responsável pela rodagem de "H2O" prepara-se para almoçar.
Trabalho a sério
Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.
Inglaterra à moda indiana
Ala de "cottages" construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.
Olhar de galã II
Protagonista Upendra - ou Uppi - actua da mesma maneira determinada que dele fez um dos ídolos do cinema kannada e indiano.
Expectativa cinéfila
Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.
Figurantes humanos e animais
Pastor controla um pequeno rebanho que entraria em cena junto ao palácio do Marajá, após a hora de almoço.
Herança colonial britânica
Ala do hotel Regency Villas - hoje Fernhills Palace Hotel and Regency Villas - um dos hotéis clássicos de Ooty habituado a acolher filmagens de cinema indiano.
Plano de um plano
Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.
Bastidores II
Figurantes percorrem a frente do palácio do Marajá de Mysore, nas imediações de uma mira técnica.
Actor e faz tudo
Equipa de filmagem concentra-se no desempenho do protagonista, escritor, argumentista, realizador, cantor e letrista Upendra, protegido do sol por um chapéu de chuva com motivos equestres.
O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Não precisámos de muito para intuir a origem do hotel Welcome Heritage Royale Regency Villa decadente em que nos tínhamos instalado.

Pensámos nas peles brancas e sardentas, nos cabelos claros ou arruivados dos colonos britânicos da Índia e até no se

u famoso beiço combativo de stiff upper lip. Na sequência, ocorreu-nos a urgência de se refugiarem do calor opressivo que fustigava a Jóia da Coroa na maior parte do ano.

Organizados e pragmáticos, os sahibs recém-instalados não perderam tempo a providenciar um retiro climatérico à altura da sua supremacia e soberba. Encontraram Udhagamandalam a 2.240 metros de altitude, no cimo das Nilgiri Hills.

São estas as terras mais altas do sul do subcontinente, dominadas, de 1789 até à independência, pela Companhia das Índias Orientais, após grande dedicação de um governador de Coimbatore, John Sullivan, que se havia apaixonado pelo lugar ao ponto de contar numa carta dirigida a um congénere que “se assemelhava à Suíça mais do que qualquer país da Europa.”

Quando a descobrimos, temos dificuldade em identificar Udhagamandalam com o que quer que fosse da Helvécia. E só a esforço conseguimos visualizar semelhanças com o sul de Inglaterra ou com a Austrália, como nos sugeriam vários livros de viagens.

Isto, malgrado os chalés, hoje vermelhos, cercados de jardins floridos, do hipódromo, das avenidas ladeadas por grandes eucaliptos e das igrejas de pedra.

Inglaterra à moda indiana

Ala de “cottages” construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.

Tais elementos e, acima de tudo, a arquitectura dos edifícios apimentavam a velha anglofilia da estação da montanha.

Não chegavam para compensar a realidade actual em redor, salpicada de entulho, desorganizada e, aqui e ali, também suja, a começar pelo grande lago da cidade que acolhia os esgotos dos quase 90.000 habitantes mas em que o empresário do Tourist Cafe alugava, com sucesso, dezenas de embarcações para passeios a remo ou a pedais.

Os aspectos menos dignos da povoação pouco abalavam a confiança pós-colonial do gerente indiano do Regency Villa. “Parece-me que os senhores já estarão prontos para a visita, certo?“ indaga-nos com pompa, circunstância e a entoação de boca-cheia típica da aristocracia inglesa.

Mal demos entrada no hotel-palacete escarlate provindos da longínqua Varkalla (no litoral do estado de Kerala), o funcionário impingiu-nos um périplo às instalações. Mesmo esgotados pela viagem atribulada e contrariados, acabámos por lhe dizer que sim. O karma de Nilgiri não tardaria a recompensar-nos pela abertura de espírito.

O anfitrião começa por nos revelar quartos, salas e salões a que uma recente recuperação havia devolvido a elegância vitoriana. Quando os objectos da visita já se repetem e para nosso espanto, sugere-nos uma extensão ao antigo palácio do Marajá de Mysore.

Desconhecíamos que também um marajá se havia alojado por aqueles lados mas, já estávamos por tudo. Subimos uma escadaria, atravessamos novo salão e espreitamos por uma varanda entreaberta.

Dali, apercebemo-nos de um tumulto cromático e criativo a ter lugar no pátio abaixo.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Expectativa cinéfila

Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.

Questionamos o gerente. “São filmagens.” adianta-nos. “Vêm cá muitas vezes e não são só as produtoras de Bombaim. Chegam um pouco de todo o país. Perdoem-me a falha, já vos devia ter dado essa informação.”

É conhecida a atracção dos indianos pelas paisagens alpinas, em particular, as da Suíça. Durante várias décadas, a relativa semelhança dos cenários de montanha de Caxemira e de Uttar Pradesh, tornaram-nos os locais preferidos para as filmagens de Bollywood e de “estúdios” indianos concorrentes.

Até que a disputa com o vizinho Paquistão por Caxemira se agudizou e as escaramuças militares e ameaças de terrorismo os forçaram a procurar outras paragens.

Desde então, Ooty – assim abreviaram os colonos britânicos o intratável nome oficial da povoação – provou-se a principal alternativa e ilustrou centenas de longas-metragens.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Plano de um plano

Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.

A partir do momento em que nos dá autorização para ficarmos por conta própria, perdoamos-lhe tudo e mais alguma coisa. Despedimo-nos com um obrigado e até breve diplomático e descemos para o nível da acção.

Atravessamos um corredor escuro que dá para salas adaptadas a camarins e bastidores.

Uma vez no exterior, damos com auxiliares que carregam sacas pesadas para dentro um carro de bois, posicionado sobre uma mira marcada no chão com pó colorido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood,, Trabalho a sério

Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.

Admiramos a paciência de um pastor muçulmano que controla um rebanho de ovelhas e acompanhamos os movimentos de uma série de outros trabalhadores e figurantes distribuídos sobre o solo ocre.

Todos eles dependem da representação de Upendra, o protagonista com visual densamente capilar, ídolo nacional que se tornou famoso pelas suas participações em vários dos cerca de cem filmes Kannada ou Sandalwood – assim é chamado o cinema do estado de Karnataka – produzidos todos os anos, num contexto bem distinto de Hollywood e do cinema europeu.

Após um hiato na carreira de quase dois anos, Uppi, como o trata com carinho o povo indiano, tinha uma participação multifuncional  em H2O, uma longa-metragem bilingue lançada em Tamil e Kannada que abriu a moda dos filmes indianos com nomes de compostos moleculares.

Uppi desenvolveu o argumento com base numa famosa disputa secular da água do rio Kaveri entre os estados indianos de Karnataka e Tamil Nadu. Criou ainda os diálogos e letras de todas as músicas. Também cantou duas delas “Dil Ilde Love” e “Bida Beda Bida Beda”.

Nós vimo-lo, acima de tudo, a representar, sob a protecção solar de um chapéu de chuva com motivos equestres que um qualquer assistente segurava acima do plano.

Aproveitamos a distração da equipa, fazemo-nos de sonsos e colocamo-nos atrás das câmaras. Quando percebemos que ninguém nos repele, enquadramos e registamos imagens do actor principal com tanto ou mais afinco que os operadores acreditados.

Estes criavam os planos relâmpago de zoom in, zoom out com que ilustraram um determinado espanto de Karnataka (a personagem de Upendra).

O ego do galã aumenta com a adulação dos forasteiros ocidentais. De acordo, tenta adornar o plano apertado da sua face peluda com um olhar o mais mágico e sedutor possível.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã

Protagonista Upendra – ou Uppi – encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.

Determinado a reforçar o efeito, o caracterizador havia-o dotado de lentes de contacto de um azul profundo. Mas, através das nossas teleobjectivas, percebemos que o adereço lhe está a irritar os olhos já quase mais vermelhos que azuis.

Entram em cena o carro de bois, o pastor e as ovelhas e ainda um Ambassador branco. A cena prevista é terminada com sucesso e a vasta equipa faz uma pausa para almoço sem nunca abandonar o local das filmagens.

Logo ali, no jardim em frente, organizam-se em duas filas opostas – uma para homens, outras para mulheres – cada um dos convivas com o seu tabuleiro prateado sobre a relva, pronto a ser servido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Pausa para almoço

Equipa de filmagens responsável pela rodagem de “H2O” prepara-se para almoçar.

Não queremos parecer-lhes rudes, e evitamos fotografá-los a comer. Nessa altura, alguém da equipa nos chama à parte e surpreende-nos:

“Estivemos a observar-vos e o vosso contraste étnico e de figura ia servir às mil maravilhas para um filme que vamos rodar daqui a duas semanas, em Bangalore. Podemos contar convosco?“

Não temos esse tempo de sobra para ficarmos na Índia.

Com os bilhetes de avião já comprados e sem forma de trocarmos as datas, vemo-nos forçados a rejeitar a hipótese de uma vida de nos juntarmos ao fascinante mundo do cinema indiano, quem sabe, também um proveitoso estrelato asiático.

Bastidores

Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.

Para compensar, nos últimos dias passados no estado de Tamil Nadu continuámos a pedir posters nas salas de cinema por que fomos passando.

Depois de oferecermos várias dezenas a familiares e amigos, ainda guardamos muitos incluindo uns quatros ou cinco dos mais exuberantes nas paredes e portas de casa.

Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Parque Nacional Gorongosa, Moçambique, Vida Selvagem, leões
Safari
PN Gorongosa, Moçambique

O Coração Selvagem de Moçambique dá Sinais de Vida

A Gorongosa abrigava um dos mais exuberantes ecossistemas de África mas, de 1980 a 1992, sucumbiu à Guerra Civil travada entre a FRELIMO e a RENAMO. Greg Carr, o inventor milionário do Voice Mail recebeu a mensagem do embaixador moçambicano na ONU a desafiá-lo a apoiar Moçambique. Para bem do país e da humanidade, Carr comprometeu-se a ressuscitar o parque nacional deslumbrante que o governo colonial português lá criara.
Jovens percorrem a rua principal de Chame, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 1º - Pokhara a ChameNepal

Por Fim, a Caminho

Depois de vários dias de preparação em Pokhara, partimos em direcção aos Himalaias. O percurso pedestre só o começamos em Chame, a 2670 metros de altitude, com os picos nevados da cordilheira Annapurna já à vista. Até lá, completamos um doloroso mas necessário preâmbulo rodoviário pela sua base subtropical.
Arquitectura & Design
Cemitérios

A Última Morada

Dos sepulcros grandiosos de Novodevichy, em Moscovo, às ossadas maias encaixotadas de Pomuch, na província mexicana de Campeche, cada povo ostenta a sua forma de vida. Até na morte.
O pequeno farol de Kallur, destacado no relevo caprichoso do norte da ilha de Kalsoy.
Aventura
Kalsoy, Ilhas Faroé

Um Farol no Fim do Mundo Faroês

Kalsoy é uma das ilhas mais isoladas do arquipélago das faroés. Também tratada por “a flauta” devido à forma longilínea e aos muitos túneis que a servem, habitam-na meros 75 habitantes. Muitos menos que os forasteiros que a visitam todos os anos atraídos pelo deslumbre boreal do seu farol de Kallur.
Queima de preces, Festival de Ohitaki, templo de fushimi, quioto, japao
Cerimónias e Festividades
Quioto, Japão

Uma Fé Combustível

Durante a celebração xintoísta de Ohitaki são reunidas no templo de Fushimi preces inscritas em tabuínhas pelos fiéis nipónicos. Ali, enquanto é consumida por enormes fogueiras, a sua crença renova-se.
São Tomé, cidade, São Tomé e Príncipe, ruela do Forte
Cidades
São Tomé (cidade), São Tomé e Príncipe

A Capital dos Trópicos Santomenses

Fundada pelos portugueses, em 1485, São Tomé prosperou séculos a fio, como a cidade porque passavam as mercadorias de entrada e de saída na ilha homónima. A independência do arquipélago confirmou-a a capital atarefada que calcorreamos, sempre a suar.
mercado peixe Tsukiji, toquio, japao
Comida
Tóquio, Japão

O Mercado de Peixe que Perdeu a Frescura

Num ano, cada japonês come mais que o seu peso em peixe e marisco. Desde 1935, que uma parte considerável era processada e vendida no maior mercado piscícola do mundo. Tsukiji foi encerrado em Outubro de 2018, e substituído pelo de Toyosu.
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Danças de Ryukyu: têm séculos. Não têm grandes pressas.

O reino Ryukyu prosperou até ao século XIX como entreposto comercial da China e do Japão. Da estética cultural desenvolvida pela sua aristocracia cortesã contaram-se vários estilos de dança vagarosa.
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O Futebol em que os Australianos Ditam as Regras

Apesar de praticado desde 1841, o Futebol Australiano só conquistou parte da grande ilha. A internacionalização nunca passou do papel, travada pela concorrência do râguebi e do futebol clássico.
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Em Busca da Furtiva Whittier

Deixamos Homer, à procura de Whittier, um refúgio erguido na 2ª Guerra Mundial e que abriga duzentas e poucas pessoas, quase todas num único edifício.
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Entre os séculos XI e XIV, povos Bantu ergueram aquela que se tornou a maior cidade medieval da África sub-saariana. De 1500 em diante, à passagem dos primeiros exploradores portugueses chegados de Moçambique, a cidade estava já em declínio. As suas ruínas que inspiraram o nome da actual nação zimbabweana encerram inúmeras questões por responder.  
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tunel de gelo, rota ouro negro, Valdez, Alasca, EUA
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Em 1989, o petroleiro Exxon Valdez provocou um enorme desastre ambientai. A embarcação deixou de sulcar os mares mas a cidade vitimada que lhe deu o nome continua no rumo do crude do oceano Árctico.
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Outono
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Herdeira da civilização soviética, alinhada com a grande Rússia, a Arménia deixa-se seduzir pelos modos mais democráticos e sofisticados da Europa Ocidental. Nos últimos tempos, os dois mundos têm colidido nas ruas da sua capital. Da disputa popular e política, Erevan ditará o novo rumo da nação.
Soufrière e Pitons, Saint Luci
Parques Naturais
Soufrière, Saint Lucia

As Grandes Pirâmides das Antilhas

Destacados acima de um litoral exuberante, os picos irmãos Pitons são a imagem de marca de Saint Lucia. Tornaram-se de tal maneira emblemáticos que têm lugar reservado nas notas mais altas de East Caribbean Dollars. Logo ao lado, os moradores da ex-capital Soufrière sabem o quão preciosa é a sua vista.
Banco improvisado
Património Mundial UNESCO
Ilha Ibo, Moçambique

Ilha de um Moçambique Ido

Foi fortificada, em 1791, pelos portugueses que expulsaram os árabes das Quirimbas e se apoderaram das suas rotas comerciais. Tornou-se o 2º entreposto português da costa oriental de África e, mais tarde, a capital da província de Cabo Delgado, Moçambique. Com o fim do tráfico de escravos na viragem para o século XX e a passagem da capital para Porto Amélia, a ilha Ibo viu-se no fascinante remanso em que se encontra.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Personagens
PN Oulanka, Finlândia

Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Cabo Ledo Angola, moxixeiros
Praias
Cabo Ledo, Angola

O Cabo Ledo e a Baía do Regozijo

A apenas a 120km a sul de Luanda, vagas do Atlântico caprichosas e falésias coroadas de moxixeiros disputam a terra de musseque. Partilham a grande enseada forasteiros rendidos ao cenário e os angolanos residentes que o mar generoso há muito sustenta.
Cândia, Dente de Buda, Ceilão, lago
Religião
Cândia, Sri Lanka

Incursão à Raíz Dental do Budismo Cingalês

Situada no âmago montanhoso do Sri Lanka, no final do século XV, Cândia assumiu-se a capital do reino do velho Ceilão que resistiu às sucessivas tentativas coloniais de conquista. Tornou-se ainda o seu âmago budista, para o que continua a contribuir o facto de a cidade preservar e exibir um dente sagrado de Buda.
De volta ao sol. Cable Cars de São Francisco, Vida Altos e baixos
Sobre Carris
São Francisco, E.U.A.

Cable Cars de São Francisco: uma Vida aos Altos e Baixos

Um acidente macabro com uma carroça inspirou a saga dos cable cars de São Francisco. Hoje, estas relíquias funcionam como uma operação de charme da cidade do nevoeiro mas também têm os seus riscos.
Vulcão ijen, Escravos do Enxofre, Java, Indonesia
Sociedade
Vulcão Ijen, Indonésia

Os Escravos do Enxofre do Vulcão Ijen

Centenas de javaneses entregam-se ao vulcão Ijen onde são consumidos por gases venenosos e cargas que lhes deformam os ombros. Cada turno rende-lhes menos de 30€ mas todos agradecem o martírio.
Retorno na mesma moeda
Vida Quotidiana
Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Pesca, Caño Negro, Costa Rica
Vida Selvagem
Caño Negro, Costa Rica

Uma Vida à Pesca entre a Vida Selvagem

Uma das zonas húmidas mais importantes da Costa Rica e do Mundo, Caño Negro deslumbra pelo seu ecossistema exuberante. Não só. Remota, isolada por rios, pântanos e estradas sofríveis, os seus habitantes encontraram na pesca um meio embarcado de fortalecerem os laços da sua comunidade.
Pleno Dog Mushing
Voos Panorâmicos
Seward, Alasca

O Dog Mushing Estival do Alasca

Estão quase 30º e os glaciares degelam. No Alasca, os empresários têm pouco tempo para enriquecer. Até ao fim de Agosto, o dog mushing não pode parar.