Ooty, Índia

No Cenário Quase Ideal de Bollywood


Olhar de galã
Protagonista Upendra - ou Uppi - encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.
Bastidores
Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.
Acção de Fachada
Visual das filmagens de "H2O" a decorrerem no exterior do velho palácio do Marajá de Mysore.
Pausa para almoço
Equipa de filmagens responsável pela rodagem de "H2O" prepara-se para almoçar.
Trabalho a sério
Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.
Inglaterra à moda indiana
Ala de "cottages" construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.
Olhar de galã II
Protagonista Upendra - ou Uppi - actua da mesma maneira determinada que dele fez um dos ídolos do cinema kannada e indiano.
Expectativa cinéfila
Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.
Figurantes humanos e animais
Pastor controla um pequeno rebanho que entraria em cena junto ao palácio do Marajá, após a hora de almoço.
Herança colonial britânica
Ala do hotel Regency Villas - hoje Fernhills Palace Hotel and Regency Villas - um dos hotéis clássicos de Ooty habituado a acolher filmagens de cinema indiano.
Plano de um plano
Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.
Bastidores II
Figurantes percorrem a frente do palácio do Marajá de Mysore, nas imediações de uma mira técnica.
Actor e faz tudo
Equipa de filmagem concentra-se no desempenho do protagonista, escritor, argumentista, realizador, cantor e letrista Upendra, protegido do sol por um chapéu de chuva com motivos equestres.
O conflito com o Paquistão e a ameaça do terrorismo tornaram as filmagens em Caxemira e Uttar Pradesh um drama. Em Ooty, constatamos como esta antiga estação colonial britânica assumia o protagonismo.

Não precisámos de muito para intuir a origem do hotel Welcome Heritage Royale Regency Villa decadente em que nos tínhamos instalado.

Pensámos nas peles brancas e sardentas, nos cabelos claros ou arruivados dos colonos britânicos da Índia e até no se

u famoso beiço combativo de stiff upper lip. Na sequência, ocorreu-nos a urgência de se refugiarem do calor opressivo que fustigava a Jóia da Coroa na maior parte do ano.

Organizados e pragmáticos, os sahibs recém-instalados não perderam tempo a providenciar um retiro climatérico à altura da sua supremacia e soberba. Encontraram Udhagamandalam a 2.240 metros de altitude, no cimo das Nilgiri Hills.

São estas as terras mais altas do sul do subcontinente, dominadas, de 1789 até à independência, pela Companhia das Índias Orientais, após grande dedicação de um governador de Coimbatore, John Sullivan, que se havia apaixonado pelo lugar ao ponto de contar numa carta dirigida a um congénere que “se assemelhava à Suíça mais do que qualquer país da Europa.”

Quando a descobrimos, temos dificuldade em identificar Udhagamandalam com o que quer que fosse da Helvécia. E só a esforço conseguimos visualizar semelhanças com o sul de Inglaterra ou com a Austrália, como nos sugeriam vários livros de viagens.

Isto, malgrado os chalés, hoje vermelhos, cercados de jardins floridos, do hipódromo, das avenidas ladeadas por grandes eucaliptos e das igrejas de pedra.

Inglaterra à moda indiana

Ala de “cottages” construídas pelos britânicos naquela que foi a sua estação de montanha preferida do sul da Índia.

Tais elementos e, acima de tudo, a arquitectura dos edifícios apimentavam a velha anglofilia da estação da montanha.

Não chegavam para compensar a realidade actual em redor, salpicada de entulho, desorganizada e, aqui e ali, também suja, a começar pelo grande lago da cidade que acolhia os esgotos dos quase 90.000 habitantes mas em que o empresário do Tourist Cafe alugava, com sucesso, dezenas de embarcações para passeios a remo ou a pedais.

Os aspectos menos dignos da povoação pouco abalavam a confiança pós-colonial do gerente indiano do Regency Villa. “Parece-me que os senhores já estarão prontos para a visita, certo?“ indaga-nos com pompa, circunstância e a entoação de boca-cheia típica da aristocracia inglesa.

Mal demos entrada no hotel-palacete escarlate provindos da longínqua Varkalla (no litoral do estado de Kerala), o funcionário impingiu-nos um périplo às instalações. Mesmo esgotados pela viagem atribulada e contrariados, acabámos por lhe dizer que sim. O karma de Nilgiri não tardaria a recompensar-nos pela abertura de espírito.

O anfitrião começa por nos revelar quartos, salas e salões a que uma recente recuperação havia devolvido a elegância vitoriana. Quando os objectos da visita já se repetem e para nosso espanto, sugere-nos uma extensão ao antigo palácio do Marajá de Mysore.

Desconhecíamos que também um marajá se havia alojado por aqueles lados mas, já estávamos por tudo. Subimos uma escadaria, atravessamos novo salão e espreitamos por uma varanda entreaberta.

Dali, apercebemo-nos de um tumulto cromático e criativo a ter lugar no pátio abaixo.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Expectativa cinéfila

Equipa de filmagem aguarda o fecho de alguns planos próximos com Upendra para disfrutarem da hora de almoço.

Questionamos o gerente. “São filmagens.” adianta-nos. “Vêm cá muitas vezes e não são só as produtoras de Bombaim. Chegam um pouco de todo o país. Perdoem-me a falha, já vos devia ter dado essa informação.”

É conhecida a atracção dos indianos pelas paisagens alpinas, em particular, as da Suíça. Durante várias décadas, a relativa semelhança dos cenários de montanha de Caxemira e de Uttar Pradesh, tornaram-nos os locais preferidos para as filmagens de Bollywood e de “estúdios” indianos concorrentes.

Até que a disputa com o vizinho Paquistão por Caxemira se agudizou e as escaramuças militares e ameaças de terrorismo os forçaram a procurar outras paragens.

Desde então, Ooty – assim abreviaram os colonos britânicos o intratável nome oficial da povoação – provou-se a principal alternativa e ilustrou centenas de longas-metragens.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Plano de um plano

Moldura de ferro enquadra a acção a decorrer em redor de Uppi, o famoso actor e realizador de Bangalore.

A partir do momento em que nos dá autorização para ficarmos por conta própria, perdoamos-lhe tudo e mais alguma coisa. Despedimo-nos com um obrigado e até breve diplomático e descemos para o nível da acção.

Atravessamos um corredor escuro que dá para salas adaptadas a camarins e bastidores.

Uma vez no exterior, damos com auxiliares que carregam sacas pesadas para dentro um carro de bois, posicionado sobre uma mira marcada no chão com pó colorido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood,, Trabalho a sério

Auxiliares carregam sacas para uma carroça, durante as filmagens de H2O.

Admiramos a paciência de um pastor muçulmano que controla um rebanho de ovelhas e acompanhamos os movimentos de uma série de outros trabalhadores e figurantes distribuídos sobre o solo ocre.

Todos eles dependem da representação de Upendra, o protagonista com visual densamente capilar, ídolo nacional que se tornou famoso pelas suas participações em vários dos cerca de cem filmes Kannada ou Sandalwood – assim é chamado o cinema do estado de Karnataka – produzidos todos os anos, num contexto bem distinto de Hollywood e do cinema europeu.

Após um hiato na carreira de quase dois anos, Uppi, como o trata com carinho o povo indiano, tinha uma participação multifuncional  em H2O, uma longa-metragem bilingue lançada em Tamil e Kannada que abriu a moda dos filmes indianos com nomes de compostos moleculares.

Uppi desenvolveu o argumento com base numa famosa disputa secular da água do rio Kaveri entre os estados indianos de Karnataka e Tamil Nadu. Criou ainda os diálogos e letras de todas as músicas. Também cantou duas delas “Dil Ilde Love” e “Bida Beda Bida Beda”.

Nós vimo-lo, acima de tudo, a representar, sob a protecção solar de um chapéu de chuva com motivos equestres que um qualquer assistente segurava acima do plano.

Aproveitamos a distração da equipa, fazemo-nos de sonsos e colocamo-nos atrás das câmaras. Quando percebemos que ninguém nos repele, enquadramos e registamos imagens do actor principal com tanto ou mais afinco que os operadores acreditados.

Estes criavam os planos relâmpago de zoom in, zoom out com que ilustraram um determinado espanto de Karnataka (a personagem de Upendra).

O ego do galã aumenta com a adulação dos forasteiros ocidentais. De acordo, tenta adornar o plano apertado da sua face peluda com um olhar o mais mágico e sedutor possível.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Olhar de galã

Protagonista Upendra – ou Uppi – encena olhares de espanto mas, ao mesmo tempo, sedutores aproveitados pelos operadores de câmara para uma sequência relâmpago de zoom in e zoom out.

Determinado a reforçar o efeito, o caracterizador havia-o dotado de lentes de contacto de um azul profundo. Mas, através das nossas teleobjectivas, percebemos que o adereço lhe está a irritar os olhos já quase mais vermelhos que azuis.

Entram em cena o carro de bois, o pastor e as ovelhas e ainda um Ambassador branco. A cena prevista é terminada com sucesso e a vasta equipa faz uma pausa para almoço sem nunca abandonar o local das filmagens.

Logo ali, no jardim em frente, organizam-se em duas filas opostas – uma para homens, outras para mulheres – cada um dos convivas com o seu tabuleiro prateado sobre a relva, pronto a ser servido.

Ooty, Tamil Nadu, cenário de Bollywood, Pausa para almoço

Equipa de filmagens responsável pela rodagem de “H2O” prepara-se para almoçar.

Não queremos parecer-lhes rudes, e evitamos fotografá-los a comer. Nessa altura, alguém da equipa nos chama à parte e surpreende-nos:

“Estivemos a observar-vos e o vosso contraste étnico e de figura ia servir às mil maravilhas para um filme que vamos rodar daqui a duas semanas, em Bangalore. Podemos contar convosco?“

Não temos esse tempo de sobra para ficarmos na Índia.

Com os bilhetes de avião já comprados e sem forma de trocarmos as datas, vemo-nos forçados a rejeitar a hipótese de uma vida de nos juntarmos ao fascinante mundo do cinema indiano, quem sabe, também um proveitoso estrelato asiático.

Bastidores

Um clássico Ambassador, uma vaca e outros elementos aguardam a sua vez de entrar em cena.

Para compensar, nos últimos dias passados no estado de Tamil Nadu continuámos a pedir posters nas salas de cinema por que fomos passando.

Depois de oferecermos várias dezenas a familiares e amigos, ainda guardamos muitos incluindo uns quatros ou cinco dos mais exuberantes nas paredes e portas de casa.

Jaisalmer, Índia

Há Festa no Deserto do Thar

Mal o curto Inverno parte, Jaisalmer entrega-se a desfiles, a corridas de camelos e a competições de turbantes e de bigodes. As suas muralhas, ruelas e as dunas em redor ganham mais cor que nunca. Durante os três dias do evento, nativos e forasteiros assistem, deslumbrados, a como o vasto e inóspito Thar resplandece afinal de vida.
Guwahati, India

A Cidade que Venera Kamakhya e a Fertilidade

Guwahati é a maior cidade do estado de Assam e do Nordeste indiano. Também é uma das que mais se desenvolve do mundo. Para os hindus e crentes devotos do Tantra, não será coincidência lá ser venerada Kamakhya, a deusa-mãe da criação.
Dooars, Índia

Às Portas dos Himalaias

Chegamos ao limiar norte de Bengala Ocidental. O subcontinente entrega-se a uma vasta planície aluvial preenchida por plantações de chá, selva, rios que a monção faz transbordar sobre arrozais sem fim e povoações a rebentar pelas costuras. Na iminência da maior das cordilheiras e do reino montanhoso do Butão, por óbvia influência colonial britânica, a Índia trata esta região deslumbrante por Dooars.
Gangtok, Índia

Uma Vida a Meia-Encosta

Gangtok é a capital de Sikkim, um antigo reino da secção dos Himalaias da Rota da Seda tornado província indiana em 1975. A cidade surge equilibrada numa vertente, de frente para a Kanchenjunga, a terceira maior elevação do mundo que muitos nativos crêem abrigar um Vale paradisíaco da Imortalidade. A sua íngreme e esforçada existência budista visa, ali, ou noutra parte, o alcançarem.
Meghalaya, Índia

Pontes de Povos que Criam Raízes

A imprevisibilidade dos rios na região mais chuvosa à face da Terra nunca demoveu os Khasi e os Jaintia. Confrontadas com a abundância de árvores ficus elastica nos seus vales, estas etnias habituaram-se a moldar-lhes os ramos e estirpes. Da sua tradição perdida no tempo, legaram centenas de pontes de raízes deslumbrantes às futuras gerações.
Sósias, actores e figurantes

Estrelas do Faz de Conta

Protagonizam eventos ou são empresários de rua. Encarnam personagens incontornáveis, representam classes sociais ou épocas. Mesmo a milhas de Hollywood, sem eles, o Mundo seria mais aborrecido.
Espectáculos

O Mundo em Cena

Um pouco por todo o Mundo, cada nação, região ou povoação e até bairro tem a sua cultura. Em viagem, nada é mais recompensador do que admirar, ao vivo e in loco, o que as torna únicas.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Goa, Índia

Para Goa, Rapidamente e em Força

Uma súbita ânsia por herança tropical indo-portuguesa faz-nos viajar em vários transportes mas quase sem paragens, de Lisboa à famosa praia de Anjuna. Só ali, a muito custo, conseguimos descansar.
Sainte-Luce, Martinica

Um Projeccionista Saudoso

De 1954 a 1983, Gérard Pierre projectou muitos dos filmes famosos que chegavam à Martinica. 30 anos após o fecho da sala em que trabalhava, ainda custava a este nativo nostálgico mudar de bobine.
Lijiang e Yangshuo, China

Uma China Impressionante

Um dos mais conceituados realizadores asiáticos, Zhang Yimou dedicou-se às grandes produções ao ar livre e foi o co-autor das cerimónias mediáticas dos J.O. de Pequim. Mas Yimou também é responsável por “Impressions”, uma série de encenações não menos polémicas com palco em lugares emblemáticos.
Las Vegas, E.U.A.

Onde o Pecado tem Sempre Perdão

Projectada do Deserto Mojave como uma miragem de néon, a capital norte-americana do jogo e do espectáculo é vivida como uma aposta no escuro. Exuberante e viciante, Vegas nem aprende nem se arrepende.
Goa, Índia

O Último Estertor da Portugalidade Goesa

A proeminente cidade de Goa já justificava o título de “Roma do Oriente” quando, a meio do século XVI, epidemias de malária e de cólera a votaram ao abandono. A Nova Goa (Pangim) por que foi trocada chegou a sede administrativa da Índia Portuguesa mas viu-se anexada pela União Indiana do pós-independência. Em ambas, o tempo e a negligência são maleitas que agora fazem definhar o legado colonial luso.
Tawang, Índia

O Vale Místico da Profunda Discórdia

No limiar norte da província indiana de Arunachal Pradesh, Tawang abriga cenários dramáticos de montanha, aldeias de etnia Mompa e mosteiros budistas majestosos. Mesmo se desde 1962 os rivais chineses não o trespassam, Pequim olha para este domínio como parte do seu Tibete. De acordo, há muito que a religiosidade e o espiritualismo ali comungam com um forte militarismo.

Hampi, India

À Descoberta do Antigo Reino de Bisnaga

Em 1565, o império hindu de Vijayanagar sucumbiu a ataques inimigos. 45 anos antes, já tinha sido vítima da aportuguesação do seu nome por dois aventureiros portugueses que o revelaram ao Ocidente.

Dawki, Índia

Dawki, Dawki, Bangladesh à Vista

Descemos das terras altas e montanhosas de Meghalaya para as planas a sul e abaixo. Ali, o caudal translúcido e verde do Dawki faz de fronteira entre a Índia e o Bangladesh. Sob um calor húmido que há muito não sentíamos, o rio também atrai centenas de indianos e bangladeshianos entregues a uma pitoresca evasão.
Shillong, India

Selfiestão de Natal num Baluarte Cristão da Índia

Chega Dezembro. Com uma população em larga medida cristã, o estado de Meghalaya sincroniza a sua Natividade com a do Ocidente e destoa do sobrelotado subcontinente hindu e muçulmano. Shillong, a capital, resplandece de fé, felicidade, jingle bells e iluminações garridas. Para deslumbre dos veraneantes indianos de outras partes e credos.
Siliguri a Darjeeling, Índia

Ainda Circula a Sério o Comboio Himalaia de Brincar

Nem o forte declive de alguns tramos nem a modernidade o detêm. De Siliguri, no sopé tropical da grande cordilheira asiática, a Darjeeling, já com os seus picos cimeiros à vista, o mais famoso dos Toy Trains indianos assegura há 117 anos, dia após dia, um árduo percurso de sonho. De viagem pela zona, subimos a bordo e deixamo-nos encantar.
Maguri Bill, Índia

Um Pantanal nos Confins do Nordeste Indiano

O Maguri Bill ocupa uma área anfíbia nas imediações assamesas do rio Bramaputra. É louvado como um habitat incrível sobretudo de aves. Quando o navegamos em modo de gôndola, deparamo-nos com muito (mas muito) mais vida que apenas a asada.
Jaisalmer, Índia

A Vida que Resiste no Forte Dourado de Jaisalmer

A fortaleza de Jaisalmer foi erguida a partir de 1156 por ordem de Rawal Jaisal, governante de um clã poderoso dos confins hoje indianos do Deserto do Thar. Mais de oito séculos volvidos, apesar da contínua pressão do turismo, partilham o interior vasto e intrincado do último dos fortes habitados da Índia quase quatro mil descendentes dos habitantes originais.
Moradores percorrem o trilho que sulca plantações acima da UP4
Cidade
Gurué, Moçambique, Parte 1

Pelas Terras Moçambicanas do Chá

Os portugueses fundaram Gurué, no século XIX e, a partir de 1930, inundaram de camelia sinensis os sopés dos montes Namuli. Mais tarde, renomearam-na Vila Junqueiro, em honra do seu principal impulsionador. Com a independência de Moçambique e a guerra civil, a povoação regrediu. Continua a destacar-se pela imponência verdejante das suas montanhas e cenários teáceos.
Skipper de uma das bangkas do Raymen Beach Resort durante uma pausa na navegação
Praia
Ilhas Guimaras  e  Ave Maria, Filipinas

Rumo à Ilha Ave Maria, Numas Filipinas Cheias de Graça

À descoberta do arquipélago de Visayas Ocidental, dedicamos um dia para viajar de Iloilo, ao longo do Noroeste de Guimaras. O périplo balnear por um dos incontáveis litorais imaculados das Filipinas, termina numa deslumbrante ilha Ave Maria.
Hipopótamo move-se na imensidão alagada da Planície dos Elefantes.
Safari
Parque Nacional de Maputo, Moçambique

O Moçambique Selvagem entre o Rio Maputo e o Índico

A abundância de animais, sobretudo de elefantes, deu azo, em 1932, à criação de uma Reserva de Caça. Passadas as agruras da Guerra Civil Moçambicana, o PN de Maputo protege ecossistemas prodigiosos em que a fauna prolifera. Com destaque para os paquidermes que recentemente se tornaram demasiados.
Bandeiras de oração em Ghyaru, Nepal
Annapurna (circuito)
Circuito Annapurna: 4º – Upper Pisang a Ngawal, Nepal

Do Pesadelo ao Deslumbre

Sem que estivéssemos avisados, confrontamo-nos com uma subida que nos leva ao desespero. Puxamos ao máximo pelas forças e alcançamos Ghyaru onde nos sentimos mais próximos que nunca dos Annapurnas. O resto do caminho para Ngawal soube como uma espécie de extensão da recompensa.
Sirocco, Arabia, Helsinquia
Arquitectura & Design
Helsínquia, Finlândia

O Design que Veio do Frio

Com boa parte do território acima do Círculo Polar Árctico, os finlandeses respondem ao clima com soluções eficientes e uma obsessão pela arte, pela estética e pelo modernismo inspirada na vizinha Escandinávia.
Bungee jumping, Queenstown, Nova Zelândia
Aventura
Queenstown, Nova Zelândia

Queenstown, a Rainha dos Desportos Radicais

No séc. XVIII, o governo kiwi proclamou uma vila mineira da ilha do Sul "fit for a Queen". Hoje, os cenários e as actividades radicais reforçam o estatuto majestoso da sempre desafiante Queenstown.
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Cerimónias e Festividades
Pirenópolis, Brasil

Cruzadas à Brasileira

Os exércitos cristãos expulsaram as forças muçulmanas da Península Ibérica no séc. XV mas, em Pirenópolis, estado brasileiro de Goiás, os súbditos sul-americanos de Carlos Magno continuam a triunfar.
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Aqui Começa o Alasca

A realidade passa despercebida a boa parte do mundo, mas existem dois Alascas. Em termos urbanos, o estado é inaugurado no sul do seu oculto cabo de frigideira, uma faixa de terra separada dos restantes E.U.A. pelo litoral oeste do Canadá. Ketchikan, é a mais meridional das cidades alasquenses, a sua Capital da Chuva e a Capital Mundial do Salmão.
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Comida
Singapura

A Capital Asiática da Comida

Eram 4 as etnias condóminas de Singapura, cada qual com a sua tradição culinária. Adicionou-se a influência de milhares de imigrados e expatriados numa ilha com metade da área de Londres. Apurou-se a nação com a maior diversidade gastronómica do Oriente.
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Majuli, Índia

Uma Ilha em Contagem Decrescente

Majuli é a maior ilha fluvial da Índia e seria ainda uma das maiores à face da Terra não fosse a erosão do rio Bramaputra que há séculos a faz diminuir. Se, como se teme, ficar submersa dentro de vinte anos, mais que uma ilha, desaparecerá um reduto cultural e paisagístico realmente místico do Subcontinente.
Corrida de Renas , Kings Cup, Inari, Finlândia
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A Corrida Mais Louca do Topo do Mundo

Há séculos que os lapões da Finlândia competem a reboque das suas renas. Na final da Kings Cup - Porokuninkuusajot - , confrontam-se a grande velocidade, bem acima do Círculo Polar Ártico e muito abaixo de zero.
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Cruzeiro pelas Maldivas, entre Ilhas e Atóis

Trazido de Fiji para navegar nas Maldivas, o Princess Yasawa adaptou-se bem aos novos mares. Por norma, bastam um ou dois dias de itinerário, para a genuinidade e o deleite da vida a bordo virem à tona.
Capacete capilar
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Canibalismo e Cabelo, Velhos Passatempos de Viti Levu, ilhas Fiji

Durante 2500 anos, a antropofagia fez parte do quotidiano de Fiji. Nos séculos mais recentes, a prática foi adornada por um fascinante culto capilar. Por sorte, só subsistem vestígios da última moda.
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Portfólio Fotográfico Got2Globe

Dias Como Tantos Outros

Tabatô, Guiné Bissau, tabanca músicos mandingas. Baidi
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A Tabanca dos Músicos Poetas Mandingas

Em 1870, uma comunidade de músicos mandingas em itinerância, instalou-se junto à actual cidade de Bafatá. A partir da Tabatô que fundaram, a sua cultura e, em particular, os seus balafonistas prodigiosos, deslumbram o Mundo.
Vanuatu, Cruzeiro em Wala
Ilhas
Wala, Vanuatu

Cruzeiro à Vista, a Feira Assenta Arraiais

Em grande parte de Vanuatu, os dias de “bons selvagens” da população ficaram para trás. Em tempos incompreendido e negligenciado, o dinheiro ganhou valor. E quando os grandes navios com turistas chegam ao largo de Malekuka, os nativos concentram-se em Wala e em facturar.
Era Susi rebocado por cão, Oulanka, Finlandia
Inverno Branco
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Um Lobo Pouco Solitário

Jukka “Era-Susi” Nordman criou uma das maiores matilhas de cães de trenó do mundo. Tornou-se numa das personagens mais emblemáticas da Finlândia mas continua fiel ao seu cognome: Wilderness Wolf.
Na pista de Crime e Castigo, Sao Petersburgo, Russia, Vladimirskaya
Literatura
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Na Pista de “Crime e Castigo”

Em São Petersburgo, não resistimos a investigar a inspiração para as personagens vis do romance mais famoso de Fiódor Dostoiévski: as suas próprias lástimas e as misérias de certos concidadãos.
Manada de búfalos asiáticos, Maguri Beel, Assam, Índia
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Outono
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Uma Capital entre o Leste e o Ocidente

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Abutres em modo de ventilação, a usar a brisa suave acima da savana
Parques Naturais
PN Kruger, África do Sul

O Parque Nacional Ancião da África do Sul

Parte da sua área actual já era protegida antes da viragem para o século XX. Decretado, em 1926, o primeiro parque nacional da nação arco-íris, o PN Kruger continuou a expandir-se. Hoje, o sétimo maior de África, abriga o ansiado Big Five e, no que diz respeito a vida selvagem, uma imensidão de espécies mais.
Momento de partida de uma das corridas organizadas pelo Barbados Turf Club
Património Mundial UNESCO
Bridgetown, Barbados

Canhões e Corridas de Cavalos na Velha Savannah Barbadiana

Nos séculos XVIII e XIX, Bridgetown acolheu o Quartel-General do Exército e da Marinha da Grã-Bretanha para as Índias Ocidentais. Em 1966, após 300 anos, Barbados conquistou a sua independência. A Garrison e, em particular, o relvado-hipódromo no seu âmago exaltam o vigor da jovem nação.
Sósias dos irmãos Earp e amigo Doc Holliday em Tombstone, Estados Unidos da América
Personagens
Tombstone, E.U.A.

Tombstone: a Cidade Demasiado Dura para Morrer

Filões de prata descobertos no fim do século XIX fizeram de Tombstone um centro mineiro próspero e conflituoso na fronteira dos Estados Unidos com o México. Lawrence Kasdan, Kurt Russel, Kevin Costner e outros realizadores e actores hollywoodescos tornaram famosos os irmãos Earp e o duelo sanguinário de “O.K. Corral”. A Tombstone que, ao longo dos tempos tantas vidas reclamou, está para durar.
Vilanculos, Moçambique, Dhows percorrem um canal
Praias
Vilankulos, Moçambique

Índico vem, Índico Vai

A porta de entrada para o arquipélago de Bazaruto de todos os sonhos, Vilankulos tem os seus próprios encantos. A começar pela linha de costa elevada face ao leito do Canal de Moçambique que, a proveito da comunidade piscatória local, as marés ora inundam, ora descobrem.
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé
Religião
Kirkjubour, Streymoy, Ilhas Faroé

Onde o Cristianismo Faroense deu à Costa

A um mero ano do primeiro milénio, um missionário viquingue de nome Sigmundur Brestisson levou a fé cristã às ilhas Faroé. Kirkjubour, tornou-se o porto de abrigo e sede episcopal da nova religião.
Chepe Express, Ferrovia Chihuahua Al Pacifico
Sobre Carris
Creel a Los Mochis, México

Barrancas de Cobre, Caminho de Ferro

O relevo da Sierra Madre Occidental tornou o sonho um pesadelo de construção que durou seis décadas. Em 1961, por fim, o prodigioso Ferrocarril Chihuahua al Pacifico foi inaugurado. Os seus 643km cruzam alguns dos cenários mais dramáticos do México.
Acolhedora Vegas
Sociedade
Las Vegas, E.U.A.

Capital Mundial dos Casamentos vs Cidade do Pecado

A ganância do jogo, a luxúria da prostituição e a ostentação generalizada fazem parte de Las Vegas. Como as capelas que não têm olhos nem ouvidos e promovem matrimónios excêntricos, rápidos e baratos.
Jovens mulheres gémeas, tecelãs
Vida Quotidiana

Margilan, Uzbequistão

Périplo pelo Tecido Artesanal do Uzbequistão

Situada no extremo oriental do Uzbequistão, Vale de Fergana, Margilan foi uma das escalas incontornáveis da Rota da Seda. Desde o século X, os produtos de seda lá gerados destacaram-na nos mapas, hoje, marcas de alta-costura disputam os seus tecidos. Mais que um centro prodigioso de criação artesanal, Margilan estima e valoriza um modo de vida uzbeque milenar.
Parque Nacional Amboseli, Monte Kilimanjaro, colina Normatior
Vida Selvagem
PN Amboseli, Quénia

Uma Dádiva do Kilimanjaro

O primeiro europeu a aventurar-se nestas paragens masai ficou estupefacto com o que encontrou. E ainda hoje grandes manadas de elefantes e de outros herbívoros vagueiam ao sabor do pasto irrigado pela neve da maior montanha africana.
Passageiros, voos panorâmico-Alpes do sul, Nova Zelândia
Voos Panorâmicos
Aoraki Monte Cook, Nova Zelândia

A Conquista Aeronáutica dos Alpes do Sul

Em 1955, o piloto Harry Wigley criou um sistema de descolagem e aterragem sobre asfalto ou neve. Desde então, a sua empresa revela, a partir do ar, alguns dos cenários mais grandiosos da Oceania.